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Zélia Herculano Tsenane

Historial de ciências de educação e os principais modelos de educação

Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Rovuma

Nampula

2023
Zélia Herculano Tsenane

Historial de ciências de educação e os principais modelos de educação

Projecto de pesquisa científica a ser entregue no


Departamento de Ciências de Educação e
Psicologia, Curso de Ensino Básico, para ser
avaliado na cadeira de Teoria de Educacao.

Docente:

Dra. Esperança Anastácio Gomes

Universidade Rovuma

Nampula

2023

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Indíce
CAPIULO I:...........................................................................................................................3

Introdução...............................................................................................................................3

1.2. Objectivos....................................................................................................................3

1.2.1. Objectivo geral.........................................................................................................3

1.2.2. Objectivos especificos.............................................................................................3

1.3. METODOLOGIA........................................................................................................3

CAPIULO II: Marco Teórico.................................................................................................4

2.1. Conceitos básicos........................................................................................................4

2.2. Historial de ciências de educação................................................................................4

2.2.1. História como prática política entre os gregos.........................................................4

2.2.2. Roma Eterna............................................................................................................5

2.2.3. A educação nas sociedades orientais da Antiguidade..............................................5

2.3. História das ciências....................................................................................................7

2.4. Classificação das perspectivas da concepção de educação.........................................8

2.4.1. Educação na perspectiva Conductista ou Comportamentalista...............................8

2.4.2. Educação na perspectiva Humanista e Psico – cognitiva......................................10

2.4.3. Educação na perspectiva Sócio – cognitiva...........................................................11

2.5. MODALIDADES DE EDUCAÇÃO........................................................................12

2.5.1. As modalidades de educação e sua relação com as concepções de educação.......12

2.5.1.1. Educação formal.................................................................................................13

2.5.1.2. Educação não – formal.......................................................................................13

2.5.1.3. Educação informal.............................................................................................14

CAPITULO III:....................................................................................................................15

Conclusão.............................................................................................................................15

Referência Bibliográfica.......................................................................................................16

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CAPIULO I:

1. Introdução

O presente trabalho de invesigação científica, tem como temática: Historial de ciências de


educação e os principais modelos de educação.

A história das ciências de educação nos apresenta uma visão a respeito da natureza da
pesquisa e do desenvolvimento científico que não costumamos encontrar no estudo didático
dos resultados científicos.

Assim, o presente trabalho é importante para estudantes e profissionais da área de educação


que procuram entender as diferenças existentes entre as principais concepções e modalidades
de educação, na medida em que pode facilita-los na compreensão das concepções e
modalidades de educação, por apresentar as características de três principais concepções de
educação: a concepção conductista, a psico – cognitiva e a sócio - cognitiva, também as
características das modalidades de educação formal, não - formal e informal.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo geral

 Analisar os historial de ciências de educação

1.2.2. Objectivos especificos

 Conceitualizar a educação;
 Identificar as perspectivas da concepção de educação;
 Descrever os principais modelos de educação;
 Explicar as diferentes classificações das ciências de educação.

1.3. METODOLOGIA

Em relação a metodologia, descrevemos os procedimentos metodológicos a serem utilizados


estudo para atingir os objectivos propostos. Para MARCONI e LAKATOS, (2010)
metodologia é o processo utilizado para o desenvolvimento da pesquisa sobre um
determinado tema, que permite alcançar determinado objectivo.

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CAPIULO II: Marco Teórico

2.1. Conceitos básicos

Conforme Brandão (1985), o termo Educação remete a uma definição muito ampla se
considerarmos que os processos educacionais e de formação são exercidos em diversos
espaços além da escola, podendo haver outras redes e estruturas sociais de transferência de
saber onde ainda não foi criado um modelo de ensino formal e centralizado.

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de


muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para
aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias
misturamos a vida com a educação (Brandão, 1985).

A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e
recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação
que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam e aprendem,
o saber que atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do
trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo
precisa para reinventar, todos os dias, Aikenhead (1994 apud Silva, 2010) destaca três
acontecimentos do mundo ocidental que afetaram a natureza da ciência: a Contra-reforma,
que promove a institucionalização da ciência; a Revolução Industrial, que precipita a
profissionalização da ciência, e a Segunda Guerra Mundial, que molda a socialização da
ciência.

