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Programa de Pós-Graduação em
Filosofia da Faculdade de Filosofia e
Ciências- UNESP- Marília
MARÍLIA
2022
1
INTRODUÇÃO
De acordo com Hegel a arte configura uma forma de saber, para o florescer
desse saber a arte necessita de uma forma, assim, a primeira forma de expressão
do saber artístico é através de um objeto sensível, mas como saber que esse objeto
configura um saber artístico? O que seria um objeto de arte?
A arte é uma das formas em que o Espírito Absoluto se manifesta, uma vez
que ela está contida no Todo, e representa o espírito desse Todo no momento que
acontece. A obra é uma compreensão do Todo, ainda que de uma determinada
perspectiva, mas expressa parte desse Todo através do artista, ou seja, uma
autoconsciência consciente de si e do Todo, contido na Razão e é através dessa
representação que outras autoconsciências se ligarão ao Absoluto, por se
reconhecer nela.
Hegel divide ainda, três fases da arte que se manifestaram em seu contexto
histórico na progressão do Espírito, a primeira fase denominada simbólica, seria um
momento pré-arte, ligadas as artes figurativas que tentam expressar o que se
vivencia sem uma ideia a ser aprofundada, a segunda fase concebe o período das
artes clássicas, que remonta a perfeita expressão das imagens do ser
adequadamente ao que queria ser expressado, e a terceira fase rememora o
período das artes românticas, que concebe no objeto algo mais profundo a ser
expressado, como nas artes cristãs, que tem Deus como um figura humana e é
expressão do espirito, mas não se aprofunda no espírito pois há no objeto uma
limitação.
A OBRA GUERNICA
CONCLUSÃO
A arte, assim, está contida no Todo, expressa parte desse Todo, como na
obra, na concepção hegeliana, ainda que arte exprima o estranho ou o feio, ela
torna-se bela, à medida que nos conectamos com ela, através do processo de
conhecimento, quanto mais conhecemos dela, quantos mais enxergamos o
processo de composição de outra autoconsciência, mas nos reconhecemos como
autoconsciência na obra e no Todo. Ainda que uma obra diz respeito e seja o
testemunho de horrores de extrema violência como num contexto de guerra, e seja
esse a contextualização por detrás da obra Guernica de Picasso, ela pode
experenciar reações através dos tempos pois contém elementos de angústia,
desespero e horror, demonstrando-se assim como manifestação da situação
existencial do homem, situações muitas vezes que leva a refletir sobre o sentido e
as causas das coisas e do mundo.
REFERÊNCIAS
REIS, Jakelyne Lima dos. Uma história da relatividade restrita e cubismo: circulação de
ideais na transição dos séculos XIX e XX. Dissertação (Mestrado em Ensino, Filosofia
História das Ciências). 2019- Universidade Federal do Bahia, Salvador, 2019.
TASSINARI, Ricardo Pereira. Ser o (neo) hegeliano hoje: o espírito enciclopédico. In:
ASSINARI, Ricardo Pereira; BAVARESCO, Agemir; MAGALHÃES, Marcelo Marconato;
(Orgs.). Enciclopédia das ciências filosóficas:200 anos. Porto Alegre: Editoria Fi, 2018,
p.237-257.