Você está na página 1de 118

Metodologia de Pesquisa

Material Teórico
Métodos Científicos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Mathias Gonzalez
Profa. Dra. Ana Barbara Ap.
Pederiva

Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vilma Silva Lima

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Ap. Cesarin
Métodos Científicos

Introdução
Métodos Científicos
Tipos de Métodos
Relação entre Método e Técnica

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Pretende-se, ao final desta unidade, que você tenha compreendido que: o método é a trajetória pe
Orientações de estudo
Para que o conteú do desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na
sua formaçã o acadêmica e atuaçã o profissional,
siga algumas recomendaçõ es bá sicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair
com as redes
sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horá rio fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma
alimentaçã o saudá vel pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
també m encontrará sugestõ es de conteú do extra no item Material Complementar, que ampliarã o
sua interpretaçã o e auxiliarã o no pleno entendimento dos temas abordados.

Apó s o contato com o conteú do proposto, participe dos debates mediados em fó runs de
discussã o, pois irã o auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de
ideias e aprendizagem.
UNIDAD Métodos

Introdução
Munidos das informaçõ es necessá rias sobre como se dá a construçã o e a exe-
cuçã o do processo investigativo da Ciência, você acredita que os mé todos científi-
cos sã o mecanismos essenciais para se obter novos conhecimentos e transformar
a realidade?

O mé todo científico refere-se a um conjunto de regras bá sicas relacionadas aos


procedimentos que produzem o conhecimento científico. Dito de outra forma,
o mé todo científico pode ser encarado como sendo o caminho utilizado para a
construçã o do discurso científico, ou seja, a trajetó ria que o pesquisador percorrerá
para conhecer o objeto a ser investigado e construir o conhecimento.

Nas pró ximas pá ginas, pretende-se mostrar a você os tipos de mé todos criados
no processo de desenvolvimento do homem em busca do conhecimento, partindo-
se da relaçã o que se estabelece entre sujeito e objeto do conhecimento.

8
Métodos Científicos
Conceituação e Importância do Método
Para reforçar o que aprendemos nas Unidades anteriores, de que a Ciência é
um procedimento metó dico que busca conhecer, interpretar e intervir na realidade,
estudaremos alguns dos diferentes mé todos científicos.
O método nã o é ú nico e nem sempre o mesmo para o estudo deste
ou daquele objeto e/ou para este ou aquele quadro da ciência, uma vez
que reflete as condiçõ es histó ricas do momento em que o conhecimento
é construído. Somente à base desta reflexã o o pesquisador conseguirá
compreender o plano histó rico e dinâ mico do conhecimento científico
(BARROS; LEHFELD, 2000, p. 55).

Método significa caminho para chegar a um fim ou pelo qual se atinge um


objetivo. Portanto, entende-se que:
É um procedimento de investigaçã o e controle que se adota para o
desenvolvimento rá pido e eficiente de uma atividade qualquer. Nã o se
executa um trabalho sem a adoçã o de algumas técnicas e procedimentos
norteadores da açã o (BASTOS; KELLER, 2000, p.84).

Que dizer, entã o, do método científico? Poderia dizer que é o caminho trilhado
pelo cientista quando em busca de “verdades” científicas. Quais sã o as “verdades”
científicas? O que é ser cientista? O que é Ciência? Existe uma Ciência ú nica?
Quando nos reportamos a uma hipoté tica linha demarcató ria a separar o que
julgamos ser uma verdade científica de outras possíveis verdades, a que nos
estamos referindo? Por estas questõ es, nota-se que o mé todo tem vital
importâ ncia, já que é por meio dele que se alcançam as verdades buscadas pela
Humanidade por meio dos pesquisadores.

Qualquer pessoa pode realizar uma experiê ncia que julgue ser bem-sucedida,
mas sempre necessitará da comprovaçã o científica por meio de provas. Os cientistas
só aceitarã o uma teoria ou descoberta depois que a replicarem ou obtiverem provas
irrefutá veis até aquele momento.

Uma experiê ncia científica só será considerada vá lida para o mundo da Ciência
se for realizada seguindo determinadas normas controladas. Os cientistas se
esmeram em replicar incontá veis vezes uma experiê ncia até terem certeza de que
foram obedecidos todos os critérios de cientificidade exigidos pela Ciência.
O cientista é aquele que se utiliza do método científico para encontrar a solução dos prob

9
9
UNIDAD Métodos

No método científico, a hipó tese é o caminho que deve levar à formulaçã o de uma
teoria. O cientista, na sua hipó tese, tem dois objetivos: explicar um fato e prever
outros acontecimentos dele decorrentes. A hipó tese deverá ser testada/aplicada
para que os resultados obtidos pelos pesquisadores comprovem perfeitamente a
hipó tese; entã o, ela será aceita como teoria.

Para simplificar, a hipó tese é uma tentativa preliminar de resposta ao problema


da pesquisa:

DÚ VIDA PROBLEMA HIPÓ TESE

TENTATIVA DE SOLUÇÃ O

A hipó tese é uma resposta provisó ria e antecipa algo que será ou nã o confirmado
com a pesquisa.

O método científico é composto pelas seguintes fases:



Observaçã o de um fato;

Formulaçã o de um problema;

Proposta de uma hipó tese;

Realizaçã o de uma pesquisa para testar a validade da hipó tese.

Para maior segurança nas conclusõ es, toda pesquisa deve ser controlada com
técnicas que permitem descartar as variá veis que podem mascarar o resultado.

Tipos de métodos
Existem vá rios tipos de métodos científicos utilizados pelos cientistas e pesqui-
sadores de diferentes á reas do conhecimento para se chegar a determinados resul-
tados. Sã o eles:
a) Método indutivo: é aquele que parte da observação de casos particulares
para o estabelecimento de hipóteses de caráter geral. Trata-se do método
proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o
conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em
consideração princípios preestabelecidos.

Nesse método, parte-se da observaçã o de fatos ou fenô menos cujas causas se


desejam conhecer. A seguir, procura-se compará -los com a finalidade de descobrir
as relaçõ es existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalizaçã o, com base na
relaçã o verificada entre os fatos ou fenô menos. Observe o exemplo a seguir:

10
João é mortal.
Paulo é mortal.
Manoel é mortal.
Ora, João, Paulo e Manoel são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.

Conclusõ es indutivas sã o perigosas, pois generalizaçõ es de premissas


verdadeiras podem levar a uma falsa conclusã o.
b) Método dedutivo: é aquele pelo qual, a partir da observação de um
princípio geral, chega-se a conclusões particulares. Parte de princípios
reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a
conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente
de sua lógica. É o método proposto pelos racionalistas (Descartes, Spinoza,
Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar ao conhecimento
verdadeiro, que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis.
Como neste exemplo:

Todo mamífero é vertebrado.


Todo homem é mamífero.
Logo, todo homem é vertebrado.

c) Método hipotético-dedutivo: é aquele pelo qual, mediante a percepção de


uma lacuna no conhecimento, formula-se uma hipótese e, então, pelo
processo de observação e inferência dedutiva, testa-se a predição da
ocorrência de fenômeno abrangido pela hipótese (LAKATOS; MARCONI,
1991).

Pode-se apresentar as etapas do mé todo hipoté tico-dedutivo da seguinte forma:


1. Problema: quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado
assunto são insuficientes para a explicação de um fenômeno, surge o
problema;
2. Conjecturas: para tentar explicar a dificuldade expressa no problema, são
formuladas conjecturas ou hipóteses. Para a explicação de um fenômeno,
surge o problema;
3. Deduçã o de consequências observadas: das hipóteses formuladas,
deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas;
4. Tentativa de falseamento: falsear significa tentar tornar falsas as consequ-
ências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo procura-se a
todo custo confirmar as hipóteses, no método hipotético-dedutivo, ao
con- trário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la;
5. Corroboraçã o: quando não se consegue demonstrar qualquer caso con-
creto capaz de falsear a hipótese, tem-se a sua corroboração, que é a confir-
mação da hipótese; entretanto, está é considerada provisória.

11
11
UNIDAD Métodos

Nesse caso, de acordo com Popper, a hipó tese mostra-se vá lida, pois superou
todos os testes, mas nã o definitivamente confirmada, já que a qualquer momento
poderá surgir um fato que a invalide;

O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de criticas a indução,

d) Método dialético: procura contestar uma realidade posta, enfatizando as


suas contradições. Para toda tese, existe uma antítese, que, quando contra-
posta, tende a formar uma síntese.

Tal mé todo funda-se numa concepçã o dinâ mica da realidade e das relaçõ es
dialéticas entre sujeito e objeto, conhecimento e açã o, teoria e prá tica.
O método dialético nã o envolve apenas questõ es ideoló gicas, geradoras
de polêmicas. Trata-se de um método de investigaçã o da realidade pelo
estudo de sua açã o recíproca (...) É contrá rio a todo conhecimento
rígido: tudo é visto em constante mudança, pois sempre há algo
que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega, se transforma
(ANDRADE, 1999, p.114-5).

O método dialético, portanto, é contrá rio a todo conhecimento rígido, pois


tudo é percebido como em constante mudança;
e) Método fenomenoló gico: não se limita à descrição dos fenômenos.
Também é, ao mesmo tempo, tentativa de interpretação desses fenômenos,
com o objetivo de pôr a descoberto os sentidos menos aparentes, os sentidos
mais fundamentais que os fenômenos têm. Caracteriza-se por valorizar a
pesquisa do cotidiano, por tentar resgatar tudo aquilo que, pela rotina, foi
perdendo relevo e significação, foi ficando oculto pelo uso, pelo hábito,
pelo senso comum. Nesse sentido, o enfoque fenomenológico permite
reeducar, reorientar o olhar que investiga.

O mé todo fenomenoló gico valoriza, sobretudo, a interpretaçã o do mundo, o


qual surge intencionalmente à consciência do homem. Assim, pode-se afirmar que,
na pesquisa de orientaçã o fenomenoló gica, o sujeito deixa de ser um observador
imparcial, como pretende a abordagem positivista, para assumir, de certa forma, a
condiçã o de “ator”. Aliá s, um os méritos do método fenomenoló gico é justamente o
de questionar os procedimentos positivistas, encarecendo a importâ ncia do sujeito
no processo da construçã o do conhecimento.

Outra característica marcante da pesquisa fenomenoló gica é sua recusa à


caracterizaçã o, pretendendo-se, ao contrá rio, sempre aberta a novas interpretaçõ es.

12
É importante ressaltar que, conforme Masini (1989), alguns autores consideram
inadequado falar em método fenomenoló gico. Segundo eles, nã o haveria tal
mé todo, mas regras formais de pesquisa voltadas especialmente para o fenô meno
(aquilo que se mostra como é, que se mostra a si mesmo). Entã o, nã o caberia
falar em método, mas em atitude fenomenoló gica;
f)Método histó rico: específico das ciências sociais, parte do princípio de
que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm
suas raízes no passado, sendo, portanto, fundamental pesquisar sua
origem para bem compreender sua natureza e função. Por exemplo, para
se investigar uma instituição social como a família e as relações de
parentesco, o método histórico pesquisa, no passado, os elementos
constitutivos dos vários tipos de família e as fases de sua evolução social.
O mé todo histó rico “consiste em investigar os acontecimentos, processos e ins-
tituiçõ es do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje” (ANDRA-
DE, 2003, p. 133).
Dessa forma, o pesquisador que utiliza o mé todo histó rico tem a preocupaçã o
de colocar o fenô meno estudado no ambiente social em que surgiu, ou seja,
contextualizá -lo. Assim, será capaz de acompanhar suas sucessivas alteraçõ es e
de compará -lo a fenô menos semelhantes em sociedades diferentes (LAKATOS;
MARCONI, 1991).
Dentro do método histó rico, há toda uma diversidade de abordagem. É possível
aplicar esse método ao estudo de um mesmo tema; porém, com enfoques tã o
diferentes quanto o positivista, o fenomenoló gico, o dialético etc.

Relação entre Método e Técnica


Na investigaçã o científica, os termos “método” e “técnica” estã o estreitamente
relacionados e sã o comumente empregados sem uma compreensã o exata da sua
diferenciaçã o semâ ntica.
Como já foi anteriormente descrito, o método – termo já conhecido na Grécia
Clá ssica (méthodos) foi usado por Platã o e Aristó teles no sentido de “estudo
ordenado de uma questã o filosó fica ou científica”. A palavra pode ser decomposta
no prefixo metá + hodós, que quer dizer caminho, via, rota.
Em sentido gené rico é , portanto, o caminho pelo qual se chega a um deter-
minado resultado.
Na terminologia científica, mé todo pode ser definido como um conjunto de
dados e regras de proceder, permitindo atingir um fim previamente determinado.
Por exemplo: pesquisa experimental, diagnó stico, operaçã o, tratamento, reaçã o
físico-química ou bioló gica, prova clínica ou teste de laborató rio. Muitos teó ricos
definem método como um conjunto de meios dispostos convenientemente para se
chegar a um fim.

13
13
UNIDAD Métodos

A palavra “técnica” vem do grego tékhne, e significa arte. Se o mé todo é o


caminho, a técnica é o modo de caminhar. Té cnica subentende o modo de pro-
ceder em seus menores detalhes, a operacionalizaçã o do mé todo segundo nor-
mas padronizadas. É resultado da experiê ncia e exige habilidade em sua execuçã o.
Um mesmo mé todo pode comportar mais de uma técnica.
O mé todo científico inicialmente ocorre do seguinte modo: há um problema que
desafia a inteligência; o cientista elabora uma hipó tese e estabelece as condiçõ es
para seu controle, a fim de confirmá -la ou nã o. A conclusã o é entã o generalizada,
ou seja, considerada vá lida nã o só para aquela situaçã o, mas para outras similares.
Além disso, quase nunca se trata de um trabalho solitá rio do cientista, pois, hoje
em dia, cada vez mais as pesquisas sã o objetos de atençã o de grupos especiali-
zados ligados à s universidades, à s empresas ou ao Estado. De qualquer forma, a
objetividade da ciê ncia resulta do julgamento feito pelos membros da comunidade
científica que avaliam criticamente os procedimentos utilizados e as conclusõ es,
divulgadas em revistas especializadas e congressos.
Assim, dentro da visã o do senso comum, a Ciência busca compreender a
realidade de maneira racional, descobrindo relaçõ es universais e necessá rias entre
os fenô menos, o que permite prever os acontecimentos e, consequentemente,
també m agir sobre a natureza.
Para tanto, a ciência utiliza métodos rigorosos e atinge um tipo de conhe-
cimento sistemá tico, preciso e objetivo. Entretanto, apesar do rigor do método,
não é conveniente pensar que a Ciência é um conhecimento certo e definitivo,
pois ela avança em contínuo processo de investigaçã o que supõ e alteraçõ es à
medida que surgem fatos novos, ou quando sã o inventados novos instrumentos.
Por exemplo, nos séculos XVIII e XIX, as leis de Newton foram reformuladas
por diversos matemá ticos que desenvolveram técnicas para aplicá -las de maneira
mais precisa.
No século XX, a teoria da relatividade de Einstein desmentiu a concepçã o
clá ssica que a luz se propaga em linha reta. Isso serve para mostrar o cará ter
provisó rio do conhecimento científico sem, no entanto, desmerecer a seriedade e
o rigor do mé todo e dos resultados. Ou seja, as leis e as teorias continuam sendo
de fato hipó teses com diversos graus de confirmaçã o e verificabilidade, podendo
ser aperfeiçoadas ou superadas.