Para Quintas e Muñoz (1986 Citado por Rego, 2018) todo educador é necessário que possua
uma ideia clara de educação, contudo, o conceito de educação não é definido numa única
perspectiva, mas sim em várias, dependendo sobretudo da base psicológica de apoio ou do
tipo de aprendizagem, pode ainda ser definido em sentido amplo e estrito.

Segundo Vianna (2008 Citado por Rego, 2018), a educação, em sentido amplo, representa
tudo aquilo que pode ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa
a instrução e o desenvolvimento de competências e habilidades.

2.2. Historial de ciências de educação


2.2.1. História como prática política entre os gregos

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Segundo Jaeger (1986 Citado por Cunha, S.d), Grécia representou, em face dos grandes
povos do Oriente, um progresso fundamental, um novo estádio em tudo o que se refere à vida
dos homens na comunidade.

Para o autor, não é possível descrever em poucas palavras a posição revolucionadora e


solitária da Grécia na história da educação humana. Historicamente, o mundo grego não se
constituiu somente no espelho em que se reflete o mundo moderno na sua dimensão cultural e
histórica ou um símbolo da sua autoconsciência racional.

Para Jaeger (1986), é indiscutível a premissa de que foi a partir do momento em que os
gregos situaram o problema da individualidade no cimo do seu desenvolvimento filosófico
que principiou a história da personalidade européia. Foram os gregos quem pela primeira vez
viram que a educação tem de ser também um processo de construção consciente.

2.2.2. Roma Eterna

Segundo Cambi (1999), Roma elaborou um modelo próprio de civilização, de economia, de


Estado e de cultura com características originais e dotado de grande capacidade expansiva.
Foi a expansão econômica e territorial, depois também política de Roma, que veio subverter a
ordem social, cultural e educativa até então vigente. Roma, ao entrar em contato com outras
civilizações, abre-se ao conhecimento e assimilação do mundo grego, da sua cultura artística,
científica e filosófica, mas também do mundo oriental em relação às suas religiões e rituais.

Nesse modelo de educação, enfatizava-se o orador, homem ideal que reúne em si capacidade
de palavra, riqueza de cultura e capacidade de participar da vida social e política. Para Cambi,
é o homem da polis grega, reativado e universalizado pelo culto da Humanitas, que se
completa com o estudo das artes liberais e da retórica em particular.

Cabe salientar que o ideal de formação humana, bem como os conceitos de Paidéia e
Humanitas serão enfatizados nas unidades seguintes, com a análise do projeto de
humanização grego.

2.2.3. A educação nas sociedades orientais da Antiguidade

Falar de educação nas sociedades orientais da Antiguidade significa compreender a


Revolução Neolítica e o advento das sociedades hidráulicas. A revolução neolítica, com suas
características específicas de re-estruturação social e cultural, através, principalmente,

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da fixação do homem a terra e do advento da escrita, promoveu uma revolução educativa.

Esta revolução educativa, caracterizada, também, por apresentar um forte controle social,
encontrou respaldo no tipo de organização social que compreendia uma marcada divisão do
trabalho e, dessa forma, uma clara diferenciação entre as classes sociais, exigindo, dessa
forma, para sua manutenção, o poder centralizador do Estado e uma educação que não se
resumia a uma gama de saber-fazer, mas a uma educação do comportamento, da moral e do
exercício do poder político (CAMBI, 1999).

Entretanto, juntamente com estas sociedades fixadas a terra, que surgiram no extremo Oriente
(China e Índia) e mais a ocidente (Mesopotâmia e Egito, já no continente africano) e que
abrigavam um grande contingente populacional, conviviam sociedades nômades que não
foram tão logo extintas, simplesmente, pelo aparecimento destas sociedades que, apesar de
fixadas a terra, não eram estáticas social e culturalmente.

A invenção da escrita (em torno de 4.000 a.C.) é fato marcante dessas civilizações que não
ocorreu dissociada do aparecimento do Estado, cuja criação de uma classe voltada à
burocracia e a necessidade de registrar tornaram-se fatores decisivos para o seu aparecimento
A diversidade de escritas representa as diferenças culturais que estes povos expressavam
(apesar de suas similaridades), como os hieróglifos (escrita sagrada) dos egípcios, que
inicialmente constituía-se em uma escrita pictográfica.

