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A PRÁTICA

MARCIA BELMIRO
Porque fazer Coaching com filhos e alunos? 3
Como aplicar Coaching Informal em crianças? 5
Como agir no dia a dia

Ter boas conversas 7


Criar regras e combinados em conjunto 10
Aumentar a auto-estima 13
Solucionar problemas 14

E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal 2


PORQUE FAZER COACHING
COM FILHOS E ALUNOS?
O Kids Coaching é maravilhoso para as crianças e melhor ainda para seus pais e
mestres.

Para as próprias crianças o coaching os ajuda a lidarem com suas emoções e


melhorar interações com os que estão à sua volta trazendo a sensação de uma vida
agradável, interessante e tranquila.

Para os pais que com frequência sofrem por verem o quanto seus filhos estão em
luta para sobreviver, em luta com seus estudos, em luta com a escola e suas regras,
em luta com seus relacionamentos sociais, em síntese, em luta com seus próprios
comportamentos e atitudes e com as consequências destes no seu ambiente, há
imenso benefício na aplicação do Coaching Informal – uma abordagem Coaching a
ser utilizada no dia a dia, em sua rotina familiar que trará grande calma e tranquilidade
nas relações e evolução do seu pequeno.

Lembrando que tanto a ação de lutar quanto a palavra luta levam a experiência
emocional de que “viver é difícil”, desgastante, traz dor e sofrimento e essa experiência
emocional alicerça crenças limitadoras do tipo “não é possível”, “não tem mais o que
fazer” que impede a criança de ultrapassar as dificuldades e encontrar saídas para
chegar a felicidade e bem estar.

Para os professores que querem estimular o crescimento de seus alunos, acreditam


no processo educativo, mas sofrem com a concorrência das multimídias pelo
interesse das crianças e que às vezes se sentem impotentes para que elas aprendam,
ampliem seu arquivo de conteúdo conquistando evolução intelectual e social, a
postura Coaching, a abordagem Coaching pode ser de enorme auxílio.

A utilização do Coaching Informal por pais e professores lhes garante ferramentas


que dão suporte às suas crianças para que consigam continuamente se sustentar
em si mesmas seja nas situações sociais, familiares, de aprendizado, lazer ou nos
relacionamentos com amigos e colegas.

E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal 3


O que o Coaching tem a contribuir
para o crescimento saudável, na
sustentação emocional de crianças,
na sua constituição para serem
adultos autoconfiantes e capazes
de usar seus recursos internos com
desassombro e ao mesmo tempo
com humildade?

Não é uma fantasia ou uma hipótese ter


filhos felizes, contentes, com sucesso,
animação, saúde emocional e social.
O que pais e professores precisam
é aprender técnicas de como ajudar
seus filhos a lidarem melhor consigo
mesmos e mudar o padrão de LUTA
pelas atitudes de preservação própria
da AUTORRESPONSABILIDADE,
AUTONOMIA, TOMADA DE DECISÃO
e INFLUÊNCIA.

Com a condução adequada, abundância de incentivo e estímulos apropriados,


crianças podem desenvolver confiança, determinação, resistência e inteligência
emocional, constituindo-se em adultos firmes e afáveis ao mesmo tempo. Crianças
assim incentivadas se tornam o que elas são em sua essência tendo em si um
escudo natural e saudável para lidar com a dor que inevitavelmente surgirá em sua
vida e terá em si um guia para a felicidade e bem estar mais próximo e ao seu dispor
em seu arquivo mental.

O grande presente que pais querem entregar aos seus filhos é gerar competência
neles para conseguirem gerenciar as dificuldades inerentes ao sistema social
humano que enfrentarão ao longo da vida, levando-os a escolherem amor, saúde, fé,
autoconfiança, sabedoria e felicidade como seus princípios de vida e de convivência.