A partir da explanação feita acima, será que podemos afirmar que existe um mé
Será que os métodos universais devem ser considerados válidos para situações div
Como descrever relações universais por meio de métodos “individuais”?;
Será que esse tipo de método é realmente válido universalmente?;
Será que podemos nomear o método como sendo universal?

14
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Ciência de Dados e Big Data: O Que Isso Significa para Estudos Populacionais e da Saúde?
https://bit.ly/40BMl5K
Delineamentos de Pesquisa em Psicologia Clínica: Classificação e Aplicabilidade
https://bit.ly/3DLpmeU
Investigação Científica da Governança da Educação: Tendências Empíricas e Teóricas
https://bit.ly/3HLfHpC

15
15
UNIDAD Métodos

Referências
ALVES, R. A filosofia da ciê ncia: introduçã o ao jogo e suas regras. Sã o Paulo:
Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introduçã o à metodologia do trabalho científico. Sã o Paulo:


Atlas, 2003.

BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboraçã o de monografia. Sã o


Paulo: Expressã o & Arte, 2006.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.


Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciaçã o científica. Sã o
Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introduçã o à


metodologia científica. Petró polis: Vozes, 2000.

DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. Sã o Paulo: Atlas,

2000. DIONE, J.; LAVILLE, C. A construçã o do saber. Porto Alegre: UFMG,

2004.

FREIRE-MAIA, N. A ciê ncia por dentro. 6.ed. Petró polis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prá tica. Sã o Paulo: Harbra,

1986. GIL, A. C. Mé todos e té cnicas de pesquisa social. 2.ed. Sã o Paulo: Atlas,

1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petró polis:


Vozes, 2003.

JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciê ncias humanas. Rio de Janeiro: F.


Alves, 1978.

KÖ CHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12.ed. Petró polis:


Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluçõ es científicas. Sã o Paulo: Perspectiva, 1991.

MÁ TTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informá tica. Sã o Paulo:


Saraiva, 2002.

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. Sã o Paulo:


Cortez, 2000.

16
Metodologia
de Pesquisa
Material Teórico
Textos Científicos

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Vilma Lima

Revisão Textual:
Prof. Ms. Cláudio Brites
Textos Científicos

Trabalhos Científicos
Tipos de Trabalhos Científicos
Trabalhos de Encerramento de Cursos

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Nesta unidade da disciplina Metodologia da Pesquisa Científica, pre- tendemos apresentar a você os p
Orientações de estudo
Para que o conteú do desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na
sua formaçã o acadêmica e atuaçã o profissional,
siga algumas recomendaçõ es bá sicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair
com as redes
sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horá rio fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma
alimentaçã o saudá vel pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
també m encontrará sugestõ es de conteú do extra no item Material Complementar, que ampliarã o
sua interpretaçã o e auxiliarã o no pleno entendimento dos temas abordados.

Apó s o contato com o conteú do proposto, participe dos debates mediados em fó runs de
discussã o, pois irã o auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de
ideias e aprendizagem.
UNIDAD Textos

Trabalhos Científicos
A preparaçã o planejada e metó dica de um trabalho científico, tal como o que é
exigido nos cursos de graduaçã o e pó s-graduaçã o, supõ e uma sequência de etapas.

As principais etapas para elaboraçã o dos trabalhos sã o: determinaçã o e


delimitaçã o do tema, levantamento bibliográ fico e de fontes primá rias de
pesquisa acerca do tema, leitura e aná lise da documentaçã o, construçã o ló gica
do trabalho e, finalmente, redaçã o do texto.

Determinação e Delimitação do Tema


A determinaçã o do assunto a ser tratado envolve a escolha e a delimitaçã o
do tema. A escolha do tema deve estar vinculada a dois aspectos fundamentais:
formaçã o do pesquisador e sua prá tica cotidiana. As vivências dos problemas
no desempenho profissional diá rio ajudam a alcançar a clareza necessá ria ao
investigador na delimitaçã o e resoluçã o do problema (TRIVINÕ S, 1987, p. 93). O
tema delimitado facilita a pesquisa.

A partir de uma visã o clara do tema, sob determinada perspectiva, faz-se a


problematizaçã o. A formulaçã o do problema, da hipó tese ou das questõ es de
pesquisa a serem investigadas deve ser redigida com precisã o e objetividade.

Importante!
Devemos ter maiores cuidados em relação a temas que já foram objeto de outros estu

Levantamento Bibliográfico e de Fontes Primárias


As fontes documentais ou fontes primá rias referem-se a documentos, escritos ou
nã o, tais como: documentos de arquivos pú blicos (jornais, documentos oficiais,
dados estatísticos, dados histó ricos e material cartográ fico, entre outros)
documentos de arquivos privados (diá rios, memoriais, cartas, autobiografias e
outros). Essas fontes sã o criadas no tempo em que se estuda, por uma autoridade,
geralmente uma com conhecimento pessoal direto dos eventos descritos. Sã o fontes
entendidas como mais pró ximas à origem da informaçã o ou da ideia em estudo.

As fontes bibliográ ficas ou secundá rias abrangem todo o material que tenha sido
tornado pú blico por um profissional ou pesquisador, que tenha analisado as fontes
primá rias de pesquisa. Portanto, tratam-se daquelas informaçõ es originalmente
apresentadas em outros lugares.

8
O levantamento de fontes faz-se mediante consultas a catá logos e fichá rios de
bibliotecas, sumá rios de publicaçõ es, bancos de teses e dissertaçõ es, material de
divulgaçõ es, material de divulgaçã o de editoras, listas bibliográ ficas constantes de
livros e artigos ligados ao tema, programas de busca da Internet etc.

Levantando o material, faz-se necessá ria uma triagem, já que nem tudo será
lido e estudado. Neste ponto, as resenhas sã o importantes por indicarem se o
material é ou nã o ú til ao desenvolvimento da pesquisa. Quando nã o há resenhas
disponíveis, deve-se procurar informaçõ es diretamente na obra: prefá cios, orelhas,
sumá rios, passagens do texto etc.

É no momento da triagem que se identifica aquele material, nã o só relevante,


como mais adequado ao desenvolvimento do trabalho, deixando-se de lado obras
genéricas como enciclopédias, revistas nã o especializadas, livros didá ticos, enfim,
todo material que nã o apresente grau de complexidade compatível com o nível que
o pesquisador pretende alcançar.

Ao contrá rio do que se pensa, nã o se deve pesquisar apenas em documentos


recentes e atualizados. Uma pesquisa científica deve ser iniciada a partir de
referê ncias antigas, quando o assunto assim o ensejar. Os livros, as revistas, os
jornais e mesmo a internet podem ser fontes valiosas de informaçõ es relevantes na
pesquisa que se deseja realizar. Sã o necessá rios dados quantitativos e qualitativos
que possam validar os fundamentos do estudo desejado.

Leitura e Análise da Documentação


De posse das informaçõ es obtidas mediante a busca, levantamento e leitura
preliminar das fontes de pesquisas, faz-se necessá ria a elaboraçã o de um plano
prévio do trabalho a ser desenvolvido. Trata-se de um esboço traçado a partir das
grandes linhas que estruturarã o o estudo. Sendo provisó rio, este plano inicial, na
medida em que incorpora ganhos de leitura, sugestõ es de especialistas, dados de
observaçã o da realidade, poderá sofrer reformulaçõ es mais ou menos profundas.

Estabelecido o plano prévio, inicia-se a leitura propriamente dita do material


selecionado, leitura esta seguida de anotaçõ es: fichamentos, resumos, resenhas
e mesmo comentá rios pessoais, os quais devem ser classificados e arquivados,
tendo em vista a redaçã o do texto final.

A Construção Lógica do Trabalho


A construçã o ló gica do trabalho é expressa mediante o encadeamento ló gico
das ideias, com o objetivo de comunicar ao leitor todo o percurso do estudo e suas
conclusõ es. Qualquer que seja sua natureza: resenha, artigo, monografia etc., o
trabalho científico deve se constituir numa totalidade inteligível e organicamente
estruturado. Para tanto, é preciso que as seçõ es do trabalho, os capítulos, os
pará grafos, organizem-se de modo coeso, numa sequência ló gica, de modo que o
leitor seja capaz de seguir o fio condutor do raciocínio.

9
9
UNIDAD Textos

Redação do Texto
A redaçã o de um trabalho acadêmico deve ser realizada com atençã o para evitar
problemas de digitaçã o, problemas com pontuaçã o, ortografia, concordâ ncia ou
incoerência dos dados apresentados, entre outros.
Nunca uma primeira redaçã o pode ser dada como definitiva: é indispensá vel
a redaçã o prévia das partes e outra redaçã o global do trabalho. Esta
redaçã o deverá ser revista, criticada, uma ou duas vezes, para que se
possa considerá -la como definitiva (ANDRADE, 2003, p. 89).

No momento da redaçã o final do trabalho, é muito importante que o estudante/


pesquisador tenha em mã o dicioná rios, dicioná rios de sinô nimos e manuais de
redaçã o, entre outros materiais, para evitar problemas de ortografia e, também, a
repetiçã o constante de palavras.

A formataçã o do trabalho científico deverá seguir o padrã o de Normas Técnicas


da Associaçã o Brasileira de Normas Té cnicas – ABNT. As normas atualizadas da
ABNT encontram-se na Biblioteca da Universidade.

Tipos de Trabalhos Científicos


Fichamento
O fichamento consiste no ato de registrar os estudos de um livro e/ou um texto
visando a possibilitar ao estudante a assimilaçã o do conhecimento, bem como
facilitar a execuçã o dos trabalhos acadêmicos. A ficha que pode ser produzida
manualmente ou no computador deve conter a seguinte estrutura: cabeçalho
indicando o assunto e a referê ncia da obra, isto é, a autoria, o título, o local de
publicaçã o, a editora e o ano da publicaçã o. Essa estraté gia de estudo é bastante
interessante de se efetivar, principalmente, quando estamos elaborando trabalhos
mais extensos – monografia, dissertaçõ es – e etc.

Existem diversos modelos de ficha de estudo. Cada aluno, no entanto, deve


produzir a sua. Salientamos que é essencial constar nas fichas as informaçõ es
bases do texto fichado, visando facilitar a utilizaçã o das informaçõ es da ficha. Para
facilitar, já utilize as normas da ABNT.

Anote sempre: nome completo do autor, título, editora, local, ano quantidade de
pá ginas. Nã o esqueça, se for o caso de uma citaçã o direta, de anotar a pá gina na
qual consta o trecho retirado. Essa açã o facilitará muito o seu trabalho.

10
Fichamento: método de armazenamento, organização e consulta de informações, sobre

Fichamento – Exemplo
Assunto (TEMA): Vida e cotidiano Ficha no. 01

Referência Bibliográ fica Completa:

HELLER, Agnes. O cotidiano e a histó ria. 4.ed. Sã o Paulo: Paz e Terra,


1992.

Texto da Ficha:

“O homem nasce já inserido em sua cotidianidade. O amadurecimento do


homem significa, em qualquer sociedade, que o indivíduo adquire todas as
habilidades imprescindíveis para a vida cotidiana da sociedade (camada social)
em questã o. É adulto capaz de viver por si mesmo na sua cotidianidade”
(p.18).

“O adulto deve dominar, antes de mais nada, a manipulaçã o das coisas


[...] Mas embora a manipulaçã o das coisas seja idêntica à assimilaçã o das
relaçõ es sociais, continua também contendo inevitavelmente, de modo
imanente, o domínio espontâ neo das leis da natureza” (p. 19).

Tipo de fichamento: Citaçã o

Biblioteca que se encontra a obra: Biblioteca da UNIT (UNIVERSIDADE


TIRADENTES – Campus II - FAROLANDIA)

Resumo
Apresentaçã o sucinta das principais ideias de um texto, ressaltando os trechos
mais relevantes, sem adicionar comentá rios e/ou opiniõ es pessoais. Sua redaçã o
será obtida a partir da capacidade analítica e compreensiva do leitor. Portanto,
quanto mais se tiver domínio e compreensã o dos assuntos tratados no texto a
ser resumido, maior será a capacidade de síntese e de interpretaçã o. No mundo
acadêmico, o desenvolvimento desse tipo de trabalho é importante, por que
permite, “[...] em rá pida leitura, recordar o essencial do que se estudou e
[apresentar] a conclusã o a que se chegou” (GALLIANO, 1986, p. 89).
Lembre-se: nesse tipo de trabalho, a opinião de quem está lendo e resumindo o

11
11
UNIDAD Textos

Além disso, é importante ressaltar que um resumo nã o é um simples recorte- e-


cole das partes que você julgou como as mais importantes do texto lido – o que
deve ser feito é um trabalho de leitura, releituras e identificaçã o das ideias
mais relevantes que, posteriormente, deverã o ser retransmitidas de forma breve
e organizadas. Existem vá rias formas para se fazer um bom resumo, a título de
informaçã o, sugerimos a que segue:
1. Leia e releia o texto;
2. Anote, circule e identifique tudo o que você desconhece;
3. Busque informações sobre essas questões desconhecidas;
4. Busque as informações mais importantes/essenciais do texto;
5. Organize essas ideias de modo que fique fácil de entendê-las. Sugerimos
que você tente responder a duas questões: 1. O que está sendo dito no
texto?; 2. Como eu explicaria este assunto para alguém?;
6. Escreva o resumo com suas palavras.

Resumo - Exemplo
Texto - Lendas da Via Lá ctea

A Via Lá ctea era imaginada como o caminho para casa de Zeus/Jú piter. Era
também considerada o percurso desordenado da corrida de Faetonte pelo
Céu, enquanto conduzia o carro do Sol. Os povos nó rdicos acreditavam que
a Via lá ctea era o caminho seguido pelas almas para o céu.

Na Escó cia antiga, ela era a estrada prateada que conduzia ao castelo do rei
do fogo. Os índios primitivos acreditavam que a Via Lá ctea era o caminho
que os espíritos percorriam até à s suas aldeias, no Sol. O seu caminho é
marcado pelas estrelas, que sã o fogueiras que os guiam ao longo do
caminho.