A revolução educativa, embasada e circundada por todas essas transformações, assume


conforme Cambi (1999, p. 61) as seguintes características:

 Apesar de se constituir ainda, prioritariamente, pela imitação de condutas e pela


transmissão das tradições, o processo educacional vai se modificando em vias de se
tornar um meio de transformação da realidade e não somente de reprodução;
 Ao mudar o foco da educação pela imitação e pela transmissão de tradições, a
linguagem começa a se constituir como o centro da aprendizagem, na medida que o
ensino passa a ser de saberes discursivos (conduzindo para um pensamento mais
racional) e não meramente de saberes operativos;
 Necessidade da criação de uma instituição – a escola – que possibilite esta
transmissão embasada no discurso e na diversificação dos saberes. A escola se torna
imperativa, pois articula estes saberes com o objetivo da produção ideológica e com o
domínio técnico para transformação do mundo natural.

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A educação destas sociedades, denominada de educação tradicionalista (apesar de suas
inovações), não compreendia uma proposta propriamente pedagógica, pois se centrava na
aprendizagem de condutas com o objetivo de modelar os sujeitos de acordo com as normas
religiosas e morais (Aranha, 2000, Citado por Cunha, S.d).

2.3. História das ciências

De acordo com Martins (2006), o estudo adequado de alguns episódios históricos permite
compreender as interrelações entre ciência, tecnologia e sociedade, mostrando que a ciência
não é uma coisa isolada de todas as outras mas sim faz parte de um desenvolvimento
histórico, de uma cultura, de um mundo humano, sofrendo influências e influenciando por
sua vez muitos aspectos da sociedade.

Todos conhecem os nomes de Lavoisier,Newton, Galileu,Darwin. O estudo adequado de


alguns episódios históricos também permite compreender que a ciência não é o resultado da
aplicação de um método científico que permita chegar à verdade³. Os pesquisadores
formulam hipóteses ou conjeturas a partir de ideias que podem não ter qualquer fundamento,
baseiam-se em analogias vagas, têm idéias preconcebidas ao fazerem suas observações e
experimentos, constroem teorias provisórias que podem ser até mesmo contraditórias,
defendem suas ideias com argumentos que podem ser fracos ou até irracionais, discordam uns
dos outros em quase tudo, lutam entre si para tentar impor suas ideias.

Nos últimos cinqüenta anos, o trabalho dos historiadores da ciência demoliu certas
concepções ingênuas sobre as ciências e nos abriu os olhos para podermos ver o que de fato
ocorre na pesquisa científica. Infelizmente, esse novo conhecimento ainda não se difundiu
adequadamente4. Talvez seja agora um momento adequado para introduzi-lo na educação
científica, em todos os níveis – começando pela formação dos docentes e do pessoal de nível
superior, para poder atingir depois outros níveis de educação e uma população mais ampla.

Sob o ponto de vista da educação, a existência dessas concepções alternativas exige a


utilização de novas estratégias. Os professores devem:

 Conhecê-las e não fingir que não existem;


 Não ridicularizá-las ou tentar recalcá-las mas tratá-las com respeito;
 Entender seu papel, sua fundamentação, para o indivíduo;
 Compará-las com outras concepções – tanto a atualmente aceita pela ciência como
outras alternativas;

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 analisar as evidências a favor e contra cada uma delas;
 Sob o ponto de vista dos alunos, essa reestruturação conceitual tem vários aspectos.

Para se processar de um modo suave e racional, ela exige um conhecimento e aceitação dos
procedimentos de discussão e desenvolvimento da ciência. Exige a capacidade de se pensar
ao mesmo tempo em várias possibilidades, suspendendo momentaneamente o juízo,
analisando prós e contras, buscando argumentos a favor de cada uma delas, sem se prender a
nenhuma e buscando a melhor delas.

2.4. Classificação das perspectivas da concepção de educação

Dentre as várias perspectivas da concepção de educação, evidenciamos três fundamentais


cuja classificação tem como critério a forma como se dá a aprendizagem, seja ela por
recepção, por autoconstrução ou por construção guiada, tais formas por sua vez se alicerçam
respectivamente nas teorias psicológicas comportamentalista (Skinner), humanista (Rogers)
ou psico – construtivista (Piaget) e sócio – construtivista (Vygotsky).

Os fundamentos psicológicos da educação constituem o ponto de partida em que se deduzem


uma determinada teoria de ensino e sua prática consequente, eles governam todo o processo
de ensino, implicando a necessidade de encaixar de forma justa e coerente teorias de
aprendizagem e prática pedagógica.

De acordo com Quintas e Muñoz (1986 Citado por Rego, 2018), as Aprendizagens podem ser
classificadas segundo o grau de planificação e estruturação da informação em:

 Receptiva: O aluno recebe a informação previamente estruturada pelo professor,


deste modo, o professor é o único que tem a responsabilidade de investigar e
estruturar a matéria, elaborando resumos que posteriormente fornece aos seus alunos.

