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Conceito da história

Antes do que se diz pela literatura referentemente a história é necessário entende-la como o
estudo e a interpretação do passado humano, buscando entender eventos, causas, efeitos e
padrões ao longo do tempo. Ela envolve a análise crítica de fontes primárias e secundárias
para reconstruir narrativas históricas e compreender o contexto social, político, econômico e
cultural em que ocorreram os eventos.

Assim,

Indicar as contribuições de Heródoto para a cientificidade da história

Heródoto, frequentemente considerado o "Pai da História", contribuiu significativamente para


a cientificidade da disciplina ao introduzir métodos de investigação empírica, enfatizando a
importância da pesquisa de campo, entrevistas e coleta de testemunhos. Ele também tentou
explicar eventos históricos através de causas naturais e humanas, distinguindo mito de história
e destacando a necessidade de imparcialidade e objetividade na narrativa histórica.

Identificar os percursores da história

Os precursores da história incluem historiadores antigos como Heródoto e Tucídides, que


estabeleceram os fundamentos da escrita histórica através de suas obras. Além disso,
sociedades antigas como os egípcios, mesopotâmicos e chineses desenvolveram formas de
registrar eventos e cronologias, contribuindo para a preservação da memória coletiva e a
transmissão de conhecimento histórico.

Explicar o processo de consolidação da história como ciência

O processo de consolidação da história como ciência envolveu a adoção de métodos de


pesquisa rigorosos, a crítica de fontes, a profissionalização da disciplina e a sua
institucionalização nas universidades. Isso ocorreu ao longo dos séculos XIX e XX, com o
surgimento de escolas historiográficas, como a Escola dos Annales na França, e a
incorporação de abordagens interdisciplinares e teóricas.
As percepções fundamentais da abordagem da historiografia

As percepções fundamentais de abordagem da historiografia podem ser vistas como quadros


de referência da pesquisa social, assim, as percepções fundamentais da historiografia
englobam diferentes perspectivas teóricas e metodológicas para estudar o passado, incluindo o
positivismo, o marxismo, o estruturalismo, o feminismo, entre outros. Cada abordagem
oferece uma maneira única de interpretar e narrar eventos históricos, destacando diferentes
aspectos como estruturas sociais, conflitos de classe, identidades de gênero, entre outros.

Positivismo

Sobre o Positivismo Bunguele (2017,p.35) diz que surgiu na atmosfera dos sucessos das
Ciências Naturais no século XIX, mostrando a fé absoluta do poder da investigação
experimental. Esta atracção pelos métodos de investigação empírica originou a ideia de que
todos os problemas científicos e sociais poderiam resolver-se exclusivamente por métodos
empíricos e que as técnicas das Ciências Naturais deviam ser aplicadas pelas Ciências Sociais.
O positivismo, estabelece a distinção entre factos e valores e grande hostilidade com a religião
e com a metafísica.

Comte, o espírito positivo estabelece as ciências como investigação do real, do certo, do


indubitável e do determinado onde a imaginação e a argumentação subordinam-se à
observação que, por ser limitada, o conhecimento só apreende factos isolados, para além
deque existe uma ordem natural que os homens não podem alterar.

O Funcionalismo

Falando no Funcionalismo como um fundamento da historiografia Richardson (1999:29/30),


afirma que:

"No século XX as Ciências Sociais fracassaram porque se dedicaram a


seguir um fantasma que resultou da transferência acrítica da
metodologia das ciências físico-naturais ao fenómeno humano." Até ao
início dos anos 60, quase a totalidade dos pesquisadores seguiam
orientações funcionalistas e positivistas da Escola Americana, onde a
Universidade de Chicago era o coração e a alma do funcionalismo, oque
levou à deturpação total da meta fundamental das Ciências Sociais: o
desenvolvimento do homem e da sociedade.
O Funcionalismo enfatiza as relações e o ajustamento entre diversos componentes de uma
cultura/sociedade, seus fundadores (Herbert Spencer que viveu entre 1820/1903 e Émile,
Durkheim entre -1858/1917) procuraram analogias entre as formas de organização cultural e
social com a organização dos seres vivos.