Resumo:

Existem vá rias lendas acerca da Via Lá ctea. Sã o vá rios os povos, desde os


gregos, os nó rdicos e os indígenas primitivos, que interpretam a Via Lá ctea
como um caminho, um rio celestial ou como guia das almas até ao céu.

Resenha
A resenha, assim como o resumo, tem como principal característica a
apresentaçã o de um texto conciso, mas com uma avaliaçã o positiva ou negativa
sobre o texto resenhado. O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo
cultural como livros, filmes, peças de teatro etc.

12
Se no resumo não havia espaço para o diálogo, na resenha, esse espaço é indispe

É importante ter claro que a resenha representa mais do que uma simples
opiniã o. Você deverá compreender os assuntos tratados para criar sinergia entre as
suas ideias e as ideias do autor da obra. Sua opiniã o, portanto, deverá ser baseada
em argumentos e evidê ncias reunidos e em um raciocínio pró prio. Existem vá rias
formas para se fazer uma boa resenha, a título de informaçã o, sugerimos a que
segue:

Resuma a obra a ser resenhada;

Discuta os aspectos positivos da obra;

Identifique as contradiçõ es, os furos e as inconsistências da obra;

Verifique se os dados ou pesquisas apresentadas pelo autor sã o suficientes
para apoiar suas afirmaçõ es;

Verifique se há perguntas sem respostas;

Identifique/pesquise termos e conceitos com os quais nã o esteja familiarizado,
para que possa compreender e dialogar com o texto.

Importante!
Resumo X Resenha
No resumo, objetiva-se sintetizar um texto-fonte, ressaltando, para isso, seus trech

Nã o esqueça:
A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e
cortês, sobre o assunto tratado no livro, evidenciando a contribuiçã o do
autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias (LAKATOS,
1995, p. 234).

O resenhista deve resumir o assunto e apontar as falhas e os erros de


informaçã o encontrados, sem entrar em muitos pormenores, e, ao
mesmo tempo, tecer elogios aos méritos da obra, desde que sinceros e
ponderados (LAKATOS, 1995, p. 243).

13
13
UNIDAD Textos

Resenha - Exemplo
Um gramatico contra a gramá tica

Gilberto Scarton

Língua e Liberdade: por uma nova concepçã o da língua materna e seu


ensino (L&PM, 1995, 112 pá ginas) do gramá tico Celso Pedro Luft traz um
conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua
materna, por combater, veemente, o ensino da gramá tica em sala de aula.

Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramá tico bate,


intencionalmente, sempre na mesma tecla – uma variaçã o sobre o mesmo
tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noçõ es
falsas da língua e gramá tica, a obsessã o gramaticalista, inutilidade do ensino
da teoria gramatical, a visã o distorcida de que se ensinar a língua é se
ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prá tica
linguística, a postura prescritiva, purista e alienada – tã o comum nas “aulas
de português”.

O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teó rico


de espírito lú cido e de larga formaçã o linguística e professor de longa
experiência leva o leitor a discernir com rigor a gramá tica e comunicaçã o:
gramá tica natural e gramá tica artificial; gramá tica tradicional e linguística;
o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber
gramá ticos, dos linguistas, dos professores; e o ensino ú til, do ensino inú til;
o essencial, do irrelevante.

Essa fundamentaçã o linguística de que lança mã o – traduzida de forma


simples com fim de difundir assunto tã o especializado para o pú blico
geral – sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de
que aprender uma língua nã o é tã o complicado como faz ver o ensino
gramaticalista tradicional. É , antes de tudo, um fato natural imanente ao ser
humano; um processo espontâ neo, automá tico, natural, inevitá vel, como
crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensã o inata pela
linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitó rio,
nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver
seu espírito crítico e para falar por si.
Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft nã o seja tã o
original quanto pareça ser para o grande pú blico (pois as mesmas
concepçõ es aparecem em muitos teó ricos ao longo da histó ria), tem o
mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentaçã o que
lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores – vítimas do ensino
tradicional – e os professores de português – teó ricos, gramatiqueiros,
puristas – têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramá ticas
que escreve contra a gramá tica na sala de aula.

14
Paper
Busca-se na ABNT a definiçã o do que seja um paper, já que esse normalmente é
confundido com artigo científico. Para a ABNT (1989), contudo, um paper consiste
em um pequeno artigo científico, ou seja, podemos dizer que é um artigo científico
mais resumido. Normalmente esse tipo de trabalho traz, em poucas palavras, a ideia
de um projeto ou de um caso em andamento ou já analisado e suas argumentaçõ es
e defesas, de modo claro e objetivo. Esse tipo de trabalho é bastante comum de ser
solicitado em seminá rios e congressos, principalmente nas á reas de saú de.

A estrutura de um paper é idê ntica à de um artigo científico.

Artigo Científico
O pró prio nome já revela o que seja esse tipo de trabalho. Entendido no meio
acadêmico como um texto científico cuja funçã o é relatar os resultados de uma dada
pesquisa, materializa-se sob a forma de um relato acerca dos resultados originais de
um estudo. Para Santos (2007, p. 43),

[...] sã o geralmente utilizados como publicaçõ es em revistas especializadas, a fim


de divulgar conhecimentos, de comunicar resultados ou novidades a respeito de
um assunto, ou ainda de contestar, refutar ou apresentar outras soluçõ es de uma
situaçã o convertida.

Cada instituiçã o, revista, editora etc. define as regras específicas para o autor
seguir. A formataçã o de praxe é a que segue:

Introduçã o: apresentaçã o do artigo, onde se esclarece ao leitor a natureza


do problema cuja resoluçã o será descrita no artigo; o estado da arte do tema; o
objetivo do artigo e sua relevâ ncia;

Desenvolvimento do artigo: descriçã o, ao longo de vá rios pará grafos, de todos


os pontos relevantes da pesquisa realizada;

Conclusõ es: apresentaçã o clara do que se concluiu com o estudo;

Referências: trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou endereços eletrô nicos
que foram referenciados ao longo do artigo.
Artigo Científico - Segundo a ABNT (NBR 6022, 2003, p.2), o artigo científico pode

15
15
UNIDAD Textos

Projeto de Pesquisa
Esse tipo de trabalho consiste num importante passo da produçã o científica. É
nele que o aluno apresenta, delimita e expõ e seu objeto de estudo, especificando o
tipo de abordagem que pretender utilizar durante a realizaçã o do estudo/pesquisa.
Pode-se dizer que o projeto de pesquisa abre as portas para a realizaçã o da
monografia, do Trabalho de Conclusã o de Curso – TCC ou de qualquer outro tipo
de trabalho acadêmico.

O referido trabalho deve expressar a síntese do conteú do que será exposto no


futuro trabalho acadêmico que se pretende realizar. Alguns itens sã o essenciais
para a elaboraçã o de um bom projeto de pesquisa:

1º Escolha do tema: apresentaçã o do assunto que se pretende trabalhar;

2º Formulaçã o do problema: apresentaçã o dos problemas que esse as-
sunto sugere;

3º Hipó teses: resposta provisó ria para o problema de pesquisa;

4º Justificativa: apresentar os motivos que o levaram a escolher o assunto;

5º Objetivos: apresentar onde você pretende chegar com a pesquisa;

6º Referencial teó rico: apresentaçã o dos estados da arte do tema escolhido –
identificar outras obras que já trabalharam com o mesmo assunto;

7º Metodologia da pesquisa: apresentar como a pesquisa será efetivada; ca-
minhos para se chegar aos objetivos propostos; qual o tipo de pesquisa será
realizada; qual o universo/amostragem da pesquisa; quais os instrumentos de
coleta de dados; como foram construídos os instrumentos de pesquisa; qual a
forma que será usada para a tabulaçã o de dados; como interpretará e analisará
os dados e informaçõ es;

8º Cronograma: quais atividades serã o desenvolvidas para a execuçã o do pro-
jeto e em que prazo;

7º Referências: lista dos autores que serã o citados no projeto.

Trabalhos de Encerramento de Cursos


Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
Os trabalhos de conclusã o de curso de graduaçã o, conhecidos como TCC,
constituem uma modalidade de iniciaçã o científica. O aluno apresenta um trabalho
abordando algum tema que foi tratado durante o curso que está concluindo e
deve demonstrar que domina tanto o assunto, quanto as técnicas formais para a
produçã o de monografia.

16
Esse tipo de trabalho: implica em orientaçã o de conteú do e técnica, tendo por
finalidade a conclusã o de um curso. A institucionalizaçã o de tais monografias de
final de curso visa calibrar a qualidade e aproveitamento do ensino que esta ou
aquela faculdade oferece (BASTOS; KELLER, 2000, p. 66).

É necessá ria, também, para os que frequentam cursos de especializaçã o,


para a obtençã o do título de especialista, a elaboraçã o de um TCC (monografia)
relacionado à á rea em questã o.

Interdisciplinar (TGI)
O TGI é um documento exigido em cursos de graduaçã o sobre estudos realizados
pelos alunos, com o objetivo de induzir e fixar o aprendizado. Deve ser feito sob a
coordenaçã o do professor. As instituiçõ es de ensino estabelecem regras parecidas
quanto à elaboraçã o de um TGI. Eis algumas delas:
a) O Trabalho de Graduação Interdisciplinar deve estar de acordo com as
normas e regulamentos da instituição e a legislação brasileira vigente;
b) A área de conhecimento a ser estudada deverá ter sido aprovada por
uma Comissão, Coordenação de Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
c) As atividades efetivamente realizadas devem ser condizentes com o
plano de trabalho;
d) A carga horária mínima deve ser alcançada;
e) Os objetivos propostos para o Trabalho de Graduação Interdisciplinar
devem ser atingidos;
f) O aluno deve comprovar conhecimento do Código de Ética relativo ao
Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
g) O discente deverá apresentar, dentro dos prazos, os relatórios exigidos pela
supervisão do Trabalho de Graduação Interdisciplinar;
h) O aluno deverá apresentar, na data estabelecida, a defesa oral do Trabalho
de Graduação Interdisciplinar perante a banca examinadora.

Apesar de muitas instituiçõ es de ensino superior requererem a elaboraçã o de um


TCC como requisito para a obtençã o de uma graduaçã o, nem sempre é exigido o
TGI, que é opcional.

Monografia
A Monografia é um trabalho científico que se destina a estudar um assunto em
específico, normalmente apresentada como um trabalho de conclusã o de curso
de graduaçã o e pó s-graduaçã o lato sensu. Trata-se de um trabalho, normalmente,
escrito apenas por uma pessoa. Atualmente é o mais disseminado tipo de trabalho
científico. Caracteriza-se por ser um trabalho que apresenta resultado de uma
investigaçã o pouco complexa e sobre um tema ú nico e bastante bem delimitado.

17
17
UNIDAD Textos

Dissertação
A dissertaçã o de mestrado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido
em cursos de pó s-graduaçã o stricto sensu, como requisito para obtençã o do grau
acadêmico de mestre.

O trabalho deve revelar domínio de conhecimentos específicos da á rea,


capacidade de aná lise das fontes primá rias e secundá rias de pesquisa, capacidade
de síntese e argumentaçã o, pois pressupõ e a defesa pú blica do trabalho para uma
banca de professores pesquisadores doutores.

Tese
A tese de doutorado é um trabalho científico de pesquisa, desenvolvido em
cursos de pó s-graduaçã o stricto sensu, como requisito para obtençã o do grau
acadêmico de doutor. O trabalho possui como principal característica a
originalidade e deve revelar domínio de conhecimentos específicos da á rea,
capacidade de aná lise das fontes primá rias e secundá rias de pesquisa, capacidade de
síntese, de elaboraçã o de novos conceitos ou teorias que contribuam para o
desenvolvimento do conhecimento cien- tífico e, ainda, capacidade de
argumentaçã o, pois pressupõ e a defesa do trabalho para uma banca de professores
pesquisadores doutores e livre-docentes.

18
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Apresentação e Tipos de Trabalhos Acadêmicos
https://goo.gl/DoHx7E

Leitura
Resenha Acadêmica Descritiva
https://goo.gl/kfWdEz
A Constituição do Dado em Escritos Sobre a Prática de
Ensino de Língua: Análise Discursiva de Relatórios e Artigos
https://bit.ly/3I3A5ns
A Prática da Citação na Universidade as Referências à Informação Científica em Trabalhos Acadêmicos
https://bit.ly/3l6GRzB
A Produção de Resumos Acadêmicos na Universidade: Percepções
de Modelos de Ensino-Aprendizagem na Perspectiva dos
Letramentos https://bit.ly/3DPIckY

19
19
UNIDAD Textos

Referências
ALVES, R. A filosofia da ciê ncia: introduçã o ao jogo e suas regras. Sã o Paulo:
Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introduçã o à metodologia do trabalho científico. Sã o Paulo:


Atlas, 2003.

DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. Sã o Paulo: Atlas,

2000. DIONE, J.; LAVILLE, C. A construçã o do saber. Porto Alegre:UFMG,

2004.

FREIRE-MAIA, N. A ciê ncia por dentro. 6. ed. Petró polis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prá tica. Sã o Paulo: Harbra,

1986. GIL, A. C. Mé todos e té cnicas de pesquisa social. 2. ed. Sã o Paulo: Atlas,

1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petró polis:


Vozes, 2003.

JAPIASSÚ , H. Nascimento e morte das ciê ncias humanas. Rio de Janeiro: F.


Alves, 1978.

KÖ CHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12. ed. Petró polis:


Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluçõ es científicas. Sã o Paulo: Perspectiva, 1991.

MÁ TTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informá tica. Sã o Paulo:


Saraiva, 2002.

MOREIRA, D. A. O mé todo fenomenoló gico na pesquisa. Sã o Paulo: Pioneira


Thomson Learning, 2004.

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. Sã o Paulo:


Cortez, 2000.

20
Metodologia de Pesquisa
Material Teórico
Pesquisa Científica – Classificação

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Ana Barbara Pederiva

Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vilma Lima

Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa
Santos
Pesquisa Científica – Classificação

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Estando no universo acadêmico, é preciso que o aluno adquira o conhecimento dos diferentes tipos
Orientações de estudo
Para que o conteú do desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na
sua formaçã o acadêmica e atuaçã o profissional,
siga algumas recomendaçõ es bá sicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair
com as redes
sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horá rio fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma
alimentaçã o saudá vel pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
també m encontrará sugestõ es de conteú do extra no item Material Complementar, que ampliarã o
sua interpretaçã o e auxiliarã o no pleno entendimento dos temas abordados.

