Scorm

CURRÍCULOS E PROJETOS
PEDAGÓGICOS
Unidade 1
Currículo, BNCC,
educação profissional
e superior
CEO
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
MARLY SAVIOLI
TATIANE KUCKEL
Marly Savioli
AUTORIA
Olá! Meu nome é Marly Savioli e sou mestre em Educação,

pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola, graduada
em Pedagogia, especializada em Administração Escolar e
Supervisão Escolar com uma experiência técnico-profissional na
área educacional de mais de 35 anos.
Como educadora exerci nas escolas diversos papéis,

tais como: professora, orientadora educacional, coordenadora
pedagógica, vice-diretora e diretora.
Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar

o mundo por meio da educação, atualmente trabalho para a
Fundação Lemann, como formadora de educadores e gestores
Unidade 1
educacionais, orientando e subsidiando seus trabalhos com

caminhos mais eficazes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito

estudo e trabalho. Conte comigo!
Tatiane Kuckel
Olá. Meu nome é Tatiane Kuckel e sou Mestre em Educação

e Novas Tecnologias. Sou formada em Desenho pela Escola de
Música e Belas Artes do Paraná e em Gestão da Informação pela
Universidade Federal do Paraná.
Tenho mais de 15 anos de experiência em processos

e projetos para EAD, arte visuais, sistemas de informação,
monitoramento informacional e games.
Possuo trabalhos publicados nas linhas de Inteligência

Artificial, EaD, Gamificação e Artes visuais. Atualmente, sou
Gerente de Projetos e Inovação na Onilearning.
4 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

ÍCONES
OBJETIVO DEFINIÇÃO
NOTA IMPORTANTE
Unidade 1
EXPLICANDO
MELHOR VOCÊ SABIA?
SAIBA MAIS ACESSE
REFLITA RESUMINDO
ATIVIDADES TESTANDO
CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS 5

Conceito de currículo e a história das disciplinas escolares .9
SUMÁRIO
Definição de currículo........................................................................................ 10
Trajetória histórica do currículo....................................................................... 13
O início................................................................................................... 14
Concepções de currículo e sua evolução....................................................... 17
Currículo tecnicista.............................................................................. 17
Linha Progressista................................................................................ 20
Pedagogia crítica.................................................................................. 22
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)...................................................... 24
Currículo na Educação Infantil................................................ 28
Abordagens Pedagógicas Contemporâneas na Educação Infantil............ 33
Integração das Abordagens Pedagógicas no Ambiente da Sala de Aula.35
Unidade 1
Criação de Ambientes de Aprendizado Inclusivos e Estimulantes............ 37

Avaliação e Documentação do Desenvolvimento na Educação Infantil... 38
Fortalecendo a Parceria entre Escolas e Famílias no Currículo da Educação
Infantil................................................................................................................... 40
Currículo no Ensino Fundamental e Ensino Médio............... 45
Estrutura e Fundamentos do Currículo no Ensino Fundamental e
Médio.................................................................................................................... 47
Desenvolvimento Curricular e Interdisciplinaridade.................................... 49
Metodologias Ativas e Inovação Pedagógica................................................. 52
Currículo e Diversidade: Inclusão e Multiculturalismo................................ 55
O Papel dos Projetos de Vida no Currículo do Ensino Médio.................... 56
Avaliando e Reformulando o Currículo: Processos e Práticas................... 58
Ensino Profissionalizante e Educação Superior..................... 62
Ensino Profissionalizante: Conceitos e Importância ................................... 63
Educação Superior: O Caminho para a Especialização .............................. 69
Desafios e Tendências no Ensino Profissionalizante .................................. 70
A Evolução da Educação Superior: Novas Abordagens e Modelo............. 73

Você sabia que a área de desenvolvimento curricular é uma
das mais demandadas no setor educacional e será responsável
APRESENTAÇÃO
pela geração de mais de milhares de empregos nos próximos
cinco anos? Isso mesmo. A área de desenvolvimento curricular
faz parte da espinha dorsal de uma instituição educacional. Sua
principal responsabilidade é estruturar, implementar e avaliar
os conteúdos e métodos de ensino que vão ao encontro das
necessidades de aprendizagem dos alunos e das demandas
sociais contemporâneas. A dinâmica do currículo escolar é uma
das ferramentas mais poderosas na construção do conhecimento
e na preparação dos estudantes para o mercado de trabalho e
para a vida em sociedade. Com a constante evolução tecnológica
e as mudanças no panorama global, o currículo precisa ser
continuamente revisto e adaptado para capacitar os alunos a
Unidade 1
enfrentarem os desafios do século XXI. Ao longo desta unidade
letiva, você vai mergulhar nesse universo e entender como os
currículos são elaborados, implementados e reformulados para
atender a uma educação que é, ao mesmo tempo, tradicional e
inovadora, formativa e informativa, local e global. Prepare-se
para explorar a história, os conceitos e as práticas que moldam
as experiências educacionais em diferentes níveis de ensino, da
educação infantil ao ensino superior. Vamos nessa?

Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, e o nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes
OBJETIVOS
competências profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Conhecer os conceitos sobre currículo e sua trajetória

histórica;
2. Identificar as características e estruturas que envolvem

um currículo de Educação Infantil;

um currículo de Ensino Fundamental e Ensino Médio;

um currículo de Educação Profissional e Ensino
Superior.
Unidade 1
Então? Preparado(a) para entender melhor o que orienta

os trabalhos escolares? Vamos lá?

Conceito de currículo e a história
das disciplinas escolares
Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender como funciona o complexo e dinâmico
conceito de currículo dentro do contexto
OBJETIVO educacional. Esse conhecimento será fundamental
para o exercício de sua profissão, seja como
educador, administrador ou formulador de
políticas educacionais. As pessoas que tentaram
projetar ou implementar currículos sem a devida
instrução tiveram problemas ao não compreender
as nuances históricas e teóricas que influenciam
a prática curricular. E então? Motivado para
desenvolver essa competência? Este capítulo
Unidade 1
vai equipá-lo com uma compreensão sólida da
definição de currículo, sua trajetória histórica, as
diversas concepções e a evolução do currículo
ao longo do tempo, incluindo correntes como o
tecnicismo, o progressismo e a pedagogia crítica,
culminando com a análise da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e seu papel na educação
brasileira. Vamos lá. Avante!
Para a maioria das pessoas, a palavra “currículo” relaciona-se

à história profissional, em que empresas poderão analisar a vivência
de um determinado indivíduo e, com isso, determinar se essa pessoa
tem habilidades para realizar o trabalho que lhe será confiado.
Na educação, a palavra “Currículo” é abrangente e,

muitas vezes, complexa. Por meio dele vamos delinear o trabalho
realizado em cada disciplina, ou seja, o currículo é um norteador
do trabalho realizado em sala de aula.
[...] o curriculum pode ser entendido como um plano de

orientação tecnológica que se prende com aquilo que deve ser

ensinado e como deve ser, em ordem a um máximo de eficiência.
Neste sentido, o professor é um mero “operário curricular” que
tem a tarefa de executar um plano. (Correia; Dias, 1998, p. 115)
Definição de currículo
Antes de intensificar os estudos sobre currículo, cabe-nos
entender como essa palavra surgiu e o que ela significa na forma léxica.
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra “currículo” tem

algumas interpretações, mas o que cabe a este curso são as
seguintes:
• Programação de um curso.
• Conjunto de matérias incluídas em um curso de uma

Unidade 1
escola, de uma faculdade etc.
O termo currículo advém da palavra latina “scurrere”,

que pode ser traduzida como correr, referindo-
se ao curso a ser seguido, mais especificamente
DEFINIÇÃO a ser apresentado (Goodson, 1995). Observem
que a ideia de percorrer um caminho nos leva a
refletir sobre a forma como o currículo escolar se
relaciona a essa expressão.
Pensando em educação, entendemos que currículo seja

um caminho a ser seguido no ensino, em cada disciplina, ou na
união delas, considerando a relevância da multidisciplinaridade,
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.
Mas essa reflexão deve se aprofundar cada vez mais,

pois necessitamos elaborar um currículo que venha atender às
necessidades dos alunos.
Dessa forma, o currículo deve ser construído para

nortear um trabalho que atenda à realidade da comunidade

escolar onde será inserido, respeitando a demanda local, mas
também considerando a realidade de um país, sua legislação, sua
intencionalidade educativa.
Mas por que o currículo deve atender as demandas locais?
Temos um país muito grande, com regiões caracterizadas

por diferenças culturais, socioeconômicas e com necessidades
diferentes. Pensar em um currículo igual para todos é negligenciar
essas características e necessidades.
Imagem 1.1 – Diversidade brasileira
Unidade 1
Fonte: Freepik, Wikimedia Commons.
Será que uma sequência didática pensada para

atender alunos de um bairro privilegiado de São
Paulo se adequa igualmente para os alunos que
REFLITA vivem na seca do Nordeste? E para os índios e
quilombolas? Sabemos que é impossível, pois as
necessidades e realidades de cada um deles são
muito diferentes.

Considerando isso, o currículo deve refletir uma realidade
mais específica. Dentro de nosso país, temos referenciais
norteadores que garantem que não haja um distanciamento muito
grande de aprendizagens de uma região para outra, porém flexível
o suficiente para ser adaptado ao meio que será trabalhado.
Hoje dispomos da BNCC (Base Nacional Comum

Curricular), que vem garantir a unidade de ensino
VOCÊ SABIA?
em todo território brasileiro.
Cada estado também elabora sua estrutura, assim como

algumas cidades.
As escolas, têm liberdade de, observando essas referências,

Unidade 1
adequar o currículo à sua realidade local.