Para o antropólogo Bronislaw Malinowski (1884-1942), a quem se deveu a consolidação do


funcionalismo como método de investigação social, o seu raciocino básico é que, se os
homens têm necessidades contínuas devido à sua composição biológica e psíquica, essas
necessidades irão requerer formações sociais que as satisfaçam efectivamente. Por isso toda a
actividade social e cultural é funcional (desempenha funções) e é indispensável. O seu colega
Radcliffe-Brown (1881-1955), introduziu a noção de estrutura no funcionalismo: a função de
toda actividade recorrente é seu papel na vida social e sua contribuição social para sustentar as
estruturas.

Esta corrente foi criticada pois, foi identificada em suas origens, com ideologias
conservadores, mas, mesmo assim, continua a exercer influência na pesquisa social e, fornece
conhecimentos empíricos úteis e potencialmente exploráveis.

Etnometodologia

Harold Garfinkel apud Gil (1999:40) define-a como a ciência dos etnométodos, são
procedimentos que constituem o raciocínio sociológico prático. É uma tentativa de analisar os
procedimentos que os indivíduos utilizam para realizar as diferentes operações quotidianas
(tomar decisões, comunicar-se, raciocinar, etc.). Esta corrente tem influências da
fenomenologia, pois alisa as crenças e comportamentos de senso comum como constituintes
necessários de todo o comportamento social organizado. Os etnométodos procuram estar mais
perto das realidades correntes da vida social que os outros sociólogos

Fenomenologia

Segundo Briones (2002:31-33), actualmente entende-se por fenomenologia a doutrina


desenvolvida por Edmund Husserl (l859-1938), entendida como um método e maneira de ver
a mundo. Husserl se opõe ao positivismo e ao pragmatismo [realismo e empirismo], embora
reconheça um valor limitado à primeira escola, ele também rejeita a crença em uma filosofia
absoluta. As teses fundamentais da fenomenologia de Husserl, expostas em sua obra
“Investigações lógicas”, são basicamente duas:

 Para compreender o fluxo e conteúdo da consciência devemos nos limitar a descrever o que
nela se apresenta, sem ser condicionados por teorias apriorísticas sobre esse conteúdo;
 A exposição acima mostra que o fluxo da consciência ocorre, isolado dos objectos concretos,
mas mediante “essências ideais”.  Pesquisa social

Enquadrar a história nas ciências sociais

Para entender o enquadramento da história nas ciências sociais, é necessário recorrer ao


critério ou classificação geral das ciências.

Nessa classificação, Gil (1999:21), citado por Bunguele (2017,p.35), afirma que ao longo do
desenvolvimento da ciência surgiram várias propostas de sistemas de classificação das
inúmeras ciências e nenhum deles se mostra absolutamente satisfatório, mas podem-se
classificar as ciências, num primeiro momento em duas categorias:

Formais, são as que tratam de entidades ideais e de suas relações, sendo a matemática e a
lógica formal as mais importantes [exemplo a designação Faculdade de Ciências Naturais e
Matemática, revela a necessária separação da Matemática das Ciências Naturais].

Empíricas, são as que tratam de factos e processos e subdividem-se em:

 Ciências Naturais (Física, Química, Astronomia, Biologia…)


 Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia, História, Ciência Política, Economia, Psicologia)

Assim, pode-se dizer que o lugar da história desde tempos, é e foi como uma ciência empírica,
especificamente nas ciências sociais pois utiliza métodos de pesquisa e análise para
compreender o comportamento humano ao longo do tempo. No entanto, também incorpora
elementos das ciências humanas, como literatura, filosofia e arte, para uma compreensão mais
completa do passado.

Relacionar a história e a componente político-ideológica.

A história está intrinsecamente ligada à política e ideologia, pois a interpretação do passado


pode influenciar a identidade nacional, a construção de narrativas históricas, a legitimidade do
poder e a formulação de políticas públicas. Historiadores muitas vezes enfrentam desafios ao
lidar com viés político e ideológico em suas pesquisas e narrativas históricas, destacando a
importância da objetividade e da crítica das fontes.
Referências bibliográficas

RICHARDSON, R. J. (1999). Pesquisa social: Métodos e técnicas, 3ª Edição, São Paulo:


Atlas.

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