Apó s o contato com o conteú do proposto, participe dos debates mediados em fó runs de
discussã o, pois irã o auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de
ideias e aprendizagem.
UNIDAD Pesquisa Científica –

Contextualização
Nã o importa o nível de escolarizaçã o, nos cursos, em todos os níveis, será
exigida, da parte do estudante, alguma atividade de pesquisa.

Mas você sabe o que é pesquisa? Qual a sua finalidade?

Você sabia que o Brasil ocupa posição de destaque no ranking de qualidade científica, me

Introdução
Entende-se por pesquisa científica o conjunto de atividades que têm por
finalidade buscar conhecimento para alguma dú vida que se tenha. Trata-se,
portanto, de uma atividade voltada para a soluçã o de problemas teó ricos ou
prá ticos com o emprego de métodos e técnicas científicas. Para Demo (2000, p.
20), “Pesquisa é entendida tanto como procedimento de fabricaçã o do
conhecimento, quanto como procedimento de aprendizagem (princípio
científico e educativo), sendo parte integrante de todo processo reconstrutivo
de conhecimento”.

Inú meros autores, entre os quais Andrade (1999), Cervo e Bervian (1996), Gil
(1982), Lakatos e Marconi (1991), Salomon (1977) e Severino (2000), ao con-
ceituarem pesquisa científica, concordam que se trata de procedimento eminente-
mente racional, que faz uso de métodos científicos, visando à busca de respostas e
explicaçõ es para a questã o em estudo. Enfatizam, também, o cará ter processual da
pesquisa enquanto atividade que envolve fases, desde a formulaçã o adequada do
problema até a elaboraçã o e apresentaçã o do relató rio final ou monografia.

Se continuarmos a buscar definiçõ es para o que seja pesquisa, encontraremos


diversas respostas. De maneira bastante simples, pesquisar pode ser entendido
como a procura por respostas para as mais diferenciadas indagaçõ es. Isso posto,
podemos concluir que pesquisamos a todo momento, ainda que, certamente, nã o
o façamos cientificamente, ou seja, de modo sistemá tico e a partir do emprego de
processos científicos.

Consultar livros e revistas, verificar documentos, conversar com pessoas, fa-


zer perguntas a fim de obter respostas podem ser consideradas formas de se
fazer pesquisa uma vez que se está fazendo uma investigaçã o. Evidentemente,
esse sentido mais genérico de pesquisa se opõ e ao conceito de pesquisa cientí-
fica que tem por objetivo comprovar uma hipó tese através do uso de processos
científicos. Nesse sentido, a definiçã o de Lakatos e Marconi (2007, p. 157) é
bastante elucidativa, já que faz constar que a pesquisa pode ser considerada “[...]

8
um procedimento formal com mé todo de pensamento reflexivo que requer um
tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou
para descobrir verdades parciais”.

Pesquisar cientificamente significa nã o apenas procurar a verdade, mas,


principalmente, descobrir respostas para perguntas ou soluçõ es para os problemas
levantados através do emprego de mé todos científicos.

Antes de darmos prosseguimento, é preciso que fique claro que ainda que
façamos pesquisa em vá rios momentos de nossa vida cotidiana, nã o se pode
confundir uma simples indagaçã o com pesquisa científica, já que esta pressupõ e
uma atividade científica completa, que vai desde a formulaçã o do problema até a
apresentaçã o de seus resultados.

Um estudo, por sua vez, será considerado científico quando:



A partir de um marco teó rico, discutir ideias e fatos relevantes.

O assunto tiver cará ter relevante e identificá vel para o autor e leitores.

Tiver alguma utilidade para a ciência ou comunidade.

O autor tiver domínio do assunto, capacidade de sistematizaçã o, recriaçã o e
crítica do material coletado.

Apresentar algo inédito.

A pesquisa indicar com clareza os procedimentos utilizados.

Fizer constar elementos que possibilitem refutar ou aceitar as conclusõ es.

Apresentar de modo rigoroso os documentos e fontes utilizadas.

A comunicaçã o dos resultados for organizada de modo ló gico.

A escrita estiver gramaticalmente correta.

Apó s essa ligeira apresentaçã o do que seja a pesquisa, nas pró ximas pá ginas,
vamos pensar na pesquisa a partir de sua aplicaçã o nas atividades acadêmicas.
Sim, porque se na ”vida comum” pesquisamos o tempo todo, como já dissemos
anteriormente, imagine isso no cotidiano da vida acadêmica, ou seja, durante o
tempo em que você passar pela universidade, tanto no nível de graduaçã o quanto
de pó s-graduaçã o. A pesquisa lhe acompanhará durante todo esse período.

Para Cervo e Bervian (1996), os passos geralmente observados na realizaçã o de


pesquisas sã o os seguintes:

Formular questõ es ou propor problemas e levantar hipó teses.

Efetuar observaçõ es e medidas.

Registrar, tã o cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o in-
tuito de responder à s perguntas formuladas ou comprovar a hipó tese
levantada.

Elaborar explicaçõ es ou rever conclusõ es, ideias ou opiniõ es que estejam em
desacordo com as observaçõ es ou com as respostas resultantes.

9
9
UNIDAD Pesquisa Científica –


Generalizar, isto é, estender as conclusõ es obtidas a todos os casos que
envolvam condiçõ es similares; a generalizaçã o é tarefa do processo chamado
induçã o.

Prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condiçõ es, é de se
esperar que surjam certas relaçõ es (CERVO e BERVIAN, 1996, p.46-47).

As pesquisas costumam ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e


nomenclaturas. Podem ser classificadas, por exemplo:

Segundo a á rea de conhecimento – em pesquisas socioló gicas, antropoló gicas,
educacionais etc.;

Segundo suas finalidades – em pesquisa pura ou aplicada;

Segundo as técnicas de coleta e interpretaçã o de dados – em pesquisa
quantitativa e qualitativa;

Segundo o ambiente em que se desenvolve – em pesquisas de campo, de
laborató rio.

A essa diversidade correspondem mú ltiplas maneiras de interpretar os dados


obtidos. Sã o os diferentes marcos epistemoló gicos de que se lança mã o para a
compreensã o da realidade estudada. O resultado nã o deve constituir uma verdade
ú nica, absoluta e inquestioná vel, mas uma forma de conhecimento que atribui um
determinado sentido (nã o dogmá tico) à quele aspecto particular do real.

Conforme esclarece Pá dua (1996), a classificaçã o das pesquisas em diferentes


tipos surgiu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das pró prias
pesquisas. A autora, entretanto, observa:
Para além do formalismo que uma tipologia requer, devemos reconhecer
que o fundamental é compreender a realidade em seus mú ltiplos
aspectos e, para tanto, essa compreensã o vai requerer, e talvez admitir,
diferentes enfoques, diferentes níveis de aprofundamento, diferentes
recursos, dependendo dos objetivos a serem alcançados e as
possibilidades do pró prio pesquisador para desenvolvê-los. (PÁ DUA,
1996, p. 32-33)

Tipos de Pesquisas
Como já fora dito, o interesse e principalmente a curiosidade fazem com que o
homem investigue sua realidade sob os mais diversificados aspectos e dimensõ es.
É fato, também, que essa busca pelo conhecimento admite níveis diferenciados de
enfoques e aprofundamentos em funçã o do objeto de estudo, dos objetivos e da
qualificaçã o do pesquisador.

Isso posto, fica evidente e natural a existência de inú meros tipos de pesquisa,
cada uma delas com suas especificidades.

10
Pesquisa Exploratória

Pesquisa Descritiva

Pesquisa Básica Pesquisa Explicativa

Quanto à Natureza Quanto aosQuanto aos


Objetivos Procedimentos

Pesquisa Aplicada
Pesquisa Bibliográfica Pesquisa Documenta
Pesquisa Operacional
Estudo de Caso Pesquisa-Ação Pesquisa Participante Expost-Facto

Figura 1
Fonte: Adaptado de Silva (2004)

A Pesquisa, sob o Ponto de Vista da sua Natureza:


a) Pesquisa bá sica: gera conhecimentos novos e úteis para o progresso da
ciência sem aplicação prática prevista. De acordo com a ABNT, esse tipo de
pesquisa destina-se à investigação de fenômenos físicos e seus
fundamentos.
b) Pesquisa aplicada: gera conhecimentos para aplicação prática com foco
na solução de problemas específicos.

A Pesquisa, Sob o Ponto de Vista de seus Objetivos:


a) Pesquisa explorató ria: muito utilizada para familiarizar-se com um
assunto ainda pouco conhecido ou explorado. Assume, em geral, as
formas das pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
b) Pesquisa descritiva: utilizada quando se quer observar, analisar e correla-
cionar fatos ou fenômenos sem, no entanto, interferir neles.
Considerando que nesse tipo de pesquisa trabalha-se com dados ou
fatos colhidos da própria realidade é indicado o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados. Assume, em geral, a forma de
levantamento.

11
11
UNIDAD Pesquisa Científica –

c) Pesquisa explicativa: utilizada primordialmente quando se quer identificar


fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. É utilizada quando se quer saber o porquê das coisas, ou seja,
suas razões. Busca-se, neste tipo de pesquisa, apresentar o modo ou o
motivo pelo qual o fenômeno é produzido.

A pesquisa sob o ponto de vista de seus procedimentos técnicos:


a) Pesquisa bibliográ fica: quando organizada a partir de material já
publicado, como livros, revistas, publicações em periódicos e artigos
científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material
cartográfico, internet. O foco desse tipo de pesquisa é familiarizar o
pesquisador com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa.

O uso deste procedimento deve ser uma rotina tanto na vida profissional de profe

b) Pesquisa documental: muito confundida com a pesquisa bibliográfica,


no entanto, enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza das contribuições
de vários autores, a pesquisa documental baseia-se em materiais que
não receberam qualquer tratamento analítico ou que podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.
c) Pesquisa experimental: neste tipo de pesquisa, tem-se como objetivo
demonstrar como e por que determinado fato é produzido. Ainda que
esse tipo de pesquisa não se resuma a pesquisas de laboratório, é mais
frequentemente utilizada nas ciências tecnológicas e nas ciências biológicas.
d) Levantamento (survey): bastante utilizado nos estudos descritivos
quando se deseja conhecer a opinião das pessoas. Esse tipo de estudo
destina-se a pesquisa em grande escala, ou seja, quando se pretende saber
a opinião de um grande número de entrevistados.
e) Pesquisa de campo: entendida como aquele tipo de pesquisa que preten-
de buscar a informação diretamente com a população pesquisada,
consiste, portando, na observação de fatos e fenômenos tal como
ocorrem. É preciso considerar que nestes tipos de estudo o pesquisador
precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu, para reunir as
informações necessárias.

12
f) Estudo de caso: consiste no estudo aprofundado e exaustivo de um
determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade de maneira
que permita seu amplo e detalhado conhecimento. A ideia é que esse
conhecimento seja posteriormente generalizado, portanto, o sujeito de
pesquisa deverá poder representar seu universo.
g) Pesquisa ex-post-facto: como o nome sugere, esse tipo de estudo analisa
situações que se desenvolveram após algum acontecimento. A ideia é
estudar um fenômeno já ocorrido para tentarmos explicá- lo e entendê-lo.
h) Pesquisa-açã o: neste tipo de pesquisa, os pesquisadores e os sujeitos de
pesquisa estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Além
disso, pressupõe além da pesquisa a resolução de um problema coletivo ou
a efetivação de alguma ação prática.
i) Pesquisa participante: este tipo de estudo, assim como a pesquisa-ação,
caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e membros das situações
investigadas. A diferença básica é que neste tipo de pesquisa não há a
resolução de problemas e o pesquisador não é neutro, ele elabora suas
conclusões em conjunto com os sujeitos pesquisados. Assim sendo, o
conhecimento é construído coletivamente.

A pesquisa sob o ponto de vista da abordagem do problema:


a) Pesquisa qualitativa: configura-se como aquele tipo de pesquisa que bus-
ca entender um fenômeno específico em profundidade. Ao invés de
esta- tísticas, regras e outras generalizações, este método trabalha com
descri- ções, comparações e interpretações. Neste tipo de pesquisa,
considera-se a complexidade e a particularidade dos fenômenos, e
procura-se na rea- lidade alcançar o entendimento das singularidades e
não da generaliza- ção. A abordagem qualitativa, portanto, realça os
valores, as crenças, as representações, as opiniões, atitudes e usualmente
é empregada para que o pesquisador compreenda os fenômenos
caracterizados por um alto grau de complexidade interna do fenômeno
pesquisado. Os métodos que caracteri- zam a pesquisa qualitativa são: o
dialético, por ser a relação sujeito-objeto dinâmica, e o fenomenológico,
visto que a experiência e o cotidiano são aspectos essenciais, aos quais o
pesquisador deverá dedicar-se para ultra- passar as aparências.

No método qualitativo, não se obtém resultados numéricos, mas sim respostas, pens

b) Pesquisa quantitativa: provavelmente a mais utilizada e a que você já


ouviu falar. Neste tipo de estudo, prioriza-se a tradução das informações
em número, frequência e intensidade. Como o próprio nome já sugere,

13
13
UNIDAD Pesquisa Científica –

quantifica resultados, avalia as opiniões extraídas de forma numérica


com perguntas objetivas. O método quantitativo na pesquisa científica
está associado à experimentação e manipulação do objeto estudado em
uma população ou universo. Em toda pesquisa quantitativa existe uma
população ou universo a ser pesquisado, ou seja, a ser ouvido. Na
impossibilidade de se estudar toda essa população, por limitação de
tempo, recursos técnicos, financeiros, humanos, geográficos, entre
outros, pode-se trabalhar com a teoria amostral. Assim sendo, do TODO
(população – universo), estabelece- se uma amostra ou parte representativa
dessa população que tanto pode ser probabilística quanto não
probabilística.

Técnicas de pesquisa
Agora que já conhecemos todos os tipos de pesquisa é necessário conhecermos
as técnicas de coleta de dados, bem como, os instrumentos de coleta de dados.
Alguns exemplos de Técnicas de coleta de dados:
· Entrevista
· Levantamentos ou enquetes
· Observações
· Censos
· Grupos focais (uma variação da entrevista)
· Leitura de documentos e obras
· Análise de discurso
· Análise de conteúdo
· Análise argumentativa
· Análise de conversação e de fala
· Análise retórica
· História de vida, e etc.

Alguns exemplos de Instrumentos de coleta de dados:


· Questionário
· Roteiro de Entrevista
· Roteiro de Observação

Importante!
A escolha do tipo de pesquisa sugere a técnica de coleta de dados, que por sua vez

14
Amostragem Probabilística
No caso da amostra probabilística, há a possibilidade de todos os elementos da
populaçã o terem possibilidade conhecida, diferente de zero, de serem incluídos na
amostra, o que garante a representatividade da amostra em relaçã o à populaçã o.
Os tipos de amostra probabilísticas sã o: aleató ria, sistemá tica, estratificada e por
conglomerado.