 Por descoberta autónoma: O aluno é quem investiga e estrutura a informação com


facilitação do professor, enfatiza-se apenas a interacção entre o aluno e a matéria.

 Por descoberta guiada: O aluno é quem investiga e estrutura a informação com


mediação do professor, enfatiza-se tanto a interacção entre o aluno e a matéria, como
a interacção social entre o aluno e o professor ou colegas.

2.4.1. Educação na perspectiva Conductista ou Comportamentalista

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Segundo Rego (2018), na aprendizagem receptiva entendemos a educação no sentido amplo
como sendo um processo de transmissão de conhecimentos e atitudes de gerações adultas
para gerações novas e no sentido estrito como um processo de transmissão de conhecimentos
e atitudes aos alunos pelo professor.

É nesta linha de pensamento que se integra o conceito de que, a educação é um processo que
consiste na transmissão aos alunos de um conjunto de conhecimentos e valores sociais
acumulados pela comunidade científica, como verdades universais, verdades estas, que
geralmente, estão dissociadas da experiência dos alunos e das realidades sociais.

A educação na perspectiva conductista se caracteriza pela transmissão de saberes técnicos


mediante um adestramento experimental centrado no reforço; E ainda, o conceito de que a
educação é o ensino dos conteúdos pelo professor e aquisição passiva pelo aluno de
conhecimentos, atitudes e hábitos difundidos pelas civilizações.

Para Gervilla (1985), apresentou os recursos utilizados nessa concepção de modelo


pedagógico, caracterizada essencialmente pelo magistrocentrismo, com exposição por parte
do professor, memorização e repetição por parte do aluno, a saber:

...classes expositivas, actividades individuais e de grupo, geralmente repetitivas,


encaminhadas a aquisição de objectivos operativos e automatismos diversos:
Condutas observáveis e medíeis. Importância das técnicas de modificação da conduta
já que, com frequência, se utilizam métodos para mudar, fomentar ou reforçar uma
conduta, assim como para conseguir outras (p. 24).

Trata-se de uma concepção de educação defendida por Pavlov, Watson e Skinner, que tem o
estímulo ambiental como factor de aprendizagem, que considera o aluno como um ser
moldável que aprende recebendo conhecimentos; Enfatiza a avaliação da conduta moral
(quietude, obediência) e técnica.

Características da relação de comunicação desta concepção de educação foram referidas por


Teixeira e Reis, cujas falas são:

Normalmente, os professores preferem dispor as carteiras (mesas e cadeiras) em filas


e colunas. Esta disposição mais tradicional da organização do espaço da sala de aula
era de tal forma considerada benéfica, em épocas anteriores, que as filas das carteiras
estavam presas ao chão. No entanto, revela ser a mais adequada para situações nas
quais os alunos devem concentrar a sua atenção no professor, na informação escrita

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no quadro ou projetada, quer durante a exposição de um tema quer durante o trabalho

individual no lugar.

O entendimento da educação como um processo de transmissão do conhecimento ao aluno


permite-nos determinar a organização das carteiras na sala de aulas, que geralmente
encontram-se dispostas em filas e colunas; Tal organização das carteiras encontra-se
representada abaixo:

Fonte: Modelo de classe na Concepção Conductista da Educação

2.4.2. Educação na perspectiva Humanista e Psico – cognitiva

Na aprendizagem por descoberta autónoma ou pura compreendemos a educação no sentido


amplo como um processo de desenvolvimento intelectual do ser humano e no sentido estrito
como um processo de facilitação da autoconstrução de conhecimentos e atitudes nos alunos
pelo professor.

De acordo com Aranha (S.d Citado por Rego, 2018), nesta perspectiva de educação o
professor não comanda o processo de aprendizagem, mas é antes um facilitador da actividade
do aluno, predomina a não – directividade, pela qual o mestre não dirige, mas cria as
condições de actuação da criança.

Para Gago (2012 Citado por Rego, 2018), esta forma de educação constitui-se como um
processo no qual o aluno vai construindo gradualmente o conhecimento da realidade segundo
um modelo próprio, ele vai organizando e relacionando o novo conhecimento com os
previamente adquiridos e em seguida armazena o novo conhecimento na estrutura mental.

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Dentre as características integrantes desta concepção de educação destacam-se o aprender a
aprender, pedocentrismo (aluno como centro do ensino), o privilégio do processo de
descoberta do conhecimento.