Imagem 1.2 – Construção do currículo escolar
MEC - BNCC
Currículo Estadual
e Municipal
Currículo
da Escola
Fonte – Elaborado pela autoria (2020)
O currículo consiste em uma relação daquilo que será

ensinado e como será ensinado aos alunos, em cada ano da

escolaridade, em cada disciplina, e deve atender ao público a que
se destina.
Para essa construção é preciso considerar as referências

nacionais e regionais. Em cada Projeto Político Pedagógico deve
ficar expressa a intencionalidade de seus encaminhamentos, os
quais serão viabilizados pelo currículo definido.
Por ser um documento de extrema importância,

um referencial para os professores, o currículo
deve trazer também a identidade local, suas
IMPORTANTE características e, especialmente, atender suas
necessidades.
Considere também que a adequação do currículo pode ser
Unidade 1
desenvolvida de forma explícita ou implícita e deve considerar as
disciplinas de forma transversal.
Mas todas essas questões ainda serão exploradas durante

nossos estudos, e teremos oportunidade de aprofundar cada
aspecto que envolve essa manifestação de intencionalidade
pedagógica.
Trajetória histórica do currículo

“As teorias do currículo (…) buscam justificar por que ‘esses
conhecimentos’ e não ‘aqueles’ devem ser selecionados” (Silva,
1999, p. 15).
Como tudo na vida, existe um histórico de evolução e,

em alguns casos, dependendo do momento factual vivenciado,
identificamos até mesmo uma involução das estruturas e da
aplicabilidade curricular.
A história do currículo vem demonstrar o quanto ele é

influenciado pelo momento histórico, político e social, e conhecê-

lo é essencial para atender as demandas atuais. Isso nos ajudará
a decifrar melhor a escola contemporânea e como ela se
desenvolveu.
No século XIX, o currículo era entendido como uma

sequência de conteúdos a serem trabalhados em cada disciplina.
Atualmente, currículo é visto como algo maior, mais

aprofundado, mais aberto e adaptável ao meio. Dessa forma, o
currículo é um documento norteador que se transformará em um
projeto pedagógico que o aborde da maneira mais significativa em
cada espaço.
Vamos na sequência, de forma sintética, trazer as

informações mais relevantes ocorridas na história da escola e
Unidade 1
consequentemente seus currículos.
O início
Na Grécia antiga, a educação se dava informalmente,
sem divisões disciplinares, e era desenvolvida por filósofos.
Os estudantes eram pessoas interessadas em refletir sobre
determinados assuntos que envolviam a sociedade.
Platão, foi um dos grandes filósofos que chegou a criar (787

a. C) nos jardins de “Academos” (gerando expressão “academia”),
uma escola onde se ensinava algumas ciências como Filosofia e
Matemática.
Em 343 a.C., as famílias ricas pagavam um preceptor para

ajudar as crianças nos estudos. Dessa forma, somente famílias
abastadas financeiramente podiam proporcionar aos seus filhos
alguma instrução.

Imagem 1.3 - Educação na antiguidade
Fonte: Freepik
Unidade 1
A evolução da instituição escolar foi se constituindo
vagarosamente, até que no Séc. XII, na Europa, onde são alicerçadas
as primeiras escolas nos moldes atuais. Elas eram administradas
pelo Clero, que valorizava e propagava o fundamentalismo cristão.
Especificamente no Brasil, em 1549, foi fundada a primeira

escola, também orientada pelo Clero e atendendo somente as
famílias burguesas.
Os livros usados para ensinar fundamentavam as

descobertas científicas de forma rígida. Assim, o conhecimento
era apresentado fechado, inquestionável, indiscutível. Pode-se
afirmar que o ensino era doutrinário.
A partir do século XVI, os educadores começam a

defender que a experimentação e observação complementaria a
aprendizagem de livros e assim se impulsiona o Iluminismo ou a
Idade da Razão do século XVII e XVIII.
Os enfoques científicos defendidos por Bacon, Descartes,

Locke, Rousseau, Comenius, Galileu e Newton permitiram

questionamentos sobre o ensino com princípios religiosos. Essa
doutrinação religiosa e o conhecimento encerrado nos livros
foi sendo substituída pela pesquisa, pela observação e o pelo
aprendizado vivenciado.
Exemplo: Antes o aluno era informado que uma semente

se transformava em uma planta. Por meio da pesquisa,
o aluno observava o crescimento de uma planta e ia
construindo sua aprendizagem.
Até esse momento acreditava-se que o aprendizado se

construía como a formação de músculos, ou seja, exercitava-se a
mente para alcançar o conhecimento. A repetição e a decoração
deveriam garantir essa força mental.
Unidade 1
Nos Estados Unidos, ao longo do século XIX, aconteceram

ampliações de oferta de ensino. Pensando nas novas gerações e na
insuficiência do que era ensinado nas escolas para a preparação
desse futuro cidadão, surgem os debates sobre o que ensinar e
em qual sequência.
A partir das intervenções de Francis Parker (final do século

XIX), um americano influenciado por teóricos europeus, propõe-
se um currículo que atenda os interesses das crianças. Isso quer
dizer que o que interessa e é significativo para o aluno deve ser
explorado como forma de ensino.
Essas ideias influenciaram fortemente estudos sobre o

currículo como um campo da educação a ser desenvolvido.
Junto com essas forças, o mundo se transformava. A

Revolução Industrial, a sociedade, imigração e mais recentemente
a tecnologia se aperfeiçoam a cada instante influenciando nossa
sociedade e diretamente a escola.

Concepções de currículo e sua
evolução
Podemos perceber que a evolução do mundo, por meio
da tecnologia, vem influenciando consideravelmente a construção
dos novos currículos escolares.
Movimentos sociais, políticos, tecnológicos foram

influenciadores da concepção de ensino e aprendizagem, tanto
como na elaboração do currículo escolar. Nesse contexto, vamos
dar ênfase a dois movimentos muito importantes.
O primeiro movimento denominado como “Tecnicista” e o

segundo “Progressista”.
Unidade 1
Currículo tecnicista
Na época da Revolução Industrial, que marcou uma
demanda global crescente, as indústrias, visando lucratividade por
meio da produtividade, empregavam uma estrutura hierárquica
na qual cada funcionário integrava um esquema maior. No
entanto, havia uma ausência de acesso ou mobilidade dentro
dessa hierarquia para os trabalhadores.
O trabalhador realizava seu serviço de forma individual e

concentrava-se em parte do trabalho de forma mecanizada e racional.
Na “linha de produção”, os trabalhadores não estavam

envolvidos com outros setores, sendo sua responsabilidade
manter a eficiência no desenvolvimento de suas tarefas para
garantir uma produtividade contínua.
Diante das transformações da adoção do
modelo taylorista-fordista na produção fabril,
há, consequentemente, uma modernização

social, a qual engloba todos os aspectos, “[...]
moldando nossos valores, inclusive nossa
maneira de conceber a educação e a escola, e
dando à nossa sociedade seu feito tecnológico
específico. (Doll, 2002, p. 55)
Imagem 1.4 – Linha de produção
Unidade 1
Fonte: Pixabay
A linha de produção consiste em um trabalho

repetitivo, em que os trabalhadores desenvolvem,
em forma sequencial, a montagem de produtos a
NOTA serem comercializados.
Denominada de Taylorismo, por ter sido desenvolvido

por Frederick Winslow Taylor (1856-1915), pai da Administração
Científica, defendeu que o sucesso do trabalho estava associado
ao sucesso da organização.
Frederick Winslow Taylor

Esse perfil de trabalhador influenciou a formação escolar e
o currículo, e até hoje ainda é desenvolvido em grandes empresas
e em muitas escolas.
Objetivando uma escola eficiente, onde os estudantes

seriam treinados para serem excelentes profissionais adequados
à realidade social e capitalista, o currículo escolar foi moldado para
atender essa demanda. Essa estrutura foi proposta por Franklin
John Bobbit (1918).
Segundo Silva (1999, p. 24), na concepção de Bobbit,

[...] a questão do currículo se transforma
numa questão de organização. O currículo
é simplesmente uma mecânica. A atividade
Unidade 1
supostamente científica do especialista em
currículo não passa de uma atividade burocrática.
(...) o currículo se resume a uma questão de
desenvolvimento, a uma questão técnica. O
estabelecimento de padrões é tão importante
na educação quanto, digamos, numa usina de
fabricação de aços, pois, de acordo com Bobbitt,
a educação, tal como a usina de fabricação de
aço é um processo de moldagem.
Essa influência se deu nos Estados Unidos por volta da

metade do século XX e no Brasil nas décadas de 1960 e 1970.
Ciente dessa influência, o currículo era estático e

compartimentado, e o professor era a autoridade inquestionável.
Os estudantes eram levados à aceitação de tudo sem
questionamentos. Obediência era a palavra de ordem.

Imagem 1.5 – Padronização do ensino
Para
padronizar
Influencia o os alunos.
Ditadura Currículo
Militar escolar
O Ato Institucional n.º 5, AI-5, baixado

em 13 de dezembro de 1968, durante
o governo do general Costa e Silva, foi
a expressão mais acabada da ditadura
militar brasileira (1964-1985). Vigorou até
dezembro de 1978.
Fonte: Elaborado pela autoria (2020).

Unidade 1
Como grande influenciador dessa postura, temos no

Brasil o Regime Militar, onde havia grande interesse de domínio e
ordem estabelecida. Os currículos escolares deveriam trazer essa
formatação aos alunos.
Linha Progressista
[...] O tecnocrático destacava a abstração
e a suposta inutilidade (…) das habilidades
e conhecimentos cultivados pelo currículo
clássico. (…) O modelo progressista (…)
atacava o clássico por seu distanciamento dos
interesses e das experiências das crianças e
dos jovens. (…) o currículo clássico só pôde
sobreviver no contexto de uma escolarização
secundária de acesso restrito à classe
dominante. (Silva, 1999, p. 26, 27)
As ideias de John Dewey, impactaram fortemente as

percepções de currículo.