Mesmo crianças que são acarinhadas e amadas por seus pais não tem garantias de
obter sucesso nos relacionamentos, no trabalho ou financeiro porque ainda assim a
vida pode ser dura e difícil para elas. Muitos pais se empenham verdadeiramente em
aconselhar, motivar, dar apoio, mesmo assim isso não garante uma vida sustentável,
com plena autonomia e segurança frente as intempéries. Felicidade não é alguma
coisa que possa ser fornecida por pais amorosos. Para uma pessoa ser feliz não

4 E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal


COMO APLICAR COACHING
INFORMAL EM CRIANÇAS?

basta seus pais quererem e torcerem por isso, mas antes precisam habilitar seus filhos
a serem capazes de encontrar o próprio parâmetro de felicidade e como conseguir
conquistá-la. O Método KidCoaching® contribui enormemente nesta construção de
uma forma que os pequenos, independentemente da idade e temperamento, serão
capazes de absorver e se beneficiar.

Primeiro de tudo, absorva profundamente 12 conceitos determinantes para a boa


condução do Método KidCoaching® Informal.

12 CONCEITOS DETERMINANTES PARA O SUCESSO DO


MÉTODO KIDCOACHING® INFORMAL:

1. OS PAIS SÃO OS MELHORES COACHES PARA SEUS FILHOS – ELES SÓ


PRECISAM SER PREPARADOS PARA ISSO.

2. PATERNIDADE E MATERNIDADE SÃO HABILIDADES QUE PODEM SER


APRENDIDAS.

3. OS MELHORES PAIS COACHES AJUDAM SEUS FILHOS PELO EXEMPLO –


NÃO PRECISAM SER PAI E MÃE PERFEITOS, MAS CONGRUENTES.

4. PAIS SATISFEITOS CONSIGO MESMOS, QUE TEM SEUS VALORES E CRENÇAS


BEM DEFINIDOS REFLETEM POSITIVAMENTE SOBRE A VIDA DE SEUS FILHOS
COMO NUM ESPELHO.

5. PROBLEMAS PEQUENOS QUANDO NÃO SÃO DEVIDAMENTE CUIDADOS


TENDEM A AUMENTAR.

6. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL ASSOCIADA A RAZÃO É O GRANDE PASSO PARA O


CRESCIMENTO SAUDÁVEL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE FUTUROS
ADULTOS SOCIALMENTE, PROFISSIONALMENTE E FINANCEIRAMENTE BEM
SUCEDIDOS.

E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal 5


7. TODA CRIANÇA PODE MELHORAR SUA PERFORMANCE NA ESCOLA, NA
FAMÍLIA E ENTRE AMIGOS SE RECEBER A ABORDAGEM ACERTADA.

8. QUALQUER DIFICULDADE DE UMA CRIANÇA REFLETE NO RESTANTE DA


FAMÍLIA E ALTERA A DELICADA BALANÇA ENTRE FAMÍLIA FELIZ E FAMÍLIA
PROBLEMÁTICA.

9. CADA CRIANÇA É ÚNICA EM SUAS NECESSIDADES E TAMBÉM SOFRE


RELEVANTE INTERFERÊNCIA DOS AMBIENTES POR ONDE TRANSITA.

10. RÓTULOS NÃO SÃO SAUDÁVEIS PARA NINGUÉM, MENOS AINDA PARA
CRIANÇAS QUE AINDA NÃO TEM SUA IDENTIDADE DEFINIDA.

11. BRINCADEIRA, CURIOSIDADE E ANIMAÇÃO SÃO MANIFESTAÇÕES NATURAIS


E SAUDÁVEIS NA INFÂNCIA.

12. A VIDA ESTÁ EM CONSTANTE MOVIMENTO E NA INFÂNCIA MAIS DO QUE EM


QUALQUER OUTRA IDADE ESSAS MUDANÇAS SÃO RÁPIDAS DEMAIS E POR
VEZES, ASSUSTADORAS.

Leia cada um desses 12 conceitos pausadamente, de novo. Pare por instante em


cada um. Internalize um a um, pois há em todos uma reflexão que trará profunda
compreensão sobre aspectos simples, porém cruciais para o entendimento da
dinâmica familiar sob o ponto de vista infantil.

Os 12 conceitos interferem na constituição do próprio desenvolvimento afetivo,


de caráter, social e comportamental das crianças. Uma vez que você absorva
vagarosamente cada um deles, acredite, uma luz interna em você se acenderá.

