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EDUCAÇÃO E NOVAS
TECNOLOGIAS
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
“
A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
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sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................ 7
CONCLUSÃO ............................................................... 19
REFERÊNCIAS ................................................................ 21
INTRODUÇÃO .............................................................. 24
CONCLUSÃO ............................................................... 38
REFERÊNCIAS ................................................................ 40
INTRODUÇÃO .............................................................. 43
CONCLUSÃO ............................................................... 53
REFERÊNCIAS ................................................................ 55
UNIDADE 4 – TECNOLOGIA A FAVOR DA EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO .............................................................. 58
CONCLUSÃO ............................................................... 70
REFERÊNCIAS ................................................................ 71
Unidade
1
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Compreender o conceito de educação
• Compreender o arcabouço histórico que envolve a educação
• Conhecer os primórdios da Educação no Brasil
• Compreender o que é tecnologia
Unidade Evolução histórica da educação
1
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), ao iniciarmos esta unidade, compreenderemos alguns conceitos sobre
educação e como esses conceitos atuam no nosso cotidiano.
Inicialmente, abordaremos o conceito de educar e como isso funciona na prática por meio dos
tipos de conhecimentos que adquirimos durante toda a nossa existência. Em posse da prerrogativa de
que educar é base para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, podemos entender que uma
nação comprometida com a Educação de seus cidadãos é capaz de se reinventar diante de qualquer
crise que possa surgir.
No cenário atual, com tanta interatividade, é claro que muitos de nós, ao estudar, prefiramos
a prática a conceitos e ao contexto histórico. Contudo, é necessário compreendermos o arcabouço
histórico que envolve a educação. Perguntas como “Onde e quando surgiu a primeira escrita? Por que
o homem criou a escrita ou métodos de contar? Como surgiu o conceito de ensino?” serão assunto
deste estudo.
Além de todo o contexto histórico, vamos estudar os primórdios da educação no Brasil, como
foram os primeiros métodos de ensino e como a Igreja Católica atuava logo após o descobrimento.
Entenderemos, também, como a influência dos portugueses marcou a nossa história. Afinal, não
podemos deixar que ela se perca no tempo.
Por fim, abordaremos o conceito de tecnologia, como ela funciona e qual é a sua origem.
Compreenderemos como a tecnologia trabalha em nosso favor e como a simplicidade na mudança de
objetos são consideradas novas tecnologias.
Caro(a) aluno(a), desejo que este conteúdo possa contribuir em sua vida acadêmica e incentivá-
lo(a) a prosseguir estudando! Então, mãos na massa e bons estudos!
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Evolução histórica da educação Unidade
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1. CONCEITO DE EDUCAÇÃO
Conhecimento
Fonte: Pixabay.
Prezado(a) aluno(a), quantas vezes você já deve ter ouvido o quanto a educação é importante
para o desenvolvimento de um país, ou ainda uma comparação de nível de desenvolvimento de
um país com a qualidade da educação, não é mesmo? Atrelamos esse conceito ao conhecimento
ou à sabedoria do indivíduo. Nossos pais, ao fazermos algo errado, logo diziam: “Você não tem
educação?”. A educação dos filhos sempre foi motivo de orgulho para seus pais. Mas, afinal, qual o
significado de educação?
Segundo Ferreira (2018), mais conhecido como Aurélio Buarque de Holanda, que dá nome
ao dicionário Aurélio, o termo educar tem sua origem etimológica no latim educare e seu significado
literal é “conduzir para fora” ou ainda “direcionar para fora”. Quem sabe você esteja se perguntando,
mas conduzir o que ou conduzir a quem para fora? No entanto, o próprio dicionário traz algumas
definições, mas observaremos neste estudo apenas duas de grande relevância, e uma delas é a
seguinte: “oferecer a alguém o necessário para que esta pessoa consiga desenvolver plenamente a
sua personalidade”.
Nesse sentido, é possível observar que o ato de educar ocupa a ideia de conduziro indivíduo
ao desenvolvimento de sua personalidade de maneira completa. Nessa definição, o foco é a pessoa
que aprende. Já a segunda definição do dicionário é: “propagar ou transmitir conhecimento
(instrução) a; oferecer ensino (educação) a; instruir”.Pode-se observar na segunda definição que
o ato de educar impõe a alguém a missão de transmitir o conhecimento, neste caso, o foco é o
propagador do conhecimento: um professor. Contudo, é perceptível que tanto aquele que transmite
o conhecimento como aquele que absorve o ensino são “conduzidos para fora” a fim de alcançar a
plenitude de suas personalidades.
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Unidade Evolução histórica da educação
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Para Sforni e Galuch (2006), o conceito de aprender algo está longe de recitar vários tipos de
conceitos sobre determinados assuntos de maneira aleatória, pois o processo de aprendizagem deve
promover uma transformação intelectual no indivíduo. Deste modo, cada novo conhecimento do qual
o indivíduo se apropria interliga-se a outro conhecimento adquirido, construindo uma grande rede de
informações, além de promover o alargamento de sua mente.
Embora muitos não creiam na fé, como objeto de estudo é inegável que o conhecimento religioso
faça parte de todas as nações. Hessen e Correia resumem de maneira clara e objetiva esse tipo de
conhecimento:
[...] deve-se enfatizar com toda a força que a religião é um domínio de valores completamente
autônomo. Ela não se baseia num outro domínio de valores, mas está completamente firmada
sobre seus próprios pés. Não tem seu fundamento de validade na filosofia e na metafísica,
mas em si mesma, na certeza imediata característica do pensamento religioso. (HESSEN;
CORREIA, 1999, p. 110).
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Evolução histórica da educação Unidade
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O conhecimento filosófico tem como princípio básico a reflexão crítica, com intuito de
questionar, perguntar, entender para a compreensão das coisas. Por isso, é pertinente observar essa
definição: “Filosofar é a reflexão que busca a essência das coisas, é rigorosa e de conjunto acerca dos
problemas da educação, pois trata da reflexão que se procede com rigor, com método.” (ROSA, 2018).
Já Faria et al.(2017) reconhece como conhecimento empírico aquele que tem a experiência
como guia. Diferente do conhecimento científico, que possui fundamentos embasados em análises de
fatos comprovados, o empirismo defende a experiência do indivíduo durante a vida como fonte de
conhecimento a serem transmitidosatravés das gerações.
Conhecimento Científico: Esse tipo de conhecimento é factual, ou seja, sua veracidade pode
ser constatada. Não se baseia apenas na razão, pois suas proposições são experimentadas. É um tipo de
conhecimento ordenado de forma lógica, mas que pode ser falível por não ser definitivo (LAKATOS;
MARCONI, 2003).
Para complementar o entendimento acerca desse tipo de conhecimento, Fonseca (2002, p. 11)
esclarece:
O conhecimento científico é produzido pela investigação científica, através de seus métodos.
Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento científico, tem sua origem
nos seus procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. É um conhecimento
objetivo, metódico, passível de demonstração e comprovação. O método científico permite
a elaboração conceitual da realidade que se deseja verdadeira e impessoal, passível de ser
submetida a teses de falseabilidade. Contudo o conhecimento científico apresenta um caráter
provisório [...] uma vez que pode continuamente ser testado, enriquecido e reformulado. Para
que tal possa acontecer deve ser de domínio público.
Ainda para Takeuchi e Nonaka (2008), existe o conhecimento organizacional, composto por
cinco fases: compartilhamento do conhecimento tácito: é justamente partilhar o conhecimento
desenvolvido pelas experiências; criação de conceitos: é a fase do diálogo e reflexão que o coletivo
pode chegar por meio de métodos criativos; justificação dos conceitos: o entendimento organizacional
passa a filtrar informações e conceitos, e nesse momento a empresa começa a se ater ao custo do
produto, quanto o produto contribui na atividade da empresa e margem de lucro; construção de um
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Unidade Evolução histórica da educação
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arquétipo: na penúltima fase, a organização cria uma espécie de modelo a ser utilizado para que toda
a empresa esteja em plena sinergia, desde o pessoal até a parte tecnológica e difusão interativa do
conhecimento: é quando o conhecimento gerado passa das fronteiras da organização e é difundido
de forma participativa entre consumidores, fornecedores, outras organizações, etc.
Fonte: Pinterest.
Não é possível falarem educação sem mencionar a escrita, que foi um meio que o homem
pré-histórico encontrou de perpetuar-sena história. A escrita foi a “mágica de imortalizar” muitos
povos, porém, sua invenção é atribuída, cerca de 4000 a.C., à civilização dos Sumérios;povo que vivia
entre os rios Tigre e Eufrates e talvez seja o mais antigo do mundo. No entanto, os documentos mais
antigos que comprovam a aparição da escrita são de 3.200 a.C. encontrados na cidade de Uruk ao sul
da Mesopotâmia. Os artefatos históricos são tabletes de argila com o sistema primitivo de registrar
em paredes de rochedos com uma espécie de estilete, onde as ideias ou conceitos da época eram
registrados através de desenhos. A leitura da escrita cuneiforme era feita da esquerda para a direita e
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Evolução histórica da educação Unidade
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de cima para baixo, igual lemos o português, e assim como qualquer escrita,a cuneiforme foi sendo
aprimorada com o passar do tempo (BAKOS,1998).
Cagliari (2009) explica que, com a necessidade de fazer contabilização dos animais e também
dos produtos, o povo sumério desenvolveu outra técnica: utilizavam bolotas de barros de tamanhos
diferentes para que pudessem fazer a representação dos numerais e assim contabilizar seus bens. Nesse
período, só os escritos nas rochas não eram suficientes, por isso, a escrita cuneiforme foi evoluindo
conforme as necessidades iam surgindo.
Talvez você esteja se perguntando por que temos queir tão longe para falarmos de educação. A
verdade é que o contexto histórico faz com que possamos compreender também um pouco de nossa
própria essência. É claro que desde que o mundo é mundo sempre existiu o método de ensinar, que é
intrínseco ao ser humano, ainda que seja ensinar a pescar, caçar ou a proteger-se dos animais ferozes.
Diante do exposto, passamos a falar sobre os registros da forma propriamente dita da educação. Vamos lá?
Para Manacorda (2002),é do Egito que vêm os indícios mais fortes sobre os primórdios do
método de ensino devido às pesquisas históricas e arqueológicas sobre a educação. Segundo o
autor, é legítimo iniciar o histórico de evolução da Educação pelo Egito, pois se tratou de um povo
com um sistema avançado de agricultura, além de outras ciências como a astronomia, geometria
e a matemática.O autor admite, porém, que existem correntes históricas queremetemaos gregos o
pioneirismona Educação.
Contrapondo a afirmação de Manacorda (2002), grande parte dos estudiosos afirma que foina
Grécia que surgiram os primeiros preceitos sobre Educação. Pensadores e revolucionários de sua
época como Sócrates, Platão e Aristóteles são, sem sombra de dúvida, os destaques sobre o pensamento
sistêmico da antiga Grécia. No entanto, isso também se deve a duas cidades em destaque: Atenas e
Esparta, que trouxeram grande significado a nossa evolução da Educação. Atenas por se tratar de uma
cidade-estado e ter uma vertente democrática, alémde priorizaro processo de ensino do indivíduo de
maneira que ele pudesse alcançar o conhecimento da verdade, do que se definia como belo e também
do que era considerado o bem. Já a cidade de Esparta, em um contexto geral,voltava-se ao militarismo,
visto que é de lá o surgimento de grandes guerreiros e heróisda época (PALMA FILHO,2010).
Ainda na visão de Manacorda (2002), os ensinamentos iniciados no mais remoto Egito estão
registrados no século XXVII antes de Cristo. Conforme denotação do autor, os preceitos morais da época
e comportamentais eram transmitidos de maneira rigorosa. Normalmente, esses ensinamentos eram
repassados de pai para filho ou de um mestre para seu discípulo ou escriba. Dessa forma, observamos
que desde a antiguidade o ensino transmitido pelo mais maduro ao mais novo é característica presente
nos povos.
Para Saviani (2007), desde os primórdios no Egito até a fase dos escribas, ou mesmo na Grécia
e também em Roma, as escolas eram restritas a certas classes sociais e o objetivoera preparar seus
futuros dirigentes de forma intelectual para um governo promissor. Já para os trabalhos manuais não
era necessário um processo de aprendizado escolar como o das classes altas: o “aprendiz”, por assim
dizer, executava suas funções de ofício lado a lado de seus mestres.
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Unidade Evolução histórica da educação
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Você é capaz de observar que a preparação das classes mais altas, em todas as épocas, é sempre
privilegiada e que para as classes mais pobres resta apenas o trabalho braçal? Mera coincidência ou
uma imposição capitalista?