Amostragem não probabilística


Já no caso da amostra nã o probabilística, a escolha dos elementos da amostra
é feita de forma nã o aleató ria, ou seja, de forma racional de acordo com a
necessidade e conveniê ncia do pesquisador. Os tipos de amostra nã o probabilísticas
sã o: conveniência, quota, julgamento e bola de neve.

Diferenças entre o Método


Qualitativo e Quantitativo
Uma vez definido o tema da pesquisa, deve-se escolher entre realizar uma pesquisa
qualitativa ou uma quantitativa. Uma nã o substitui a outra: elas se complementam.

As pesquisas qualitativas têm cará ter explorató rio: estimulam os entrevistados a


pensar e falar livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir
aspectos subjetivos, atingem motivaçõ es nã o explícitas, ou mesmo nã o conscientes,
de forma espontâ nea.

As pesquisas quantitativas sã o mais adequadas para apurar opiniõ es e atitudes


explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utilizam instrumentos padronizados
(questioná rios). Sã o utilizadas quando se sabe exatamente o que deve ser
perguntado para atingir os objetivos da pesquisa. Permitem que se realizem
projeçõ es para a populaçã o representada. Elas testam, de forma precisa, as
hipó teses levantadas para a pesquisa e fornecem índices que podem ser
comparados com outros.

15
15
UNIDAD Pesquisa Científica –

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Amostragem Probabilística e não Probabilística
https://goo.gl/cDD2HH

Leitura
Métodos Estatísticos
https://goo.gl/DS9I59

16
Referências
BARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. A. de. Projeto de pesquisa: propostas m
etodoló gicas. 4. ed. Petró polis, RJ: Vozes, 2000.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. Sã o Paulo: Atlas, 2000.

GIL, A. C. Mé todos e té cnicas de pesquisa social. 6. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2008.

. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2010.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica.


6. ed. 5. reimp. Sã o Paulo: Atlas, 2007.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. ampl. Sã o


Paulo: Cortez, 2002.

. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. Sã o Paulo:


Cortez, 2007.

SILVA, C. R. O. Metodologia do trabalho científico. Fortaleza: Centro Federal


de Educaçã o Tecnoló gica do Ceará , 2004.

17
17
Metodologia de Pesquisa
Material Teórico
Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e Técnicos

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Ana Barbara Pederiva

Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vilma Lima

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e T

Introdução
Problema de Pesquisa

OBJETIVO DE APRENDIZADO
Compreender que a pesquisa tem como ponto de partida uma dú vida que precisa ser esclarecida.
Adotar procedimentos sistematizados na obtençã o das respostas.
Diferenciar entre os trabalhos dos cientistas e o dos estudantes universitá rios nã o deveria residir no
Orientações de estudo
Para que o conteú do desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na
sua formaçã o acadêmica e atuaçã o profissional,
siga algumas recomendaçõ es bá sicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair
com as redes
sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horá rio fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma
alimentaçã o saudá vel pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
també m encontrará sugestõ es de conteú do extra no item Material Complementar, que ampliarã o
sua interpretaçã o e auxiliarã o no pleno entendimento dos temas abordados.

Apó s o contato com o conteú do proposto, participe dos debates mediados em fó runs de
discussã o, pois irã o auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de
ideias e aprendizagem.
UNIDAD Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e

Contextualização
Você acredita que os estudantes trabalham cientificamente quando realizam
pesquisas dentro dos princípios estabelecidos pela metodologia científica, quando
adquirem a capacidade nã o só de conhecer as conclusõ es que lhes foram
transmitidas, mas se habilitam a reconstituir, a refazer as diversas etapas do
caminho percorrido pelos cientistas?

8
Introdução
Toda pesquisa, como atividade racional e sistemá tica, deve passar por uma fase
preparató ria de planejamento. Essa fase é concretizada mediante a elaboraçã o de
um projeto, conhecido como Projeto de Pesquisa. Segundo Gil (1995, p. 22),
esse projeto configura-se como um documento explicitador das açõ es a serem
desenvolvidas ao longo do processo de pesquisa.

O projeto é uma etapa preliminar no processo de elaboração e execução de uma


O quê?
Por quê?
Para quê e para quem?
Onde realizar?
Como?
Com que recursos?
Quando?

Em outras palavras, a finalidade intrínseca do projeto de pesquisa é indicar as


intençõ es do autor, deixando claros o título (ainda que provisó rio), a delimitaçã o
inicial do objeto da pesquisa, a justificativa, os objetivos, o caminho a ser percorrido,
as estratégicas e os instrumentos a serem utilizados e as etapas a serem vencidas.

O planejamento, como estratégia global de açã o, supõ e a flexibilidade, a qual


deve estar presente em todas as atividades de pesquisa. Assim, o projeto inicial pode
sofrer alteraçõ es na medida em que o pesquisador desenvolver e aprofundar as suas
ideias, ou mesmo fizer descobertas de novos dados.

Nas pesquisas qualitativas, principalmente, nã o se parte de um projeto


rigidamente determinado; ao contrá rio, as questõ es da pesquisa vã o
transformando-
-se, as técnicas vã o sendo revistas e reelaboradas no pró prio processo de pesquisa.

Embora possam aparecer em outra ordem e mesmo serem ampliados ou


reduzidos, de acordo com a natureza do estudo, os elementos que compõ em um
projeto de pesquisa sã o os seguintes:

Título e Subtítulo

Tema – Pesquisar o quê?

Problema – Qual abordagem?

Objetivos – Qual é a finalidade?

Hipó teses – Como prever?

Justificativa da Pesquisa – Por que fazer?

9
9
UNIDAD Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e


Revisã o da Literatura – Baseado em quê?

Metodologia - Como fazer/Com quem contar/Onde/Quando/De qual maneira?

Cronograma - O que e em qual período?

Bibliografia

Título e subtítulo
O título deve sintetizar o conteú do da pesquisa. Pode ser acompanhado ou
nã o de subtítulo. Nesse ú ltimo caso, enquanto o título tem cará ter mais geral, o
subtítulo delimita com mais precisã o o alcance dos objetivos da pesquisa. Exemplo:
“A licenciatura em Histó ria: avaliaçã o do curso de Histó ria da Unesp-Franca”.
Se anteriormente dissemos que o projeto de pesquisa pode mudar em funçã o dos
avanços do pesquisador, o mesmo cabe, principalmente, ao título do trabalho.

Tema - Delimitação
O pesquisador pode escolher seu tema movido pelo interesse em aprofundar o
estudo em uma determinada questã o. Pode, igualmente, ser motivado por interesses
profissionais, por leituras que tenha feito etc. Entretanto, é preciso deixar claro
quais sã o os limites do estudo e até onde se quer chegar. Delimitar o tema significa
dar limites, ou seja, determinar a extensã o do assunto de pesquisa.

Geralmente quando se escolhe o tema de pesquisa, ele é amplo e bastante


genérico, apó s sua delimitaçã o, se encontrará , especificamente, o recorte que se
pretende trabalhar.

Determine o Tema Escolhido. Encontre seu Foco. Evite assuntos com muita abrang

Podemos, por exemplo, definir como tema de pesquisa a violência, porém, ao


pesquisar esse tema, perceberemos que temos uma infinidade de caminhos que
podemos tomar: a violência doméstica; a violência infantil; a violência no trâ nsito;
a violência contra os idosos; e assim por diante. Ao tentar restringir esse mesmo
tema, podemos chegar à seguinte delimitaçã o: As relaçõ es entre violência infantil
e as questõ es de aprendizagem. Veja que continuamos com o mesmo objeto, no
caso, a violência, poré m houve um recorte bastante significativo. A ideia aí seria,
portanto, trabalhar o impacto da violência infantil na aprendizagem.

10
Problema de Pesquisa
A definiçã o do problema de pesquisa está vinculada ao tema proposto: ele escla-
rece a dificuldade específica com a qual o pesquisador se defronta e que pretende
resolver a partir da pesquisa. A redaçã o do problema de pesquisa deve ser interro-
gativa, clara, precisa e objetiva.

Exemplo:
1. Qual é o impacto da violência infantil na aprendizagem de crianças entre 7
e 10 anos de idade?
2. Quais motivos influenciam o alto índice de rotatividade de funcioná rios da
empresa “xy”?
3. A desnutriçã o determina o rebaixamento intelectual?

As regras bá sicas para formulaçã o do problema, na perspectiva de GIL (1991),


sã o as seguintes:

Deve ser formulado como uma pergunta;

Deve ser delimitado a uma dimensã o viá vel, ser o mais específico possível;

Clareza: utilizaçã o de termos claros com significado preciso;

Nã o deve ser de natureza valorativa (é bom, é certo etc.).

O problema de pesquisa é o que dará a partida para a pesquisa.

Objetivos
Os objetivos devem estar claramente definidos, coerentes com o tema proposto,
esclarecendo o que se pretende com o projeto a partir das hipó teses ou das questõ es
de pesquisa a serem investigadas. Na explicitaçã o dos objetivos de uma pesquisa,
antecipam-se as contribuiçõ es que a mesma pretende trazer para o avanço daquela
á rea específica do conhecimento.

Os objetivos, portanto, têm o escopo de indicar a finalidade da pesquisa, ou


seja, o que o pesquisador pretende conseguir com a investigaçã o. Iniciam-se por
um verbo no infinitivo que deve indicar uma açã o intelectual, segundo o está gio que
se propõ e o problema de pesquisa, exemplo: identificar, conhecer, relatar, definir,
descrever, demonstrar, diferenciar, operar, empregar, reunir, sintetizar, produzir,
medir, julgar, argumentar etc.

Exemplo: Identificar se há relaçã o entre a violência infantil e a aprendizagem.

11
11
UNIDAD Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e

Hipóteses
A hipó tese é uma teorizaçã o prévia a respeito do que se pretende estudar,
apresenta-se de modo afirmativo, guiando o pesquisador para a coleta de dados que
prove ou refute a situaçã o hipotética lançada no projeto de pesquisa. A hipó tese,
portanto, seria uma resposta hipotética ao problema de pesquisa. Seria, assim, a
resposta que se tem para o problema de pesquisa antes de o estudo ser efetivado.

Regras para formulaçã o da hipó tese seguindo os critérios de GIL (1991):



Deve ter conceitos claros;

Deve ser específica;

Nã o deve se basear em valores morais;

Deve ter como base uma teoria que a sustente.

Exemplo de hipó tese: a violência cometida contra crianças impacta, sobrema-


neira, em seu processo de aprendizagem.

Justificativa da Pesquisa
Neste item, o pesquisador expõ e os motivos mais significativos que o levaram a
abordar o tema escolhido. Contudo, o principal critério mediante o qual se justifica
a escolha de um tema é o de sua relevâ ncia tanto social quanto científica.

A argumentaçã o mediante a qual o pesquisador expõ e os motivos que o leva-


ram a eleger determinado tema e a importâ ncia da contribuiçã o que seu estudo
pode ensejar sã o fatores fundamentais na aceitaçã o da pesquisa por parte de seu
pú blico-alvo.

Justificar é oferecer razão suficiente para a motivação da pesquisa.

Para evidenciar as razõ es do que será abordado na pesquisa, a ideia é responder


a partir de um texto dissertativo duas questõ es bá sicas: quais motivos justificam
meu projeto? Que contribuiçõ es para a compreensã o, intervençã o ou soluçã o para
o problema trará a realizaçã o de tal pesquisa?

Revisão da Literatura
A revisã o da literatura é considerada um item fundamental e de suma
importâ ncia para se organizar o estudo que se pretende realizar. Envolve
localizar, analisar, sintetizar e interpretar estudos realizados previamente sobre o
mesmo tema (revistas cientificas, livros, anais de congressos, resumos etc.). Trata-se,
portanto, de uma aná lise bibliográ fica pormenorizada dos principais trabalhos já
publicados. A revisã o da literatura é indispensá vel tanto para definir bem o
problema de pesquisa, quanto para obter uma ideia do estado da arte do tema
que se pretende trabalhar. Nesse

12
item, a ideia é redigir um texto dissertativo indicando como cada obra ou autor
analisado contribuirá para o estudo proposto. Essas obras e autores serã o utilizados
para embasar os argumentos do pesquisador.

A Revisão da Literatura não é uma Coleção de Resumos!


ão da Literatura é um Diálogo entre as Obras e Autores Estudados e o Tema que se está Trabalhando na P

Metodologia
A Metodologia é o tó pico do projeto de pesquisa que abrange o maior nú mero
de itens, pois deve responder à s seguintes questõ es: Como? Com quê? Onde?
Quanto? (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 221).

Neste item, esclarecemos a respeito do tipo de pesquisa que será desenvolvida:


bibliográ fica, de campo, de laborató rio ou, se for o caso, um estudo que combinará
diferentes formas de investigaçã o.

nguagem, essencialmente, no futuro, pois inclui a apresentação e explicação de todos os procedimentos

Deverã o ser mencionadas, també m, as técnicas e os instrumentos que serã o


empregados na coleta de dados como, por exemplo: levantamento das fontes
documentais e bibliográ ficas, observaçã o, entrevistas, questioná rios, testes, histó ria
de vida, aná lise de conteú do etc.

Cronograma
Refere-se à distribuiçã o dos vá rios momentos ou etapas do desenvolvimento da
pesquisa, dentro de um determinado tempo.

Exemplo:

CRONOGRAMA
ATIVIDADES ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017
Cursar Disciplinas 1º / 2º sem.
Pesquisa bibliográfica 1º / 2º sem.
Organização dos grupos de
1º sem.
pesquisa
Elaboração do Projeto de
1º sem.
Qualificação
Qualificação 2º sem.
Aplicação da Pesquisa 2º sem.

13
13
UNIDAD Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e

ATIVIDADES ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017


Análise da Pesquisa 1º sem.
Redação da Tese 1º / 2º sem.
Defesa 2º sem.

Bibliografia
Todo projeto de pesquisa deve listar as fontes que serã o utilizadas, com as devi-
das referê ncias bibliográ ficas.

Fontes confiáveis do conhecimento científico:


documentação direta (primária) e indireta (secundária)
Para uma boa formaçã o universitá ria e, consequentemente, uma boa pesquisa,
é necessá rio que o estudante/pesquisador desenvolva algumas habilidades pró prias
de cada á rea do conhecimento. Inicialmente, para que essas habilidades sejam
adquiridas, faz-se necessá rio um embasamento teó rico.

Esse embasamento teó rico deve ser adquirido em fontes confiá veis de pesquisa,
que podem ser localizadas em diversos locais, tais como: bibliotecas especializadas,
arquivos pú blicos, sites acadêmicos/científicos dedicados à divulgaçã o de pesquisas,
sites governamentais, entre outros.