DESTAQUE 2 DESSES CONCEITOS QUE HOJE SÃO BEM


EVIDENTES E PRATICADOS POR VOCÊ KIDCOACH

DESTAQUE 2 DESSES CONCEITOS QUE VOCÊ


KIDCOACH PRECISA APREENDER MELHOR

6 E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal


Como agir no dia a dia com as crianças
aplicando o Coaching Informal

I - TER BOAS CONVERSAS


Uma boa conversa coaching inclui mais perguntas e mais tempo de fala da criança
(respostas e considerações).

Interagir com crianças e adolescentes dando sempre conselhos, orientando e dizendo


o que deve ser feito acaba gerando uma blindagem de escuta altamente seletiva que
tudo mais que é dito não acessa o pensamento e o sentimento da criança.

As boas perguntas agem para abrir espaço emocional interno de auto escuta. Levar
a criança a pensar por meio de boas perguntas eleva seu patamar perceptivo sobre
si, sobre as situações e sobre suas decisões. Portanto pais e professores podem
aprender a construir e conduzir boas perguntas que trarão crescimento intelectual e
emocional nessa fase de crescimento.

As perguntas na conversa coaching têm isenção, por isso não devem ser feitas
na hora que o adulto está aborrecido ou sem paciência, as perguntas coaching
precisam ter o genuíno propósito de levar a criança a pensar e descobrir.

As perguntas tem o poder de modificar vidas, mudar perspectivas, empoderar para


que a pessoa acredite em si própria, levar a pensar e tirar novas conclusões, e instigar
para agir e na conversa coaching precisam gerar: ReDA - Reflexão, Decisão e Ação.

Reflexão – Jean Piaget identifica que a capacidade de pensar inicia aproximadamente


aos 2 anos de idade no período Pré-operatório, e a criança a partir dessa idade
interioriza o meio sendo capaz agora de representá-lo mentalmente e utiliza
símbolos para representar a realidade. Portanto dependendo da forma como
o adulto se comunique ele poderá trazer elementos para que a criança faça uma
reflexão sobre os acontecimentos e sobre o objeto do conflito que esteja vivendo.

Decisão – Piaget identifica ainda que crianças a partir dos 2 anos são capazes de
relacionar dois ou mais objetos (ausentes ou presentes), duas ou mais ações (do
passado ou do presente). E essa é a base para tomada de decisão. A criança aos
2 anos já consegue relacionar duas opções para ponderar sobre elas com a ajuda do
adulto, mediação de um parceiro mais experiente conforme diz Vygotsky, e então
levá-la a decidir como agir.

Ação – Reconstituir suas ações passadas através de narrativas e de antecipar


suas ações futuras pela representação verbal também são condições naturais
do desenvolvimento infantil a partir dessa faixa etária, o que lhe permite combinar
verbalmente com os adultos as ações que irá realizar.

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Cuidados
na hora de
fazer boas
Perguntas
Coaching
1 - Perguntas que já incluem uma crítica não levam a criança a ReDA - Reflexão,
Decisão e Ação.

Exemplo: Você quer chegar atarasado de novo na escola?

E a situação poderá ficar ainda pior se esse tipo de pergunta ainda terminar com uma
conclusão catastrófica como:

Exemplo: Assim você não vai chegar a lugar nenhum na vida!

Nos estudos de neurociências sobre o cérebro infantil o que se pode comprovar é que
a região límbica, a mais primitiva da espécie humana já vem completa no momento
do nascimento, essa área é responsável pelo respirar, pelas funções básicas de
sobrevivência do corpo humano e pelas emoções. O Neocórtex, região responsável pela
análise, planejamento e onde estão as funções executivas superiores do ser humano só
vai acabar de se constituir aos 21 anos. Portanto, todo processo de aprendizagem que
o ambiente puder oferecer é muito bem vindo para aprimorar / qualificar essa maturação
do neocórtex e integrar emoção com razão minimizando o impacto das múltiplas
emoções que tomam o mundo infantil e sobre as quais a criança não tem entendimento.
As boas perguntas levam a reflexão e novas conclusões. Elas são ótimas para isso! O
pior que pode acontecer a uma criança é ela estar totalmente confusa com um monte
de emoções - tristeza, decepção, medo, raiva, alegria sobre um determinado fato - que
a tomam “de repente” e não saber lidar com isso. E são as boas perguntas que levam a
criança a pensar, compreender e concluir juntando o cérebro que pensa com o cérebro
que sente. Essa prática das boas perguntas também aumentam a aproximação entre
pais e filhos.