Dado esse resumo do período histórico da Idade Média, outro momento começa a florescer
no campo da educação: o Renascimento. Esse período deflagrou um importantíssimomovimento na
época que consagrou nomes de vários artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e tantos outros
que se tornaram legítimos representantes desse período. É evidente que as mudanças não ocorrem
apenas no âmbito artístico, mas também no cultural e principalmente no científico. O Renascimento
não se apoiou em uma ruptura com a Idade Média, mas foi uma modernização sensível e importante
aos temas e aos interesses pesquisados no campo científico, além da eminente ascensão da arte e
cultura deste período (SOUSA, 2017).
Um fator determinante para o Renascimento foi a invenção da imprensa em 1440 por Johannes
Gutenberg, cujo fato mais importante noticiado foi o anúncio da Reforma Protestante. Iniciada em
1517, pelo inconformado monge católico Martinho Lutero, a Reforma trouxe ao ensino educacional
um marco histórico. Lutero considerava papel do Estado a responsabilidade sobre aeducação universal,
além de torná-la pública (GEMER, 2008).
Rieth (2017) afirma que embora Martinho Lutero fosse um estudioso dedicado a teologia,
seu objetivo não era criar apenas uma teoria de ensino na ótica cristã, mas empenhou-se para que a
sociedade fosse despertada para uma educação de qualidade de maneira formal.Lutero refutou a tese
do humanista Erasmo de Roterdã (1469-1536), que dizia que onde o luteranismo entrava, a ciência
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Evolução histórica da educação Unidade
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era decadente. Embora criticado por alguns, Lutero apoiou mudanças importantes em sua época,
através de convocações a médicos para a reforma de suas faculdades, estudantes de Direito a abolir
o direito canônico em suas grades de ensino e em contrapartida estudar o direito territorial, além
das conhecidas 95 tesesde Lutero que levaram aos cristãos da época uma reflexão sobre os dogmas e
sofismas impostos pela Igreja Católica.
Neste momento da história, há uma “aliança” entre a fábrica e a escola, como se o sistema
fabril fosse uma espécie de escola para as crianças. A pergunta é: onde se entrelaçam os caminhos da
educação e do trabalho? Manacorda (2002, p. 305) explica:
O trabalho entra, de fato, no campo da educação por dois caminhos, que ora se ignoram, ora se
entrelaçam, ora se chocam: o primeiro caminho é o desenvolvimento objetivo das capacidades
produtivas sociais (em suma, da revolução industrial), o segundo é a moderna “descoberta da
criança”. O primeiro caminho é muito duro e exigente: precisa de homens capazes de produzir
“de acordo com as máquinas”, precisa colocar algo de novo no velho aprendizado artesanal,
precisa de especializações modernas. O segundo caminho exalta o tema da espontaneidade
da criança, da necessidade de aderir à evolução da psique [...]. Portanto, a instrução técnico-
profissional promovida pelas indústrias ou pelos Estados e a educação ativa das escolas novas,
de um lado, dão se as costas, mas, do outro lado, ambas se baseiam num mesmo elemento
formativo, o trabalho, e visa o mesmo objetivo formativo, o homem capaz de produzir.
É impossível não mencionar os estudos de Frederick Winslow Taylor, que foi o patrono do
gerenciamento cientifico do trabalho e estudou os tempos e os movimentos. Ele definiu quatro bases na
execução das tarefas do trabalhador: planejar, preparar, controlar e executar, e seu objetivo era alcançar
a eficiência das tarefas. Depois, deparamo-nos com os estudos sobre Henry Ford, empreendedor
americanoque aprimorou a produção em massa e em larga escala e cuja ideia central era produzir a
maior quantidade possível em menor tempo. Em seguida, nos deparamos como Jules Henri Fayol que
em suas teorias salientou que a administração era a tarefa com maior grau de importância dentro de
uma empresa, e que para aumentar a eficiência era imprescindível colocar em prática princípios como
divisão de trabalho, remuneração, hierarquia e iniciativa. Finalmente, Max Weber propôs ao mundo a
teoria da burocracia (E não é isso que já vem logo a nossa mente? Que o processo é moroso e complexo,
com longas filas e papeladas intermináveis?), cuja essência era criar regras, bases e normas para que os
processos funcionassem de maneira correta e evitassem desperdício e perdas (RIBAS, 2017).
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Unidade Evolução histórica da educação
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Foi preciso todo esse histórico para entender o que aconteceu com as crianças da época. Por
que elas não estavam nas escolas? A resposta é simples: as indústrias não precisavam apenas da força
bruta, mas de trabalhadores com pouca força, porém, com maior flexibilidade. Neste caso, crianças,
adolescentes e mulheres passaram a ser utilizados em larga escala nas indústrias. Nesse período, houve
um grande aumento no índice de mortalidade infantil por diversos motivos, mas principalmente pelo
trabalho, mas e quanto à escola? Camargo (2016, p. 5) dá a resposta de como funcionavam as leis que
“protegiam” as crianças para estudarem:
[...] as leis fabris criadas pelo Parlamento inglês não passavam de falácias, pois frequentemente
eram burladas pelos capitalistas, como exemplo disso, [...]os certificados de frequência escolar
eram assinados apenas com uma cruz pelo professor, demonstrando assim, que nem este
sabia escrever.
Ainda para Camargo (2016), mesmo que Taylor, Ford, Fayol ou Weber não tenham se dedicado
a escreverem livros ou artigos sobre a educação, seus trabalhos de observação e análises sobre as
divisões de trabalho no meio fabril e o processo produtivo em massa contribuíram para mudanças no
processo de trabalho do homem. E não se pode negar que construíram um legado sobre administração,
métodos, cálculos e projeções para melhor gerir o trabalho, embora o enfoque da época fosse apenas o
capitalismo “a sangue frio”. Portanto, é possível entender que uma sociedade mais justa, democrática
e completamente emancipada só será possível através da formação de indivíduos transformadores de
realidades. Para tal, a educação escolar ainda necessita de muitas modificações e melhorias.
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Evolução histórica da educação Unidade
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e dizer que o “jeitinho” não é nossoe entendermos como foi que tudo começou aqui no Brasil, é claro,
com enfoque na Educação.
No Brasil, assim como em qualquer povo antes de sua colonização, o conhecimento era
transmitido de forma simples e não padronizada. Sem instituições de ensino, o conhecimento era
transmitido de pai para filho através das atividades do cotidiano. Os índios que aqui viviam limitavam-
se apenas a repassar seus usos e costumes da época de maneira empírica. Já no período colonial,
com a chegada dos portugueses, muita coisa mudou por aqui. O que antes era de comum para todos
transformou-se em uma sociedade capitalista e mercantil (PALMA; FRANCESHINA, 2017).
Silva Junior (2017) conta que a história do Brasil é marcada pela educação através do catequismo
aos indígenas. Embora o autor não identifique correlação entre a educação e a catequese aplicada
pelos jesuítas, é indiscutível que o pioneirismo pertence aos religiosos que chegaram na época da
colonização, e que durante muito tempo ensino e religião caminharam lado a lado.
É necessário destacar que não foram apenas os jesuítas que tiveram papel relevante na educação
e catequização dos índios no Brasil colônia. Outros ordenamentos religiosos como os carmelitas e
os irmãos beneditinos e dominicanos, entre outros, também exerceram papel fundamental. Saviani
(2007) demonstra claramente que existia uma interação entre a educação e o catequismo:
Como já foi salientado, há uma estreita simbiose entre educação e catequese na colonização
do Brasil. Em verdade a emergência da educação como um fenômeno de aculturação tinha na
catequese a sua ideia-força, o que fica claramente formulado no Regimento de Dom João III
estatuído em 1549 e que continha as diretrizes a serem seguidas e implementadasna colônia
brasileira pelo primeiro governo geral (SAVIANI, 2007, p. 31).
Embora houvesse um grande abismo quanto à diferença cultural entre os indígenas e os jesuítas,
a missão de catequizar não ficou comprometida, conforme podemos observar na figura a seguir.
Fonte: Pinterest.
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Unidade Evolução histórica da educação
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Já Oliveira (2017) observa que a crise na educação brasileira tem suas raízes históricas no
confronto do ensino laico, ou seja, não sujeito a nenhuma religião, em contrapartida com o ensino
confessional que fora ministrado pelos jesuítas. As bases educacionais ficaram inalteradas por mais de
200 anos, e com isso o confessional perdurou obstante ao Estado. Muito embora houvesse contribuições
significativas ao ensino, o interesse real do catecismo era absolutamente outro.
Palma e Franceshina (2017) denotam em seus estudos que por meio das diversas transformações
criadas pela Revolução Francesa e Industrial muitos aspectos da educação também mudaram. Com
o crescimento urbano, a burguesia em emersão e abolição da escravatura, uma nova classe elitizada
precisava ser aculturada para acompanhar o crescimento e os acontecimentos mundiais. Por isso, em
1826, Cunha Bueno apresentou a diretriz educacional e surgiu então a divisão do ensino em três graus
distintos. Assim, o ensino a todos se chamou primário; o secundário era apenas para as províncias e
finalmente, o ensino superior apenas para a União.
Caro (a) acadêmico (a), observe que o último acontecimento histórico que datamos foi em
1826, porém, a história da educação brasileira não parou nesse período. O objetivo do tópico era
apenas demonstrar ao leitoros primeiros passos e os métodos iniciais de ensino no Brasil. Quer dar
continuidade a esse estudo? Arregace as mangas e desperte em você o “espírito investigativo” e conheça
mais sobre a nossa história e evolução.
Fonte: Pinterest.
Caro (a) acadêmico (a), você já se perguntou realmente o que é tecnologia? Embora utilizemos
da tecnologia em quase todas as atividades do dia a dia, muitas vezes não nos atentamos a ela.
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Segundo Veraszto et al.(2017) não devemos taxar uma definição exata e precisa sobre o termo
tecnologia, pois ao longo da história a palavra é conceituada através de compreensões diferentes e
principalmente com embasamentos teóricos que divergem o tempo todo.
Nesse sentido, Freire (2014, p. 50) responde ao nosso questionamento: O que é tecnologia?
De forma geral, a resposta à pergunta “O que é tecnologia” demonstra essa concepção de
história que confia na infinitude do tempo, que entende o progresso como uma estrada em
que se trilha veloz e lentamente. A alienação quanto a esse percurso, a via do progresso,
dá-se segundo Benjamin, através de uma relação com o presente, própria dessa concepção
afirmativa de história, marcada pela falta de nexo, de precisão e de rigor. Perguntar sobre o
que é tecnologia é apenas uma iniciativa tímida perante um processo de alienação em que a
razão se conforta em esquecer seus fins e seus limites.
Diante desses argumentos, podemos compreender que embora apareça em vários ambientes
e também áreas de conhecimento, a tecnologia é mantida independente ou até mesmo alheia aos
ambientes e das áreas do conhecimento. Deste modo, a tecnologia muitas vezes tem passado como
mero utilitário ou ferramenta que é imposta a utilização, porém foi não para isso que ela surgiu.
É necessário olhar para a história da humanidade para entendermos como funciona a tecnologia,
por exemplo: Quando o homem mais primitivo descobriu a possibilidade de modificar e melhorar
uma faca feita de pedra por uma faca com o corte de ferro ou quem sabe que salgar alguns alimentos
faz com que durem mais tempo. Parece simples, mas não é tão fácil assim dependendo do contexto
histórico em que se vive. Qualquer modificação que aprimora o instrumento/objeto ou que pode
melhorar o cotidiano contribui para o aperfeiçoamento da tecnologia.
Como podemos então compreender o objetivo da utilização das tecnologias, Pinto (2004, p. 3-4)
explica:
Usar tecnologia tem como objetivo o aumento da eficiência da atividade humana
em todas as esferas, principalmente na produtiva. A tecnologia e seu uso são a
marcada terceira Revolução Industrial. Caracteriza-se pela transformação acelerada
no campo tecnológico, com consequências no mercado de bens, serviços e consumo;
no modo de organização dos trabalhadores; no modo de produção; na educação/qualificação
dos trabalhadores e nas relações sociais.
No entanto, você sabe como tudo isso começou? Gómez (2002) exemplifica que nos Estados
Unidos foram implantadas novas tecnologias nas portas dos shoppings centers, sensores capazes de
abrir e fechar as portas de maneira automática possibilitava maior acessibilidade aos consumidores
cheios de sacolas. Aparentemente algo muito simples, mas com o objetivo alcançado o consumo
foi estimulado. Outro exemplo simples foi na Alemanha, para diminuir o consumo de água foram
instaladas nos banheiros novas tecnologias para regular a saída de água. Nestes exemplos, torna-se
possível observar à importante dinâmica que envolve a finalidade do uso das tecnologias e como isso
reflete na sociedade.
Diante de tantas novidades tecnológicas que nos sobrevêm, uma frase cai como uma luva
de Freire (2014, p.54) “O novo envelhece rápido na era industrial. O que dizer do século XX, com a
explosão da produção e do consumo?”
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Caro (a) aluno (a), ao finalizarmos esse módulo te convido a pensar em como mudanças
aconteceram em nosso dia a dia. Você se lembra do seu primeiro celular? Aquele cheio de botões e
que muitas vezes era enorme e pesado...Pois é, o tempo passou muito rápido e hoje não sabemos às
vezes dizer quantas vezes já trocamos de celular.