Por outro lado, apresentam-se ainda como características, o princípio do aprender – fazendo
(metodologia activa e criativa) tornando-se o professor apenas um facilitador da
aprendizagem. Por conseguinte, a concepção de educação como um processo de facilitação
da autoconstrução do conhecimento no aluno integra-se no modelo educativo Humanista de
Rogers e Psico – cognitivo de Piaget, que tem a inteligência ou esquemas mentais como
factor de aprendizagem. conforme mostra a figura:

Fonte: Modelo de classe na Concepção Humanista e Psico – cognitiva da Educação.

2.4.3. Educação na perspectiva Sócio – cognitiva

Na aprendizagem por descoberta guiada a educação é compreendida no sentido amplo como


sendo um processo de desenvolvimento integral do ser humano, no sentido estrito a educação
é vista como um processo de mediação da construção de conhecimentos e atitudes nos alunos
pelo professor.

Nesta linha de pensamento insere-se o conceito de Nérici (S.d Citado por Rego, 2018),
segundo o qual, a educação é o processo que visa orientar o educando para um estado de

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maturidade que o capacite a encontrar-se conscientemente com a realidade, para, nela, actuar
de maneira eficiente e responsável, a fim de serem atendidas necessidades e aspirações
pessoais e colectivas.

Esta concepção de educação relaciona-se com o método de ensino semi – indirecto, que se
distingue dos outros porque, nele os participantes interagem entre si, é lançada a discussão e
há troca de opiniões sobre o problema, mas continuam ligados ao formador, formador seu
papel é fundamental enquanto orientador e regulador da dinâmica formativa.

Nesta concepção de educação encontramos os métodos cooperativos, defendidos por


Vygotsky e Paulo Freire, são métodos centrados no aluno e no professor, nomeadamente, o
trabalho colectivo, grupos de discussão ou debate, a pesquisa grupal e a problematização.

Trata-se de uma concepção de educação que estabelece uma relação interactiva na sala de
aulas, em que o conhecimento encontra-se no professor e no material (livro), o professor é
orientador e facilitador da aprendizagem, os alunos se colocam em grupo segundo as tarefas a
realizar e consultam a documentação livremente, e as comunicações são livres e estão
baseadas no trabalho em equipa, como mostra a figura.

Fonte: Modelo de classe na Concepção Sócio – cognitiva da Educação

2.5. MODALIDADES DE EDUCAÇÃO

2.5.1. As modalidades de educação e sua relação com as concepções de educação

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A educação pode ser classificada em três categorias, designadamente, educação formal,
educação não – formal e educação informal, trata-se de uma classificação assente nos
critérios de grau de formalização, de intencionalidade, de deliberação e estruturação das
actividades educativas.

2.5.1.1. Educação formal

Esta modalidade de educação realiza-se nas escolas e nas universidades, sendo por isso
designada ainda por educação escolar, é metodicamente organizada seguindo um currículo,
regras e leis de âmbito nacional, dividida em disciplinas e classe de conhecimento, é uma
modalidade de educação que culmina com a obtenção de certificado de habilitações.

Nesta modalidade de educação quem educa é o professor, num ambiente normalizado com
regras e padrões comportamentais previamente definidos, com principal preocupação de
ensinar conteúdos historicamente sistematizados e normalizados por leis, assim, o tipo de
aprendizagem que se destaca nesta modalidade é a aprendizagem receptiva, na qual cabe ao
professor elaborar e transmitir conhecimento ao aluno.

As características da modalidade de educação formal, levam-nos a entender que na educação


formal predomina a concepção conductista ou tecnicista da educação, visto que, há
semelhança nos aspectos característicos, sobretudo a planificação de padrões de
comportamento, a divisão do conhecimento em disciplinas e classes, o ensino sistemático de
conteúdos pelo professor e a obtenção de certificado de habilitações.

2.5.1.2. Educação não – formal

De acordo com Rego (2018), a educação não – formal é aquela que se realiza fora da
jurisdição escolar como suplemento a educação formal e não culmina com a obtenção de um
nível académico ou diploma oficial.

De acordo com Gohn (S.d Citado por Rego, 2018), a educação não – formal ocorre em
ambientes e situações interactivos construídos colectivamente, segundo directrizes de
determinados grupos em que as pessoas participam de forma optativa com uma
intencionalidade na sua acção e no acto de transmitir ou trocar conhecimentos, enfatiza o
compartilhamento de experiências no grupo.