2 - Perguntas que já incluem uma sugestão de ação podem funcionar...mas só por


um curto tempo. Porque a criança perceberá rapidamente esse direcionamento e
poderá reagir de forma passiva e acostumar-se a aguardar que decidam por ela ou
reclamará sobre se sentir obrigada a fazer o que o adulto deseja. Em ambas reações,
as perguntas sugestivas ou mesmo as sugestões sem perguntas,mantem a criança
insegura levando a:
- falta de posicionamento e de decisão sobre o que quer;
- porque é importante fazer;
- e as consequências por não fazer.

8 E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal


Essa forma de sugerir continuamente o que a criança deve fazer, num dado momento
não surtirá mais o efeito e a criança acaba não realizando a tarefa. De maneira geral
quando a criança não realiza uma ação esperada, tende a sentir culpa, o que não
produz qualquer efeito positivo na constituição infantil. Esse tipo de pergunta também
não garante ReDA - Reflexão, Decisão e Ação.

3 - Ao perguntar o adulto deve usar com frequência as expressões: QUAL...? – O


QUE...? – QUAIS...? – PARA QUE...? – QUANDO...? – COM QUEM...? Evite o
PORQUE? visto que na nossa língua é muito utilizado para tomar satisfação, o que é
sentido pela criança como uma crítica. Além disso o PORQUE? pode levar a criança
a dar uma justificativa e isso não irá alterar em nada o status da situação.
4 - Ao perguntar o adulto também deve usar com frequência formações de frases que
iniciem com: DE QUE FORMA...? – EXISTE ALGUMA MANEIRA...? – SE FOSSE
POSSÍVEL...COMO SERIA? – QUANTO ISSO É IMPORTANTE...? – QUANDO
SERÁ FEITO...? – SE VOCÊ PUDESSE... – O QUE VOCÊ IRÁ FAZER...? – O QUE
VOCÊ PODERIA...? – QUANTO ISSO SIGNIFICA PARA VOCÊ? -

EXEMPLOS DE PERGUNTAS RUINS:


1) Ei, os brinquedos nasceram aqui na sala? Vai colocar essa tralha toda
na caixa agora ou não? - essa pergunta está impregnada de agressividade e
desqualificação-
2) Filha, qual a parte que você não entendeu que se não escovar os dentes
vai ficar com dor dente e ainda vai ter que ir pro dentista? - essa pergunta
está impregnada de ironia, sarcasmo e ameaça-
3) Rodrigo, de novo vai chegar atrasado na Van? Você não tem mais jeito! -
essa pergunta está impregnada de descrédito, desqualificação e confirmação
de incompetência –
4) Maria, você quer ficar surda? Como eu consigo ouvir a novela assim? - essa
pergunta está impregnada de agressividade, geração de culpa e desolação.

EXEMPLOS DE BOAS PERGUNTAS COACHING:


1) Filho, onde você pode colocar seus brinquedos para achar amanhã e
poder brincar muito e de novo com eles? – falando em tom calmo e afetuoso,
gerando sentido lúdico e de consequência –
2) Filha, como você pode fazer para sua boquinha ficar bem fresquinha e
cheirosa? – falando em tom calmo e afetuoso, gerando sentido de prazer e
bem estar –
3) Rodrigo, se você pudesse encontrar uma maneira de se aprontar antes
da Van buzinar, qual seria? – falando em tom calmo e firme, gerando sentido
de compromisso e responsabilidade –
4) Maria, de que forma você poderia me ajudar para eu ouvir minha novela
ao mesmo tempo que você ouve sua música? – falando em tom calmo e
assertivo, gerando sentido de contribuição e encontro de solução -

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II - CRIAR REGRAS E COMBINADOS EM CONJUNTO
Compreendem regras e estabelecem compromissos. Essa condição infantil
favorece os pais e educadores a criar combinados e construir regras que dão
sustentação às ações combinadas. Ações com base em normas instituídas (não
rígidas) geram disciplina e ambiente previsível por isso traz conforto e diminui
ansiedade da família.