Em contraposição à inalterável estrutura curricular
tecnicista, as propostas progressistas sugerem um currículo aberto
e pronto para atender dialogicamente as ideias de professores e
alunos, que iriam conceber a estrutura curricular, ou seja, construir
o caminho a ser percorrido na sala de aula.
Quadro 1.1 – Comparativo entre as linhas
Linha Tecnicista Linha Progressista
Preparo para mão de obra industrial Eleva o nível de consciência do

Modeladora de comportamento estudante em relação ao meio.
humano Relação de horizontalidade- diálogo
Linearidade de informações Convivência grupal
Professor como autoridade e Temas geradores
detentor do saber Professor mediador
Movimento
Unidade 1
Espiralidade
Essas percepções vinham atender as diversidades

encontradas na escola.
A sociedade deveria ser incorporada à escola, ou seja,

a escola seria um protótipo de sociedade, onde os alunos já
iniciavam suas expressividade e percepções ajudando em sua
formação para a vida.
Segundo Moreira (1990, p. 54), “a teoria curricular de Dewey

revela um compromisso tanto com o crescimento individual como
com o progresso social”.
No Brasil, seus princípios educativos tiveram grande

influência nas ideias escolanovistas de educação, que foram
dominantes no país no período de 1945 a 1960 (Moreira, 1990).
Quando pensamos em uma educação que prepare

o aluno para a sociedade, percebemos que esse currículo

sugerido por Dewey, e mais tarde por Maria Montessori, deve ser
alicerçado, no que chamamos hoje de “protagonismo do aluno”
e “contextualização do ensino”. Transformando a aula em um
laboratório da realidade e pensando em converter a sociedade,
contradizendo a escola tecnicista que quer perpetuar uma
sociedade sem questionamentos.
Kliebard (1995) explica que seus proponentes percebiam

“o currículo organizado em torno de problemas sociais reais, e
que estes não teriam o potencial de substituir o que caracterizava
os estudos sociais em salas de aula, mas educariam com uma
preocupação voltada para justiça social”.
Essa postura rompe com o tradicionalismo da escola, a

postura suprema do educador, que passa a ser um mediador da
Unidade 1
aprendizagem.
Considerando que, nos anos 1950, a “Guerra Fria”

estava presente no mundo e a guerra tecnológica influenciava
grandemente as nações que disputavam o poder, o currículo
sofreu um retrocesso que reavivou o currículo tecnicista, exaltando
as ciências na escola, inclusive no Brasil. “Quando questões
fundamentais de currículo não são dirigidas por educadores, os
caprichos econômicos ou políticos formam o caminho e as práticas
educacionais são governadas à revelia.” (Schubert, 1986, p.1).
Em meados dos anos 1960, discussões como inclusão das

diferenças raciais, sociais e sexuais, entre outros, considerados
como minoria, faz despontar a pedagogia crítica, que pretende
dinamizar uma sociedade sem discriminações.
Pedagogia crítica
Em resposta ao período histórico e as contestações
trazidas pela necessidade de igualdade social, surge a pedagogia

crítica, que vem propor um currículo voltado aos problemas
sociais, econômicos e políticos contemporâneos.
Em 1970, Paulo Freire lança o livro “Pedagogia do

oprimido”. Suas convicções chegam para transformar o modelo
de organização curricular, pois uma organização de ensino
tradicionalista não atende à diversidade encontrada no Brasil.
Apesar de ainda buscarmos essa estrutura curricular,

muito da escola tecnicista domina nossos espaços escolares. Por
isso, a luta por essa conquista continua.
Quadro 1.2 – Contexto histórico-sociopolítica e a organização da prática escolar
SINOPSE DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CURRÍCULO
Unidade 1
CONTEXTO HISTÓRICO ORGANIZAÇÃO
PERÍODO
SÓCIO-POLÍTICO DA PRÁTICA ESCOLA
Classes, Currículo
REFORMA
Século XVI prescrito e sequenciado
Religiosa/Renascença
em estágio de Níveis
Identificador e
Mecanismo de
Século XIX Revolução Industrial Diferenciação Social
(Pedagogia da Sociedade
Industrial)
Ordenamento de
Pós-Guerra Saberes Educativos;
Século XX
e Globalização Currículo como Matéria
Escolar
Fonte: Santos (2012).
Nos próximos itens vamos nos aprofundar um pouco mais

em cada segmento da educação e suas estruturas curriculares.

Base Nacional Comum Curricular
(BNCC)
Entende-se por educação básica o período de escolaridade
que compreende desde a educação infantil até a 3ª série do Ensino
Médio.
Para ficar claro, a educação básica está dividida da seguinte

forma:
• Educação Infantil – crianças de zero a 5 anos;
• Educação Fundamental – 1º ao 9º ano;
• Ensino Médio – 1ª a 3ª série.

Unidade 1
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é uma diretriz

normativa que orienta o progresso de aprendizagens essenciais
para todos os alunos. Lá estão as competências e diretrizes para
direcionar os currículos escolares.
Homologada em 2017 pelo MEC, sua elaboração contou

com a participação de muitos especialistas e foi discutida
amplamente com educadores, técnicos, e a sociedade em geral,
para que atenda às necessidades do século XXI.
Imagem 1.6 – O processo de construção da BNCC
A CONSTRUÇÃO DA BASE
Setembro de
2014 Maio de 2016 Abril de 2017
2015
Versão 2: Consed
Versão 1: 12 e Undime
Vesrão 3: O MEC
Início da milhões de reúnem 9 mil
entrega a Base ao
Elaboração contribuições são professores,
CNE
recebidas gestores e
especialistas

A BNCC deve ser entendida como um início para se avançar
o trabalho na escola, garantindo o básico de aprendizagem aos
estudantes por todo país, permitindo, assim, equidade no acesso
à informação e aprendizagem.
A BNCC não pode ser entendida como uma grade curricular

para todas as escolas, com apenas distribuição de disciplinas
e conteúdo. Também não pode ser comparada aos PCNs
(Parâmetros Curriculares Nacionais). Estes garantem e asseguram
uma direção, com muita flexibilidade, mas não asseguravam o
aprendizado mínimo dos alunos.
Imagem 1.7 – Diferença entre BNCC e currículo
• Estabelece os objetivos que se espera que os

BNCC
estudantes atinjam.
Unidade 1
CURRÍCULO • Define como alcançar os objetivos.
Apoiada por nossa Constituição Federal e pela Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional, a BNCC permite que cada região, cada
espaço geográfico, adapte seus conceitos à sua realidade, pretendendo
garantir sempre o desenvolvimento de um cidadão consciente, crítico
e apto para desenvolver uma sociedade responsável.
Cada escola define seus conteúdos e metodologias,

porém seguindo a BNCC. Assim, o aluno será estimulado a ir
além, permitindo que ele apresente novas formas de resolução de
desafios em quaisquer áreas.
Você deve estar se perguntando o motivo desse movimento.

Saiba que as avaliações externas nos mostram que uma das causas
do insucesso escolar vem da disparidade do que é ensinado de uma
escola para outra. A BNCC vem balizar esse processo.

Ressalta-se o fato de que o currículo deve ser permeado
sempre pelo respeito às diferenças, inclusão, igualdade e pelos
direitos humanos, de forma explícita ou oculta. Cabe ainda
ressaltar que, nesse período da escola, as competências para o
mundo do trabalho devem ser garantidas e estimuladas.
Imagem 1.8 – Currículo permeado pelos temas transversais
Ética e
Cidadania
Pluralidade
Temas Cultural
Transversais Orientação
Sexual
Meio
Ambiente
Unidade 1
Disciplinas do Currículo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu

mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
RESUMINDO deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido que o currículo é mais do
que apenas um documento ou um plano de estudos,
é uma construção social que reflete as expectativas
da sociedade e as demandas da época. Como Tyler
(1949) sabiamente destacou, o currículo é o coração
da experiência educativa, e a forma como ele é
desenvolvido e implementado pode transformar
a aprendizagem. Acompanhamos a trajetória
histórica do currículo, desde seus primórdios como
um mero programa de ensino até se tornar um
complexo campo de estudo interdisciplinar, como
indica Goodson (1993).

Compreendemos as diferentes concepções de
currículo, que vão desde o modelo tecnicista,
enfocado pela eficiência e pela mensuração (Pinar,
2012), até a linha progressista, que vê o currículo
como um meio de promover a democracia e
a transformação social, como Dewey (1916)
propunha. Além disso, exploramos a pedagogia
crítica, que, nas palavras de Freire (1970),
argumenta que a educação é um ato político e que
o currículo deve ser um instrumento de libertação.
E, por fim, analisamos a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), que busca estabelecer um
conjunto de aprendizagens essenciais que todos os
alunos devem desenvolver, conforme destacado
por autores como Ramos (2016), que veem na
Unidade 1
BNCC uma tentativa de equalizar oportunidades
educacionais no Brasil.
Agora, com essa base sólida de conhecimento
sobre o que é o currículo, como ele se desenvolveu
historicamente, suas diferentes concepções e a
sua importância na educação contemporânea,
você está mais do que preparado para avançar na
sua jornada educacional ou profissional. E, então,
motivado para aplicar esses conhecimentos? Vamos
em frente e transformar o mundo da educação!

Currículo na Educação Infantil
entender como funciona o currículo na Educação
Infantil. Esse conhecimento é fundamental para o
OBJETIVO exercício da sua profissão, especialmente se você
busca fazer a diferença no campo da educação
inicial. As pessoas que tentaram projetar ou
implementar estratégias educacionais sem a
devida instrução tiveram problemas ao alinhar
as atividades com as necessidades das crianças,
ao atender à diversidade das salas de aula e ao
integrar as famílias no processo educativo. Este
capítulo irá fornecer-lhe as ferramentas e os insights
necessários para superar esses desafios. E então?
Motivado para desenvolver esta competência e
Unidade 1
enriquecer a experiência educativa das crianças

em seus anos mais formativos? Vamos lá. Avante!
Para iniciarmos, é importante considerar que esse

currículo deve atender a nossa constituição e as diretrizes e bases
da educação nacional (Lei n.º 9394/96). Essas legislações orientam
o que e como será explorado no desenvolvimento curricular.
Como já esclarecido anteriormente, na construção

do currículo são considerados aspectos que permitam um
desenvolvimento pedagógico abrangente, dialógico e visando à
preparação para a sociedade.
Tentando evitar as mesmas estruturas rígidas do ensino

fundamental para as crianças, o currículo fica denominado como
projeto pedagógico.
Como sabemos, as crianças gostam de brincar, e usar

brincadeiras para explorar um currículo é um caminho mais
adequado. Por meio das interações, permite-se articular suas
experiências com saberes que as ajudam a perceber a sociedade e

a cultura em que estão inseridas. Isso tudo é possível com práticas
planejadas.
Assim, as experiências vividas no espaço de
Educação Infantil devem possibilitar o encontro
de explicações pela criança sobre o que
ocorre à sua volta e consigo mesma enquanto
desenvolvem formas de sentir, pensar e
solucionar problemas. Nesse processo, é
preciso considerar que as crianças necessitam
envolver-se com diferentes linguagens e
valorizar o lúdico, as brincadeiras, as culturas
infantis. Não se trata assim de transmitir à
criança uma cultura considerada pronta, mas
de oferecer condições para ela se apropriar
Unidade 1
de determinadas aprendizagens que lhe
promovem o desenvolvimento de formas de
agir, sentir e pensar que são marcantes em
um momento histórico. (Oliveira, s.d, on-line)
Imagem 1.9 – A criança se percebendo como parte da sociedade
Fonte: Elaborado pela autoria (2020) Freepik.

