Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. O que é Teologia?
a. O estudo da Pessoa e obra de Deus em seus relacionamentos com o
homem.
a) Teologia Sistemática.
b) Teologia Histórica.
c) Teologia Prática.
d) Teologia Bíblica.
a) Sentido Adjetival.
b) Uma disciplina.
a. Algumas definições:
i. Walter kaiser: “É aquela teologia que descreve e
se contém na Bíblia e conscientemente vinculada
de era em era enquanto todo o contexto
antecedente e mais antigo se torna a base para a
teologia que se seguia em cada era”.
ii. Geroge Laad: “Teologia Bíblica é a disciplina que
estrutura a mensagem dos livros da Bíblia em seu
ambiente histórico. É uma disciplina
primariamente descritiva. Ela não está
inicialmente preocupada com o significado último
dos ensinos da Bíblia ou com sua relevância para
os dias atuais. Esta é uma tarefa da Teologia
Sistemática. A tarefa da teologia bíblica é expor a
teologia encontrada na Bíblia em seu próprio
contexto histórico, em seus próprios termos,
categorias e formas de pensamento”.
01
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
02
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
a) A unidade da Bíblia.
b) A ação de Deus na história.
c) A teologicidade dos atos de Deus na história.
d) Crença na acumulação da revelação.
e) Crença na Inspiração da Bíblia.
c) Estudo histórico:
a. O que isto significava naquela época?
d) Organização do Ensino:
a. Como o crente dos tempos bíblicos pensava, cria e adorava?
04
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
1. Da Reforma ao Iluminismo
a. A Igreja pós-NT não desenvolveu nenhuma teologia bíblica. O principal
motivo para isso era a equivalência dada aos escritos canônicos e ao
dogma da igreja.
b. A Reforma, com o seu princípio da Sola Escriptura, rompeu com a tradição
e com o escolasticismo. O reconhecimento da autoridade das Escrituras foi
a fonte para os posteriores desenvolvimentos da teologia bíblica.
c. Martinho Lutero
a. Foi quem primeiro projetou as questões da unidade da Bíblia e do
problema do “cânon dentro do cânon”.
b. Sua “nova hermenêutica” da Sola Escriptura teve forte
influencia, mas não foi o suficiente para desenvolver uma Teologia
Bíblia como disciplina, apenas como uma teologia baseada nas
Escrituras.
d. Os anabatistas foram os precursores dos que desenvolveram o termo
“teologia bíblica.”
e. O termo “teologia bíblica” só aparece a primeira vez em 1629, por
Wolfgang Jacob Christmann.
a. A TB foi entendida como um coletânea de textos-provas colhidos
dos dois testamentos
para manter os chamados “sistemas de doutrinas”.
b. ABRAHAM CALOVIUS utilizou a teologia bíblica como subsidiária da
dogmática. Seu papel era apoiar a ortodoxia protestante.
f. O pietismo alemão trouxe uma nova direção para a TB.
a. Tornou-se um instrumento de reação contra a ortodoxia protestante.
b. Em 1745 a TB se separa pela primeira vez da TS. Daí iniciou-se a
possibilidade da TB
tornar-se rival da TS e completamente separada.
05
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
2. O Iluminismo
a. O iluminismo trouxe um novo enfoque à teologia bíblica, pois esse período
foi marcado pelas seguintes influencias.
i. Reação contra qualquer forma de supernaturalismo. A razão foi
elevada ao centro do conhecimento, não mais a revelação.
ii. O desenvolvimento da nova hermenêutica do método
histórico-crítico. iii. Aplicação da crítica-literária radical à
Bíblia.
iv. O rebaixamento da Bíblia de livro inspirado para mais um
documento antigo digno de
pesquisa.
b. JOHAN SOLOMO SEMLER
i. Catalisou a aplicação da nova hermenêutica.
ii. Declarou que: (1) A Escritura não é idêntica à Palavra de Deus;
(2) a Bíblia não é plenamente inspirada; (3) A Bíblia é um
documento histórico.
iii. O resultado foi a teologia tornando-se uma disciplina histórica e
completamente oposta à dogmática tradicional.
c. JOHANN PHILLIPP GABLER
i. Deu a maior contribuição para o desenvolvimento dessa
nova disciplina. ii. Em 1787, marcou o ano da TB como uma
disciplina puramente histórica.
iii. Gabler disse “A teologia bíblica tem um caráter histórico, que
transmite o que os
escritores sagrados pensavam a respeito das
questões divinas”.
iv. Desenvolveu a metodologia de estudo da TB, com os seguintes
passos:
1. A inspiração deve ser deixada de lado.
2. As idéias dos diversos autores bíblicos devem ser
comparadas, pois não há um autor apenas da Bíblia. Para isso,
deve-se usar o método-crítico, literário, histórico e filosófico.
