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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

DIRECÇÃO PEDAGÓGICA
Curso de Licenciatura em APC&F,GRH e Dto

CADEIRA DE MEIC 1ºANO


Semestre Académico: 1º Semestre

TEXTO DE APOIO

TEMA 1

INTRODUÇÃO À MEIC

TETE, 2024
Elaborado pelos Docentes Tomás Vilanculos e Sérgio Saene
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INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DE ESTUDO E INVESTIGAÇÃO
CIENTÍFICA (MEIC)

A Metodologia de Estudo e Investigação Científica é uma disciplina que permite ou


ajuda ao estudante realizar as suas investigações sem quaisquer problemas, ou seja, o
ajuda a chegar a uma determinada solução de um problema qualquer, desde que este
seja científico.

O QUE SERIAM ENTÃO O MÉTODO E A METODOLOGIA CIENTÍFICA?

A palavra Método significa caminho, uma forma de proceder, de realizar tarefas,


actividades e propostas. Ou seja, é um conjunto de regras e procedimentos para a
obtenção do conhecimento durante a investigação científica.

Uma teoria científica é considerada fiável quando a correcta aplicação do método


científico faz com que ela seja repetida indefinidamente, conferindo confiabilidade aos
resultados.

O termo Metodologia significa “estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se
fazer ciência” (Demo, 1995, p. 11).

Goldenberg (2009) refere que a metodologia ensina o pesquisador a ter um olhar crítico
e científico, desenvolvendo nele o pensamento científico, criativo, organizado, claro e
crítico.

OBJECTIVOS DA METODOLOGIA DE ESTUDO E INVESTIGAÇÃO


CIENTÍFICA (MEIC)

 Aplicar os conhecimentos aprendidos em diversas realidades da vida;


 Explicar a origem da filosofia da ciência;
 Caracterizar os diferentes tipos de conhecimentos;
 Descrever os diferentes métodos de pesquisa;
 Descrever os passos para realização de uma pesquisa científica;
 Conhecer as técnicas usadas na recolha de dados;
 Elaborar um relatório de pesquisa científica.
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IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Segundo Demo (1995), a metodologia instrumentaliza quanto aos procedimentos a


serem tomados na pesquisa, possibilitando acesso aos “caminhos do processo
científico”, além disso, ela visa, também, promover questionamentos acerca dos limites
da ciência sob os aspectos da capacidade de conhecer e de interferir na realidade.

A metodologia organiza a pesquisa, estabelecendo os caminhos a serem seguidos a fim


de que se alcancem os objectivos. Ao escolher a metodologia, define-se o tipo de
pesquisa a ser desenvolvida e como esse trabalho seguirá até sua conclusão: os passos a
serem dados, os instrumentos utilizados e a forma como os dados de estudo serão
coletados.

ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

1. OBSERVAÇÃO

O primeiro passo na condução de uma investigação científica é observar, ou seja,


identificar um fenómeno que queremos testar. A observação geralmente não é levada
em consideração em muitas ocasiões; no entanto, como é possível fazer perguntas
quando você tem um fenómeno para estudar?

O conhecimento científico inicia com a colecta de informações para descrever de forma


qualitativa e/ou quantitativa o fenómeno.

2. QUESTIONAMENTO

Consiste em identificar o que você quer saber. O método científico começa quando você
faz uma pergunta sobre algo que observa. Estabelecer a pergunta é definir o que você
deseja descobrir sobre esse fenómeno, respondendo à pergunta O quê? Quem? Como?
Por quê? Onde? Quando?

Ao observar a repetição de uma propriedade ou as características do fenómeno,


formulam-se perguntas.

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3. HIPÓTESES

As hipóteses têm como objectivo explicar as observações e, por isso, nas tentativas de
desvendar o fenómeno mais de uma hipótese pode ser formulada. Elas vão guiar a
planificação das experiências para que se aprenda mais sobre o que está sendo
observado.

Uma hipótese é uma suposição formal sobre um fenómeno. Esta etapa consiste em
tentar responder à pergunta com uma explicação que possa ser comprovada, ou seja,
como uma teoria de como algo funciona. A hipótese é uma breve explicação da
pergunta que você deseja responder ou uma afirmação que deve ser verificada por meio
de experiência.

4. EXPERIÊNCIA

A actividade experimental avalia o sistema em estudo e verifica as condições práticas


para que o fenómeno ocorra e possa ser reproduzido. À medida que as experiências são
realizadas, as evidências são reunidas e as hipóteses são colocadas à prova.

Sua experiência testa se sua previsão é precisa e se sua tese é compatível. Para isso, é
necessário realizar testes precisos e justos. Se a hipótese não for viável, é provável que
esteja incorrecta. Recomendamos repetir a experiència várias vezes para garantir que os
primeiros resultados não sejam um acidente.

5. RESULTADOS

A reunião dos dados obtidos juntamente com as interpretações realizadas vão validar as
informações para justificar a hipótese e explicar o fenómeno. Nessa etapa, os resultados
são utilizados para rejeitar ou modificar a hipótese, pois ela deve coincidir com os
resultados obtidos.

Ao concluir a experiência, você deve colectar as medidas e analisá-las para ver se elas
suportam sua hipótese. Quando não é positivo, os cientistas criam um novo processo
com base nas informações obtidas.