No entanto, pergunto a você: Se era tão bom seu primeiro celular, pois fazia e atendia ligações,
por que substituí-lo tantas vezes? A resposta é simples: a tecnologia mudou o celular “tijolão” para
smartphone, e então, aquele aparelho se tornou obsoleto e não serve mais. Isso acontece com diversas
coisas, por exemplo: máquina de escrever, disquete,fax, vídeo cassete, máquina fotográfica e tantos
outros que não é possível listá-los. Muitos de nós nunca utilizamos alguns desses objetos e talvez só
venha conhecê-los através da internet, que, aliás, é uma ótima tecnologia. Diante de tudo isso só nos
resta uma pergunta: O que fazer com aquilo que se tornou obsoleto? Bem, vamos deixar esse assunto
para outra oportunidade.
CONCLUSÃO
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade foi possível compreendermos conceitos sobre educação
e como esses conceitos influenciam nossa história. Foi abordado o conceito de educar que, em tese,
ocupa a ideia de conduzir o indivíduo ao desenvolvimento de maneira completa de sua personalidade.
Ficou explícito que aquele que transmite o conhecimento aprende como aquele que absorve o
ensino. Também foi possível compreendermos que o processo de aprendizagem deve promover uma
transformação intelectual no indivíduo. Nesse sentido, o alargamento da mente acontece com a soma
de conhecimentos adquiridos pelo indivíduo.
Estudamos sobre o arcabouço histórico que envolve a educação. Descobrimos que na cidade de
Uruk ao sul da Mesopotâmia foram encontrados os primeiros artefatos da escrita cuneiforme, datados
por volta de 3.200 a.C. Averiguamos que o povo sumério desenvolveu uma técnica de contabilização
através de diferentes bolotas de barro. Ficou claro que desde a antiguidade o ensino era transmitido
pelo mais maduro ao mais novo e que essa práticaé característica presente ainda na maioria dos povos.
Foi abordado um terceiro momento da educação e suas fases importantes na Idade Média, um
período bastante conturbado no início, porém que contribuiu para a evolução das universidades epara
o surgimento da doutrina e do pensamento crítico. Vimos como as teses de Lutero foram amplamente
divulgadas com o advento da invenção da imprensa.
Por fim, abordamos sobre o conceito de tecnologia, explicamos como ela funciona e como pode
contribuir em diversos setores da sociedade. Compreendemos como a tecnologia pode trabalhar em
nosso favor e como pequenos diferenciais nos separam no novo e do obsoleto.
Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa ter contribuído nos seus estudos e que
tenha instigado a conhecer mais sobre a História da Educação. Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#FILME#
#LIVRO#
Título: Novas Tecnologias na Educação: Reflexões Sobre a Prática
Autor: Luís Paulo Leopoldo Mercado (Org.)
Editora: EDUFAL
Sinopse: Os textos publicados no livro resultam das reflexões
produzidas sobre o tema Novas Tecnologias na Educação,
proporcionando uma visão ampla da evolução do conhecimento
científico na área de novas tecnologias na educação e da
metodologia e técnicas de pesquisa como instrumentos de produção
do conhecimento, introduzindo o uso de novas tecnologias numa
escola, envolvendo projetos de informática educativa, telemática
educativa, software educativo, atualização pedagógica. As reflexões
abordam: a formação de professores frente as novas tecnologias; a
socialização na Internet através de uma lista de discussão; a escolha
de softwares livre na escola; a capacitação de professores para
utilizar novas tecnologias nas escolas públicas; a utilização da informática na sala de aula;
a terceirização na informática educativa; e a internet como ambiente de pesquisa na escola.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. P. Educação a Distância e Autonomia Universitária: Políticas Públicas e Aspectos
Legais. 2013. Disponível em: <http://www.ppe.uem.br/dissertacoes/2008_marcos_pires.pdf>. Acesso
em: 12 jan. 2018.
BAKOS, M. III Jornada de Estudos do Oriente Antigo: EDIPUCRS, 1998.Disponível em: <https://
books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Ajl9rsTOU2gC&oi=fnd&pg=PA11&dq=escrita+cu
neiforme&ots=sMLJLY7_Ko&sig=VlbsVe6YJOHRxDSgNkeEGBPQ7fM#v=onepage&q=escrita%20
cuneiforme&f=false>.Acesso em: 12 jan. 2018.
HESSEN, J.; CORREIA, A. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MANACORDA, M. A. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez,
2002.
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Evolução histórica da educação Unidade
1
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2004.
NUNES, R. A. C. História da educação na Idade Média. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária,
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PALMA FILHO, J. C. A Educação através dos tempos: história da educação. 2010. Disponível em:
<https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/173/1/01d06t01.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
PINTO, A. M.As novas tecnologias e a educação. ANPED SUL, v. 6, p. 1-7, 2004. Disponível em: <http://
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VERASZTO, E. V. et al. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito. Prisma.com, n. 7, 2017.
Disponível em: <http://pentaho.letras.up.pt/ojs/index.php/prismacom/article/view/2078>. Acesso
em: 04 jan. 2018.
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Compreender o papel do Estado na educação
• Entender como funciona o Plano Nacional de Educação (PNE)
• Conhecer as 20 Metas do Plano Nacional de Educação e
identificar sua aplicação em alguns estados do País
• Perceber o papel da família na educação e na formação do
indivíduo
O Estado e a família aliados pela educação Unidade
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iNtROduçãO
Prezado(a) acadêmico(a), ao iniciarmos esta segunda unidade, vamos compreender como o
Estado e a Família devem caminhar de braços dados em favor da educação e como os planos de
políticas públicas influenciam no processo de ensino. Analisaremos alguns artigos da Constituição
Federal de 1988 que impõem ao Estado deveres para disseminar a educação para todos os indivíduos
e se o Estado tem conseguido cumprir seus objetivos ou tem alterado sua função principal.
Em seguida,vamos entender como funciona o Plano Nacional de Educação (PNE), em quais
esferas ele tem atuação, quais são suas prerrogativas estabelecidas e como está o desenvolvimentodo
seu plano de metas. Além disso,analisaremos a posição do Brasil no ranking mundial da educação.
Já no terceiro tópico, consultaremos as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Serão
analisados dados de regiões do nosso país para fazer um comparativo entre as metas estabelecidas e a
atual situação em relação ao cumprimento das metas.
Finalizaremos a unidade discutindo o papel da família na educação e na formação do indivíduo,
pois a família tem papel decisivo na formação do caráter da criança, e principalmente como a família
está atualmente. Falaremos sobre como os pais agem diante de situações extremas e abordaremos as
mudanças de postura que os pais tiveram no decorrer da história, além das mudanças que a família
tem enfrentado diante de um mundo digital.
Caro(a) acadêmico(a), desejo queo conteúdo dessa unidade lhe proporcione uma metanoia e
que o(a) incentive a prosseguir estudando! Bons estudos!
Fonte: Pinterest.
Caro (a) aluno (a), no último tópico da unidade anterior falávamos sobre os primórdios da
educação no Brasil e como a Igreja desenvolveu a prática de ensino através do catequismo. Após a
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
2
Inauguração da República Brasil, houve então uma separação entre Estado (nação) e Igreja, pois nesse
momento o país já possuía uma ordenação jurídica pela qual o Estado poderia responsabilizar-se pela
educação no Brasil.
Desse modo, o governo central do Brasil, assim como estados e municípios, tomaram para si
atribuições em relação à Educação. Atualmente, no Brasil, a forma de organizar a administração ficou
conhecida como plano ou projeto de políticas públicas, que nada mais é que: “[...]uma ação do Estado,
de caráter universal, destinada a atender a todos de forma igualitária.” (MOREIRA, 2008).
Em posse desse entendimento, iniciaremos nosso estudo por meioda Lei máxima do nosso
país: a Constituição Federal de 1988. Pois bem, o artigo 205 da Constituição estabelece ao Estado a
competência de educar:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).
Em seu Art. 206, a Constituição Federal de 1988 disciplina que o ensino terá como bases
alguns princípios:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal [...]. (BRASIL,1988).
Nota-se que o legislador trouxe a esse artigo princípios que norteiam uma educação baseada em
igualdade, liberdade, diversidade de ideias, gratuidade e valorização dos educadores, porém, mesmo
com a lei assegurando todos esses direitos, na prática não é bem isso que vemos em âmbito nacional. E
nem precisar ir muito longe: no bairro em que moramos percebemos uma infinidade de problemas.
Na visão de Pinto (2004),embora seja dever do Estado garantir a educação, a escola acaba por
assumir efetivamente o papel de assistente social da população mais carente. Neste sentido, perde
o foco da sua função principal de elaborar o conhecimento e disseminá-lo de maneira igualitária a
população. A autora faz a crítica:
Num país onde a escola ainda assume o papel de assistente social e perde de vista sua função
de produzir e “reproduzir” o conhecimento, faz-se necessário resgatar sua função primordial
de formar o cidadão para a sociedade atual [...]. (PINTO, 2004, p. 6).
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O Estado e a família aliados pela educação Unidade
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Embora o texto da autora tivesse sido escrito há quase 15 anos, percebeu que esse texto é
verdadeiramente a realidade que encontramos hoje no cotidiano da vida escolar?
Às portas da eclosão da Segunda Guerra Mundial, Jean Piaget sabiamente anteviu como a educação
tem papel decisivo em todas as nações e se sobrepõe a quaisquer ideologias e governos. É relevante citar
neste estudo um posicionamento de Piaget: “Após os cataclismos que marcaram estes últimos meses, a
educação constituirá, uma vez mais, o fator decisivo não só da reconstrução, mas inclusive e, sobretudo,
da construção propriamente dita” (PIAGET,1940, p.12apud PIAGET; MUNARI, 2010, p.17).
Parafraseando a ideia de Piaget e aplicando em nossos dias, podemos concordar com o autor que
a educação deve ser pedra fundamental para a construção ou mesmo a reconstrução de uma sociedade.
Fonte: Pixabay.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o
objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção
do produto interno bruto. (BRASIL, 2009).
É possível observar que, através da Lei, o legislador procurou ações para melhorar a Educação.
Por meio desse plano, o Ministério da Educação pode organizar estrategicamente maneiras de colocar
a educação de volta aos trilhos. Mas será que o PNE deu certo?
Atualmente, o plano possui 20 metas para orientar como promover o acesso e a permanência
nas escolas a fim de erradicar as desigualdades educacionais de cada região do país, identificar o
potencial de cada localidade e promover a formação para o trabalho e para que os indivíduos possam
exercer a plena cidadania.
De posse dessas informações, cabe nos atermos também ao Art. 214 da Constituição Federal,
que possui diretrizes do PNE. A Lei Nº 13.005 de 25 de junho 2014, em seu artigo 2º, disciplina quais
são os fundamentos desse plano:
Art. 2º São diretrizes do PNE:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na
erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em
que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de
expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade
socioambiental. (BRASIL, 2014).
Podemos perceber que alguns dos incisos são literalmente iguais ao que a Constituição impõe
ao PNE, o que reforça o peso da obrigação de conduzir o país ao pleno desenvolvimento em uma
educação de qualidade.
Ainda segundo o Caderno Conhecendo as 20 Metas do PNE (2014), “[...] não há como trabalhar
de forma desarticulada, porque o foco central deve ser a construção de metas alinhadas ao PNE.” Por
isso, entes da federação como o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Articulação com os
Sistemas de Ensino (SASE), juntamente com os estados, municípios e o Distrito Federal, procuram
estabelecer nacionalmente o alinhamento do PNE em todo o país.
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
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Fonte: Pixabay.
Prezado (a) acadêmico (a), passamos agora a entender como funcionam as metas do PNE e, para
melhor compreensão, elaboramos um quadro com as 20 metas compiladas e divididas nos setores em
que cada meta atua. Essas metas, como citado anteriormente, correspondem à vigência de 2014 a 2024:
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
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Após fazer a leitura das 20 metas do PNE, torna-se possível assimilar como cada meta, se
atingida, pode contribuir para a evolução e o aperfeiçoamento da educação.
Para nossa melhor fixação e também para a verificação se as 20 metas do PNE estão sendo
cumpridas, faremos análises de algumas metas em relação a localidades com bases no Relatório do
Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Legislação e Documentos – INEP.
Observe o próximo quadro com a análise na Meta nº 1 (um) e como ela está sendo cumprida:
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O Estado e a família aliados pela educação Unidade
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Ao analisar esse quadro, é possível concluir que a meta Brasil está a pouco de se realizar, ou
seja, menos de 10% para alcançar o objetivo de que as crianças de 4 a 5 anos estejam matriculadas
nas escolas. Porém, quando analisamos em um âmbito regional, o Sul – composto pelo Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul – está um pouco mais longe de alcançar a meta. Observe no quadro que
a cidade de Maringá em 2014 já tinha atingido 90,9% da meta, no entanto, o Noroeste do estado ainda
sofre com a dificuldade de vagas e no mesmo período apresentou apenas 81,8% da meta concluída.