Por meio dessa vivência escolar, a criança se apropria
do todo e principalmente de sua parcela de contribuição nessa
estrutura (como ilustrado na Imagem 1.9). Para isso, deve-se
utilizar o lúdico como forma de propiciar o envolvimento com
diversas linguagens.
Fundamental que nesse período escolar não haja um

currículo estático, no qual o professor é o grande centro do
trabalho. É preciso sensibilizar a criança para as descobertas do
mundo que a cerca.
As Diretrizes Curriculares Nacional da Educação Infantil

(DCNEIs) orientam o planejamento escolar com princípios éticos,
políticos e estéticos.
Unidade 1
Segundo as DCNIs, a escola deve garantir que a criança se

sinta acolhida, estimulada a aprender, desenvolver a curiosidade e
desmistificar a escola como um lugar chato e desgastante.
Essa meta pode ser atingida com um trabalho bem-

estruturado, em que se valoriza a participação, o diálogo, o respeito,
a valorização das diferenças e suas experiências pessoais, usando
espaços e materiais adequados e atraentes, onde poderão praticar
a criatividade e serem estimulados de forma afetiva, emocional,
cognitiva e linguística.
Não se deve perder de vista que a avaliação nesse período

de vida deve ser processual, registrando a evolução atingida, sem
cobranças e notas.

Imagem 1.10 – Orientações de estruturação da educação infantil segundo a BNCC
Educação infantil
Direitos de aprendizagem e
desenvolvimento
Conviver Brincar Participar Explorar Expressar Conhecer-se
Campos de experiências
O eu, o Corpo, gestos Traços, Espaços, tempos,

Oralidade e
outro e o sons, cores quantidades,
Unidade 1
e movimentos escrita
nós e formas relações e
transformações
Fonte: MEC (s.d, on-line)
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como

ilustrado na Imagem 1.10, traz uma luz para esse
processo, delineando competências e habilidades
IMPORTANTE que orientam a construção de práticas pedagógicas
que respeitem as especificidades da Educação
Infantil. É um documento que não só direciona,
mas também inspira educadores a alinhar suas
práticas com os objetivos maiores da educação
contemporânea.
Considerando a perspectiva de que a Educação Infantil

é a base para a construção do conhecimento, a importância de
um currículo bem-estruturado se torna evidente. Esse currículo
deve estimular a curiosidade inata das crianças, permitindo-
lhes explorar e interagir com o mundo à sua volta de maneira
significativa e alegre.

A ludicidade é um aspecto crucial na Educação
Infantil. Vygotsky defendia que o brincar é uma
atividade séria para as crianças, pela qual elas
VOCÊ SABIA? constroem sua compreensão do mundo. O
currículo deve, portanto, incorporar o jogo e a
brincadeira como métodos fundamentais de
aprendizagem, oferecendo um terreno fértil para
o desenvolvimento cognitivo e social.
O projeto pedagógico da Educação Infantil deve ser visto

como um documento vivo, capaz de evoluir e se renovar conforme
as mudanças na sociedade e nas necessidades das crianças.
Deve promover a exploração, a experimentação e a descoberta,
fundamentos que estão alinhados com o espírito empreendedor
que estimula a inovação e a criatividade.
Unidade 1
Ao planejar o currículo, é vital considerar como

as atividades propostas podem ser integradas
para construir uma compreensão holística do
REFLITA mundo. Como podemos garantir que as atividades
curriculares reflitam uma visão de mundo que é
inclusiva, justa e sustentável?
A participação da família também é um componente-

chave no currículo da Educação Infantil. Estabelecer conexões
entre a escola e o lar pode reforçar os laços de aprendizagem e
apoiar o desenvolvimento da criança em todos os aspectos. Os
educadores devem se esforçar para criar parcerias com as famílias,
promovendo um diálogo aberto e contínuo que beneficie todos os
envolvidos.
No contexto das Diretrizes Curriculares Nacionais

da Educação Infantil (DCNEIs), a escola assume um papel de
protagonismo ao garantir que o ambiente escolar seja um lugar
de acolhimento e aprendizado. A escola deve ser um espaço onde

a criança desenvolva habilidades cognitivas e também valores
éticos, estéticos e políticos, que formarão a base de sua cidadania.
Para alcançar esses objetivos, o currículo na Educação

Infantil deve ser pautado em atividades que sejam significativas
e contextualizadas. Deve-se evitar práticas descontextualizadas
que não ressoem com a realidade e os interesses das crianças.
A escolha de temas e projetos deve emergir de seus interesses
naturais e questionamentos sobre o mundo, garantindo que o
aprendizado seja um processo vivo e empolgante.
O papel do educador, nesse cenário, é o de um facilitador e

guia que apoia e estende as descobertas das crianças. O professor
deve ser sensível às necessidades individuais e estar preparado
Unidade 1
para adaptar o currículo conforme necessário, garantindo que
cada criança possa avançar em seu próprio ritmo.
Abordagens Pedagógicas
Contemporâneas na Educação
Infantil
As abordagens pedagógicas que adotamos na
Educação Infantil devem refletir as melhores práticas e teorias
contemporâneas. Este segmento do capítulo visa explorar e
analisar as metodologias de ensino que são mais eficazes e
ressonantes com as crianças de hoje.
As práticas pedagógicas na Educação Infantil

têm se transformado ao longo dos anos.
Atualmente, enfatizam-se métodos que apoiam o
VOCÊ SABIA? desenvolvimento integral da criança — emocional,
social, físico e cognitivo. As teorias de Piaget e
Vygotsky continuam a influenciar essas práticas,
sugerindo que a aprendizagem acontece melhor
por meio do jogo e da interação social.

Nesse contexto, as estratégias pedagógicas devem ser
diversificadas e ricas em experiências que promovem a curiosidade
e a exploração. A pedagogia destaca a importância do ambiente
como o terceiro educador, onde a configuração da sala de aula e
os materiais disponíveis são cuidadosamente selecionados para
inspirar a aprendizagem e a descoberta.
A integração de tecnologia na Educação Infantil

é uma área que vem ganhando atenção. Com
a devida orientação e moderação, recursos
IMPORTANTE tecnológicos podem ser incorporados ao currículo
para enriquecer a experiência educativa, desde que
complementem atividades práticas e interativas.
É preciso levar em conta as necessidades de cada criança,

Unidade 1
enquanto promovem o desenvolvimento de habilidades essenciais

e a preparação para o mundo em constante mudança.
As abordagens pedagógicas contemporâneas também

reconhecem a importância do papel dos educadores como
facilitadores do aprendizado. Eles são vistos menos como
transmissores de conhecimento e mais como mentores que
guiam, apoiam e ampliam as experiências de aprendizagem das
crianças. Esse papel ativo e reflexivo do educador é crucial para
a implementação bem-sucedida de um currículo inovador na
Educação Infantil.
Na busca por uma educação que prepare as crianças para

os desafios do futuro, as abordagens pedagógicas contemporâneas
enfatizam a importância de desenvolver, além de competências
acadêmicas, as socioemocionais. As habilidades como empatia,
colaboração e resolução de conflitos são vistas como componentes
integrais do currículo.

À medida que avançamos no entendimento dessas
abordagens pedagógicas, torna-se evidente que cada uma delas
contribui com elementos valiosos para um currículo dinâmico
e envolvente. É a interação dessas diversas filosofias que pode
criar um currículo verdadeiramente rico e multifacetado para a
Educação Infantil.
Como podemos assegurar que nosso currículo

seja um reflexo das melhores práticas globais,
mantendo ao mesmo tempo uma relevância local
REFLITA que respeite a cultura e o contexto das crianças
que atendemos?
Integração das Abordagens

Pedagógicas no Ambiente da
Unidade 1
Sala de Aula
Para que um currículo baseado em abordagens pedagógicas
contemporâneas seja eficaz, ele deve ser cuidadosamente
integrado no ambiente da sala de aula. Isso significa criar espaços
que sejam ao mesmo tempo acolhedores e estimulantes, onde as
crianças possam se sentir seguras para explorar e aprender.
Os educadores precisam ser adeptos de estratégias que

promovam a aprendizagem ativa. Isso pode incluir a configuração de
centros de aprendizagem temáticos, a utilização de recursos naturais
e reciclados para estimular a criatividade e o pensamento crítico, e a
incorporação de tecnologia de forma apropriada para a idade.

Imagem 1.11 – Integração das abordagens pedagógicas no ambiente da sala de aula
Unidade 1
Fonte: Freepik
A configuração da sala de aula influencia

diretamente o comportamento e a aprendizagem
das crianças. Uma disposição que promova a
VOCÊ SABIA? mobilidade e a escolha pode encorajar a autonomia
e a colaboração entre as crianças.
A integração efetiva dessas abordagens pedagógicas

também exige que os educadores estejam em constante
aprendizado e desenvolvimento profissional. O compartilhamento
de práticas, a reflexão crítica e a colaboração com colegas são
fundamentais para que os educadores continuem a crescer e a se
adaptar às necessidades de seus alunos.
Como educadores, como podemos nos manter

atualizados com as melhores práticas pedagógicas
e garantir que estamos proporcionando as
REFLITA melhores experiências de aprendizagem para
nossas crianças?

À medida que exploramos a integração das abordagens
pedagógicas contemporâneas no currículo da Educação Infantil,
fica claro que é um processo dinâmico e contínuo. Requer uma
reflexão constante sobre nossas práticas e uma vontade de
adaptar e evoluir para atender às necessidades em constante
mudança das crianças e da sociedade.
Criação de Ambientes de
Aprendizado Inclusivos e
Estimulantes
Na Educação Infantil, um dos maiores desafios é
criar ambientes que não apenas estimulem a curiosidade e a
Unidade 1
aprendizagem, mas que também sejam inclusivos e acolhedores
para todas as crianças. A inclusão é uma peça central de um currículo
eficaz, pois reconhece e valoriza a diversidade das experiências das
crianças, suas habilidades e seus antecedentes culturais.
Um ambiente de aprendizagem inclusivo é aquele

que se adapta para atender às necessidades
de todas as crianças, independentemente de
IMPORTANTE suas habilidades ou seus desafios. De acordo
com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, a inclusão deve permear todas
as práticas pedagógicas, promovendo o respeito e
a valorização das diferenças.
Na prática, isso pode significar a utilização de materiais e

recursos que reflitam uma variedade de culturas e identidades,
bem como a adaptação de atividades para garantir que todas as
crianças possam participar plenamente. Os educadores devem ser
treinados para reconhecer e responder às diversas necessidades
de aprendizagem em suas salas de aula.