3. O papel da TB é distinguir entre os vários períodos da religião
antiga e da nova. Tentar descobrir o que serve e o que não
serve para nós hoje.
d. GEORG LORENZ BAUER
i. Foi o primeiro a publicar uma teologia do AT e uma teologia do NT.
Assim, essa divisão deve-se a ele.
ii. Aplicou coerentemente o método histórico-crítico, com o apoio do
racionalismo da razão histórica.
e. Gabler e Bauer são considerados os fundadores da TB, bem como da TNT e
TAT.
06
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
08
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
09
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
h. JOACHIN JEREMIAS
i. Tentou, pela crítica da forma, encontrar a ipisissima vox, bem
como a ipisissima verba de Jesus.
ii. A revelação só poderia ser encontrada em Jesus. As epístolas são
reação a esta revelação.
10
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
O PLANO DA REDENÇÃO
O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA
1. Introdução
12
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
b. A Bíblia não é um livro sobre os seres humanos, mas sobre o que Deus quis
fazer com os homens para a Sua glória.
13
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
6. Conclusão.
14
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
INTRODUÇÃO
5) Ela foi feita em Genesis 12:1-3, ratificada como uma aliança formal
em Genesis 15:4-21), mais detalhada em outras três ocasiões (Gn 13:14-17;
17:1-21; 22:15-18). Depois foi confirmada a Isaac (Gn 26:3-5), e a Jacó (Gn
28:13-15; 35:9-12). Depois, Israel pôde falar da aliança feita com “Abraão,
Isaac e Jacó” (2 Rs 13:23)
A. Promessas individuais
1. Abraão seria o primogenito de uma grande nação.
2. Teria um nome abençoado.
3. Abençoaria outros.
15
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
B. O propósito da aliança
abraâmica
1. Em Genesis 12:2-3 notamos o propósito dessa aliança.
2. Esse propósito é descrito como abarcando “todas as
nações da terra”.
3. Também é descrito como uma “benção”.
4. Também é descrito como vinculado a Abraão.
C. As promessas da aliança
1. UMA SEMENTE
a) A primeira promessa é descrita como uma “grande
nação” vinda
de Abraão (Gn 12:2).
b) Depois disso, essa promessa foi reinterada por várias
vezes (Gn
13, 15, 17, 18:18; 21:12; 22:17; 26:3,4; 46:3; 48:4, 16)
c) Essa promessa é descrita
(1) Como inumerável (Gn 3:16)
(2) Tão numeroso como as estrelas (Gn 22:17)
(3) No NT, como incluindo todos os que seguem
a Abraão (Rm 4:10-2).
d) Questão: Essa promessa possui uma dimensão
física, ou apenas espiritual?
(1) A descendencia de Abraão é dita como
vindo do seu
“próprio corpo” (Gn
15:3,4).
(2) A descendencia de Abraão é descrita
como sendo de
“Isaque e
Jacó”.
(3) O termo “grande nação”, no AT, envolve
raça, governo e
territóri
o.
(4) Esses pontos acima apontam para o fato de
que a descendencia de Abraão seria de uma
natureza física, como também política.
16
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
2. UMA TERRA
19
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
20
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
D. A BÊNÇÃO UNIVERSAL
1. O NT revela a inauguração dessa bênção por meio da
obra de Cristo.
a) Gálatas 3:8 – Ora, tendo a Escritura previsto que
Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o
23
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
A. Promessas da Aliança
1. LEITURA: Êxodo 19:1-8
24
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
27
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
A ALIANÇA DAVÍDICA
A. Os elementos da Aliança
1. O relato desse aliança se encontra em 2 Samuel 7 e 1
Crônicas 17.