A segunda parte da meta trata daquilo que é um grande problema em muitos estados: a falta de
vagas em escola/creche. Observe o quadro:
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
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Já nesse gráfico, o Brasil não está longe de alcançar o objetivo; parece pouco menos de 16%, mas
isso significa que em muitas regiões o problema é grave. Muitas mães têm que trabalhar e precisam
deixar seus filhos com avós, parentes e cuidadores, pois não há vagas suficientes para as crianças. Com
isso, vemos o direito garantido pela Lei sendo descumprido por falta de estrutura física, professores,
etc. Veja a situação do Noroeste do estado do Paraná (em vermelho). Como o percentual diminui
ainda mais, somente 30% da meta foi alcançada. Ao compararmos com a meta do município Maringá,
a meta atingida de 50% aparece como ultrapassada, porém, a realidade na prática é outra, pois como
os dados são de 2014 há um contingente de famílias que ainda esperam pela construção de creches
para que seus filhos tenham acesso.
Vamos analisar agora outra meta muito interessante, a meta número 15, que tratou de garantir
um regime de colaboração entre a União, os Estados e Distrito Federal, e também os municípios
que,segundo a meta, no prazo de 1 ano após o início da vigência do PNE os professores teriam
assegurada a formação profissional específica para área que atuam. Observe o que aconteceu na prática
no estado de Alagoas e na cidade de Maceió:
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O Estado e a família aliados pela educação Unidade
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Observe como a região Nordeste está apenas com 38,2% da meta cumprida. Se contarmos o
período de 1 ano após o PNE estabelecido, já se passaram mais 3 anos e a meta ainda está longe de
completar pelo menos 50% do objetivo. Com base nesses dados, não há como negar que é possível
colocar em dúvida a qualidade do ensino que as crianças da educação básica estão recebendo. Claro
que existem exceções, porém, conforme revelado pela pesquisa, muitos professores estão atuando em
áreas nas quais não possuem formação específica.
Não é raro encontrarmos professores na rede pública dando aulas em algumas matérias que
não são suas formações específicas, por exemplo, professor de História dando aula de Filosofia. Fica
claro que em algum momento de suas graduações tiveram uma carga horária, ainda que mínima,
sobre a matéria, mas isso não significa que aquele professor está apto para lecionar aquele conteúdo.
Não podemos generalizar, mas são raras as exceções, pois a maioria vai seguir o livro didático,
porém, não irá acrescentar nada de novo ou específico, uma vez que lhe falta o conhecimento
específico para lecionar. Será que você já não se deparou com um professor assim? Mas de quem
será a culpa dessa situação?
Outro ponto relevante é que as metas 18, 19 e 20 não possuem informações, dados e projeções.
Estranho, não é mesmo? Principalmente em se tratando da meta 20, que projeta a ampliação o
mínimo de 7% de investimento do Produto Interno Bruto - PIB no 5º (quinto) ano de vigência
do PNE. Será que o governo não tem a informação do quanto foi investido na Educação de 2014
a 2017? Fique atento, discuta o assunto e cobre das autoridades, isso também é fazer Educação.
Não podemos esperar que só o Governo fomente a educação. Lembre-se que é papel da família e
também da sociedade promover a educação.
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
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Fonte: Pinterest.
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Ainda em relação ao estudo de Zagury (1997), no final da frase a autora faz uma observação
interessante: “Agora, o autoritarismo passou a ser dos filhos em relação aos pais.” Quem de nós nunca
presenciou uma cena constrangedora de um filho fazendo birra ou pirraça por algo, e o pai ou mãe
aceitando de maneira submissa aquela reação do filho? Os pais muitas vezes não sabem lidar com a
situação, o que torna a situação ainda pior.
Diversas vezes, nós até fazemos um julgamento mental: “Ó, que vergonha!”, ou ainda, “Como
aquele pai não consegue controlar seu próprio filho?” Pois bem, educar não é uma tarefa propriamente
fácil, mas é totalmente possível.
Nesse contexto, Weber et al.(2004) demonstram em seus estudos que existem três tipos de pais:
autoritativos, autoritários e permissivos.Os pais autoritativos têm a característica de conduzir seus
filhos de forma racional e orientada, porém, exercem seu papel de maneira firme e coesa. Esses pais
não baseiam a educação dos filhos em consensos ou nos desejos das crianças, e deste modo sempre
promovem o diálogo com ela. Já os pais autoritários são absolutamente controladores, de modo que
a regras de conduta estabelecidas anteriormente são um método avaliativo da obediência. Esses pais
são favoráveis a medidas punitivas caso a criança “ande” em desencontro com as regras de conduta.
Por outro lado, os pais permissivos são mais receptivos aos desejos e às ações da criança. Não são
adeptos a maneiras punitivas de corrigir, mas educam os filhos mostrando-lhes opções de conduta
para alcançarem seus objetivos.
Podemos até fazer um comparativo com nossos pais, avós, tios, vizinhos e outros pais que
conhecemos: por qual dos três tipos de pais fomos criados? Ou ainda, qual tipo de pais nós nos
tornamos ou vamos ser?
Na ótica de Jean Piaget e Munari (2010), no que se referia aos pais, já na sua época ele vislumbrou
o que hoje é realidade. O autor dizia que os pais estavam perdendo para o Estado a autonomia de
escolher e controlar a Educação. Em seus estudos, Piaget demonstrou que a educação transmitida pelos
pais levava em consideração os métodos antigos. Desse modo, o Estado, por meio das escolas, deveria
intervir de modo condizente a colaborar com a formação da personalidade da criança. Contudo, não
é bem isso que vemos na prática, pois em várias situações o Estado se impõe, e a opinião, os princípios
e os valores da família são contrariados e até mesmo comprometidos.
Toda boa educação começa por respeitar direitos, mas também em cumprir deveres. Quem são
os atores da educação? Todos nós fazemos parte da formação de alguém, por isso criticar apenas não
nos torna melhores ou isentos de nossa obrigação como cidadão de promover e incentivar a educação.
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
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Embora as críticas aos diversos métodos que os pais utilizam para ensinar e educar seus filhos
seja grande, o que não podemos negar é que cada dia torna-se mais difícil esse processo, pois na era
digital crianças e adolescentes estão tão “enrolados na teia da conexão” que nem mesmo os pais ou
familiares conseguem acessar esses pequenos seres humanos.
A intensidade da utilização das mídias digitais pelos jovens é tão crescente que os nossos “meninos”
estão há muito tempo criando novas formas de expressões e até mesmo variações na linguagem.
Os mais antigos ainda olham para o teclado de um celular com a ideia de “datilografar”
ou digitar, usando os dedos indicadores. (...) Essa mudança na linguagem dos jovens não
tem a ver só com o teclar, e sim com todo um universo mais amplo, que inclui os RPG,
a música eletrônica, o hip-hop, as conversas nos chats (bate-papos), nas comunidades de
relacionamento como Orkut, Facebook, Myspace, Second Life, o intenso uso que se tem
dado aos microblogues como o Twitter, Identica, entre tantos outros. Essa juventude é, não
resta a menor dúvida, uma juventude que produz mais, que escreve mais e se manifesta
publicamente. Ao assim fazer, produz novos textos em diversos contextos que nos impõe
repensar os próprios processos de alfabetização [...]. (PRETTO, 2011, p. 106).
Entretanto, nem sempre a família consegue acompanhar essa evolução tecnológica e tampouco
o crescimento dos nossos pequenos. Há uma explosão de gerações conflitantes dentro dos próprios
lares. Muitos pais não sabem como agir e acabam por dar aos seus “bebês”, que ainda não foram
alfabetizados, seus smartphones, tablets e notebooks para que eles passem horas e horas jogando,
assistindo vídeos e tantas outras atividades. Veja como o texto a seguir é atual:
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O Estado e a família aliados pela educação Unidade
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Alguns pais infelizmente não tiveram condições ou acesso à escola quando pequenos e mal
sabem ler e escrever, mas não permitem que seus filhos pereçam do mesmo destino. Eles estão
corretíssimos em desejar e proporcionar aos filhos esses benefícios e por diversas vezes fazem isso com
muito esforço para oferecer uma educação de qualidade e ferramentas para o acesso à informação. No
entanto, como esses pais podem controlar seus filhos nesses acessos se muitas vezes não sabem como
utilizar tais mídias?
Os autores Pinheiro, Jesus e Bittencourt (2017, p. 6) explicam que esse controle dos pais não é
totalmente seguro e às vezes torna-se falível:
[...] os pais e as escolas não conseguem realizar o controle sobre tal mídia quando a criança
ou o adolescente utiliza o computador pessoal, em casa, ou o da escola. As ferramentas de
filtros, senhas e mesmo o histórico da internet servem como parâmetro e instrumento para
a supervisão; mas, nos casos em que crianças e adolescentes usam computadores disponíveis
em estabelecimentos comerciais, não há, normalmente, qualquer tipo de cuidado sobre suas
atividades por parte dos empresários - podem navegar nas páginas que desejam, bem como
usar os jogos eletrônicos que bem entendam.
Como podemos observar no texto acima, o papel dos pais não é nada fácil nesse controle e
fiscalização nos conteúdos acessados. Além do mais, muitas vezes os pais sequer sabem como
supervisionar esses acessos. Assim, uma ferramenta muito importante na educação dos filhos é a
presença dos pais. A presença ativa da família na vida dos filhos promove uma barreira de proteção
muito mais eficiente que até mesmo senhas e filtros. Para Santos e Barros (2017, p. 20), “A criança só fica
enclausurada nos eletrônicos se um adulto não mostrar que existe outra opção, outra forma de brincar,
de se relacionar, de ser e de fazer”. Diante do exposto, é impossível negar que a falta desse relacionamento
e da atenção da família com os filhos acaba por criar uma lacuna que precisa ser preenchida, e muitas
crianças, adolescentes e jovens têm preenchido esse vazio por meio das novas mídias.
Nossos pequenos são bombardeados com informações por todos os lados, mas como podemos
protegê-los? Separamos alguns conselhos que podem ajudar os pais nessa empreitada. Segundo a
Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP (2016), os pais devem sempre verificar a classificação
dos programas, filmes e jogos recomendados para cada faixa etária. No entanto, não é só isso: o
estabelecimento de limites e regras facilita o entendimento da criança e adolescente sobre o que lhes
é permitido e o que é restringido, além, é claro, de uma conversa franca e objetiva com aqueles que já
compreendem melhor os riscos da “rede”, e ninguém melhor que os pais podem ter esse tipo de conversa
e aproveitar os momentos mais propícios para explicar os prós e contra do uso das tecnologias.
Caro (a) aluno (a), ao fim dessa unidade esperamos que este conteúdo tenha contribuído
para uma melhor compreensão do papel do Estado e da Família na educação e na preservação de
nossas crianças e adolescentes. Há muito a se pesquisar e explorar por nossos pequenos nesse “mundo
virtual”, contudo, o peso de protegê-los e proporcionar um ambiente seguro recaem sobre todos nós.
O convite que fica é para que todos façam isso com muito zelo e amor.
CONClusãO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade compreendemos como o Estado e a Família devem caminhar
de braços dados em favor da educação. Também foi possível compreender como os planos de políticas
públicas influenciam no processo de ensino, e analisamos como o legislador se preocupou em impor
alguns direitos na Constituição Federal de 1988 para salvaguardar a educação e promover evolução
do ser humano.
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Unidade O Estado e a família aliados pela educação
2
Ao conhecer as 20 Metas do Plano Nacional de Educação, foi possível entender como funcionam
as metas na prática, e através dos comparativos entre as metas estabelecidas e a atual situação
descobrimos que há um longo caminho para que todas as metas sejam cumpridas.
Caro(a) acadêmico(a), espero que este conteúdo tenha aguçado seu interesse em transformar
o mundo por meio de uma educação digna. Persista!
ElEMENtOs COMPlEMENtaREs
#LIVRO#
Título: Homo Zappiens: Educando na era digital
Autor: Wim Veen e Ben Vrakking
Editora: Artmed
Sinopse: O livro Homo Zappiens examina como as crianças
que crescem em um mundo de tecnologia e de mudanças
constantes demonstram maior relutância em encaixar-
se no sistema educacional do que qualquer outra geração
antecedente. Além disso, é notório que essas crianças em geral
compreendem melhor a tecnologia do que as pessoas que as
educam. Em vez de tentar controlar, entender ou dominar
a tecnologia, elas simplesmente a usam! Como a tecnologia
nos capacita a obter informações com facilidade, a sociedade
está mudando seu modo de considerar a aprendizagem,
passando da simples obtenção da informação à comunicação,
à interpretação e à negociação. Enquanto julgarmos a geração
Homo zappiens por nossos velhos parâmetros, nunca entenderemos como seus modos de
brincar e comunicar-se são, na verdade, estratégias que começam a surgir para lidar com
nosso futuro digital e criativo.