A inclusão não beneficia apenas aqueles com
necessidades especiais, ela enriquece a experiência
educacional de todas as crianças, ensinando-lhes
VOCÊ SABIA? valores como empatia, justiça e igualdade desde
uma idade muito precoce.
Além disso, um ambiente de aprendizagem estimulante é

aquele que desafia as crianças a pensar criticamente e resolver
problemas. Deve haver um equilíbrio entre oferecer estrutura
e permitir a liberdade de explorar, permitindo que as crianças
conduzam seu próprio aprendizado e façam descobertas
independentes.
Os educadores desempenham um papel fundamental na

criação desses ambientes. Eles devem ser sensíveis às nuances
Unidade 1
de suas salas de aula, sempre buscando maneiras de tornar o

aprendizado acessível e relevante para cada criança. Isso pode
envolver a colaboração com as famílias para compreender melhor
o contexto de cada criança e incorporar essa compreensão em sua
prática pedagógica.
Avaliação e Documentação do
Desenvolvimento na Educação
Infantil
Avaliar e documentar o desenvolvimento das crianças na
Educação Infantil é um processo delicado e essencial que vai além
da mera observação. É um ato reflexivo e contínuo que busca
entender e apoiar a jornada única de aprendizagem de cada criança.

Na Educação Infantil, a avaliação deve ser
formativa, isto é, uma ferramenta para moldar
e melhorar o processo educativo em vez de
IMPORTANTE apenas mensurar o resultado. Essa abordagem
é respaldada por educadores como Dewey, que
viam a educação como um processo interativo e
constante de descoberta e reflexão.
A documentação do desenvolvimento infantil, portanto,

não é uma simples compilação de trabalhos e produtos. Trata-se
de um registro narrativo que captura o progresso, os interesses, as
perguntas e as interações das crianças. Fotos, gravações de áudio,
amostras de trabalhos e observações escritas são algumas das
maneiras pelas quais os educadores podem documentar como as
Unidade 1
crianças estão aprendendo e crescendo.
A avaliação e documentação do desenvolvimento das

crianças, dentro do contexto da Educação Infantil, requer
uma abordagem holística que reconheça a complexidade e a
profundidade do crescimento infantil em seus primeiros anos. Esta
prática não deve ser redutiva ou quantitativa, mas sim descritiva,
qualitativa e enriquecedora.
Avaliações formativas devem ser incorporadas de

forma natural na rotina da sala de aula, permitindo que os
educadores façam ajustes pedagógicos em tempo real. Em vez
de se concentrarem em “testar” conhecimento, essas avaliações
procuram revelar o processo de aprendizagem das crianças,
destacando suas conquistas e áreas para desenvolvimento.

A documentação do desenvolvimento infantil
também desempenha um papel crucial na
construção da autoestima da criança. Quando
VOCÊ SABIA? as crianças veem suas obras de arte, suas
construções e suas ideias expostas e valorizadas,
sentem-se reconhecidas e capazes. Essa validação
é fundamental para o desenvolvimento de uma
identidade positiva e de uma atitude confiante em
relação à aprendizagem.
Além disso, a prática de documentar o desenvolvimento

das crianças tem grande valor para a pesquisa e o desenvolvimento
profissional dos educadores. Ao revisitar as documentações,
os professores podem refletir sobre sua prática pedagógica,
compreender melhor as necessidades e os interesses de suas
Unidade 1
turmas e planejar atividades futuras mais eficazes.
Avaliações na Educação Infantil também devem ser

compartilhadas com as famílias, promovendo uma visão mais
clara do progresso de seus filhos e criando uma parceria mais forte
entre casa e escola. Esse compartilhamento de informações é vital
para que os pais possam apoiar o aprendizado e desenvolvimento
de seus filhos fora do ambiente escolar.
O desafio para os educadores é criar sistemas de avaliação

e documentação que sejam tanto viáveis quanto sustentáveis, que
não sobrecarreguem os professores, mas que forneçam dados
valiosos para todos os stakeholders envolvidos.
Fortalecendo a Parceria entre

Escolas e Famílias no Currículo
da Educação Infantil
A colaboração entre escolas e famílias é um pilar essencial
no currículo da Educação Infantil. O envolvimento dos pais e

responsáveis no processo educativo das crianças amplia as
experiências de aprendizagem e fortalece o desenvolvimento de
habilidades e valores.
A parceria entre escolas e famílias começa com

a comunicação eficaz. Educadores devem criar canais de
comunicação abertos e regulares que convidem as famílias
a participar ativamente da vida escolar de suas crianças. Isso
pode incluir políticas de portas abertas, reuniões periódicas de
pais e mestres e plataformas digitais que facilitam a partilha de
informações e progressos.
Esse diálogo contínuo entre a casa e a escola ajuda a criar

uma compreensão compartilhada das metas educacionais e das
Unidade 1
abordagens pedagógicas, além de permitir que os pais contribuam
com suas perspectivas e seus conhecimentos únicos.
Pesquisas indicam que o engajamento dos

pais na educação dos filhos está positivamente
correlacionado com melhores resultados
VOCÊ SABIA? de aprendizagem. Quando as famílias estão
envolvidas, as crianças tendem a mostrar maior
interesse e entusiasmo pela aprendizagem.
Educadores podem envolver as famílias na experiência de

aprendizagem das crianças de diversas formas, como convidar os
pais para compartilhar habilidades ou tradições culturais na sala
de aula, ou colaborar em projetos de classe que se estendem para
o ambiente doméstico.
Como podemos desenvolver atividades

curriculares que não apenas permitam, mas
encorajem uma participação ativa das famílias,
REFLITA reconhecendo-as como coeducadoras no processo
de aprendizagem?

Além disso, é fundamental que as escolas reconheçam e respeitem a
diversidade das estruturas familiares e as diferentes culturas, crenças e
valores que cada família traz para a comunidade escolar. O currículo deve
refletir essa diversidade e ser sensível às necessidades de todas as famílias.
Este subtítulo ressaltou a importância da colaboração entre a

escola e a família no currículo da Educação Infantil, destacando como
essa parceria pode enriquecer o ambiente de aprendizado e apoiar o
desenvolvimento das crianças de maneira integral e inclusiva.
Ao concluir este segmento, enfatizamos a relevância de

estabelecer uma relação sinérgica entre a casa e a escola para
criar uma base sólida para o desenvolvimento das crianças. A
seguir, poderíamos explorar o impacto das novas tecnologias no
currículo da Educação Infantil, considerando como incorporá-las
Unidade 1
de maneira apropriada e benéfica.
A sólida parceria entre escolas e famílias é um componente-

chave para um currículo eficaz e rico na Educação Infantil. Ao fortalecer
essa colaboração, criamos um ambiente onde a aprendizagem
pode florescer além das fronteiras da sala de aula, integrando-se de
maneira significativa na vida cotidiana das crianças.
A inclusão das famílias no processo educativo não

só enriquece a experiência das crianças, como
também fornece um suporte mais robusto para
IMPORTANTE o desenvolvimento delas em todos os aspectos.
Além disso, quando os pais estão informados
e envolvidos, eles podem ser defensores mais
eficazes das necessidades de seus filhos e
colaboradores ativos nas decisões educacionais.
As escolas devem buscar maneiras criativas e variadas

para envolver as famílias, desde atividades na sala de aula até
eventos comunitários. Essas atividades devem ser projetadas para

serem inclusivas e acessíveis, respeitando os diferentes estilos de
vida, horários de trabalho e recursos familiares.

mesmo tudinho? Para garantir que você captou a
essência do que foi discutido, vamos consolidar os
RESUMINDO principais pontos deste capítulo.
Você deve ter aprendido que as abordagens
pedagógicas contemporâneas na Educação Infantil
são diversificadas e ricas, cada uma oferecendo
uma lente única através da qual podemos
entender o desenvolvimento da criança. Como
Dewey já dizia, “Educação não é preparação para
a vida; educação é a própria vida”. A maneira
como integramos essas abordagens no ambiente
Unidade 1
da sala de aula define a qualidade e o impacto da
experiência educacional das crianças.
Entendemos que a criação de ambientes
de aprendizado inclusivos e estimulantes é
fundamental para atender às necessidades de
todas as crianças, independentemente de suas
habilidades, origens culturais ou identidades. A
inclusão nos ensina com seu modelo ecológico,
deve permear todas as práticas educativas, pois
cada contexto no qual a criança se desenvolve é
interdependente e influencia seu desenvolvimento.
Avançamos para a avaliação e documentação do
desenvolvimento infantil, reconhecendo que esses
processos são mais do que meras formalidades.
São ferramentas reflexivas que capturam a
trajetória única de aprendizado de cada criança.
Ao documentar e avaliar, estamos celebrando
cada etapa do crescimento e aprendizado,
conforme recomendado por especialistas em
desenvolvimento infantil.

Por fim, reforçamos a ideia de que a parceria entre
escolas e famílias é vital para um currículo eficaz
na Educação Infantil. Essa colaboração estende a
aprendizagem para além das paredes da sala de
aula, criando uma comunidade de aprendizado
coesa e apoiada, como enfatizado pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais.
Ao longo deste capítulo, você explorou a
complexidade e a beleza do currículo na Educação
Infantil, equipado agora com um entendimento
aprofundado de como cada aspecto contribui
para a tapeçaria da experiência educacional das
crianças. E, com isso, você está mais preparado
do que nunca para criar, implementar e melhorar
os currículos que irão moldar as mentes e os
Unidade 1
corações das próximas gerações. Vamos continuar

nossa jornada educacional com confiança e
compromisso. Avante!

Currículo no Ensino Fundamental
e Ensino Médio
entender como funciona o currículo no Ensino
Fundamental e Médio, assim como suas complexas
OBJETIVO camadas e seus componentes essenciais. Esse
entendimento é fundamental para o exercício de
sua profissão educacional, pois o currículo é o
esqueleto sobre o qual o corpo do conhecimento
e a prática docente são construídos. As pessoas
que tentaram navegar pelo desenvolvimento
e pela aplicação de currículos sem a devida
instrução encontraram dificuldades ao tentar criar
programas de estudo coerentes, culturalmente
Unidade 1
responsivos e pedagogicamente sólidos. E então?
Motivado para desenvolver essa competência
crítica? Ao longo deste capítulo, vamos desvendar
a estrutura do currículo, explorar a importância da
interdisciplinaridade, investigar as metodologias
ativas e a inovação pedagógica, abraçar a
diversidade e a inclusão, compreender o papel
vital dos projetos de vida e aprimorar os processos
de avaliação e reformulação curricular. Com essas
ferramentas e esses conhecimentos, você estará
bem equipado para fazer a diferença na educação
dos jovens. Vamos lá. Avante!
Como já nos inteiramos sobre a Educação Infantil, vamos

agora explorar informações sobre a Educação Fundamental, que
abrange do 1º ao 9º ano, e Ensino Médio, que abrange de 1ª a 3ª série.
O ensino fundamental está organizado em nove anos,

cinco áreas do conhecimento, que, embora preservadas em sua
singularidade, devem ser mantidas uma conexão entre elas. Cada
área tem suas competências definidas.