2. O trato de Deus com Davi possui quatro promessas básicas:
a) Um “lugar” para Israel
habitar. (v.10)
b) Descanso neste lugar de
habitação. (v. 9-11)
c) Uma dinastia real
(v. 9-10)
d) Um reino “para sempre” (v
13-16)
3. As promessas de um lugar para habitação de Israel e de
descanso neste lugar são reminiscencias das promessas feitas a
Abraão e Moisés.
4. O elemento novo desta aliança é a promessa de uma
dinastia e um reino
para Israel.
B. A dinastia real
1. Essa dinastia é expressa no termo “casa” (o SENHOR te fará
casa – v.11).
2. O texto nos diz que essa “casa” é igual a uma
“descendencia”.
a) farei levantar depois de ti o teu descendente, que
procederá de ti, e estabelecerei o seu reino. (v.12)
3. Essa dinastia, como visto acima, será estabelecia em um
reino, ou um “trono”.
4. Ter um reino em Israel, apesar das intenções
equivocadas da nação, sempre fora a intenção de Deus, desde
os dias de Abraão.
28
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
C. O reino eterno
D. O cumprimento Messiânico
1. Apesar do caráter puramente físico e nacional das
promessas em 2
Samuel, o Antigo Testamento já apresenta um sentido mais
completo das palavras ditas a Davi. Estas expressões são
29
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
30
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
31
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
A. Introdução
1. O Novo testamento anuncia a Jesus como o
Messias, o descendente prometido de Davi.
2. No entanto, há discordância sobre o quanto Cristo
cumpriu as alianças.
a) Dispensacionalistas afirmam que ainda há
algo a se cumprir.
b) Não-dispensacionalistas afirmam que tudo se
cumpre na era da igreja.
3. Já vimos o ensino do NT sobre a Aliança Abraâmica e
suas devidas promessas. Como então o NT lida com as promessas
da dinastia real e do reino eterno e universal do descendente de
Davi?
B. A Dinastia Real
1. Os Evangelhos enfatizam que Jesus é o prometido
descendente de Davi. a) Mat 1:1 Livro da genealogia
de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
b) Luc 1:27 a uma virgem desposada com certo
homem da casa de
Davi, cujo nome era
José
c) Mat 9:27 Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos,
clamando: Tem compaixão de nós, Filho de Davi!
d) Mat 21:16 Ouves o que estes estão dizendo?
Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de
32
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
C. O Reino Messiânico
1. O Novo Testamento mostra que Jesus traz o cumprimento
desta aliança, porém alguns aspectos permanecem futuros.
a) Aspectos já cumpridos
(1) Atos 2:30,31 Sendo, pois, profeta e sabendo
que Deus lhe havia jurado que um dos seus
descendentes se assentaria no seu trono, prevendo
isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi
deixado na morte, nem o seu corpo experimentou
corrupção.
(2) Atos 13:23 Da descendência deste [Davi],
conforme a
promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador,
que é Jesus
(3) Os aspectos espirituais do reino já estão sendo
cumpridos (Romanos 14:17 Porque o reino de Deus
não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e
alegria no Espírito Santo.)
b) Aspectos a se cumprir
(1) Atos 1:6,7 Então, os que estavam reunidos lhe
perguntaram: Senhor, será este o tempo em que
restaures o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos
33
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
A NOVA ALIANÇA
I. AS PROMESSAS DA ALIANÇA
a. Esta aliança é prometida em Jeremias 31:31-34 e Ezequiel
36:24-28.
b. Várias promessas fazem parte desta aliança.
i. Interiorização da lei de Deus – Jr
31:33 ii. Perdão de pecados – Jr
31:34
iii. A habitação do Espírito Santo e um novo coração – Ez
36:26,27
iv. A garantia de pertencer ao povo de Deus, segundo a
Aliança com Abraão - Ez 36:28 Habitareis na terra que
eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o
vosso Deus.
c. Portanto, a Nova Aliança deveria substituir a Aliança Mosaica
e se tornar o critério para pertencer ao povo de Deus. Porém,
ao invés de critérios externos, ela oferece critérios internos e
espirituais.
34
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
35
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio Neto
36
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
A QUESTÃO DA CONTINUIDADE E
DESCONTINUIDADE
PARTE 5
I. Introdução.
B. Além destes temas maiores, outros temas menores fazer parte da Teologia
Bíblica – mistério; templo; descanso; promessa; êxodo, dentre outros.