A identificaçã o das fontes confiá veis de pesquisa pode ser iniciada da seguin-
te forma:
[...] pela consulta de obras que propiciam informaçõ es gerais sobre o
assunto: enciclopédias, manuais, dicioná rios especializados etc. Essas
obras indicarã o outras, que abordam o assunto de maneira mais
específica e abrangente. Se houver necessidade de atualizar
informaçõ es, as obras de publicaçã o mais recente, os artigos de revistas e
outras publicaçõ es especializadas deverã o ser consultados. (ANDRADE,
2003, p. 41)

As fontes de pesquisa (livros, dissertaçõ es de mestrado, teses de doutorado,


revistas acadêmicas/científicas, bases de dados etc.) podem ser divididas em
primá rias e secundá rias. Para a elaboraçã o de trabalhos (pesquisas) acadêmicos,
podemos recorrer também a diversas instituiçõ es pú blicas e privadas que armazenam
e disponibilizam para consulta bases de dados do acervo de documentos e da
produçã o intelectual.

Trocando ideias...
Para cada área do conhecimento, encontramos diversos sites interessantes que dis- po

14
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Como Fazer um Projeto de Pesquisa Passo a Passo
Neste endereço você encontrará todas as orientaçõ es necessá rias para a organizaçã o
de um projeto de pesquisa, inclusive com vídeos:
https://goo.gl/kEqyOY
Inferência da Melhor Explicação e o Problema do Direcionamento Axiológico
https://bit.ly/3JRoglG
Como Elaborar Projetos de Pesquisa
https://bit.ly/3JK5fl0

15
15
UNIDAD Projeto de Pesquisa: Aspectos Metodológicos, Teóricos e

Referências
ALVES, R. A filosofia da ciê ncia: introduçã o ao jogo e suas regras. Sã o Paulo:
Loyola, 2000.

ANDRADE, M. M. Introduçã o à metodologia do trabalho científico. Sã o Paulo:


Atlas, 2003.

BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboraçã o de monografia. Sã o


Paulo: Expressã o & Arte, 2006.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira.; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.


Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciaçã o científica. Sã o
Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introduçã o à


metodologia científica. Petró polis: Vozes, 2000.

DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. Sã o Paulo: Atlas, 2000.

DIONE, J.; LAVILLE, C. A construçã o do saber. Porto Alegre: UFMG, 2004.


FREIRE- MAIA, N. A ciê ncia por dentro. 6 . ed. Petró polis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A. C. O método científico: teoria e prá tica. Sã o Paulo: Harbra,

1986. GIL, A. C. Mé todos e té cnicas de pesquisa social. 2. ed. Sã o Paulo: Atlas,

1989. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. Sã o Paulo:

Atlas, 1995.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petró polis:


Vozes, 2003.

JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciê ncias humanas. Rio de Janeiro: F.


Alves, 1978.

KÖ CHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12 . ed. Petró polis:


Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A. Estrutura das revoluçõ es científicas. Sã o Paulo: Perspectiva, 1991.

MÁ TTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da informá tica. Sã o Paulo:


Saraiva, 2002.

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. Sã o Paulo:


Cortez, 2007.

16
Metodologia
de Pesquisa
Material Teórico
Apresentação de Trabalhos Acadêmicos

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Vilma Lima

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Apresentação de Trabalhos Acadêmicos

Introdução
Texto
Títulos
Numeração de páginas
Referências
Notas de rodapé

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecerconceitosrelacionadosà formataçã odetrabalhos acadêmicos.
Orientações de estudo
Para que o conteú do desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na
sua formaçã o acadêmica e atuaçã o profissional,
siga algumas recomendaçõ es bá sicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair
com as redes
sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte
hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horá rio fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma
alimentaçã o saudá vel pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
també m encontrará sugestõ es de conteú do extra no item Material Complementar, que ampliarã o
sua interpretaçã o e auxiliarã o no pleno entendimento dos temas abordados.

Apó s o contato com o conteú do proposto, participe dos debates mediados em fó runs de
discussã o, pois irã o auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de
ideias e aprendizagem.
UNIDAD Apresentação de Trabalhos

Contextualização
Caro(a) aluno(a),

Certamente você já ouviu falar em normas da Associaçã o Brasileira de Normas


Té cnicas (ABNT).

Algum professor, em algum momento de sua vida estudantil, já deve ter lhe
solicitado trabalhos com a formataçã o da ABNT.

Assim, nesta Unidade de nossa Disciplina abordaremos exatamente esse assunto.

Bom estudo!

8
Introdução
Agora que você já sabe quais sã o os tipos de trabalhos acadêmicos mais
utilizados na universidade, é preciso saber como apresentá -los graficamente.

Como você deve ter percebido, já nã o é mais possível o envio de trabalhos


manuscritos ou mesmo formatados de acordo com o desejo do autor. Existem
padrõ es e regras que regem a formataçã o de trabalhos acadê micos – sejam quais
forem: resenha, resumo, artigo científico, paper, monografia etc.

Enfim, todo trabalho escrito para fins acadêmicos deve seguir as normas
estabelecidas pela Associaçã o Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As principais
Normas Brasileiras (NBR) para a formataçã o de trabalhos científicos sã o:

NBR 14724 – trata, especificamente, dos princípios gerais para a elaboraçã o
e apresentaçã o dos trabalhos acadêmicos. Esta norma é mais utilizada nos
casos de trabalhos mais extensos, como monografia, Trabalho de Conclusã o
de Curso (TCC), dissertaçã o de Mestrado e tese de Doutorado;

NBR 10520 – regula as exigências para o uso de citaçõ es durante a elaboraçã o
dos trabalhos acadêmicos;

NBR 6022 – trata, especificamente, da apresentaçã o de artigos científicos;

NBR 6023 – orienta a apresentaçã o das referências (antiga bibliografia) dentro
do trabalho acadêmico;

NBR 6027 – trata, especificamente, da apresentaçã o do sumá rio;

NBR 6028 – orienta a apresentaçã o do resumo e do abstract;

NBR 6024 – orienta a apresentaçã o do sistema progressivo de numeraçã o das
seçõ es do trabalho, a fim de que haja uma sequência ló gica e inter-relacionada
dos assuntos;

NBR 6034 – trata, especificamente, dos requisitos de apresentaçã o e dos
critérios para a elaboraçã o de índices;

NBR 15287 – orienta a apresentaçã o dos princípios bá sicos para a elaboraçã o
de projetos de pesquisa.

É preciso ficar atento(a), pois a ABNT tem como princípio revisar as suas
regras e atualizá -las por meio de comissã o. Assim, todas essas normas devem ser
atualizadas sempre que houver alteraçã o.

Para facilitar o seu entendimento, considerando a quantidade de informaçõ es


contidas nas diversas NBR, bem como sua complexidade, optamos pela
apresentaçã o dos principais itens constantes nas diversas normas.

Quanto à apresentaçã o formal de um trabalho científico, sugere-se a seguin-


te formataçã o:

9
9
UNIDAD Apresentação de Trabalhos

Texto:
» Fonte – Times New Roman ou Arial;
» Tamanho – 12 (para texto) e 10 (para citaçã o);

» Espaçamento – 1,5 (para texto);

» Papel – A4 branco;

» Cor – preta.

Quantidade de páginas:
Não há uma regra definida para o número de páginas de qualquer trabalho acadêmic

Títulos:
» Os títulos de capítulos iniciam-se, sempre, em uma nova pá gina, junto à
margem superior e à esquerda;
» Os títulos nã o numerados – por exemplo, sumá rio, lista de figuras, de tabelas,
agradecimentos, resumo, referê ncias, anexo(s), apêndice(s) etc. –, deverã o
ser centralizados;
» Os títulos dos capítulos numerados, itens e subitens deverã o ser apresentados
junto à margem esquerda e livres de qualquer sinal grá fico – tais como ponto,
traço etc.;
» Os títulos deverã o ser destacados, gradativamente, usando-se os recursos de
negrito, itá lico, caixa alta etc.;
» Segundo a NBR 6024, deve-se limitar a numeraçã o progressiva – subdivisã o
de seçõ es – até a seçã o quiná ria, ou seja, até cinco subseçõ es.

Exemplos de apresentaçã o de título:

1 SEÇÃ O PRIMÁ RIA – TODO EM NEGRITO E EM LETRAS MAIÚ SCULAS


1.1 SEÇÃ O SECUNDÁ RIA – EM LETRAS MAIÚ SCULAS SIMPLES
1.1.1 Seçã o terciá ria – todo em negrito e em letras minú sculas
1.1.1 Seção quaternária – todo em negrito, itálico e em letras minúsculas
1.1.1.1 Seção quinária – todo em itálico e em letras minúsculas

Margens:
» Superior – 3,0 cm;
» Inferior – 2,0 cm;
» Esquerda – 3,0 cm;
» Direita – 2,0 cm.

10
Numeração de páginas:
» Todas as pá ginas devem ser contadas a partir da folha de rosto, porém,
o nú mero correspondente à pá gina deve aparecer somente a partir da
introduçã o;
»O nú mero deve constar no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda
superior.

Referências:
» Alinhadas à margem esquerda do texto, em espaço simples e separadas
entre si por espaço duplo;
» O arranjo das referências deve estar de acordo com o sistema de chamada
autor-data – em ordem alfabética – ou numérica – em ordem numérica,
como aparece no texto;
» As referê ncias devem ser listadas ao final do trabalho.
Exemplos – indicaçã o de autoria:

Quando o autor da obra for uma pessoa física, deve-se citar o ú ltimo sobrenome,
em letras maiú sculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes. Os nomes
devem ser separados por ponto e vírgula, seguidos de espaço – isso para o caso de
haver até três autores para uma mesma obra.
Exemplo de obra de um autor:

ALVES, R. de B. Ciê ncia criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.


Exemplo de obra de dois autores:

DAMIÃ O, R. T.; HENRIQUES, A. Curso de Direito jurídico. Sã o Paulo:


Atlas, 1995.
Exemplo de obra de trê s autores:

PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: Matemá tica,


Segunda Série, 2, Primeiro Grau: livro do professor. Sã o Paulo: Scipione, 1995.
Exemplo de obra de mais de trê s autores:

URANI, A. et al. Constituiçã o de uma matriz de contabilidade social para


o Brasil. Brasília, DF: Ipea, 1994.

11
11
UNIDAD Apresentação de Trabalhos

Importante!
No caso de haver mais de três autores, deve-se indicar somente o primeiro autor

Autoria desconhecida – a entrada deverá ser feita a partir do título:

INSETICIDA com efeito prolongado. Dirigente Rural, Sã o Paulo, v. 31, n. 1,


p. 46-50, 1992.

Autor com identificaçã o de responsabilidade:

FERREIRA, L. P. (Org.). O fonoaudió logo e a escola. Sã o Paulo: Summus, 1991.

Quando o autor da obra for uma entidade, deve-se citá -la a partir do pró prio
nome de tal organizaçã o, por extenso.

Uma entidade:

ASSOCIAÇÃ O BRASILEIRA DE NORMAS TÉ CNICAS. NBR 10520:


apresentaçã o de citaçõ es em documentos: procedimento. Rio de Janeiro, 1988.

Um congresso:

CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃ O,


10., 1979, Curitiba, PR. Anais... Curitiba, PR: Associaçã o Bibliotecá ria do
Paraná , 1979.

Exemplos de indicaçã o de título e subtítulo: apó s a indicaçã o do autor da


obra, o pró ximo item constante nas referê ncias sã o o título e o subtítulo da obra
– quando houver –, que devem ser reproduzidos, exatamente, como aparecem no
documento. Veja:

PASTRO, C. Arte sacra. Sã o Paulo: Loyola, 1993.

PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para aná lise de indú strias e


da concorrência. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

Obras sem título: quando nã o houver título, deve-se atribuir uma palavra ou
frase que identifique o conteú do do documento, entre colchetes, como no seguinte
exemplo:

SIMPÓ SIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 1., 1978, Recife, PE. [Trabalhos


apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1980.

Exemplos – indicaçã o da ediçã o: o terceiro item constante das referê ncias


é a indicaçã o da ediçã o, que deverá ser transcrita, utilizando-se abreviaturas dos
numerais ordinais e da palavra ediçã o:

BAPTISTA, G. L. Fundamentos e té cnicas de enfermagem. 2. ed. Novo


Hamburgo, RS: Feevale, 2007.

12
ECONOMICS of the environment: selected readings. 4 th ed. New York: WW
Norton, 2000.

Exemplos – indicaçã o do local de publicaçã o da obra: na sequência da


indicaçã o da ediçã o, será preciso sinalizar o nome do local – cidade – de publicaçã o
da obra. Este item deverá aparecer tal qual figura no documento original. Exemplo:

PRODANOV, C. C. A Vila Imperial de Potosi: na crô nica de Bartolomé


Arzá ns de Orsú a y Vela. Novo Hamburgo, RS: Feevale, 2005.

Exemplos – indicaçã o da editora responsá vel pela obra: outro elemento


essencial nas referências é a indicaçã o do nome da editora que, também, deve
ser apontado tal como no documento. Exemplos:

STARR, M. K. Administraçã o da produçã o: sistemas e sínteses. Sã o Paulo:


Edgard Blü cher; USP, 1971.

LIMA, M. Ter encontro com Deus: teologia para leigos. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1985.

Exemplos – indicaçã o da data de publicaçã o da obra: a data de publicaçã o


deverá ser indicada em algarismos ará bicos. Considerando tratar-se de elemento
essencial para a referê ncia, deverá ser sempre indicada uma data, seja a de
publicaçã o, de distribuiçã o, de copyright, de apresentaçã o – do depó sito – ou
outra. No caso de nã o haver determinaçã o de uma data exata, deve-se, entre
colchetes, registrar uma data aproximada. Exemplos:

HOSSEINI, K. A cidade do Sol. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

SPENDOLINI, M. J. Benchmarking. Sã o Paulo: Makron Books, [1994].

Referências: relação das obras consultadas e utilizadas/citadas pelo autor (livros, artigos
Bibliografia consultada: relação das obras que foram lidas, porém, que não foram efetiva

Notas de rodapé:

As notas de rodapé deverã o ser digitadas dentro das margens, ficando
separadas do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de 5 cm;

A numeraçã o das notas de referê ncia é feita por algarismos ará bicos, devendo
ter numeraçã o ú nica e consecutiva.

1 Vejamos como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Demo (2000).

13
13
UNIDAD Apresentação de Trabalhos

Exemplo:

Citaçõ es: sã o mençõ es, no texto, de informaçõ es extraídas de outra fonte


(NBR 10520).

Podem aparecer de duas formas: diretamente no texto ou em notas de rodapé.


O meio mais usual, no entanto, é a apresentaçã o das citaçõ es no texto.