Já o Ensino Médio no Brasil, mesmo com toda essa
orientação, permite uma disfunção de competências entre escolas,
que deve ser evitada. Isso se deve ao fato de existirem escolas
que preparam seus alunos para a aprovação no vestibular, sem
critérios cuidadosos para garantir a aprendizagem mínima.
Muitas vezes o aluno se forma pronto para entrar em

qualquer universidade, porém não está pronto para usar seus
conhecimentos na vida. Talvez por isso encontremos jovens
considerados tão inteligentes, mas sem condições de estabelecer
relações interpessoais ou, mesmo após a formação superior, sem
condições de aplicar os conhecimentos adquiridos.
Conforme estabelecido na Lei n.º 415/2017, o tempo

mínimo do estudante do Ensino Médio na escola, passou de 800 h
Unidade 1
para 1.000 horas, devendo ser adequada até 2022. Dessa forma,
caberá aos gestores adequar progressivamente a distribuição da
carga horária por disciplina, permitindo ao aluno a escolha de um
itinerário formativo. Dessa forma, se o estudante preferir as áreas
das ciências e suas tecnologias, haverá uma carga horária maior
em seu curso com foco na sua escolha.
Esse encaminhamento permitirá maior possibilidade

de escolha ao estudante com melhor sinalização na escolha
profissional.
O que a reforma traz de inovação é que o cumprimento

da parte comum não poderá exceder 1.800 horas do total da carga
horária do Ensino Médio. Isso possibilitará também que, ao final
do Ensino Médio, o estudante receba uma certificação técnica.
São obrigatórios os seguintes componentes curriculares

ao longo dos três anos do ensino Médio:

Quadro 1.3 – Disciplinas obrigatórias do Ensino Médio
Língua Portuguesa
Matemática
Educação Física
Artes
Sociologia e Filosofia
Língua Estrangeira
Cada escola optará pelo itinerário formativo que mais se

adeque às necessidades locais.
Mesmo com essas inovações, nenhum aluno ficará sem os
Unidade 1
conhecimentos básicos essenciais que atualmente são oferecidos.
Estrutura e Fundamentos do
Currículo no Ensino Fundamental
e Médio
A pedagogia progressista, conforme definida por Menezes
e Santos (2001), ressoa com a necessidade de um currículo que
transmita conhecimentos e prepare os estudantes para serem
cidadãos ativos e críticos em sua comunidade. Esse enfoque está
alinhado com as diretrizes nacionais que moldam o currículo do
Ensino Fundamental e Médio, visando à formação integral do aluno.
Silva (1999) nos oferece um panorama das teorias de currículo,

argumentando que o currículo deve ser visto como uma construção
social que confere identidade, tanto individual quanto coletiva, aos
processos educativos. Esse entendimento é crucial ao estruturarmos
o currículo, assegurando que seja um mapa que guia os estudantes
na construção de seus próprios conhecimentos e identidades.

É essencial reconhecer que o currículo vai além
da transmissão de conhecimento factual. Ele é um
veículo para o desenvolvimento de habilidades
IMPORTANTE críticas de pensamento e compreensão. Como
indicado por Moreira (1990), o currículo brasileiro é
estruturado não apenas para educar, mas também
para emancipar, equipando os estudantes com a
capacidade de agir e pensar de forma autônoma
dentro da sociedade.
O currículo do Ensino Fundamental e Médio deve refletir

uma série de aprendizagens fundamentais que abrangem desde a
alfabetização básica até a compreensão complexa de fenômenos
científicos e sociais. Essa estrutura curricular é desenhada para
construir uma base sólida de conhecimento, que será aprimorada
Unidade 1
e especializada conforme o aluno progride na sua jornada

educacional.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC),

conforme mencionado por Oliveira (2010),
estabelece um conjunto de aprendizagens
SAIBA MAIS essenciais a todos os estudantes. Esse documento
é fundamental para garantir que o currículo
nacional seja homogêneo em qualidade e
conteúdo, promovendo a equidade e a excelência
educacional em todo o país.
O papel do currículo na preparação dos alunos para o

futuro é multifacetado. Ele deve fornecer as bases acadêmicas
necessárias para o sucesso na educação superior, mas também
as habilidades sociais e emocionais necessárias para navegar
no mundo além da escola. Isso significa integrar no currículo
habilidades de pensamento crítico, colaboração, comunicação e
autogestão — competências essenciais no mercado de trabalho e
na vida cívica.

Os fundamentos teóricos do currículo, como os delineados
por pensadores como Goodson e Silva, enfatizam que o currículo
deve ser relevante para a vida dos estudantes e para as questões
da sociedade. Na prática, isso se reflete na inclusão de temas
transversais como sustentabilidade, saúde e cidadania global,
que preparam os alunos para atuar como cidadãos conscientes e
responsáveis.
A implementação prática desses fundamentos teóricos

nas escolas exige um corpo docente bem-preparado e recursos
adequados. Os educadores devem ser tanto transmissores de
conhecimento quanto facilitadores do aprendizado, capazes
de adaptar o currículo às necessidades dinâmicas dos alunos
e ao contexto social em constante mudança. Isso requer uma
Unidade 1
formação contínua dos professores, assim como um currículo que
seja revisado e atualizado regularmente para refletir as melhores
práticas pedagógicas e as inovações no campo educacional.
Desenvolvimento Curricular e
Interdisciplinaridade
À medida que entramos no domínio do Desenvolvimento
Curricular e Interdisciplinaridade no Ensino Fundamental e Médio,
deparamo-nos com a necessidade de transcender os limites
das disciplinas tradicionais. A interdisciplinaridade, no contexto
educacional, é a resposta à crescente complexidade dos problemas
do mundo real, que raramente se encaixam dentro das fronteiras
rígidas de uma única área do conhecimento.

A interdisciplinaridade no currículo é mais do
que a simples justaposição de conteúdos de
diferentes matérias. É uma abordagem que busca
IMPORTANTE a integração de conceitos e habilidades em uma
estrutura de aprendizagem coesa, permitindo
que os alunos façam conexões significativas entre
diferentes áreas do saber. Goodson (1995) destaca
a importância de histórias integradas no currículo,
onde o conhecimento é apresentado de forma
narrativa, permitindo uma compreensão mais
profunda e contextualizada.
O desenvolvimento curricular interdisciplinar implica que

os educadores trabalhem juntos para identificar e ligar os temas
centrais que perpassam suas disciplinas. Ao fazer isso, eles criam
Unidade 1
uma malha de aprendizado que é mais representativa da maneira

como os estudantes veem e interagem com o mundo. Moreira
(1990) sugere que o currículo deve refletir a natureza integrada
do conhecimento, promovendo uma educação que é relevante e
significativa para os alunos.
Projetos temáticos, como os que exploram

questões ambientais ou estudos sociais, são
exemplos práticos de como a interdisciplinaridade
SAIBA MAIS pode ser implementada. Esses projetos permitem
que os alunos apliquem conhecimento de ciências,
matemática, linguagem e ciências sociais de
maneira integrada, reforçando o entendimento de
que o conhecimento é interconectado.
No entanto, para que a interdisciplinaridade seja bem-

sucedida, é necessário que o corpo docente receba formação
específica. Educadores devem estar equipados para projetar e
executar planos de aula que não apenas cobrem o conteúdo
necessário, mas que também incentivam o pensamento crítico e a
solução de problemas entre diferentes domínios do conhecimento.

A interdisciplinaridade também se alinha bem com as
competências do século XXI, preparando os alunos para enfrentar
os desafios contemporâneos com um conjunto de habilidades
diversificado e uma capacidade de pensar de forma integrada. Isso é
fundamental para o sucesso acadêmico e para a preparação para o
ensino superior e o mercado de trabalho, que cada vez mais valorizam
a capacidade de aplicar conhecimento em contextos variados.
Nesse ambiente educacional, onde a interdisciplinaridade

é chave, os currículos são projetados para instigar. Eles incentivam
os estudantes a questionar, a conectar e a explorar conceitos
de múltiplas disciplinas, preparando-os para se tornarem
solucionadores de problemas versáteis e pensadores originais.
Unidade 1
A interdisciplinaridade no currículo desafia a tradicional
segmentação do conhecimento e abre caminho para uma
compreensão mais integrada do mundo. No contexto do Ensino
Fundamental e Médio, isso se traduz em práticas de ensino que
fomentam a colaboração entre áreas, como projetos de ciências
que incorporam a matemática para analisar dados ou aulas de
história que utilizam a literatura para compreender melhor o
contexto cultural de um período.
A implementação eficaz de um currículo interdisciplinar

exige uma abordagem colaborativa entre os professores. Isso
pode significar planejamento conjunto, avaliação compartilhada e
a criação de oportunidades de aprendizado que ultrapassem as
paredes de uma única sala de aula. O sucesso dessa integração
muitas vezes depende de uma liderança escolar forte e de
um comprometimento institucional com o desenvolvimento
profissional contínuo dos educadores.
Os alunos que experimentam um currículo interdisciplinar

são frequentemente mais engajados e motivados, pois veem o
valor e a aplicabilidade do que estão aprendendo. Eles são capazes

de fazer ligações entre conceitos e entender como o conhecimento
adquirido na escola se aplica a situações da vida real.
Metodologias Ativas e Inovação

Pedagógica
As Metodologias Ativas desafiam a abordagem tradicional
de ensino, em que o professor é o protagonista, e colocam o
aluno no centro do processo de aprendizagem. Isso está alinhado
com a visão de educadores progressistas, como Paulo Freire,
que defendiam que a educação deveria ser um diálogo e não
um monólogo. O currículo deve, portanto, ser projetado para
encorajar os alunos a serem investigadores ativos, analisando
problemas, formulando perguntas e buscando soluções.
Unidade 1
Nesse paradigma, a sala de aula se transforma em um

laboratório de aprendizado vivo, onde os alunos participam
ativamente na construção do conhecimento. Técnicas como a
aprendizagem baseada em projetos, a aprendizagem baseada em
problemas e a gamificação são exemplos de metodologias que
incentivam a participação ativa dos alunos e a aplicação prática do
conhecimento.
A inovação pedagógica também está intrinsecamente

ligada à integração da tecnologia na educação.
Ferramentas digitais e plataformas de aprendizagem
SAIBA MAIS on-line não são apenas complementos ao ensino
tradicional, mas meios poderosos para facilitar
e enriquecer o processo de aprendizagem.
Elas oferecem oportunidades ilimitadas para a
personalização do ensino, permitindo que os alunos
avancem no seu próprio ritmo e de acordo com seus
interesses e necessidades.