#WEB#
Quer saber a classificação correta para crianças e adolescentes em séries, filmes, jogos e
aplicativos? Conheça o Manual da Nova Classificação indicativa que o Ministério da
Justiça disponibiliza no site:
Disponível em: <http://www.justica.gov.br/seus-direitos/classificacao/manual-da-nova-
classificacao-indicativa.pdf>. Acesso em: 06 maio 2018.
39
O Estado e a família aliados pela educação Unidade
2
Quer saber como muitos pais estão perdidos com a educação dos filhos? Então assista a
uma entrevista do Dr. Mário Sergio Cortella sobre “Família e Escola”
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dfkb6H8qUsg>. Acesso em 16 jan. 2018.
REfERÊNCias
BRASIL. Emenda Constitucional. Emenda Constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009.
In: Obrigatoriedade do ensino de quatro aos dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas
suplementares para todas as etapas da Educação Básica. Congresso Nacional, Brasília. 2009.
______. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal, 1988.
PIAGET, Jean; MUNARI, Alberto. Jean Piaget/ Alberto Munari. Tradução e organização: Daniele
Saheb. Recife: Massangana, 2010.
SANTOS, Caroline Cezimbra; BARROS, Jane Fischer. Efeitos do uso das novas tecnologias da
informação e comunicação para o desenvolvimento emocional infantil: uma compreensão
psicanalítica. 2018. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0435.pdf>. Acesso
em: 5 maio 2018.
40
Unidade O Estado e a família aliados pela educação
2
TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996. Disponível em: <http://
ericacoach.com.br/uploads/livros/Disciplina,%20Limite%20na%20medida%20certa.pdf >. Acesso
em: 5 maio 2018.
VEEN, Wim; VRAKKING, Ben. Homo Zappiens: educando na era digital. Porto Alegre: Artmed
Editora, 2009.
ZAGURY, Tania. Sem padecer no paraíso: em defesa dos pais ou sobre a tirania dos filhos. Record,
1997. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.
is&src=google&base=ADOLEC&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=297672&indexSearch=ID>.
Acesso em: 04 jan. 2018.
WEBER, Lidia Natalia Dobrianskyj et al. Identificação de estilos parentais: o ponto de vista dos pais
e dos filhos. Psicologia: reflexão e crítica, v. 17, n. 3, p. 323-331, 2004. Disponível em: <http://www.
scielo.br/pdf/prc/v17n3/a05v17n3>. Acesso em: 04 jan. 2018.
41
Unidade
3
Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Compreender o papel da sociedade como promotora e
incentivadora da educação
• Compreender o papel e o lugar do professor na educação
• Refletir sobre a educação nas escolas de hoje
• Refletir sobre a utilização da tecnologia a favor da educação
Unidade Educação em foco na era digital
3
intROduçãO
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade abordaremos o papel da sociedade na promoção e no incentivo
da Educação. Analisaremos alguns entes que promovem a educação, estudaremos como o Ministério
Público tem participado das melhorias na educação, e descobriremos como projetos desenvolvidos
pororganizações não-governamentais, as ONGs, podem contribuir e incentivar a Educação.
Em um mundo cheio de tantas mudanças, trataremos de uma profissão que não se torna obsoleta
entre as gerações: o professor. Discutiremos qual é o papel do docente na educação, qual sua evolução
no período da História e principalmente como ele influencia a sociedade.
A escola em foco será tema do nosso terceiro tópico. Compreenderemos como o processo de
globalização tem afetado a vida do aluno, do professor e da escola e analisaremos qual é o caminho
para a inovação das escolas.
Por fim, estudaremos como as novas tecnologias estão atuando em favor da educação.
Analisaremos como a interdisciplinaridade é fator de mudança tecnologia nas escolas, além de
entendermos como a escola e os educadores devem agir para administrar a inclusão digital de modo a
proporcionar ao aluno experiências novas de aprendizado que facilitarão o modo de aprender.
Caro(a) aluno(a), desejo que este conteúdo possa subsidiá-lo em seus estudos e o desperte a
descobrir ainda mais! Bons estudos!
Fonte: Pixabay.
indivíduo. Você já se perguntou o que a sociedade pode fazer para colaborar na promoção e incentivo
à educação? Bem, se ainda não pensou sobre isso, agora é o momento.
O direito de educar é uma tarefa política, pois o preceito a cumprir é a formação do indivíduo
como cidadão. Contudo, a formação completa de um aluno tem um contexto abrangente, pois estando
aliados o Estado, a Família e a Sociedade, o indivíduo terá lições de cidadania, de cooperação, respeito,
solidariedade e repúdio às injustiças, além do conteúdo ministrado em sala de aula. Apesar de difícil e
árdua, a tarefa deve “[...]ser fruto de uma reflexão social, uma corresponsabilidade na qual os poderes
públicos e demais instituições sociais assumam a responsabilidade acerca das direções que tomarão a
vida coletiva” (OLIVEIRA, 2009, p. 2)
Atualmente, o Ministério Público (MP) tem se tornado o agente mais importante na luta em defesa
dos direitos coletivos. Através da via judicial, o MP atua como agente fiscalizador na proteção dos direitos
coletivos, e sua atuação em conflitos de grande conotação pública tem aumentado sua credibilidade. Por
meio de ações civis públicas, o MP atua nas mais diversas áreas, tais como meio ambiente, defesa dos
direitos do consumidor, controle da probidade administrativa, saúde, educação, etc. (ARANTES, 1999).
Segundo o site do Ministério Público Federal (2018), seu papel é “atuar como um fiscal da lei”,
mas não podemos esperar que o MP aja sozinho e somente quando houver denúncias ou fortes indícios
de problemas contra a educação. Nós, como cidadãos, precisamos fazer nossa parte de promover e
incentivar a educação, participando ativamente de reuniões nas escolas e nos bairros, participando de
audiências públicas, denunciando casos em que crianças estão fora da escola, assessorando as escolas
através de mutirões e voluntariados, enfim, sendo exemplo de cidadania para crianças e jovens, pois
assim estaremos colaborando.
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Unidade Educação em foco na era digital
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Podemos perceber a simplicidade desse projeto por meio de materiais didáticos tais como livro
do estudante, camiseta e até um diploma, e como pode contribuir de forma benéfica para toda a
sociedade. Então, inspire-se e se mobilize para fazer a diferença na sociedade!
Fonte: Pinterest.
Caro (a) aluno(a), antes de adentrarmos o assunto do papel do professor frente à educação,
é importante ressaltarmos que há uma diferença básica entre Educação e Escolarização, conforme
expõe em entrevista o filósofo e doutor Mário Sérgio Cortella (2014):
As famílias estão confundindo Escolarização com Educação. É preciso lembrar que a
Escolarização é apenas uma parte da Educação. Educar é tarefa da família. Muitas vezes, o
casal não consegue, com o tempo que dispõe, formar seus filhos e passa a tarefa ao professor,
responsável por 35, 40 alunos.
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Educação em foco na era digital Unidade
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Observe que para Cortella (2014), o professor tem a função parcial na educação dos alunos, a
qual é conhecida como escolarização. Deste modo, compete à família o papel de educar para formação
da criança. O professor auxilia no processo de educação, mas não pode suprir a família caso ela seja
omissa no papel de educar. Depois de compreender esse aspecto relevante, podemos prosseguir em
nosso estudo sobre o papel do professor na educação.
Um pouco diferente da atualidade, em regra, os professores da rede pública precisam ser aprovados
em concurso público para assumirem suas “cadeiras”, mas ainda acontecem muitas “nomeações” e “troca
de favores” em diversos segmentos em nossa nação. Realidade vergonhosa, não é mesmo?
Outro ponto relevante levantado por Jean Piagetem sua época foi a premissa: “Qual é o problema
geral da Educação?”. O autor não se ateve apenas ao processo de ensino, que torna imprescindível
possuir bases fortificadas na experimentação do aluno. No entanto, Piaget elucidou que a mudança
na educação só aconteceria quando professores estivessem bem preparados e que qualquer reforma
pedagógica só lograria êxito caso essa premissa maior – “a capacitação dos professores” – fosse atingida.
Para o autor, o educador tem o dever de conhecer a evolução da inteligência e do desenvolvimento
psicológico do ser humano para ir além do conteúdo de sua disciplina. Desse modo, os ensinamentos
ministrados serão mais bem fixados por parte do aluno (PIAGET; BRAGA, 1998).
Já para Morgado (2001), o papel do professor não deve se limitar a incumbência de ser educador
e transmitir conhecimentos, mas tornar-se uma ponte entre o aluno e o conhecimento.
Partindo dessa premissa destacada no livro por Paulo Freire, patrono da educação brasileira, e
por seu colega Shor, torna-se necessário reafirmar que o professor detém papel relevante na formação
da sociedade? Não, é claro. É necessário compreender que a prática de ensinar apenas com aulas
expositivas não potencializa a capacidade criativa e argumentativa dos alunos. Desse modo, perde-se
o poder de refazer a sociedade.
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Unidade Educação em foco na era digital
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Fonte: Pinterest.
Começamos este tópico de estudo parafraseando o filósofo Mário Sérgio Cortella, que em
várias palestras sobre educação faz o seguinte questionamento: se os alunos não são mais como
antigamente, porque os professores ensinam como antigamente?
Diante de tantas mudanças que aconteceram desde a colonização do Brasil, aEducação não
fica isenta de transformações. Pereira et al.(2017) exemplificam como conflitos perduram na educação
escolar nos dias atuais: “Os métodos educacionais praticados atualmente são produtos do século XIX,
mas os professores sobrevêm do século XX (na questão de formação) e os alunos, grande parte deles,
do século XXI.” Então, como minimizar esses conflitos de gerações tão diferentes?
Já dizia Freire (2006) que, para ensinar, são exigidas três prerrogativas: segurança, competência
profissional e generosidade.
• Segurança: “É a segurança que se expressa na firmeza com que atua, com que decide, com
que respeita as liberdades, com que discute suas próprias posições, com que aceita rever-
se.” (FREIRE, p.91). Deste modo, independentemente da época em que o aluno é ensinado,
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Educação em foco na era digital Unidade
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aquele que ensina não precisa ficar se reafirmando em relação a sua autoridade, pois aquele
que é seguro de si exerce de maneira sábia e isso traz segurança a quem aprende.
• Competência profissional: “É demasiadamente necessário que o professor tenha seriedade
com sua formação, que estude e se esforce para que seja exemplo aos seus alunos. Porém,
nenhum desses quesitos pode desculpar o autoritarismo de muitos docentes, pois isso o
autoritarismo desqualifica a competência profissional do professor.”
• Generosidade: Freire expressa a generosidade como uma qualidade indispensável.
O clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas, em que a
autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente, autentica o caráter
formador do espaço pedagógico. (FREIRE, 2006, p.92).
Diante dessas três premissas que Freire ensina, será que podemos dizer que nos dias em que
vivemos a educação tem professores preparados para ensinar?E o que podemos dizer sobre as escolas
em geral? Veja como esse texto é tão atual:
Um pouco por todo lado procuram-se soluções que permitam recriar e redimensionar a
escola. Entre nós, inovação, mudança, criatividade, autonomia, tornaram-se termos que
brilham no discurso oficial de sedução, mas que não escondem a realidade da rotina
estritamente regulamentada e a mediocridade de condições de trabalho que limitam, em
larga medida, a vivência nos espaços escolares. A própria sociedade mostra-se incapaz de
se esclarecer sobre o que espera a escola e as contradições das suas expectativas facilitam
o desperdício que as dimensões do insucesso escolar atestam. Investe-se socialmente na
escola e proclama-se que deve promover a democratização e a igualdade, mas exige-se-
lhe que seleccione em função de critérios de excelência cristalizados e etnocêntricos.
(HÚSEN,1986 apud CAVACO, 1995, p.158).
Ao lermos essa ideia depois de mais de 30 anos (a contar de Húsen, 1986), parece que foi
escrito ontem, não é mesmo? O discurso funciona muito bem, porém, a prática ainda está um tanto
quanto longe de ser vista principalmente nas escolas da rede pública.
No entanto, esse não é apenas um problema da instituição de ensino, mas um problema social.
A violência não vai de dentro da escola para fora, mas vem de fora para dentro, nas casas através dos
abusos e de brigas constantes, por meio da sociedade com o descaso com as desigualdades sociais, com
a proliferação das drogas, com assaltos, com o Estado (governo) e os inúmeros casos de corrupção
e tantos outros motivos que revoltam e geram a violência interior que muitas vezes é externada nas
escolas brasileiras.
Então, diante de tantos acontecimentosnos perguntamos: para onde vai a educação brasileira?
A resposta não é fácil, mas temos que ter esperança, pois ainda há solução. Segundo Aranha (2006, p.