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6. CONCLUSÃO

Com base na observação, formulação de hipóteses, experiencias e resultados obtidos, é


possível que se construa uma teoria, lei ou princípio para expandir o conhecimento
adquirido e aplicá-lo em outras situações. Se os resultados da investigação coincidirem
com a hipótese, será considerada confirmada. Caso contrário, será determinado que nos
resultados obtidos a hipótese foi rejeitada, retornando à segunda etapa em que uma nova
possível solução para o problema será repensada.

FUNDAMENTOS DA INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA

 A investigação científica é entendida como a busca de respostas ou soluções


para questões ou problemas reais ou abstratos, através do humano raciocínio ou
intelectual raciocínio.
 O processo de pesquisa científica baseia-se no bom senso e na razão, deve ser
objectivo e imparcial, para que seus resultados sejam considerados válidos.
 Toda pesquisa científica deve seguir um método. Que geralmente é chamado de
método científico ou metodologia científica.

CARACTERÍSTICAS DE UMA INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA

Entre as principais características do processo de investigação científica estão as


seguintes:

 A hipótese deve ser testável, mesmo se o resultado a negue;


 A pesquisa deve envolver raciocínio dedutivo para incluir premissas verdadeiras
para chegar a uma conclusão lógica e raciocínio indutivo para adoptar uma
abordagem oposta;
 Deve ser composto por uma variável independente, ou seja, não muda, e uma
variável dependente ou variável;
 O processo de experimentação consiste em um grupo experimental que se
compara a um grupo de controlo.

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MISSÃO DO ESTUDANTE NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO

Ao ingressar na universidade o estudante depara-se com situações pouco comuns à sua


realidade, até então. A partir disso, é necessária uma adequação, por parte do estudante,
ao novo ambiente.

Segundo Severino (2007), no ensino superior, os bons resultados do ensino e da


aprendizagem vão depender em muito do empenho pessoal do aluno no cumprimento
das actividades acadêmicas, aproveitando bem os subsídios trazidos seja pela
intervenção dos professores, seja pela disponibilidade de recursos pedagógicos
fornecidos pela instituição de ensino.

Teixeira (2010), ao mencionar sobre as competências transversais do ofício do aluno,


diz que o estudante precisa desenvolver três actos acadêmicos: os hábitos de estudar,
ler e escrever textos para torna-se atuante na sociedade. Isso servirá como requisito para
que o estudante torne-se um pesquisador.

O acto ou hábito de estudar está directamente ligado ao de aprender através de boas


práticas de leitura e atenção às aulas, dando ao aluno a possibilidade de participar,
interpretar e envolver-se no desenvolvimento de tais práticas. Assim sendo, deve-se
aproveitar ao máximo as aulas em sala, pois “esse material didáctico científico deve ser
considerado e tratado pelo estudante como base para seu estudo pessoal, que
complementará os dados adquiridos através das actividades de classe” (SEVERINO,
2007, p. 43), além das leituras de bons livros que possibilitem atuação e/ou reflexão do
estudante.

A leitura faz-se necessário à vida do estudante, visto a necessidade que este tem em
produzir trabalhos acadêmicos. Para Teixeira (2010, p. 27) “a leitura envolve a prática
de dar significado ao mundo que nos cerca”. Dessa forma, a autora divide a leitura
dirigida em duas etapas:

1º momento no acto de ler: ler para identificar a fonte do texto, o autor. Fazer uma
leitura geral para aprender a ideia/mensagem central. Não sublinhe nada, não anote
nada ainda, só leia o texto inteiro.

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2º momento no acto de ler: ler para procurar os significados, ideias correlacionadas,
conceitos, para destacar os trechos significativos e informações complementares à
ideia central. Sublinhe / destaque tais trechos no texto. Não anote nada ainda. Só na
terceira leitura é que o estudante deve iniciar o seu trabalho de escrita.

Para escrever textos o estudante deve possuir alguns conhecimentos prévios, tais como:
“conhecimento linguístico; conhecimento dos tipos de texto e suas características;
conhecimento de mundo”. (Teixeira, 2010, p. 33).

Diante disto, quanto às suas atribuições, será necessário, para que obtenha sucesso na
universidade, que o estudante se empenhe, pois dele serão exigidas responsabilidades
condizentes do ensino superior e que superam as de suas experiências anteriores.

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Referências bibliográficas

Abraead, A. B. (2008). Educação Aberta e a Distância. (4ª.ed.) São Paulo, Brasil:


Instituto Monitor.

Barreto, R. G. (2000). Tecnologias educacionais e educação à distância: avaliando


políticas e práticas. São Paulo, Brasil: Quartet Editora.

Belloni, M. L. (2003). Educação à distância. Campinas, Brasil: Autores Associados.

Carvalho, A. (2007). Ensino de ciências sociais, unindo a pesquisa e a prática. São


Paulo.

Demo, P. (1985). Introdução à metodologia da ciência. São Paulo, Brasil: Atlas.

Marconi, M. A; Lakatos, E. M. (2016). Fundamentos de metodologia científica. São


Paulo, Brasil: Atlas.

Kuhn, T, S. (2011). A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, Brasil:


Perspectiva.

Pereira, M.G. (2014). Artigos Científicos - Como Redigir, Publicar e Avaliar. Rio de
Janeiro, Brasil: Guanabara Koogan.

Peter. O (2004). A educação a distância em transição: tendências e desafios. São


Leopoldo, Brasil: Editora Unisinos.

Severino, A. J. (2001). Metodologia do trabalho científico. (21. ed.) São Paulo, Brasil:
Cortez Editora.

Silva, A. M. & Moura, E. M. (2000). Metodologia do trabalho científico. Brasil:


Fortaleza.

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