TEMAS MAIS FREQUENTES QUE REQUEREM REGRAS:

• Cuidados com seus bens, com a casa e com os bens dos outros
• Horários – de dormir, comer, brincar, estudar
• Alimentação – o que pode, o que não pode, o que pode de vez em quando
• Segurança – posição na cadeirinha do carro, pular de alturas (sofá – cadeira ),
segurar talher, subir em escadas, cadeiras, andar na calçada, usar capacete
para andar de patins e bicicleta
• Relacionamento com outros – dentro e fora de casa
• Higiene – banho / escovação de dentes / limpar-se após uso do vaso / lavar
mãos

COMO FAZER ESSES COMBINADOS E CRIAR REGRAS?

• Sempre explicando o motivo do combinado e trazendo o pequeno para


verbalização,
• valorizando sua argumentação com expressões de apreciação;
• e auxiliando na fixação do combinado para que memorize e realize.

DETALHANDO UM POUCO MAIS:


Como fazer esses combinados e criar regras sem ser na imposição? Mas antes

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sendo definidas em conjunto adulto e criança? Numa base Coaching?
Entre os 2 e 4 anos isso é feito de uma maneira bem simples e as regras são objetivas
e curtas, sem qualquer grau de complexidade.

1º- sempre explicando o motivo do combinado e seu sentimento sobre o fato


Ex: Para mamãe ficar tranquila e você ficar seguro no carro, terá que usar o cinto de
segurança

2º- e trazendo o pequeno para verbalização por meio de uma pergunta simples
Ex: Você pode conseguir fazer isso daqui da escola até a casa da vovó? (supondo
que a criança possa dizer NÃO) você busca outra verbalização perguntando: E como
eu vou ficar tranquila e você vai ficar seguro aí atrás? Sempre buscando respostas
de auto responsabilidade. Sabendo que esse exercício deve demorar na primeira
vez, no entanto poupará enorme tempo nas vezes seguintes e evitará o desgaste de
gritos e ameaças.

3º- valorizando sua argumentação com expressões de apreciação


Ex: (supondo que a criança responda SIM) você pode dizer: Uau! Estou diante de um
rapazinho que sabe cuidar bem de si mesmo! – e dessa forma você valoriza e amplia
seu grau de consciência sobre si mesmo.

4º- e por fim auxiliando na fixação do combinado para que memorize e realize.
Ex: Então diz uma coisa para mamãe: O que você irá fazer agora para ir em segurança
até a casa da vovó e a mamãe ficar tranquila enquanto dirige?

5º- valorize mais uma vez:


Ex: Que bom! Então vamos curtir nosso passeio!

E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal 11


A partir dos 5 anos as regras podem ser de caráter mais elaborado e envolver
construções mais complexas do tipo:
• Envolver a criança num diálogo mais extenso em que a própria criança
precisará encontrar uma solução. Não dizer para a criança o que ela tem
que fazer e gerar um breve debate, construindo em seguida a regra ou o
combinado inserido numa base consistente.
• Definir agenda, datas, cronogramas, prazo, ações específicas com variedade
crescente, conforme a idade.
• Valorizar a decisão e acompanhar a realização do combinado.

EXEMPLO:
João, como será para conseguir aumentar a média em matemática no bimestre que vem?

Tendência de respostas: “Vou estudar” “Vou prestar atenção na aula”

Novas perguntas: “e como você vai fazer isso?” “e o que você precisará fazer para
conseguir fazer isso?” “tem alguma coisa que você possa fazer de diferente que você
ainda não fez para conseguir prestar atenção na aula?” “tem alguma forma ou alguém
que você possa pedir ajuda para que você estude?”Se a resposta for: “Não sei” você
poderá perguntar: “e se você soubesse como seria?” “e se você pudesse encontrar
uma solução para isso qual seria?”Concluir valorizando e trazendo crédito para a
nova decisão que a criança trouxe e que se comprometeu em realizar. Se o adulto
não confia e diz coisas do tipo: Olha lá hein? Derruba por terra toda possibilidade de
mudança de comportamento.