357):
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Unidade Educação em foco na era digital
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Não se trata de uma simples encruzilhada, que pede desvios de percurso ou pequenas
reformas, como acontece em crises menores. O momento exige invenção, com ousadia de
imaginação para criar o novo. O modelo de escola tradicional mostra-se anacrônico, e as
propostas para o ensino e aprendizagem não se referem apenas às novas gerações, mas aos que
permanecem excluídos do sistema, bem como à educação continuada dos adultos educados
pelos antigos padrões. É preciso detectar com urgência os sintomas do mundo que emerge, o
que não é fácil.
Afinal, como pode ser reinventada a escola tradicional? A resposta está na ponta da língua:por
meio da Tecnologia! Aprimorar, reinventar e interagir são sinônimos daquilo que a escola brasileira
precisa. Vamos conhecer mais sobre isso?
Fonte: Pixabay.
Caro(a) aluno(a), neste último tópico trataremos sobre a utilização das tecnologias a favor da
educação. Será que a escola está preparada para essa modernização?
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Educação em foco na era digital Unidade
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Para Pretto (1999, p.104 apud PINTO, 2004, p.6), “em sociedades com desigualdades sociais
como a brasileira, a escola deve passar a ter, também, a função de facilitar o acesso das comunidades
carentes às novas tecnologias”.
No entanto, nem todas as escolas estão preparadas para facilitar esse acesso da população carente
ao mundo das novas tecnologias. Em vários momentos, os professores não conseguem manusear a
mídia digital, e como vão utilizá-los como um recurso didático em sala de aula?
Fonte: Pinterest.
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Unidade Educação em foco na era digital
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Nesse sentindo, os autores esclarecem que existe a necessidade de o educador estar sensível aos
alunos que nunca tiveram acesso a tipos de tecnologia como o computador, pois de fato muitos alunos têm
contato com algumas tecnologias apenas na escola. Esse contato não deve ter o objetivo de constranger o
aluno por nunca ter acessado, mas de inseri-lo no contexto educacional das novas tecnologias.
Embora haja um entendimento que as tecnologias são boas e trazem amplitude à maneira de
estudar, deve-se estar atento quanto ao uso de tecnologias no campo da educação, pois como aquela
velha frase já dizia: “nem tudo que reluz é ouro”. Na Educação não é diferença, e é necessário cautela,
como explica Gómez (2002, p. 58):
Nunca como agora o aparato tecnológico, sempre presente ao longo da história, havia desafiado
tanto os diversos campos disciplinares e condicionado tão profundamente o acontecer
cotidiano das sociedades, os grupos e os indivíduos. Neste novo século as novas tecnologias de
informação, aomesmo tempo em que abrem uma série de possibilidades para um intercâmbio
mais eficiente e variado de conhecimentos, abrem também um cenário preocupante para o
futuro de nossas sociedades. É um cenário preocupante, porque quanto mais benefícios e
promessas de desenvolvimento humano podemosinferir das novas tecnologias, mais esferas
da vida cotidiana, política, econômica, profissional, cultural e social são afetadas e, portanto,
requerem mais nossa atenção.
Há um entendimento geral de que a importância da educação cresce a cada dia devido aos
avanços tecnológicos. Para Freire (2014), o êxito da economia de um país é tornar a educação
um fator fundamental. O autor ressalta que as instituições de ensino estão sendo desafiadas à
interdisciplinaridade, que nada mais é que a quebra das barreiras das disciplinas para que estejam em
plena sinergia. O autor confirma que a tarefa não é nada fácil, mas necessária para que a tecnologia
seja utilizada a favor da educação.
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Educação em foco na era digital Unidade
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Diante do exposto, o equilíbrio precisa ser a base norteadora para a utilização de qualquer
ferramenta tecnológica no processo de aprendizagem. Quando observamos uma criança no videogame,
percebemos o interesse e a determinação para conseguir alcançar novas fases de um jogo, e isso pode e
deve ser aproveitado no processo de aprendizado. É necessário que tanto pais quanto escola e professor
aproveitem essas ferramentas para potencializar o aprendizado.
Quando acessamos a Internet para pesquisar sobre jogos educativos e pedagógicos, somos
apresentados a diversas possibilidades. Essas ferramentas que tanto chamam a atenção dos pequenos
devem ser utilizadas de maneira que desperte o interesse do aluno para raciocinar logicamente,
contribua para o desenvolvimento psicomotor, auxilie no aprendizado do trabalho em equipe, facilite
o processo de socialização e tantas outras vantagens.
Silva (2010, p. 6) instrui sobre o tipo de jogo ideal para o aprendizado e desenvolvimento:
No ponto de vista instrucional, o ideal é que o jogo alterne momentos de atividade cognitiva
mais intensa com períodos de utilização de habilidades motoras. Essa prática educativa
direciona a criança no aprimoramento seus reflexos e percepção viabilizando uma integração
da teoria com a prática na ação pedagógica.
Conforme o texto de Cruz (2015), esse processo de interação não traz somente benefícios aos
alunos, mas ao docente que tem a oportunidade de interagir no método pedagógico. É inegável o
fato de que as tecnologias vieram para ficar e que ocupam em nosso meio familiar, educacional,
profissional e mundial ferramentas que facilitam e promovem um campo maior de possibilidades, que
antes através de livros e revistas tornava pesquisas e descobertas um tanto quanto limitadas. Diante do
exposto, cabe a cada unidade familiar, instituição de ensino e docentes procurar equilíbrio e buscar as
melhores ferramentas de aprendizado que poderão ser utilizadas no meio social onde vivem.
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Unidade Educação em foco na era digital
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Deste modo, podemos compreender que as experiências que cada indivíduo terá com a utilização
das tecnologias é algo totalmente particular, o que amplia ainda mais os benefícios da utilização das
novas tecnologias no aprendizado. Nesse sentido, cada indivíduo pode contribuir ainda mais no
aprendizado explanando a visão que teve na execução do trabalho, dificuldades encontradas e formas
diferentes de resolução. Assim, aquilo que era absolutamente subjetivo ao aluno pode auxiliar outros
colegas na compreensão de conteúdos de maior dificuldade no aprendizado.
Caro (a) acadêmico (a), ao final desta unidade, você consegue perceber que a tríade Família,
Estado e Escola (na identidade do professor) são fundamentais para o processo de socialização e
aprendizado de cada indivíduo? Consegue compreender que cada um desses pilares obrigatoriamente
ligado a uma sociedade participativa pode alcançar melhores objetivos com a utilização de novas
tecnologias no ambiente de aprendizado? Aproveite a nossa deixa, reflita sobre o assunto e amplie seus
conhecimentos pesquisando mais sobre esse tema.
COnCluSãO
Caro(a) acadêmico, ao término desta unidade foi possível compreender o papel da sociedade na
promoção e no incentivo da educação. Verificamos como o Ministério Público tem participado das
melhorias na Educação, além de atuar como um agente fiscalizador da Lei. Compreendemos como
projetos sociais como o PROERDtem contribuído para a educação, além de entendermos como as
ONGs podem contribuir no desenvolvimento pleno do indivíduo.
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Educação em foco na era digital Unidade
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Caro(a) aluno(a), espero que esse conteúdo tenha contribuído para o seu aprendizado. Sucesso!
ElEmEntOS COmPlEmEntaRES
#LIVRO#
Título: Profissão Professor
Autor: Antônio Nóvoa (Org.)
Editora: Porto Editora
Sinopse: A presente obra revela uma grande
pluralidade de pontos de vista, procurando pôr à
disposição do leitor uma reflexão útil para pensar a
situação atual dos professores portugueses. Na seleção
e organização dos textos tentou-se respeitar um núcleo
temático consistente, diversificando as perspectivas
de análise e de estudo. As abordagens históricas,
filosóficas, epistemológicas, psicológicas, pedagógicas e
sociológicas sucedem-se ao longo dos seis capítulos: O
passado e o presente dos professores, O educador e a
ação sensata, Consciência e ação sobre a prática como
libertação profissional dos professores, Mudanças
sociais e função docente, Aspetos sociais da criatividade
do professor e Ofício do professor: o tempo e as
mudanças. Estes estudos coincidem numa apreciação
crítica do estatuto e dos percursos dos professores, mas
não deixam de reafirmar uma convicção unânime no futuro da profissão docente. É nesta
capacidade de distanciamento e de problematização, mas também de empenhamento e
de aposta, que reside o seu carácter atrativo para os professores interessados em procurar
um sentido para a sua ação pedagógica e profissional. Gostaríamos que Profissão
Professor incentivasse o debate interno no seio das escolas e a reflexão científica no âmbito
da formação inicial e contínua, ajudando a fomentar uma nova cultura profissional do
professorado.
#WEB#
Saiba como a Educação vem evoluindo ao longo do tempo nesta incrível e principalmente
bem atual palestra sobre: Paradigmas da Tecnologia na Educação, do professor Mário
Sérgio Cortella.
Assista ao vídeo no link: <https://www.youtube.com/watch?v=1Lvl_
pG72Vk&spfreload=10#t=671.444877>. Acesso em 10 dez. 2017.
54
Unidade Educação em foco na era digital
3
REfERÊnCiaS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da pedagogia: geral e Brasil. 3. ed. São
Paulo: Moderna, 2006.
ARANTES, Rogério Bastos. Direito e política: o Ministério Público e a defesa dos direitos
coletivos. Revista brasileira de ciências sociais, v. 14, n. 39, p. 83-102, 1999. Disponível em:<http://
www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v14n39/1723>. Acesso em: 18 jan. 2018.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil.Brasília, Senado Federal, 1988.
CAVACO, Maria Helena. Ofício Professor: o tempo e as mudanças.In: NÓVOA, António (Org.).
Profissão Professor. 2. ed. Portugal: Porto Editora, 1995. p. 155-158.
CHATFIELD, Tom. Como viver na era digital. Objetiva, 2012. Disponível em: <https://books.
google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=o6ToYaoAgdYC&oi=fnd&pg=PT13&dq=como+educar
+os+filhos+na+era+digital&ots=88GyYWlljm&sig=oYJmcu1pZVprzDWWYpaf5TlRfPA#v=onep
age&q=se%20quisermos%20conviver&f=false>. Acesso em: 5 maio 2018.
CRUZ, José Anderson Santos. Formação profissional e mediação pedagógica na era digital: educar
para os meios e os meios para educar. 2015. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/
handle/11449/126418/000843593.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 5 maio 2018.
CORTELLA, Mário Sérgio. A escola passou a ser vista como um espaço de salvação.ESTADÃO.
Entrevista concedida em 17 de maio de 2014. Disponível em: <http://educacao.estadao.com.br/
noticias/geral,cortella-a-escola-passou-a-ser-vista-como-um-espaco-de-salvacao,1168058>. Acesso
em: 05 jan. 2018.
FERREIRA, Hugo Monteiro; NEVES, Maria Angélica de Deus Xavier. Infância, violência na
escola: diálogos e contextos. Revista Cadernos de Ciências Sociais da UFRPE, v. 2, n. 9, p. 44-73,
2017. Disponível em: <http://www.journals.ufrpe.br/index.php/cadernosdecienciassociais/article/
view/1288/1015>. Acesso em: 07 jan. 2018.
FREIRE, Emerson. Sociedade e tecnologia na era digital. São Paulo: Érica, 2014.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 34. ed. São Paulo:
Paz e Terra, 2006.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
55
Educação em foco na era digital Unidade
3
PELANDRÉ, Nilcéa Lemos. Ensinar e aprender com Paulo Freire: 40 horas 40 anos depois. São
Paulo: Cortez, 2002.
PIAGET, Jean; BRAGA, Ivette. Para onde vai a educação?14. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.
SANTOS, Lucimara Bianchin; ALEGRE, Animari Mayer; FREIRE, Emerson. Da Inclusão Digital
à Social: Um estudo a partir da experiência com idosos e adultos na FATEC Jundiaí. FaSCi-Tech,
v. 1, n. 1, 2016. Disponível em: <http://fatecsaocaetano.edu.br/fascitech/index.php/fascitech/article/
view/12>. Acesso em: 10 jan. 2018.
SANTOS, Caroline Cezimbra; BARROS, Jane Fischer. Efeitos do uso das novas tecnologias da
informação e comunicação para o desenvolvimento emocional infantil: uma compreensão
psicanalítica. 2018. 2018. Disponível em: <http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0435.pdf>.
Acesso em: 5 maio 2018.
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Unidade
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Objetivos de aprendizagem
da unidade
• Refletir sobre conflitos entre professores e alunos em sala de aula
e os riscos que a exposição das crianças na rede pode causar
• Refletir sobre o processo de interação aluno-professor
• Refletir sobre as mídias digitais utilizadas na escola
• Conhecer o ensino EAD e como se deu a evolução dele ao longo
do tempo
• Compreender como a educação e as tecnologias de informações
e comunicações têm contribuído para o desenvolvimento da
educação
Tecnologia a favor da educação Unidade
4
inTRODuçãO
Prezado(a) acadêmico(a), nesta unidade estudaremos alguns aspectos importantes de como a
era digital tem transformado a vida escolar. No primeiro tópico, abordaremos os conflitos entre as
gerações de professores e alunos em sala de aula e os riscos que a exposição das crianças na rede pode
causar, além do processo de interação aluno-professor.