37
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
A. Definição Básica.
1. Teologia da Aliança, ou Teologia do Pacto, é um sistema de teologia
que vê o plano eterno de salvação de Deus através da história desenvolvendo-
se por meio de três alianças – a Aliança das Obras, a Aliança da Graça e a
Aliança da Redenção. Esta última não é aceita com unanimidade.
3. Pacto da Graça
a) Segundo a Confissão de Westminster: “O homem, tendo-se
tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor
dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da
graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a
salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos;
e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu
Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.”
b) A Confissão continua afirmando que esse Pacto é manifesto no
Antigo Testamento por meio de outras alianças, como a Abraâmica,
Mosaica, Davídica e posteriormente pela Nova Aliança. Há, porém, um
38
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
aspecto de continuidade entre todas estas alianças, visto que elas são
desenvolvimentos da Aliança da Graça.
4. Pacto da Redenção.
a) Este Pacto consiste em uma aliança estabelecida na eternidade
passada entre os membros da Trindade.
b) Louis Berkhof define assim: “O pacto da redenção pode ser
definido como o acordo entre o Pai, dando o Filho como o Cabeça e
Redentor dos eleitos, e o Filho, voluntariamente tomando o lugar
daqueles a quem o Pai o deu” (ST, 279).
c) Este Pacto foi Deus comissionando o Filho para ser o Salvador e o
Filho aceitando e cumprindo fielmente essa comissão.
B. Hermenêutica
1. O pactualismo é historicamente relacionado à Teologia Reformada. Por
isso, esta posição mantém um conceito bastante elevado de Deus e das
Escrituras.
2. O traço hermenêutico mais característico dessa posição é a prioridade
interpretativa do NT
sobre o AT na interpretação das profecias.
a) Para esta posição, a exegese cristã deve permitir ao Novo
Testamento interpretar o AT… Essa abordagem à interpretação bíblica
permite que a revelação conclusiva de Deus no Novo Testamento
interprete autoritativamente a revelação incompleta no Antigo.
b) Oswald T. Allis estabeleceu as premissas da
hermenêutica aliancista:
(1) Rejeição da Interpretação estritamente literal. Ele disse “o
Novo Testamento deixa claro que a interpretação literal é uma
pedra de tropeço para os judeus. Ela ocultava deles as mais
preciosas verdades das Escrituras.”(PC, 258).
(2) Aceitação do Sensus Plenior. Sensus Plenior significa a
aceitação de um sentido mais profundo para os textos proféticos.
Como a Bíblia foi escrita em dupla autoria, Deus pretendia mais
com o significado de um texto do que o autor humano. (3)
Interpretação do Antigo Testamento à Luz do Cumprimento
do Novo Testamento. “A afirmação de que „Israel sempre quer
dizer Israel‟, e que as profecias do reino a respeito de Israel
passam para o Novo Testamento
39
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
C. Variações
1. Teologia Batista Pactual (Federalismo Batista)
a) Modificação no Pacto da Graça, igualando-o à Nova Aliança.
b) Credobatismo
2. Aliancismo Progressivo
a) Deus administra o seu plano por meio
de alianças
b) Estas alianças possuem um elemento de
progressão entre elas.
D. Resumo das Crenças Fundamentais
1. Prioridade do Novo Testamento sobre o Antigo
Testamento.
2. Relacionamento de “tipo-antítipo”, ou “sombra-realidade” entre
o Novo Testamento e o Antigo Testamento.
3. A Igreja existe desde Abraão e é igual a Israel. Esta era a posição
de Calvino e é a posição mais defendida entre aliancistas.
4. Por implicação, a maioria aceita o batismo infantil. Assim como a
circuncisão era o rito de iniciação no Pacto, o batismo agora é este rito.
Portanto, crianças precisam passar pelo batismo para ingressarem no
pacto.
5. A Lei Mosaica como expressa nos Dez Mandamentos ainda é
válida para os nossos dias, pois ela traz a lei moral divina. Aliancistas
geralmente crêem na tripartição da Lei em lei moral, civil e cerimonial.
6. Geralmente aliancistas são amilenistas, costumeiramente pós-
milenistas e raramente pré- milenistas.