No desenvolvimento de um currículo que incorpora
metodologias ativas e inovações pedagógicas, é crucial considerar
a preparação e o suporte contínuo aos educadores. Eles precisam
de formação e recursos para implementar essas metodologias
com eficácia e adaptar as tecnologias educacionais em suas
práticas de ensino.
Além disso, as metodologias ativas estão intimamente

ligadas à preparação dos alunos para o mundo além da escola.
A ênfase no pensamento crítico, na resolução de problemas e
na colaboração prepara os alunos não apenas para o sucesso
acadêmico, mas também para serem profissionais adaptáveis e
cidadãos engajados no século XXI.
Imagem 1.12 – A inovação pedagógica
Unidade 1
Fonte: Freepik
As metodologias ativas são uma resposta direta à

necessidade de uma educação que prepare os alunos não só para
testes e avaliações, mas para a vida real. Na prática, isso significa

que os alunos são convidados a assumir responsabilidade pelo
seu próprio aprendizado, engajando-se em atividades que vão
desde debates em sala de aula até projetos de serviço comunitário
que se estendem além das paredes da escola.
Essas abordagens pedagógicas são fundamentadas

na crença de que o aprendizado acontece melhor
quando é ativo, social e conectado à vida dos
IMPORTANTE alunos. John Dewey, um dos proponentes do
aprendizado experiencial, argumentava que “a
educação não é preparação para a vida; educação
é a própria vida”. Portanto, o currículo precisa
refletir essa filosofia, oferecendo oportunidades
para que os alunos aprendam fazendo.
A gamificação é outra estratégia inovadora que pode

Unidade 1
ser integrada ao currículo. Transformando o aprendizado em

uma experiência de jogo, os educadores podem aumentar o
engajamento dos alunos e oferecer uma maneira divertida e
interativa de desenvolver habilidades e competências. Elementos
de jogos, como pontos, medalhas e placares, podem ser utilizados
para motivar e recompensar os alunos, incentivando uma saudável
competição e a conquista de objetivos.
Em um mundo cada vez mais digital, a fluência tecnológica é

um componente crítico da educação. As tecnologias educacionais,
quando alinhadas com metodologias ativas, permitem a criação
de ambientes de aprendizagem personalizados e adaptativos.
Plataformas de e-learning e recursos digitais oferecem acesso a
uma vasta gama de informações e experiências de aprendizagem,
superando as barreiras físicas da sala de aula tradicional.

No entanto, a inovação pedagógica vai além da tecnologia.
Ela envolve uma mudança de mentalidade, em que o erro é visto
como uma parte valiosa do processo de aprendizagem. Uma
cultura escolar que encoraja a experimentação e aceita o erro
como um passo em direção ao sucesso é crucial para que as
metodologias ativas floresçam.
Currículo e Diversidade: Inclusão

e Multiculturalismo
O currículo é muito mais do que um conjunto de conteúdos
acadêmicos. Ele é um reflexo das crenças, valores e prioridades de
uma sociedade. Em um mundo cada vez mais diverso, é crucial
que o currículo seja sensível à diversidade de experiências,
Unidade 1
perspectivas e identidades dos alunos.
A inclusão é um princípio fundamental da educação

que reconhece a importância de garantir que todos
os alunos, independentemente de suas origens,
VOCÊ SABIA? habilidades ou características pessoais, tenham
acesso igualitário a oportunidades de aprendizagem.
A inclusão trata-se de criar um ambiente onde cada
aluno se sinta valorizado e respeitado.
A diversidade no currículo pode ser abordada de

várias maneiras. Uma delas é a incorporação de perspectivas
multiculturais em todas as áreas de estudo. Isso significa incluir
autores, cientistas, artistas e pensadores de diversas origens
étnicas, culturais e geográficas nas leituras, estudos de caso e
discussões em sala de aula. Ao fazer isso, os educadores enriquecem
a experiência de aprendizagem dos alunos, mostrando-lhes que o
conhecimento não é monolítico, mas sim uma construção coletiva
que abrange uma variedade de vozes e visões de mundo.

A diversidade não se limita apenas à etnia e
cultura. Também inclui a diversidade de gênero,
a orientação sexual, as habilidades, a religião e
REFLITA muito mais. É importante que o currículo seja
sensível a todas essas dimensões da diversidade
e que promova um ambiente inclusivo onde todos
se sintam representados e respeitados.
A inclusão e o multiculturalismo não são apenas ideais,

mas direitos. A legislação em muitos países exige que as escolas
ofereçam uma educação inclusiva e livre de discriminação. Além
disso, as escolas desempenham um papel fundamental na
promoção da igualdade e na preparação dos alunos para viverem
em uma sociedade diversa e globalizada.
Unidade 1
No entanto, a inclusão e o multiculturalismo são uma

questão de justiça social e de preparar os alunos para serem
cidadãos conscientes e empáticos. Portanto, ao abordar a
diversidade no currículo, os educadores contribuem para a
construção de um mundo mais justo e inclusivo.
O Papel dos Projetos de Vida no

Currículo do Ensino Médio
O Ensino Médio é um período crucial na vida dos alunos,
pois é quando eles começam a pensar em seus futuros e nas
carreiras que desejam seguir. Nesse contexto, os projetos de vida
desempenham um papel fundamental no currículo, ajudando os
alunos a definir metas e planos para o futuro.

Você já se perguntou como os alunos do Ensino
Médio se sentem em relação ao seu futuro?
Muitos deles podem estar ansiosos, confusos ou
REFLITA até mesmo desmotivados. Os projetos de vida
podem ajudar a direcionar esses sentimentos de
forma positiva, fornecendo aos alunos um senso
de propósito e direção.
Um projeto de vida é muito mais do que apenas escolher

uma profissão. Envolve a reflexão sobre os valores pessoais,
interesses, habilidades e aspirações de cada aluno. Ajuda-os a
responder a perguntas importantes, como: Quem eu quero ser?
O que eu quero alcançar na vida? Como posso fazer a diferença
no mundo?
Unidade 1
Os projetos de vida não se limitam apenas à
escolha de carreiras. Eles também podem incluir
metas acadêmicas, metas de desenvolvimento
VOCÊ SABIA? pessoal, objetivos de voluntariado e muito mais.
O importante é que os projetos de vida sejam
pessoais e significativos para cada aluno.
A inclusão de projetos de vida no currículo do Ensino

Médio oferece uma oportunidade valiosa para os alunos
explorarem suas paixões e seus interesses. Isso pode ser feito
por meio de atividades práticas, como estágios, projetos de
pesquisa, voluntariado e participação em clubes ou organizações
estudantis. Essas experiências ajudam os alunos a desenvolver
habilidades importantes, como comunicação, liderança, resolução
de problemas e trabalho em equipe.
Além disso, os projetos de vida também podem ser uma

ferramenta eficaz para motivar os alunos. Quando eles veem
como o que estão aprendendo na escola está relacionado aos
seus objetivos pessoais, tendem a se envolver mais no processo
de aprendizagem e a ver o valor da educação em suas vidas.

Como educador, você pode desempenhar um
papel fundamental ao orientar os alunos na
criação e execução de seus projetos de vida. Isso
REFLITA envolve ouvir suas aspirações, fornecer orientação
e recursos, e ajudá-los a superar obstáculos à
medida que trabalham em direção a seus objetivos.
Avaliando e Reformulando o
Currículo: Processos e Práticas
A avaliação e reformulação do currículo são etapas críticas
no processo educacional, pois permitem que as escolas melhorem
continuamente o ensino e atendam às necessidades em constante
evolução dos alunos. Neste subtítulo, exploraremos como esses
Unidade 1
processos são fundamentais para garantir a eficácia do currículo

no Ensino Fundamental e Médio.
Você já se perguntou como as escolas decidem

o que ensinar e como avaliam se os alunos
estão realmente aprendendo? A avaliação e
REFLITA reformulação do currículo são os mecanismos-
chave para responder a essas perguntas e garantir
a qualidade da educação.
A avaliação do currículo envolve a coleta de dados

sobre o desempenho dos alunos em relação aos objetivos de
aprendizagem definidos no currículo. Essa avaliação pode ocorrer
de várias formas, incluindo testes padronizados, avaliações de
desempenho, observações em sala de aula e feedback dos próprios
alunos. A análise desses dados ajuda os educadores a identificar
áreas de força e fraqueza no currículo.

A avaliação do currículo pode incluir a avaliação
dos objetivos de inclusão, diversidade e
equidade. Isso significa garantir que o currículo
VOCÊ SABIA? atenda às necessidades de todos os alunos,
independentemente de suas origens ou habilidades.
Com base nos resultados da avaliação, as escolas podem

iniciar o processo de reformulação do currículo. Isso envolve a
revisão e atualização das metas de aprendizagem, estratégias
de ensino e recursos educacionais. O objetivo é garantir que o
currículo seja relevante, desafiador e eficaz para todos os alunos.
A participação de educadores, pais, alunos e especialistas

em educação desempenha um papel crucial na avaliação e
reformulação do currículo. O diálogo aberto e a colaboração
Unidade 1
são essenciais para identificar áreas que precisam de melhoria e
implementar mudanças eficazes.
Além disso, a avaliação e reformulação do currículo

também podem ser influenciadas por políticas educacionais e
diretrizes governamentais. É importante que as escolas estejam
alinhadas com as regulamentações e os padrões educacionais
estabelecidos para garantir a qualidade do ensino.
A avaliação e reformulação do currículo são processos

contínuos e essenciais para a qualidade da educação. Eles garantem
que o currículo seja relevante, eficaz e alinhado às necessidades
dos alunos e às demandas da sociedade. Ao entender esses
processos e práticas, os educadores podem desempenhar um
papel ativo na melhoria da educação e no sucesso dos alunos.

mesmo tudinho? Ao longo deste capítulo,
exploramos os fundamentos do currículo no Ensino
RESUMINDO Fundamental e Médio, abordando questões cruciais
para a qualidade da educação. Como disseram
Correa e Dias (1998), “a gestão eficaz do currículo é
fundamental para o sucesso educacional.”
Começamos por compreender a estrutura e os
fundamentos que norteiam a construção do currículo
nesses níveis de ensino. Os princípios teóricos
de Goodson (1995) nos auxiliaram a perceber a
importância de uma base sólida para o currículo,
refletindo em práticas educacionais mais eficazes.
Em seguida, mergulhamos no desenvolvimento
curricular e na interdisciplinaridade. Conforme afirmou
Unidade 1
Moreira (1998), a interdisciplinaridade promove

uma abordagem mais holística da aprendizagem,
conectando diferentes áreas do conhecimento e
enriquecendo a experiência educativa.
Exploramos também as metodologias ativas e
a inovação pedagógica, reconhecendo que as
abordagens tradicionais nem sempre são eficazes
para os alunos contemporâneos. Como apontou
Silva (1999), a educação deve evoluir para atender
às necessidades da sociedade em constante
transformação.
No tópico sobre currículo e diversidade, destacamos
a importância da inclusão e do multiculturalismo.
Menezes e Santos (2001) ressaltaram a relevância
de uma pedagogia progressista que valorize a
diversidade cultural e social.
O papel dos projetos de vida no currículo do
Ensino Médio foi discutido como uma maneira
de preparar os alunos para tomarem decisões
conscientes sobre seu futuro, conforme sugerido
por Oliveira (2020).