Em um segundo momento, discutiremos sobre as mídias digitais utilizadas na escola.
Analisaremos como desde cedo o indivíduo é estimulado a brincar com jogos eletrônicos em
smatphones, baixar seus próprios joguinhos, ligar a televisão para assistir ao seu desenho favorito
e como esses fatores têm modificado o perfil da escola. Ainda estudaremos alguns equipamentos
eletrônicos que se destacaram principalmente nas escolas públicas.
Vamos compreender como o método de ensino EAD viralizou na rede, estudaremos como a
educação a distância tem evoluído com o passar do tempo e como esse método de ensino é totalmente
flexível e ajustável ao nosso cotidiano corrido. Ademais, abordaremos princípios norteadores desse
método de ensino e como esse modelo tem contribuído para a educação.
Para finalizar nossa unidade, estudaremos como a educação e as tecnologias de informações e
comunicações, as famosas TICs, têm contribuído para o desenvolvimento da educação e entenderemos
como as TICs estão presentes em nosso cotidiano e como interagem na educação.
Prezado(a) aluno(a), espero que este conteúdo possa encorajá-lo a prosseguir em seus estudos
e contribuir para sua vida acadêmica! Bons estudos!
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Unidade Tecnologia a favor da educação
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Os autores ressaltam que esses Nativos Digitais “não conheceram nenhum modo de vida diferente”
(PALFREY; GASSER, 2011, p. 11-12).
É comum ouvir “mas na minha época não era assim”. Pois bem: essa realidade tem criado um
abismo entre duas gerações: a dos professores e a dos alunos. Será que os professores estão conseguindo
ultrapassar o conhecimento dos alunos no que se refere a novas tecnologias?
Para Fantin e Rivoltella (2010, p.91), na era digital o indivíduo torna-se protagonista do meio
social e cultural que ele está inserido, desse modo, as mídias digitais não são mais consideras da
“massa”, mas “personal media”. O questionamento que se faz é: Será que as crianças estão preparadas
para a vida social online? E os professores, sabem mediar essa interação na escola? Os autores explicam:
Isso demonstra não apenas as transformações nos modos tradicionais de inserção da infância
na vida sociocultural, como também novas formas de participação das crianças na cultura
uma vez que os espaços de convivência e sociabilidade estão mudando de lugar e as interações
online estão propiciando formas de se relacionar cada vez mais complexas, e nem sempre o
professor está preparado para fazer as mediações necessárias[...]. (FANTIN; RIVOLTELLA,
2010, p.96).
Como podemos observar, as crianças estão um pouco mais à frente na interação com as novas
tecnologias do que muitos professores, e parece que elas já “nascem sabendo”. Porém, ainda precisam
ser acompanhadas de perto para evitar grandes prejuízos para sua infância. No entanto, embora haja
riscos iminentes na exposição das crianças no meio virtual, a Internet possui benefícios no acesso das
informações, inclusive para fins educacionais.
Ponte e Vieira (2008, p. 2740) contextualizam os riscos da vida social digital das crianças:
De uma forma geral, os riscos que geram maior preocupação são os que têm uma natureza
social, ou seja, os que podem ter um forte impacto na vida social, emocional é física de crianças
e jovens. Atendendo a este factor e à existência de situações que podem constituir-se como um
risco, poder-se-á optar por dividir o perigo potencial em três categorias: o risco procedente
da navegação pelas páginas web (o dano procede do material ou conteúdo da web); o risco
procedente da participação em serviços interactivos (o dano potencial reside nas pessoas e no
comportamento) e os riscos derivados do excesso de tempo de exposição (os sectores mais
pessimistas normalmente argumentam que os conteúdos do ciberespaço provocam o vício e o
isolamento social). Apesar dos possíveis riscos mencionados, cabe destacar que o maior risco
da Internet não deriva do seu uso, mas sim do seu “não uso”, já que a Internet se converteu
na ferramenta básica de troca de informação do século XXI. Portanto, aqueles que não estão
educados para interactuar e comunicar com a tecnologia ficam em clara desvantagem.
Para Zuin e Zuin (2011), uma mudança de postura das duas partes precisa acontecer para que a
interação entre professor e aluno seja renovada. Os autores explicam que o processo de aprendizagem
e ensino tem sofrido alterações:
O fato que se impõe hoje é o de que os estudantes, de uma forma ou deoutra, intervêm cada
vez mais no processo de ensino e aprendizagem por meiodo uso das tecnologias digitais. E
suas intervenções, mediadas por tais tecnologias, podem enveredar para a montagem da foto
do professor humilhado, que é postada nos sítios de relacionamento da internet. Ou então
para a ofertade outra interpretação sobre determinado tema, interpretação essa
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Tecnologia a favor da educação Unidade
4
que oprofessor não havia pensado ou mesmo não sabia, fazendo com que ambos revejam
seus conceitos preconcebidos. (ZUIN; ZUIN, 2011, p. 226).
Caro(a) aluno(a), você consegue perceber como a interação entre o professor e o aluno pode
minimizar as barreiras que existem entre gerações tão distintas? Uma atitude louvável nesse momento de
inúmeras transições é a humildade. A humildade do professor em abrir-se para o novo e para permitir-
se aprender com uma criança de 5 anos, além da humildade do aluno em submeter-se à autoridade e à
sabedoria daquele intitulado “mestre”, que por gerações tem nos estimulado a “parar para pensar”.
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Unidade Tecnologia a favor da educação
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Fonte: Pinterest.
Prezado(a) acadêmico(a), como foi exposto no tópico anterior, podemos observar as constantes
evoluções das tecnologias, principalmentequando olhamos para as crianças. Atualmente, uma criança
antes mesmo de completar 5 anos de idade já possui contato com vários tipos de tecnologias. O
indivíduo desde muito cedo é estimulado a brincar com jogos eletrônicos em smatphones, baixar
seus próprios joguinhos, ligar a televisão para assistir a seu desenho favorito, colocar um DVD de sua
preferência e tudo isso sozinho.
Segundo Nakashima e Amaral (2006, p. 34), “as crianças de hoje não têm medo de conhecer e
investigar os recursos que os eletrônicos proporcionam.” Nesse sentindo, quando chegam à escola, as
crianças conseguem abrir-se ao novo, pois suas mentes não estão cheias de pré-conceitos, ou seja, não
possuem conceitos concebidos anteriormente, diferentemente de como age a mente de um adulto.
Em seu estudo sobre as novas tecnologias e a abrangência de impactos que causam na docência,
Kenski (1998, p.60) afirma que “as velozes transformações da atualidade impõem novos ritmos e
dimensões à tarefa de ensinar e aprender”. A realidade é que muitas vezes os alunos estão anos-luz à
frente de seus professores e das escolas, por isso é preciso estar em um processo contínuo de aprendizado.
Muitas mudanças têm marcado nossa história. É possível datar alguns acontecimentos, por
exemplo, a primeira imagem fotográfica em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, e o rádio e o
cinema tornam-se um pouco mais complicado de datar devido a divergências históricas, mas o certo
é que foram no final do século XIX e início do século XX. Diante desses fatos, Araujo (2014) explica
que as bases das tecnologias educacionais vêm do século XIX, enquanto no século XX elas se ampliam,
por isso existem tantos conflitos.
Passamos agora a listar e fazer um breve comentário sobre alguns tipos de mídias digitais que
são mais utilizadas nos ambientes de ensino:
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Tecnologia a favor da educação Unidade
4
Em 1998, nas escolas públicas brasileiras, deu-se o início da informatização por meio dos
computadores. Com raras exceções, as escolas não estavam preparadas para utilizar a ferramenta e
tampouco fazer a interação máquina/aluno. O que aconteceu na época foi que encheram uma sala
com computadores que denominaram de “laboratório de informática” e uma catástrofe aconteceu
quando esqueceram o mais importante: o professor. Foram contratados técnicos em informática
com qualquer formação em Educação e deixaram os professores de matemática, português, ciências
e tantos outros fora dessa sala. Resumindo a história, não funcionou. E o que fazer para resolver o
problema? Ministraram cursos de informática básica, de desenho, de acesso à internet, etc.
No entanto, não há o que lamentar, pois esse método também não funcionou nem na França
nem nos Estados Unidos no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 devido à faltade professores
capacitados e de programas de software de boa qualidade. A pergunta que não quer calar é: por que
será que o Brasil não se atentou ao exemplo desses países já que o método falhou anos antes nesses
países? (NETO, 2017)
tablets: Oliveira (2016) explica em seu estudo a utilização dos tablets nas escolas, que o
dispositivo portátil é uma ferramenta que permite ao professor produzir materiais e compartilhar
conteúdos didáticos, além de ser uma ferramenta que pode acessar a internet.
No campo teórico, a ideia é muito boa e funciona bem, pois desafia as escolas a saírem de seu
método didático tradicional, mas na prática não foi bem isso que aconteceu. O investimento de cerca
de 150 milhões de reais na compra desses aparelhos através do Ministério da Educação ofereceu os
instrumentos, ou seja, os tablets aos professores, no entanto, além da resistência de muitos professores
com a tecnologia nova, ainda outros problemas agravaram a não utilização dos tablets, tais como a
falta de assistência técnica dos objetos, a falta de capacitação dos usuários e principalmente a falta da
rede sem fio, que impossibilitou o acesso via internet e aos conteúdos pedagógicos. Cabe aqui outro
questionamento: será que ninguém pensou na capacitação de todos os professores antes de entregarem
os tablets? E será que ninguém pensou que sem internet não seria possível acessar o material didático?
Embora esse acontecimento tivesse sido trágico, os tabletes facilitaram o acesso a conteúdos
ministrados, ler ficou mais fácil e prático para todas as idades, e até mesmo empresas passaram a
utilizar essa ferramenta em diversos segmentos. Os tabletes são aparelhos normalmente leves que
podem ser levados para vários ambientes e auxiliam em um processo de aprendizagem muito mais
dinâmicos que nossos antigos livros.
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figuras, gráficos, mapas, etc. Desse modo, tornam-se totalmente moldáveis os conteúdos ministrados
em sala de aula, além de concernentes a um novo tempo de pensamento e de compreensão do ensino
(KENSKI, 1998).
Parece que tudo mudou. Mas será que é assim que acontece na prática do dia a dia? Araujo
(2014, p. 41) explica:
Além disso, a lousa virtual reforça o ato de copiar por parte do aluno, durante a exposição,
copiar este que, se, por um lado, pode ser visto como contribuinte à aprendizagem, por
outro, guarda velhas semelhanças com o que ocorre diante do quadro negro. Entretanto, os
conteúdos de ordem virtual, pelo menos parcialmente, são digitalizáveis e remissíveis por
e-mail aos alunos [...].
Nesse sentido, podemos perceber que a lousa digital tem o papel de uma estrutura mediadora,
assim como funcionava o quadro-negro. Ela também pode ser utilizada em ambiente corporativo
para treinamentos, palestras, cursos e tantas outras possibilidades em que as lousas digitais tornam-se
ferramentas essenciais para o aprendizado.
Trocando em miúdos, é uma ferramenta de altíssima eficiência que pode auxiliar na nossa
ascensão como indivíduos, porém, também pode conduzir-nos à queda se for mal administrada.
Para Moran (1997), a internet tem viralizado rapidamente em todos os segmentos. É uma
tecnologia que tem facilitado a vida de muita gente para fazer compras, ir ao banco, bater papo, fazer
pesquisas e tantas outras atividades.
Na educação não é diferente. Muitas escolas e universidades estão na corrida para serem vistas
e criam sites e páginas atraentes para “fisgar” os alunos. As redes aproximam os estudantes, pois eles
gostam de navegar. Quando descobrem algo, logo “jogam na rede” para compartilhar a informação. É
algo maravilhoso, não é mesmo? No entanto, será que não é possível perder-se nesse emaranhado de
conexões e informações?
Ainda segundo Moran (1997, p. 4), “Ensinar utilizando a internet pressupõe uma atitude do
professor diferente da convencional. O professor não é o ‘informador’, o que centraliza a informação.”
Nesse sentido, o professor tem o papel de motivar os alunos sobre a importância do conteúdo e que
a informação está em diversos bancos de dados, a um clique dos dedos. Porém, há uma premissa
importantíssima que o autor ressalta e que deve ser observada:
Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de
comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos,
pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua. (MORAN, 1997, p. 4).
Diante dessa nova realidade do cotidiano do professor em estar conectado tanto com as mídias
digitais quanto com o novo modelo de aluno, surge outra dificuldade: a Inclusão Digital. Como já
estudamos anteriormente, a escola muitas vezes faz o papel de “agente de inclusão”, mas nem sempre a
escola possui aparatos tecnológicos para fazer essa ponte de acesso entre o aluno e a tecnologia.
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Sorj e Remold (2016, p.13) enfatizam: “A luta pela inclusão digital é uma luta contra o tempo”.