Outros exemplos de combinados conduzidos numa base coaching por adultos –


pais, professores e kidcoaches:
• Marta, esses jarros aqui são meus “brinquedos”, você tem os seus

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brinquedos e a mamãe tem os dela. (concluindo com uma pergunta que
leve a criança a uma nova atitude) Onde estão os seus brinquedos que
são bem divertidos, coloridos, macios..etc? Pode buscar ou quer uma
ajuda? – falando em tom calmo trazendo sentido de esclarecimento e limite –

• Davi, será bom chegar na escola bem animado amanhã para brincar?
Então como você vai fazer para descansar agora? – falando em tom
calmo, assertivo trazendo sentido de cuidado e compromisso consigo e com
sua rotina.

• Carolina, papai vai colocar a comida no seu prato e como você vai se
sentir depois de comer tudo sozinha?! Já pensou como você vai ficar
bem forte e linda comendo todos esses verdinhos? – falando em tom
alegre trazendo sentido lúdico e divertido e de cuidado para consigo -

EXEMPLOS DE EXPRESSÕES DE APRECIAÇÃO E VALORIZAÇÃO:


- Combinado?; - Muito bem! Parabéns!; - Que filho cuidadoso!; - Que bacana!;
- Uau! Fez tudo sozinho!; - Estou orgulhoso de você!; - Como ficou arrumado!;
- Fiquei muito feliz de ver tudo guardado!; – Que lindo!

A valorização é tão importante quanto saber construir Boas Perguntas durante o


diálogo com a criança.

III - AUMENTAR A AUTO-ESTIMA


As expressões de apreciação acima e outras nessa mesma linha aumentam a auto-
estima e auto-confiança da criança e ainda reforçam positivamente ações que ela
tem em sua rotina que apresentam disciplina, cuidado, segurança ou qualquer outro
valor importante para família e para constiuição da personalidade da criança.

O pai coach, a mãe coach ou o professor coache o KidCoach diante de leves


inseguranças e dúvidas da criança
quanto ao enfrentamento do
desconhecido ou a experimentação
de algo diferente seja nas relações,
nos hábitos sociais, nas brincadeiras,
pode auxiliar o pequeno a identificar
de forma expressa e clara quais seus
recursos pessoais que possui e que
ao utilizar poderá levá-lo a realizar
essa nova experimentação com o
mínimo de desgaste emocional.
E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal 13
Nesse tipo de situação é muito útil levar a criança a verbalizar uma “lista” de FORÇAS,
DONS, TALENTOS, ATITUDES QUE JÁ TEVE, CONQUISTAS QUE JÁ OBTEVE.
Esse exercício amplia a auto-confiança e sedimenta auto- imagem positiva. Crianças
que se vem de forma naturalmente positiva estão mais prontas para explorar novas
possibilidades no ambiente e aumentam sua auto-motivação e curiosidade sobre o
que é novo e dinâmico.
Continuamente o adulto precisa de forma verdadeira e sincera valorizar, apoiar, elogiar,
fornecer reforço positivo para gerar na criança segurança interna e a capacidade de
apropriar-se de seus principais recursos emocionais e intelectuais.

IV - SOLUCIONAR PROBLEMAS
O tamanho da mochila infantil é menor que a do adulto, porque é o quanto ela
consegue carregar, assim são os problemas delas, sob a ótica dos mais velhos
podem parecer problemas simples e de fácil solução, mas sobre os ombros infantis
podem ter peso excessivo, por isso pais e professores nunca devem julgar o problema
atribuindo frases do tipo: - isso é bobagem – você não sabe o que é problema – isso
não é problema – criança não tem problema – seu problema é brincar - você não
sabe os problemas que eu tenho - ou pior: rir da situação que, a duras penas, ele ou
ela teve a coragem de relatar.