40
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
A. Definição:
1. A Teologia da Nova Aliança é um movimento relativamente novo,
ainda não muito definido, oriundo dos círculos reformados em direção a
uma interação com o Dispensacionalismo. Seu nome se deve à crença
de que a Nova Aliança é uma novidade no plano de Deus, e não
apenas uma renovação da Antiga Aliança, como dizem os aliancistas.
2. Por isso, esse sistema propôs algumas modificações no sistema
aliancista.
B. Modificações:
1. Rejeição do esquema das alianças das obras, da
redenção e da graça.
a) “Não cremos que seja sábio se referir ao plano de Deus
em salvar pressoas na eternidade como uma aliança”, disse Jon
Zens.
b) “a NTA não crê que seja sábio referir-se ao relacionamento de
Deus com Adão como
uma “aliança”. Lehrer, NCT, 40.
c) “”Mas, poderíamos perguntar, onde está “aliança da
graça” revelada na Bíblia?”
John Zens.
41
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
5. Similaridades:
a) Prioridade lógica e interpretativa do NT sobre o AT.
b) Interpretação Tipológica como abordagem correta para
interpretar o relacionamento entre os testamentos.
c) Israel não possui mais uma identidade, papel ou missão no
plano de Deus. A Igreja é o Israel de Deus, que substituiu o Israel
étnico. Este era apenas uma figura daquele.
d) Não requer necessariamente uma posição escatológica
quanto ao milênio. Pode ser amilenista, pós-milenista ou pré-
milenista.
C. Principais
Proponentes
1. John Zens
2. John G. Reisinger
3. Fred Zaspel
4. Tom Wells
5. Steve Lehrer
6. John Piper, D.A. Carson e Douglas Moo já afirmaram
publicamente sua proximidade com este sistema.
O Sistema Dispensacionalista
42
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
A. O Termo Dispensação
1. A palavra em português aparece 4 vezes, em Efésios 1:10, 3:2,
3:9 e Col 1:25.
2. Porém, o termo traduzido aparece na língua grega
também traduzida como
“administração” (Lucas 16:3) ou “despenseiro” (1 Co 9:17).
3. A ideia central do termo é o da administração. Por isso, é
utilizada tanto para a admistração de uma casa, quanto a
administração do plano de Deus.
4. Teologicamente, o termo “refere-se à uma maneira distintiva
na qual Deus conduz ou
arranja o relacionamento dos homens com Ele mesmo”3
5. Esta definição e o uso do termo são comuns na história da
teologia, em diferentes tradições.
B. O Termo Dispensacionalismo
1. O Dispensacionalismo possui crenças específicas à respeito
da forma como Deus administra os seu plano.
2. Enquanto todos reconhecem que existam dispensações
no plano de Deus, o Dispensacionalismo entende que Deus
administra o seu plano através de dispensações.
a) Diferentemente da Teologia da Aliança, ou Aliancismo,
que entende que Deus administra por meio de Alianças.
3. Há divergências dentro do dispensacionalismo em dois pontos
quanto às dispensações:
a) O número de dispensações: há quem proponha 7,
5, 4, 3 e 2 dispensações.
b) A natureza das dispensações:
(1) há dispensacionalistas que entendem que cada
dispensação é um teste de Deus para com a
humanidade; outros acham que elas são avanços
históricos.
(2) Há disp. que entendem que cada dispensação
se encerra com um juízo; outros entendem que se
encerram com uma nova realidade na relação de
Deuscom o povo.
43
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
A. A Questão
1. No centro do debate entre dispensacionalistas e aliancistas
está uma questão hermenêutica a respeito de dois pontos:
a) A Prioridade dos Testamentos: qual testamento
deve ter prioridade na interpretação? O Antigo Testamento
é a base para entender o NT, ou o contrário?
b) O Uso do AT no NT: como o AT é utilizado no Novo
Testamento? O NT
modifica o significado do AT? Ele complementa? Ele mantém?
2. Aliancistas tendem a entender que o Novo Testamento
estabelece a base para a interpretação do AT. Também, tendem
a entender que o NT traz novos sentidos para termos como “Israel”,
templo, semente de Abraão.
3. Suposto embate Interpretação Literal x
Interpretação Espiritual/Alegórica.