Os autores explicam que por meio da internet é possível minimizar as consequências negativas que
os setores mais carentes sofrem pelas deficiências nas políticas sociais quanto à informação. Essas
políticas sociais precisam vir ao encontro da inclusão digital; caso contrário, aumentarão ainda mais
o desequilíbrio social existente.
Atualmente, existem outras mídias digitais que podem ser utilizadas no processo de aprendizagem
dos alunos. Os celulares, mais conhecidos como smartphones, são ótimos aliados e têm a capacidade
de processamento de um computador para realizar tarefas. No entanto, existem também aplicativos de
jogos que podem contribuir com o aprendizado. Os ambientes online de acesso restrito a quem pertence
ao grupo são exemplos dos ambientes de intra e extranet que muitas escolas particulares, universidades e
o ensino a distância têm aproveitado para o melhor aproveitamento das atividades. Esse estudo não pode
se findar aqui, pois esta unidade apenas nos deu a largada e há muito ainda que percorrer.
Caro(a) aluno(a), diante do conteúdo exposto, resta-nos apenas uma frase: “Na educação, há
muito o que mudar e aprimorar, mas isso não depende só de políticas públicas, mas do principal
agente de mudança: nós mesmos!”
Caro(a) aluno(a), possivelmente hoje quando você acessou a internet ou enquanto assistia
televisão viu uma propaganda de cursos a distância, o famoso EAD – Educação a Distância. Tal
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método de ensino viralizou, e isso é efetivamente muito bom, pois ninguém mais tem a desculpa de
dizer que não pode fazer uma graduação ou, quem sabe, uma pós-graduaçãoporque não tem como
ir até a instituição de ensino. O EAD é totalmente flexível e ajustável ao nosso cotidiano corrido, e
estudar em casa virou sinônimo de que a educação evoluiu. E embora pareça que isso começou há
pouco tempo, tem muita gente que vai lembrar de alguns cursos que eram feitos através dos Correios,
tais como corte e costura, desenho, eletrônica e tantos outros.
A Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, mais conhecida como LDB – Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, disciplina em seu Artigo 80: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento
e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino,
e de educação continuada”. Ao ler o texto, podemos perceber que é interesse do poder público o
crescimento da educação a distância, mas para conhecer esse método de ensino, precisamos conhecer
seus conceitos e premissas norteadoras (BRASIL, 1996).
Segundo o Decreto Nº 9.057de 25 de maio de 2017, no Art. 1º, conceitua-se educação a distância:
Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional
na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado,
com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e
desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em
lugares e tempos diversos. (BRASIL, 2017).
Assim, torna-se possível compreender que essa modalidade de ensino tem como objetivo
principal resolver um dos problemas do nosso século: o tempo. A mediação didático-pedagógica é
diferente do modelo tradicional de ensino presencial, e o propósito desse novo método de ensino é
facilitar ao indivíduo o local de ensino, que pode ser em qualquer lugar e a qualquer hora.
A Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 – LDB institui também as regras para as instituições que
tem interesse em oferecer cursos superiores a distância, mas não vamos nos ater a essas regras aqui neste
módulo. Caso você tenha interesse nesses requisitos, acesse a lei no site do Planalto (BRASIL, 1996).
Segundo Almeida (2003), a expansão do método EAD deu-se devido à grande publicidade na
televisão, rádio, internet, outdoors, distribuição de impressos, etc. De forma objetiva, a autora explica
como os centros de ensino funcionam na prática:
[...] emitem as informações de maneira uniforme para todos os alunos, que recebem os
materiais impressos com conteúdos e tarefas propostas, estudam os conceitos recebidos,
realizam os exercícios e os remetem aos órgãos responsáveis pelo curso para avaliação e
emissão de novos módulos de conteúdo. (ALMEIDA, 2003, p.3).
Como descreveu bem autora no trecho acima, vale ressaltar que em qualquer ambiente de
ensino, seja público ou privado, o método EAD não é uma poção magia que resolve o problema do
tempo e lugar. Se não houver abdicação e persistência por parte do aluno, nenhum método de ensino
irá conduzi-lo à formação ou à continuidade de sua formação.
Nesse sentido, Novak e Gowin (1996, p. 26) explicam como funciona a aprendizagem:
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Diante do exposto, fica fácil compreender que o aprendizado precisa de esforço e que cada
indivíduo terá resultados diferentes, e isso dependerá do seu grau de comprometimento com o ensino
e com os objetivos que se deseja alcançar.
Para Ribeiro, Freitag e Sellitto (2018), o ensino EAD trouxe o benefício da redução dos custos
tanto para o aluno quanto para as instituições. Os autores explicam que no Brasil esse método de
ensino tem ganhado força, porém, mesmo estando devidamente regulamentado em lei,existem alguns
fatores críticos, tais como material didático oferecido, baixa qualidade no suporte ao aluno, a estrutura
do curso que por vezes deixa a desejar, falta de treinamento dos professores e até mesmo o perfil do
aluno, além de outras dificuldades que variam de polo para polo.
Como qualquer investimento que pretendamos realizar, é necessário conhecer a fundo todos os
contras. No método de ensino EAD, é necessário averiguar se a instituição de ensino é credenciada, se
é reconhecida no mercado, ouvir a opinião de outras pessoas que cursam ou cursaram na instituição,
além, é claro, de conhecer o material didático, ambiente de acesso online e tantas outras informações
relevantes que devem ser averiguadas antes de assinar o contrato. Ao se comprometer com a instituição,
o aluno precisa estar completamente convencido de que aquele é o melhor curso e instituição que ele
poderia escolher; caso contrário, em pouco tempo a desistência baterá àsua porta.
Diante desse contexto do crescimento no ensino EAD, Saraiva (2008, p. 11) explica:
Nesse cenário, o EAD desponta como modalidade do futuro, provavelmente vivendo novas
etapas, com ênfase na integração de meios, em busca da melhor e maior interatividade. As
tecnologias da informação aplicadas à EAD proporcionam maior flexibilidade e acessibilidade
à oferta educativa, fazendo-as avançar na direção de redes de distribuição de conhecimentos
e de métodos de aprendizagem inovadores, revolucionando conceitos tradicionais e
contribuindo para a criação dos sistemas educacionais do futuro.
O método EAD surge como o modelo de ensino do futuro. Assim como mencionou Saraiva
(2008), novas gerações de estudantes têm sido beneficiadas coma essa modalidade e ainda muitas
outras serão alcançadas por ela. Quer seja pela falta de tempo, dinheiro ou quem sabe oportunidade
de fazer uma segunda graduação ou pós-graduação, o EAD tem conduzido e continuará conduzindo
um grande contingente de jovens e adultos trabalhadores para essa modalidade de ensino. No entanto,
como em qualquer outra atividade, existem vários pontos que precisam ser aperfeiçoados, e melhorias
levarão alunos e instituições ao ponto de equilíbrio e satisfação necessáriospara ambas as partes.
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Fonte: INEP.
Fonte: Pixabay.
Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico deste livro e espero que até aqui você tenha
absorvido o conteúdo de maneira proveitosa. Nosso estudo não poderia deixar de mencionar as tiCs,
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e talvez você já tenha ouvido esse termo, mas agoravamos compreendê-lo um pouco melhor. Como as
Tecnologias da Informação e Comunicação têm contribuído para o desenvolvimento da educação, do
comércio, da indústria, do segmento de serviços, ou seja, de todas as áreas que possamos imaginar lá
estão as TICs. Vamos entender melhor?
O nosso cotidiano foi invadido pelas TICs, as atividades econômicas são completamente
dependentes dessas tecnologias ea maioria das empresas não funciona sem as TICs. Mas não é
somente na vida das empresas que isso aconteceu. Observe como em seu dia a dia as TICs estão
lá, por exemplo, quando pagamos uma despesa com um cartão magnético estamos utilizando essas
tecnologias, e quando utilizamos nossos smartphones ou fazemos uma pesquisa na internet não nos
damos conta de que também estamos utilizando as TICs.
Diante de uma sociedade agressivamente competitiva, não se pode falar em um futuro promissor
distante das tecnologias. A “Sociedade da Informação” na qual estamos inseridos impõe a cada
indivíduo uma imersão no conhecimento e no aprimoramento das habilidades no mundo digital.
Aquele que fica alheio às mudanças acaba se tornando obsoleto, e estar inserido na rede, partilhar
e compartilhar conhecimento vem ao longo dos anos transformando todos os ambientes, desde as
séries iniciais da escola até as grandes corporações. Ninguém deve ficar fora dessas mudanças se quiser
permanecer ativo no “mercado”. Mudanças em todas as áreas da nossa vida, masserá que educação foi
alcançada pelas TICs?
Perguntamo-nos então: Desde quando as TICs estão inseridas na educação? Nas décadas de
1980 e 1990 surgiu no mundo todo um movimento de reforma na educação, embora a escassez de
recursos investidos na educação e a falta de políticas organizacionais para a capacitação dos professores
quase invalidaram a integração das TICs. No entanto, com a globalização, a necessidade de superar
as dificuldades e se tornou como uma mola propulsora para a integração das tecnologias em favor da
educação. Já no início do novo milênio as mudanças se acentuaram Silva (2001, p. 35) explica:
[...] um grande desafio: compreender que as TIC dão à escola a oportunidade em passar
do modelo de reprodução da informação para um modelo de funcionamento baseado na
construção partilhada do conhecimento, aberto aos contextos sociais e culturais, à diversidade
dos alunos, aos seus conhecimentos, experimentações e interesses, enfim, em constituir-
se como uma verdadeira Comunidade de Aprendizagem. Haja vontade política e vontade
educacional para o implementar.
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Nesse sentido, podemos observar que a escola pode contribuir de maneira abrangente no processo
de construção partilhada do conhecimento. Você consegue compreender a diferença entre apenas
repassar as informações e uma construção partilhada do conhecimento? Precisamos compreender
que apenas repassar a informação não irá contribuir para que o aluno desenvolva o senso crítico, e a
dinâmica transformadoraé aquela construção compartilhada do conhecimento entre professor, aluno
e as TICs. É claro que essa mudança implica posicionamentos da escola, dos professores, dos alunos e
principalmente das políticas públicas em equiparem as escolas com as tecnologias necessárias, porém,
o que estiver em nossas mãos para fazerdevemos fazer e realizar com excelência.
Ainda segundo Ponte (2000, p. 73), o uso das novas tecnologias são fontes benéficas ao
aprendizado:
As novas tecnologias surgem aqui como instrumentos para serem usados livre e criativamente
por professores e alunos, na realização das actividades mais diversas. Esta perspectiva é, de
longe, mais interessante que as anteriores na medida em que pode ser enquadrada numa lógica
de trabalho de projecto, possibilitando um claro protagonismo do aluno na aprendizagem.
Mas esta perspectiva tem igualmente as suas limitações. Por um lado, muitos dos programas
utilitários não foram concebidos tendo em conta as especificidades do processo educativo,
nos vários níveis etários, e, por outro lado, nem sempre é fácil a sua integração curricular.
Além disso, a utilização das TIC como ferramenta tanto pode ser perspectivada no quadro
de actividades de projecto e como recurso de investigação e comunicação, como pode ser
reduzida a uma simples aprendizagem, por processos formais e repetitivos, de uns tantos
softwares e programas utilitários. Ficam, ainda, por equacionar novos papéis para a escola,
novos objectivos educacionais e novas culturas de aprendizagem.
Nesse sentindo, podemos compreender que cada tecnologia pode promover a interação e
mediação entre pessoas e contextos sociais diferentes, e que esses contextos podem ser aplicado não
somente nas instituições de ensino, mas em diversos segmentos.
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Prezado(a) aluno(a), no tocante à Educação, para que as mudanças que tanto ansiamos
possam ocorrer é imprescindível que cada um de nós assuma um posicionamento a favor da educação.
Não podemos, afinal, esperar apenas pelas instituições do Estado, pois cada cidadão tem, segundo a
Constituição do nosso país, o dever de promover a Educação. Pense sobre isso: “quem não ajuda já está
atrapalhando”. Inove e faça a sua parte!
COnCluSãO
Caro(a) aluno(a), compreendemos nesta unidade aspectos importantes da digital tem
transformado a vida escolar. Estudamos os conflitos das gerações de professores e alunos em sala
de aula e entendemos como esses conflitos podem ser sanados. Analisamos os riscos que causam a
exposição das crianças na rede e como o professor participa desse processo.
Compreendemos, no terceiro tópico, como o método de ensino EAD tem crescido. Estudamos a
evolução da educação a distância, compreendemos como esse método é totalmente flexível e ajustável ao
nosso cotidiano corrido e analisamos princípios norteadores do EAD, além das perspectivas para o futuro.
Prezado(a) acadêmico(a), espero que esse conteúdo tenha contribuído para sua vida acadêmica
e que você tenhasido encorajado a continuar lutando a favor da educação! Sucesso!
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ElEMEnTOS COMPlEMEnTARES
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