As regras bá sicas de apresentaçã o de citaçõ es sã o:



Nas citaçõ es, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituiçã o
responsá vel ou pelo título incluído na sentença devem ser em letras maiú sculas
e minú sculas e, quando estiverem entre parê nteses, devem ser em letras
maiú sculas, apenas;

Na citaçã o indireta, aquela que a escrita se baseou em alguma obra lida, a
apresentaçã o deverá ocorrer diretamente no texto. Neste caso, basta citar o
autor e o ano da publicaçã o da obra consultada – conforme exemplo adiante;

Já na citaçã o direta, aquela cujo texto nã o é autoral, ou seja, é có pia da
escrita de outro autor, com até três linhas, a apresentaçã o deverá ocorrer
diretamente no texto. Neste caso, além de citar o autor e o ano, é preciso
indicar, também, a(s) pá gina(s) na(s) qual(is) aparece(m) o texto copiado –
conforme exemplo adiante;

Na citaçã o direta com mais de trê s linhas, a apresentaçã o deverá ser destacada
do texto com recuo de 4 cm da margem esquerda, e escrita com letra menor
que a do texto – por exemplo, em texto com tamanho de letra 12, neste
tipo de citaçã o deve-se usar letra de tamanho 10 e espaçamento entre linhas
simples (conforme exemplo adiante);

Há também a citaçã o da citaçã o, ou seja, quando se usa o texto de um segundo
autor que já tenha citado um autor primá rio. Por exemplo: quando você quer
utilizar um trecho de uma obra que nã o conseguiu ter contato direto, ou
melhor, quando você leu esse trecho na obra de outro autor.

Veja os seguintes exemplos de citaçã o indireta, ou seja, aquela em que o texto


foi escrito a partir das ideias de um autor consultado:

A ironia seria, assim, uma forma implícita de heterogeneidade mostrada,


conforme a classificaçã o proposta por Authier-Revuz (1982).

Segundo Shiffman e Kanuk (2000), o comportamento do consumidor estuda


de que maneira as pessoas resolvem gastar seu tempo e dinheiro para fazer
determinada compra, assim como seu esforço para consumir.

Agora veja o seguinte exemplo de citaçã o direta com até três linhas, ou seja,
aquela em que o excerto é extraído de uma obra consultada como uma có pia literal:

“Apesar das aparências, a desconstruçã o do logocentrismo nã o é uma


Psicaná - lise de Filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293).

2 Encontramos esse tipo de perspectiva, em grande parte, no estudo de Hair e colaboradores (2005).

14
Ademais, veja, abaixo, exemplos de citaçã o direta com mais de três linhas:
Um dos pilares do pensamento de Vygotsky é a idéia de que as funçõ es
mentais superiores sã o construídas ao longo da histó ria social do homem.
Na sua relaçã o com o meio físico e social que é mediada pelos
instrumentos e símbolos desenvolvidos no interior da vida social, o ser
humano cria e transforma seus modos de açã o no mundo (OLIVEIRA,
1993, p. 83).

Sobre definir, Demo (2000, p. 13)


[...] comenta que entre as expectativas ditas pó s-modernas está a de que
toda definiçã o é apenas aproximativa, porque nenhum fenô meno tem
contornos nítidos, muito menos fenô menos sociais e histó ricos. Definir é
colocar limites. Quanto mais algo está fechado entre limites, mais claro
se torna.

Freitas (2007, p. 100) enfatiza que:


Tradicionalmente, os conectivos sã o vistos na linguagem da ló gica como
elementos ú teis para se vincular proposiçõ es explícitas e delimitadas (o
porquê introduz os argumentos, o entã o e o logo sempre introduzem as
conclusõ es, por exemplo). Mas sob o ponto de vista da argumentaçã o na
língua, amplia-se essa compreensã o [...].

Churchill e Peter (2003, p. 116) definem a pesquisa de marketing como


[...] a funçã o que liga o consumidor, o cliente e o pú blico ao profissional
de marketing por meio de informaçõ es – estas usadas para identificar e
definir oportunidades e problemas de marketing; gerar, refinar e avaliar
açõ es de marketing; monitorar o desempenho de marketing; e melhorar
o entendimento do marketing como um processo.

Atente-se ao seguinte exemplo, escrito por Costa (2009, p. 95), em que esta
autora cita outro autor:
Um dos mais influentes foi o filó sofo Guy Debord, autor de A sociedade
do espetá culo, dedicada ao estudo da inversã o existente entre a sociedade
real e as imagens que a representam, fundamento da aparência fetichista
do mundo e de suas relaçõ es espetaculares. Diz ele: “O espetá culo
nã o é um conjunto de imagens, mas uma relaçã o social entre pessoas
mediatizada por imagens” (DEBORD, 1972, p. 12).

Observe que Costa (2009, p. 95) leu e citou diretamente Debord (1972, p. 12).

Agora, supondo que você escreva sobre o assunto e que nã o tenha acesso ao
texto de Debord (1972), tendo lido apenas o texto de Costa (2009), mas que gostaria
de citar a definiçã o de espetá culo de Debord, as seguintes maneiras poderiam ser
usadas para fazer isso:

Segundo Debord (1972, p. 12 apud COSTA, 2009, p. 95): “O espetá culo nã o


é um conjunto de imagens, mas uma relaçã o social entre pessoas mediatizada
por imagens”.

15
15
UNIDAD Apresentação de Trabalhos

Segundo Debord (1972, p. 12): “O espetá culo nã o é um conjunto de imagens,


mas uma relaçã o social entre pessoas mediatizada por imagens” (apud COSTA,
2009, p. 95).

Agora sem a expressã o apud, mas ainda – e necessariamente – indicando a


intermediaçã o:

Segundo Debord (1972, p. 12), conforme citado por Costa (2009, p. 95):
“O espetá culo nã o é um conjunto de imagens, mas uma relaçã o social entre
pessoas mediatizada por imagens”.

Reiterando que esses exemplos se referem à citaçã o da citaçã o.

Em Síntese
Há casos em que:
O pesquisador utiliza as suas palavras para expressar as ideias e informações retiradas
Há “cópia” – transcrição literal – de fragmento do texto consultado, portanto, casos

Importante!
Dar os devidos créditos aos autores originais nas citações é uma questão de ética, de r

Quanto à estrutura formal de um trabalho acadêmico, inclui os seguintes


elementos:

Pré-textuais – itens que antecedem o texto. Sã o, normalmente, informaçõ es
que ajudam na identificaçã o e utilizaçã o do trabalho;

Textuais – itens que compõ em o trabalho em si;

Pó s-textuais – itens que complementam e fornecem as referê ncias do trabalho.

16
Quadro 1
Elementos Pré-textuais Textuais Pós-textuais
Capa
Folha de rosto
Ficha catalográfica
Folha de aprovação
Dedicatória
Introdução
Agradecimentos Referências
Justificativa
Epígrafe Cronogramas
Objetivos
Seções Resumo/abstract Glossários
Metodologia
Palavras-chave Apêndices
Desenvolvimento
Lista de abreviaturas Anexos
Conclusão
Lista de siglas
Lista de ilustrações
Lista de tabelas
Lista de símbolos
Sumário
Participam da contagem do Participam da contagem do
Participam da contagem do número de
Observações número de páginas e são número de páginas e são
páginas, mas não são paginados
paginados paginados
Fonte: elaborado pela professora conteudista

17
17
UNIDAD Apresentação de Trabalhos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Formatação ABNT de Trabalhos Acadêmicos pelas Regras e Normas Padrão
FORMATAÇÃ O ABNT de trabalhos acadêmicos pelas regras e normas padrã o.
TCC Monografias e Artigos, [20--].
https://goo.gl/mzqvFd
Normas da ABNT
NORMAS da ABNT – citaçõ es e referências bibliográ ficas. [20--].
https://goo.gl/C9tX

Leitura
Notas de Rodapé ABNT
http://bit.ly/40xj9wV
Normas ABNT 2023 – Pré-textuais, Textuais e Pós-textuais
https://bit.ly/3RDdyB7

18
Referências
BARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. A. de. Projeto de pesquisa: propostas
metodoló gicas. 4. ed. Petró polis, RJ: Vozes, 2000.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. Sã o Paulo: Atlas, 2000.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. Sã o Paulo: Atlas,

2010.

. Mé todos e té cnicas de pesquisa social. 6. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2008.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica.


6. ed. Sã o Paulo: Atlas, 2007.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. atual. Sã o


Paulo: Cortez, 2007.

. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. ampl. Sã o Paulo:


Cortez, 2002.

SILVA, C. R. O. Metodologia do trabalho científico. Fortaleza, CE: Centro


Federal de Educaçã o Tecnoló gica do Ceará , 2004.

19
19
Metodologia de Pesquisa
Material Teórico
Epistemologia

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Ana Barbara Ap. Pederiva

Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Ap. Cesarin
Epistemologia

Natureza, os Limites e os Problemas do Conhecimento Científico


A “Verdade” em Ciência: Objetividade e Subjetividade
Critérios de Cientificidade
Espírito Científico: a Função da Curiosidade

OBJETIVO DE APRENDIZADO
Ao final desta Unidade. o aluno será capaz de:
Identificar a natureza, os limites e os problemas do conhecimen- to científico;
Diferenciar os variados tipos de conhecimento: senso comum, filosó fico, teoló gico e científico;
Conceituar “verdade” em Ciência dentro dos critérios de objetividade e subjetividade;
Compreender os critérios de cientificidade, espírito científico: a funçã o da curiosidade dentro da metod
Compreender o processo de evoluçã o e divisã o das ciências;
Compreender a visã o moderna da ciência sob as aná lises sistêmica ou holística.

ORIENTAÇÕES
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teó rico atentamente antes de realizar as atividades. É
UNIDAD Epistemolog

Introdução
Como a Epistemologia busca analisar a origem e o papel da Ciência e, ainda,
os aspectos filosó ficos quanto à origem e à natureza do conhecimento, proponho
a seguinte questã o para sua reflexã o:

O conhecimento existe somente no mundo acadê mico, nas universidades


e nos centros de pesquisa?

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

6
Natureza, os Limites e os Problemas
do Conhecimento Científico
É pró prio do homem produzir conhecimento. Este conhecimento constitui o
patrimô nio histó rico-cultural da Humanidade, resultante de um processo
cumulativo, decorrente de toda a Histó ria da vida humana.

De fato, o homem vem, incessantemente, construindo conhecimento, produzindo


Arte, Ciência e tecnologia, organizando o espaço físico e social.

O domínio do conhecimento possibilita ao homem não só conhecer o mundo, mas tam

Todavia, para que a sociedade possa caminhar e se desenvolver, é imprescindível


que todos tenham acesso a esse conhecimento, cuja apropriaçã o pode dar-se de
diversas maneiras.

O conhecimento possui dois elementos bá sicos: um sujeito e um objeto. O


sujei- to é o homem, o ser racional e cognoscente; o objeto é a realidade na qual
ele vive. Existe relaçã o estreita entre o sujeito e objeto; o homem só é sujeito
quando está co- nhecendo o objeto, e a realidade só se torna objeto quando é

Cognoscente é o homem em processo de construção do conhecimento (SILVA, 1998, p.29

conhecida pelo sujeito.

Tipos de conhecimento: senso comum, teoló gico (religioso), filosó fico


e científico

Entre os conhecimentos que o homem produz na tentativa de explicar e


compreender o mundo e dar sentido para as coisas, destacam-se:

o senso comum;

o teoló gico (religioso);

o conhecimento filosó fico; e

o conhecimento científico.

Senso comum: é o modo espontâ neo e pré-crítico de conhecer. Todo homem,


no percurso de sua existência, acumula conhecimentos e experiências daquilo que
viveu, viu e ouviu de outras pessoas, interiorizando as tradiçõ es da sociedade.

Assim, o senso comum refere-se a opiniõ es individuais e subjetivas das pessoas


sobre as coisas e os acontecimentos, como resultado de suas pró prias experiê ncias.
É um conhecimento que se adquire independentemente de estudos ou pesquisas,
entendido como sendo aquele que aborda os fatos sem lhes investigar as causas,
sem recorrer à fundamentaçã o técnica, sistemá tica ou objetiva.
7
7
UNIDAD Epistemolog

Também chamado de “vulgar”, “popular” e “empírico” é o conhecimento


do dia a dia, do cotidiano, da vida das pessoas (...) Faz parte da tradiçã o
de uma comunidade e resulta de simples transmissã o de uma geraçã o a
outra (BARBOSA, 2006, p. 45).

Tais características, entretanto, nã o devem fazer supor que este tipo de


conhecimento seja desprezível ou desprovido de significaçã o. O senso comum:
[...] é a primeira compreensã o do mundo resultante da herança fecunda
de um grupo social e das experiências atuais que continuam sendo
efetuadas. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos
projetos de vida adquirimos convicçõ es e confiança para agir (ARANHA;
MARTINS, 1992, p.56).

Apesar de o senso comum nã o poder ser desprezado, pois é a partir dele que
o indivíduo acumula conhecimento e experiências de vida, ele é muito subjetivo e
pessoal. Uma opiniã o pessoal nã o pode ser considerada verdade, a menos
que seja demonstrada cientificamente.

Já os conhecimentos teoló gico (religioso) e filosó fico sã o inexperimentá veis,


pois dependem do exercício do pensamento e advém da necessidade de
transcendência que o homem possui; é um exercício de pensar os acontecimentos
além de suas aparências.
·
Conhecimento Teoló gico (religioso): é a crença em divindades, forças
superiores, manifestaçõ es divinas. Esse tipo de conhecimento nã o admite
questionamentos, nã o se baseia na razã o, e sim, na Fé. A “verdade” surge
da revelaçã o.
·
Conhecimento filosó fico: busca respostas na reflexã o dos homens sobre
si mesmos e sobre a realidade. Os temas de reflexã o filosó ficos mudam
na medida em que o contexto histó rico se transforma.
Quanto ao objeto de conhecimento da filosofia, pode-se indicá -lo como
sendo o tudo. Procura-se conhecer o ser e o nã o ser, o bem e o mal, o
mundo dos seres, dos homens. As proposiçõ es filosó ficas sã o situadas
em um contexto cultural que considera o homem inserido na histó ria.
A filosofia é, pois, uma reflexã o crítica também da sociedade, da
política, do direito e da educaçã o, e é o seu fundamento (BARROS;
LEHFELD, 2000, p.35).

Pode-se pensar filosoficamente a Ciência, a Arte, a Religiã o, o homem etc. e


quando assim se procede, procura-se conhecer as causas primeiras dos fenô menos,
contrariamente ao que sucede com o conhecimento científico, que fica restrito à s
causas pró ximas, à s suas particularidades.