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Trata-se de uma modalidade de educação que pode ocorrer em forma de seminários,
workshops ou trabalhos de campo, em centros culturais, jardins botânicos ou zoológicos,
museus de arte ou de ciências, em praças e feiras.

Relativamente a educação formal, a não – formal não se baseia na Lei do Sistema Nacional
de Educação, é orientada por directrizes de um grupo particular de pessoas e para educandos
que não estão oficialmente matriculados na escola, por isso considera-se extra – escolar e não
formalizada, sem certificação ou com certificação não oficial, no entanto, é um tipo de
educação organizado, intencional, deliberado e sistematizado nos seus objectivos, conteúdos
e programas.

2.5.1.3. Educação informal

A educação informal é um processo contínuo, por meio do qual cada pessoa adquire e
acumula naturalmente saberes e habilidades, a partir das experiências diárias e da sua
exposição ao meio envolvente, é assim um processo permanente e não organizado.

Constitui uma modalidade de educação não formalizada nem intencional ou sistemática,


embora em determinados contextos possa ter um certo nível de intencionalidade e
sistematização, como no caso da educação familiar e religiosa, segundo Aranha (S.d Citado
por Rego, 2018), mesmo quando a educação na família é intencional, deliberada, não é tão
organizada, planejada ou controlada como é (ou deveria ser) na escola.

Ela ocorre durante o processo de socialização das pessoas em espaços da família, vizinhos,
clube, lazer, entretenimento por meio de livro ou televisão, das igrejas em casos de cultos e
até na escola entre os grupos de amigo.

O facto da educação informal se basear nas experiências diárias e nas vivências da pessoa,
também por ter um carácter de espontaneidade, leva-nos a entender que nela predomina a
concepção psico – cognitiva da educação, na qual, a pessoa “vai construindo gradualmente o
conhecimento da realidade segundo um modelo próprio”, ela vai organizando e relacionando
o novo conhecimento com os previamente adquiridos e em seguida armazena o novo
conhecimento na estrutura mental.

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CAPITULO III:

3. Conclusão

A tematica de Historial de ciências de educação e os principais modelos de educação está


chegando ao fim. Neste trabalho de investigação pretendeu-se mostrar como foi a história de
ciências de educação desde os primordios ate actualidade.

O assunto de concepções e modalidades de educação não se esgota neste trabalho, havendo


muita literatura que o pode enriquecer, todavia, considerando a preocupação primordial de
facilitar na compreensão das concepções e modalidades de educação, acreditamos que este
estudo é um valioso contributo para estudantes e profissionais da área de educação que
procuram entender as diferenças existentes entre as principais concepções de educação.

Portanto, abordamos a educação no contexto teórico, na medida em que, descrevemos a


educação na perspectiva Conductista, Psico – cognitiva e Sócio – cognitiva; Na perspectiva
Conductista a Educação é o processo de transmissão do saber ao aluno pelo professor,
visando a formação moral e técnica, enquanto, na perspectiva Psico – cognitiva a Educação
constitui um processo de facilitação da autoconstrução do conhecimento no aluno pelo
professor, por sua vez, na perspectiva Sócio – cognitiva entende-se a Educação como um
processo de mediação da construção do saber no aluno pelo professor, com vista ao
desenvolvimento de suas competências tanto intelectuais, como sociais e de resolução de
problemas.

Com esta pesquisa aprende-se também que a Educação pode ser formal, não – formal e
informal; A Educação formal é intencional, planificada e preceituada, ao passo que, a não –
formal apesar de não ser preceituada ela é intencional e planificada, enquanto, a informal é
ocasional, não planificada e não preceituada.

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Referência Bibliográfica

CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.

CUNHA, J. L. História da educação. São Paulo: Universidade Federal de Santa Maria, S.d

GERVILLA, Á. Projecto educativo de carácter curricular. Magisterio, 1985.

JAEGER, Werner. Paidéia. A Formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1986.

MARCONI, M. e LAKATOS, E. Fundamentos da Metodologia Científica. 6ª Ed. São Paulo:


Editora Atlas, 2010

MARTINS, R. A. Introdução: a história das ciências e seus usos na educação. São Paulo:
Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2006

REGO, A. M. X. Educação: concepções e modalidades.Manica: Universidade Pedagógica


de Moçambique, 2018

SILVA, Angela. Introdução à pesquisa em ensino de ciências. Florianópolis, Publicações do


IF-SC, 2010

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