B. A Convicção Dispensacionalista
1. Cada testamento deve ser interpretado dentro de seu
contexto histórico-gramatical.
2. O Novo Testamento não deve ser utilizado a priori na
interpretação do AT, mas a posteriori.
a) Ou seja, primeiro o AT é interpretado, depois é
analisada a sua relação com aquilo que foi interpretado no
NT.
b) Exemplo, o “façamos o homem” de Gênesis.
3. O Novo Testamento não modifica o significado do AT, mas
o mantém, embora trazendo novidades.
4. Por isso, termos como “descendência de Abraão”, “Israel”,
“meu povo” podem ter
múltiplas aplicações, a depender do contexto em
que está sendo usado.
A. A Questão
1. Como resultado das questões hermenêuticas, surge a
seguinte questão: Qual a relação entre a nação de Israel e a
Igreja?
2. Teologia da Aliança – relação de continuidade. A Igreja existe
desde o AT e é marcada por todo aquele que participa da Aliança
da Graça. Por isso, a Igreja é o Israel Espiritual. Outros vão dizer que
a Igreja é o Novo Israel (teologia da substituição).
44
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
B. A Convicção Dispensacionalista
1. Todos os dispensacionalistas concordam que a Israel é uma
nação étnica e que não se pode dizer, portanto, que a Igreja é o
Israel espiritual ou o Novo Israel.
2. Israel é uma nação étnica escolhida por Deus para ser a
receptadora e propagadora das Alianças, como as alianças com
Abraão, Davi e a Nova Aliança.
3. A eleição de Israel reside no fato de que as alianças feitas
no AT com Israel são incondicionais, ou seja, Deus compromete-se
unilateralmente em cumprir as promessas de cada aliança no povo
de Israel.
4. A Igreja originou-se no “Evento de Cristo”, ou seja, depois e
sua morte- ressurreição-ascensão-batismo com o Espírito Santo,
como descrito em Atos 2.
5. A Igreja é um organismo espiritual, marcada pela união de
judeus e gentios em um só corpo, por meio de Jesus Cristo.
6. “Dispensacionalistas reconhecem que os crentes gentios
foram aproximados às alianças de Israel (cf Ef. 2:11-22), mas eles
também apontam que o Novo Testamento distingue Israel e igreja
de tal maneira que exclui a ideia de que a igreja é agora
identificada como Israel ou que a igreja herda totalmente as
promessas e alianças de Israel com a exclusão desta nação”
(Michael Vlach, em Dispensacionalismo, pg 44)
7. Portanto, embora o Novo Testamento apresente a Igreja
participando das alianças feitas com Israel, isso não exclui a
identificação de Israel como uma nação étnica que irá receber o
cumprimento das promessas feitas a esta nação.
A. A Questão
1. Como resultado dos pontos anteriores, a questão que se
coloca é: como as promessas feitas no AT se cumprem ou se
cumprirão?
2. A Teologia da Aliança tende a entender que estas
promessas se cumprem espiritualmente na era da Igreja, antes do
retorno de Cristo.
3. Por isso, os aliancistas geralmente são amilenistas,
ocasionalmente pós-milenistas e raramente pré-milenistas.
4. Também, a teologia da aliança tende a ser idealista,
entendendo que os eventos de Apocalipse ocorrem durante a era
da Igreja, ou preteristas, afirmando que ocorreram no ano 70 d.C.
B. A Convicção Dispensacionalista
45
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
46
Introdução a Teologia Bíblica
Pr. Antônio
_________________________________________________________
1
Neste estudo, também consideraremos como tradição dispensacionalista aquelas
crenças mais populares, aquelas que exerceram e exercem maior influência no meio
evangélico.
2
Há diversas abordagens quanto ao que seriam as crenças essências do dispensacionalismo. Em
nosso estudo, resumirei com minhas palavras. Você pode, também, para uma abordagem mais
abrangente, consultar a obra de Ryrie, Dispensacionalismo, Ajuda ou Heresia; a obra de Michal
Vlach, Dispensacionalismo, crenças essenciais e mitos comuns; e o capítulo de John Feinberg,
Sistemas de Descontinuidade, na obra Continuidade e Descontinuidade.
3
Blaising, Craig A.. Progressive Dispensationalism (Locais do Kindle 132-134). Baker Publishing
Group. Edição do Kindle.
47