Ao mesmo tempo em que produz conhecimentos, o homem interroga-se


a respeito de sua validade: o que é a verdade? Pode-se confiar na capacidade
cognitiva do ser humano? Quando os conhecimentos advindos dela podem ser
considerados verdadeiros?

8
Historicamente, desde os primeiros filó sofos até os nossos dias, debate-se o
problema: a verdade está no objeto ou na relaçã o do sujeito com o objeto? Este
debate é fecundo, fazendo com que surjam diversas interpretaçõ es sobre a questã o
da verdade e da validade do conhecimento. Cada pensador, cada corrente filosó fica,
cada cientista responde a essas questõ es de maneira diferente.

Nem todos os pensadores e cientistas chegam às mesmas conclusões sobre as ques

E é até bom que seja assim, para que os conceitos e achados científicos sejam
exaustivamente testados e comprovados, reduzindo as margens de erros.

Toda essa polêmica, tratada aqui de maneira bastante ligeira, na medida em que
desafia o espírito humano e provoca divergências aparentemente inconciliá veis, é
bené fica e só tem estimulado o aprofundamento de questõ es ligadas à epistemologia
e à filosofia da Ciência.

Conhecimento científico: o conhecimento científico, ao contrá rio do conheci-


mento comum:
Busca compreender a realidade de maneira racional, descobrindo
relaçõ es universais e necessá rias entre os fenô menos, o que permite
prever acontecimentos e, consequentemente, também agir sobre a
natureza (ARANHA; MARTINS, 1992, p.89).

O conhecimento científico nã o atinge simplesmente os fenô menos em sua


manifestaçã o global, mas investiga sua causa, sua constituiçã o íntima,
caracterizando- se, desta forma, pela capacidade de analisar, de explicar, de
desdobrar, de justificar, de induzir ou aplicar leis, de predizer eventos futuros.

A “Verdade” em Ciência: Objetividade


e Subjetividade
Ao contrá rio do uso pouco rigoroso que o homem comum faz da palavra
Ciência em seu cotidiano, no meio acadêmico, esta palavra é tomada no seu
sentido estrito: trata-se de uma forma de conhecimento sistemá tico dos fenô menos
naturais, sociais, bioló gicos, matemá ticos, físicos e químicos, pelos quais se pode
chegar a um conjunto de conclusõ es ló gicas, demonstrá veis por meio de pesquisas.
[...] a Ciência busca um ideal de comunicaçã o universal: a linguagem
científica comunica informaçã o a quem quer que possa entendê-la,
mercê de um treinamento anterior (...) a comunicaçã o dos resultados
e das técnicas da ciência serve nã o apenas para divulgar, mas também
para multiplicar as possibilidades da confirmaçã o ou refutaçã o do
conhecimento que está sendo comunicado por parte da comunidade
científica (...) (MOREIRA, 2004, p. 10).

9
9
UNIDAD Epistemolog

Por mais que a mensagem, ou a Ciência seja “objetiva”, nã o devemos esquecer


que, no momento exato em que a pessoa – o sujeito – toma consciência de sua
existência, esta se torna também, “subjetiva”.

Cada ser possui sua pró pria visã o de realidade, seu modo de guardar
informaçõ es, baseado em sua experiê ncia de vida. Ou seja, todos os esforços
buscando a objetividade e o cará ter universal do conhecimento tornam-se nulos
no momento em que atingem seu objetivo, a divulgaçã o. Isso ocorre porque
milhares de pessoas com milhares de experiências de vida diferentes irã o criar
interpretaçõ es pessoais das mais variadas categorias.

Assim, as verdades científicas sã o provisó rias, pois sã o datadas, ou seja, com as


transformaçõ es sociais, políticas, econô micas e culturais nos diferentes contextos
histó ricos, as Ciê ncias se transformam e, consequentemente, as verdades também
sofrem alteraçõ es.

Critérios de Cientificidade
Um dos requisitos primordiais para um assunto ou fato estudado alcançar o
estatuto da Ciência é a utilizaçã o de mé todos científicos. O entendimento do
mé todo passou a ser condiçã o necessá ria ao estabelecimento de limites, na
demarcaçã o do que se considera científico ou nã o.
Nos dias de hoje, muitas á reas da ciência se sobrepõ em de tal forma que
estudiosos de á reas diferentes podem se dedicar a um mesmo tipo de
problema, com pontos de vistas distintas (OLIVEIRA, 1997, p.48).

Se diversos sã o os enfoques, diversos també m sã o os modos de se levantar


fatos e de se produzir ideias. Ou seja, as formas de procedimentos técnico e
ló gico do raciocínio científico sã o variadas, como vá rios sã o os mé todos para o
desenvolvimento da Ciência. O método guia o trabalho intelectual (produçã o das
ideias, experimentos e teorias) e avalia os resultados obtidos.

O método é constituído por um conjunto de procedimentos que devem ser observados na b


Em resumo:
“Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos n

No processo de produçã o do conhecimento, o pesquisador elege o mé todo que


lhe parece mais apropriado à natureza do assunto que vai estudar. Método e
conteú do devem estar relacionados, vez que, tã o importante quanto o
conhecimento, é a maneira como se chegou a ele.

10
Todo trabalho científico, seja de natureza teórico-conceitual ou de natureza em

O estudante pesquisador deve compreender que se existem diversos mé todos


para a realizaçã o de pesquisas que buscam contribuir para o desenvolvimento das
ciências, algumas questõ es sã o fundamentais e devem ser respondidas para maior
compreensã o do que é Ciência e da importâ ncia dela, tais como:

Afinal, quais sã o os critérios de cientificidade?

O que diferencia teorias científicas de outros tipos de teoria (teorias metafísicas
e especulativas)?

O que leva cientistas a considerar uma teoria melhor do que a outra, quando
ambas se propõ em a explicar os mesmos fenô menos?

Para responder estes dilemas, a pró pria comunidade científica/acadêmica


estabelece critérios para que uma teoria, estudo ou descoberta tenha valor
científico, tais como: coerência, consistência, originalidade e objetividade,
aplicabilidade, replicabilidade, além de se submeter, necessariamente, à apreciaçã o
crítica da comunidade científica, apó s sua imprescindível divulgaçã o.

Espírito Científico: a Função da Curiosidade


A histó ria humana é a histó ria das lutas pelo conhecimento da nature-
za para interpretá -la e para dominá -la. Cada geraçã o recebe um mundo
interpretado por geraçõ es anteriores. Esta histó ria está constituída por
interpretaçõ es místicas, proféticas, filosó ficas, científicas, enfim, por ideo-
logias. Cada indivíduo que vem ao mundo já o encontra pensado, pronto:
regras morais estabelecidas, sociedade organizada, religiõ es
estruturadas, leis codificadas, classificaçõ es preparadas. No entanto, tal
estruturaçã o do mundo nã o justifica a alguém se sentir dispensado de
repensar este mundo, porque caso contrá rio tem-se o lugar comum, a
mediocridade e, o que é pior, a alienaçã o (BASTOS; KELLER, 2000,
p.54).

A ciência experimental surgiu e se desenvolveu no início do século XVII, sempre


imersa nas discussõ es filosó ficas que tratavam sobre os limites do raciocínio científico,
sobre o que a ciência considerava como verdade e questionava a capacidade do
homem em conhecer o universo por meio dos seus falhos instrumentos pessoais.
Havia uma urgente necessidade de aperfeiçoar os sentidos físicos: visã o, audiçã o e
tato, bem como amplificar o poder por meio das má quinas.

O espírito humano, sempre curioso e duvidando de tudo, tentava se apoiar nas


variadas filosofias, na tentativa de encontrar soluçõ es para os problemas humanos.

11
11
UNIDAD Epistemolog

Apesar de todos os avanços nos campos das ciê ncias, foi somente no sé culo XX
que a Filosofia científica ganhou autonomia como Disciplina. A Ciência passou a
ser um fator de histó ria e de cultura, entrelaçando-se com concepçõ es de ordem
moral, política e ética.

A curiosidade passa a ter função especial para o cientista, vez que é fundamental pa

A evoluçã o constante do homem, por meio do conhecimento científico, tem


aumentado a longevidade, solucionado problemas seculares e, consequentemente,
levará a Humanidade a padrõ es de vida cada vez melhores. Pelo menos é este o
objetivo da Ciência.

O ser humano vive em constantes questionamentos sobre a pró pria existência


e deseja ansiosamente encontrar respostas e, para isso, cria representaçõ es da
realidade que percebe e a isso chama de conhecimento. Esse conhecimento
sistematizado, comprovado por outras pessoas, chama-se conhecimento científico.

O conhecimento científico é aquele que resulta da investigaçã o científica, seus


métodos e técnicas. Deriva da necessidade de achar soluçõ es para os diversos
problemas do dia a dia e também de explicar de modo sistematizado e comprovado,
teorias capazes de replicaçã o, testagem e de comprovaçã o empírica.

Desta forma, o conhecimento científico surge nã o apenas da necessidade de


encontrar soluçõ es para problemas de ordem prá tica da vida diá ria, mas do desejo
de fornecer explicaçõ es sistemá ticas que possam ser testadas e criticadas por meio
de provas empíricas.

Essa busca do ser humano para achar soluçã o para os seus problemas levou
ao desenvolvimento do conhecimento científico, que ajuda na soluçã o dos
problemas. Paradoxalmente, muitos homens têm criado problemas no uso de
muitas descobertas e invençõ es. Mas é o mau uso que traz consequências
indesejá veis. Certamente o bom uso das descobertas e criaçõ es humanas traz
bem estar, saú de e conforto. Dê uma olhada ao seu redor: a luz elétrica, o celular,
o computador, o aviã o, a Internet, nã o sã o boas soluçõ es?

A investigaçã o científica se inicia quando se descobre que os conhecimentos


existentes originá rios quer do senso comum, quer do corpo de conhecimentos
existentes na Ciência, sã o insuficientes para explicar os problemas surgidos. O
conhecimento prévio que nos lança a um problema pode ser tanto do conhecimento
ordiná rio, quanto do científico.

12
Quando o homem sai de uma posiçã o meramente passiva, de testemunha dos
fenô menos, sem poder de açã o ou controle deles, para uma atitude racionalista
e ló gica, que busca entender o mundo por meio de questionamentos, surge a
necessidade de se propor um conjunto de mé todos que funcionem como uma
ferramenta adequada para essa investigaçã o e compreensã o do mundo que o cerca.
O homem quer ir além da realidade imediatamente percebida e lançar princípios
explicativos que sirvam de base para a organizaçã o e classificaçã o que caracteriza
o conhecimento.

Por meio desses métodos, obtêm-se enunciados, teorias e leis que explicam as
condiçõ es que determinam a ocorrência dos fatos e dos fenô menos associados a
um problema, sendo possível fazer prediçõ es sobre esses fenô menos e construir
um corpo de novos enunciados, quiçá novas leis e teorias, fundamentados na
verificaçã o dessas prediçõ es e na correspondê ncia desses enunciados com a
realidade fenomenal.

A Ciência se vale da crítica persistente que persegue a localizaçã o dos erros,


por meio de procedimentos rigorosos de testagem que a pró pria comunidade
científica reavalia e aperfeiçoa constantemente. Esse método crítico de constante
identificaçã o de dificuldades, contradiçõ es e erros de uma teoria, garante à Ciência
uma confiabilidade.

O que se opõ e ao espírito científico é o dogma, que bloqueia a crítica por se


julgar autossuficiente e clarividente na sua compreensã o do mundo, e acaba por
impedir eventuais correçõ es e aperfeiçoamentos, muitas vezes induzindo ao erro,
fraudes, ignorâ ncia e comportamento intolerante. É , portanto, errô neo achar
que a dogmatizaçã o de um conhecimento é superior só porque é imutá vel.

Dogmas são doutrinas que nos são apresentadas como inquestionáveis e indiscutíveis.

O verdadeiro espírito científico consiste, justamente, em não dogmatizar os resultad

A curiosidade que leva ao desenvolvimento do espírito científico é uma busca


permanente da verdade, com consciê ncia da necessidade dessa busca, expondo as
suas hipó teses à constante crítica, livre de crenças e interesses pessoais, conclusõ es
precipitadas e preconceitos.

Embora nã o se possam alcançar todas as respostas, o esforço por conhecer e a


busca da verdade continuam a ser as razõ es mais fortes da investigaçã o científica.

13
13
UNIDAD Epistemolog

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Variação Terminológica nas Pesquisas sobre Divulgação Científica: Análise
dos Termos Empregados por Professores Pesquisadores das Universidades Brasileiras
https://bit.ly/3x2iy8X
Principais Linhas Epistemológicas Contemporâneas
http://bit.ly/40DyawV
Entrevista com Ivan Domingues: Epistemologia das Ciências Humanas
https://bit.ly/3JK1lbQ

14
Referências
ALVES, R. A filosofia da ciê ncia: introduçã o ao jogo e suas regras. Sã o Paulo:
Loyola, 2000.

BARBOSA, Derly. Metodologia de estudos e elaboraçã o de monografia. Sã o


Paulo: Expressã o & Arte, 2006.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira.; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.


Fundamentos de metodologia científica: um guia para a iniciaçã o científica. Sã o
Paulo: Pearson Makron Books, 2000.

BASTOS, Cleverson; KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introduçã o à


metodologia científica. Petró polis: Vozes, 2000.

BITTAR, Eduardo C. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prá tica da


monografia para os cursos de Direito. Sã o Paulo: Saraiva, 2001.

DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. Sã o Paulo: Atlas,

2000. DIONE, J.; LAVILLE, C. A construçã o do saber. Porto Alegre:UFMG,

2004.

FREIRE-MAIA, N. A ciê ncia por dentro. 6.ed. Petró polis: Vozes, 2000.

GALLIANO, A . C. O método científico: teoria e prá tica. Sã o Paulo: Harbra,

1986. GIL, A . C. Mé todos e té cnicas de pesquisa social. 2.ed. Sã o Paulo: Atlas,

1989.

HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. Petró polis:


Vozes, 2003.

JAPIASSÚ , H. Nascimento e morte das Ciê ncias Humanas. Rio de Janeiro:


F. Alves, 1978.

KÖ CHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica. 12.ed. Petró polis:


Vozes, 1997.

KUHM, T. S. A Estrutura das revoluçõ es científicas. Sã o Paulo: Perspectiva, 1991.

MÁ TTAR NETO, J. A. Metodologia científica na era da Informá tica. Sã o Paulo:


Saraiva, 2002.

MOREIRA, Daniel A. O mé todo fenomenoló gico na pesquisa. Sã o Paulo:


Pioneira Thomson Learning, 2004.

SALONON, D. V. Como fazer uma monografia. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2001.

SEVERINO, A. Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. Sã o Paulo:


Cortez, 2000.

15
15

Você também pode gostar