Outro aspecto importante é quanto a solução de problemas: os adultos mais ajudam


quando não resolvem os problemas pelos seus miúdos, mas antes os fortificam
para que os próprios consigam fazer os necessários embates e equacionarem o que
precisa ser equacionado. É dessa forma que se reforça o valor e força que possuem
para lidarem com dificuldades.
Às vezes, mudar de escola, tirar do Karatê ou mudar de bairro, não irá solucionar
o problema da criança, porque em algumas situações o problema é inerente a

14 E-BOOK 2 - Kids Coaching Formal e Informal


forma da criança agir, sentir ou pensar e a melhor ajuda que o adulto dará é trazer
entendimento do cenário e encorajar para o encontro de novas saídas e ainda
faciltar na implementação das novas atitudes encontradas num diálogo e não numa
imposição.

A criança na faixa etária de 5 a 6 anos já se encontra em franco convívio social em


especial na escola e conforme nos afirma Paul Osterrieth: ela começa a medir-se
com iguais que não estão “de franca boa vontade” para com ela. O que significa
que o adulto novamente muito auxiliará se o fizer pensar sua melhor resposta ao
ambiente sem precisar se sobrepor ou se submeter aos ditames coletivos. A melhor
intervenção é, portanto, deixar o ocorrido para trás pois ficar remoendo culpas e
inadequações, seja da criança ou de outros envolvidos manterá a inatividade e
reclamação do problema.

Conduzir para o futuro e para o que a criança deseja fazer diante dessa situação e em
outras semelhantes a partir de agora, é a solução! Essa solução é a que mais constrói
novas perspectivas e esperança porque leva a criança a entender que embora as
coisas sejam do jeito que elas são, como por exemplço em situações de Bullying, ela
pode mudar a forma como se sente e como quer interagir e atuar e não ter impactos
negativos. E que diante de outras situações-problema como por exemplo melhorar
as notas, a construção de estratégias com base nos próprios recursos internos leva
a criança a acreditar que o mundo e a realidade sofrem influência direta em função
da forma como entende, decide e age.

Ajudar crianças no entendimento de suas emoções e reações com uso de boas


perguntas, as leva a encontrarem novas soluções, transforma a relação em casa e
na escola.

Como poderiam ser nossas escolas com mais desenvolvimento da inteligência


emocional?

Como poderiam aprender mais e desenvolver-se mais?

Como se comportariam as crianças que estão com suas emoções bem cuidadas
e se sentem amadas e compreendidas mesmo em seus momentos de explosão e
descontrole?

O Coaching Infantil tem uma grande contribuição na saúde emocional de famílias,


escolas e comunidades. O Método KidCoaching® com ferramentas e técnicas
específicas criadas para facilitar a vida da criança na convivência com outras
crianças, com as regras, com os embates sociais e com os desafios rotineiros com
irmãos, meio irmãos, separação dos pais, novos parceiros dos pais surge como
opção certeira e efetiva no meio de uma panaceia de teorias e fórmulas prontas nem
sempre úteis ou eficazes.
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MARCIA BELMIRO NOGUEIRA

É fundadora e diretora técnica da Rio Coaching


e do Instituto de Crescimento InfantoJuvenil.
Criadora do Método KidCoaching® e co-criadora
do Método GrowCoaching®, Marcia Belmiro
possui vasta esperiência profissional nas áreas
de Formação de Coaches, Educação Infantil,
Recursos Humanos e Comportamento Humano.
Graduada em Psicologia, ela é especializada em
Recursos Humanos pelo IBRAE – FGV, é Personal
Life Coaching e Executive Coaching e também
Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute.
Possui MBA em Coaching e Pós-graduação em
Neurociências aplicada a aprendizagem pela UFRJ.
Marcia Belmiro tem certificação nos instrumentos
de Assessments DISC, PEAKS, SOAR e Birkman
e certificação em Alfa Assessment Coaching
pela Worth Ethic Corporation. Atua há 30 anos
nas áreas de Educação e Recursos Humanos.
Possui sólida experiência como Coach de
executivos e empresários. Tem mais de 12.000
horas na criação e aplicação de workshops,
palestras, cursos de desenvolvimento de líderes,
programas motivacionais e transformacionais.
Co-autora dos livros: A Bíblia do Coaching e
O Máximo do Mínimo, escritora e coordenadora
técnica do livro Empoderar para Transformar.

CONTATOS:
21 2288 2571
marcia@riocoaching.com.br
www.riocoaching.com.br

@marciabelmiro

/rio.coaching

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