Por fim, exploramos os processos e práticas de
avaliação e reformulação do currículo, destacando
a importância de uma abordagem contínua e
colaborativa. Como educadores, temos o poder
de moldar o currículo e garantir que ele atenda às
necessidades dos alunos.
Portanto, você deve ter aprendido que o currículo
é uma parte fundamental da educação, e sua
qualidade influencia diretamente o sucesso dos
alunos. É um campo em constante evolução,
refletindo as mudanças na sociedade e nas
demandas educacionais. Como educador, seu
papel na avaliação e melhoria do currículo é crucial
para proporcionar uma educação de qualidade e
preparar os alunos para os desafios futuros.
Unidade 1
Esperamos que este capítulo tenha enriquecido
seu entendimento sobre o currículo no Ensino
Fundamental e Médio. Se você tiver mais dúvidas
ou quiser explorar ainda mais esse tema, estamos
à disposição para ajudar. Avante na sua jornada
educacional!

Ensino Profissionalizante e
Educação Superior
compreender os fundamentos essenciais do
ensino profissionalizante e da educação superior,
OBJETIVO duas áreas cruciais no cenário educacional
contemporâneo. Isso será fundamental para o
desenvolvimento de sua carreira e sua busca
pela especialização em sua área de interesse.
Aqueles que tentaram ingressar no ensino
profissionalizante ou na educação superior
sem o conhecimento adequado muitas vezes
enfrentaram desafios significativos ao longo de
sua jornada. Mas agora com as informações e os
Unidade 1
insights compartilhados neste capítulo, você estará

bem-preparado para enfrentar esses desafios e
seguir adiante com confiança. Está motivado para
adquirir esse conhecimento? Vamos em frente e
explorar esses tópicos juntos!
Pensar em Ensino Profissionalizante e Educação Superior,

pode nos trazer a sensação de “terra sem lei”.
Na educação profissionalizante, há um catálogo definido

de cursos possíveis, assim como na Educação Superior. Ambos
passam por revisão da Secretaria de Educação ou da Secretaria da
Educação Superior.
Há certa liberdade na estruturação de currículo, mas

com uma pré-formatação definida e autenticada pelos órgãos
competentes.
O que precisamos sempre recordar é que as instituições

de ensino profissional e educação superior devem preparar o
estudante para a vida, para o trabalho, para a pesquisa, para a

produção de conhecimentos, tratando o ser humano como um
ser integral. O estudo deve ser garantido, como rege a LDB, que
solicita a garantia ampliada de aprendizagem e criatividade.
Ensino Profissionalizante:
Conceitos e Importância
Vejam algumas normativas que foram adequadas ao longo
dos alunos para o Ensino Profissionalizante.
• Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no

cumprimento dos objetivos da educação nacional,
integra-se aos diferentes níveis e modalidades de
educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da
Unidade 1
tecnologia. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
• § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica

poderão ser organizados por eixos tecnológicos,
possibilitando a construção de diferentes itinerários
formativos, observadas as normas do respectivo
sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008)
Lei nº 11.741, de 2008
Agora conheça parte da legislação (LDB) que rege o Ensino

Superior.

Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas
às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede,
cursos e programas de educação superior
previstos nesta Lei, obedecendo às normas
gerais da União e, quando for o caso, do
respectivo sistema de ensino;
II - fixar os currículos dos seus cursos e

programas, observadas as diretrizes gerais
pertinentes;
III - estabelecer planos, programas e projetos

de pesquisa científica, produção artística e
atividades de extensão;
Unidade 1
IV - fixar o número de vagas de acordo com

a capacidade institucional e as exigências do
seu meio;
V - elaborar e reformar os seus estatutos e

regimentos em consonância com as normas
gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas

e projetos de investimentos referentes a
obras, serviços e aquisições em geral, bem
como administrar rendimentos conforme
dispositivos institucionais.
Apesar de todo esse direcionamento, essas áreas são

normalmente criadas e seus currículos determinados pelas
instituições que as oferece.
Como estamos verificando, muito se evoluiu em termos

de currículo, porém alguns cursos ainda se encontram sem muito

rigor científico e, ao mesmo tempo, contextualizado, a fim de
atender às necessidades da população.
Após ser aceito em uma Universidade ou um curso

profissionalizante, o estudante agora se depara com posturas que
podem diferir muito das que vivenciou nas escolas básicas.
Encontramos muitas vezes professores com posturas mais

arcaicas e dominadoras, não existindo muita troca com os alunos.
Muitas universidades mantêm os tablados onde o professor sobe
para ficar mais alto, dando a impressão de domínio.
Diante da falta de supervisão nessas instituições, é comum

instituições recém-criadas copiarem currículos de instituições
mais reconhecidas. Isso pode ser um benefício para a instituição,
Unidade 1
mas também pode ser um prejuízo, pois quem garantirá que a
organização da outra escola está correta?
Diante da ausência de uma supervisão estruturada, é

essencial que as instituições educacionais possuam profissionais
capazes de articular conhecimentos e assegurar uma construção
curricular interconectada. Isso proporcionará ao estudante uma
visão abrangente das partes, uma vez que é nessa perspectiva
geral que ele irá operar.
Além disso, atualmente se valoriza profissionais que

saibam trabalhar em conjunto e que usufruam de relações
interpessoais para o crescimento da empresa. Será que existe
alguma escola que está preocupada com essas características são
necessárias no mercado atual? Provavelmente existem sim, mas
não temos registros para identificar quais são.
Já os ensinos a distância, chamados EAD, estão sendo

muito explorados por serem de fácil acesso e permitirem que o
estudante adeque seus horários de estudos às suas possibilidades
diárias. É uma tendência que vem crescendo a passos largos.

Será que o ensino profissionalizante não fica comprometido
com cursos EAD?
Não serão comprometidos a partir do momento que

sejam realizadas a distância as matérias teóricas e reflexivas. Já a
parte prática precisa ocorrer presencialmente e ser oferecida com
o mínimo de estrutura para que o aluno vivencie as experiências
antes de ser lançado ao mercado. Já imaginaram um dentista
recém-formado que nunca fez uma obturação? Você iria realizar
uma cirurgia do coração com um médico que nunca operou?
Tenho certeza de que nem esses profissionais estariam confiantes
para realizar tais procedimentos.
É fundamental que os currículos sejam construídos mediante

o Regimento Interno de cada Instituição de Ensino e adequados
Unidade 1
pelo Projeto Pedagógico, com a recomendação de serem abertos e

democráticos, ouvindo toda a comunidade escolar.
Na figura abaixo, podemos encontrar características a

serem consideradas na gerência da autonomia na construção de
cursos profissionalizante e superior.

Imagem 1.13 – Informações a serem consideradas na autonomia de cada instituição de ensino
Objetivo
de cada
curso
Leis e Projeto
diretrizes pedagógico
Autonomia
Inovações e Práticas
atualizações supervisionadas
Unidade 1
As escolas têm por objetivo o ensino e a consequente

aprendizagem.
Para que não haja desigualdades entre as escolas em

nosso território nacional, a BNCC vem balizar os conhecimentos
mínimos a serem desenvolvidos em todo país.
Cada escola terá autonomia para adequar essa referência

de acordo com sua realidade, considerando as características locais
e a relevância de preparar os estudantes para serem cidadãos
conscientes e aptos para contribuir no seu desenvolvimento de
forma positiva e respeitosa.
Já as escolas que cuidam da preparação profissional desses

estudantes são autônomas em seus currículos, o que pode gerar
resultados alarmantes dos exames do ENADE (Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes).

Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos
o acesso à seguinte fonte de consulta e
aprofundamento:
SAIBA MAIS • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB)
• Ampliação das Finalidades da Educação

Superior
Unidade 1
• Exame Nacional de Desempenho dos

Estudantes (ENADE)

• Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Educação Superior: O Caminho

para a Especialização
A educação superior desempenha um papel fundamental
na trajetória educacional de indivíduos que buscam a especialização
Unidade 1
em suas áreas de interesse. Neste subcapítulo, exploraremos em
detalhes o significado e a importância desse nível educacional,
e de como ele serve como um caminho para a especialização
profissional.
A educação superior engloba uma variedade de instituições,

incluindo universidades, faculdades e institutos, oferecendo uma
ampla gama de cursos de graduação e pós-graduação. Seu principal
objetivo é fornecer uma educação de nível avançado que prepare
os estudantes para carreiras especializadas e para contribuir com a
pesquisa e o desenvolvimento em suas áreas de estudo.
Uma das características distintivas da educação superior

é a oportunidade de aprofundar o conhecimento em um campo
específico. Os cursos de graduação permitem que os alunos
se especializem em uma disciplina acadêmica ou profissional,
enquanto os programas de pós-graduação, como mestrado e
doutorado, proporcionam estudos ainda mais aprofundados e
pesquisas originais.

A busca pela especialização é impulsionada por uma série
de fatores. Em muitos campos, a complexidade das informações e a
rápida evolução das tecnologias exigem um alto nível de especialização.
Profissões como medicina, engenharia, direito e ciências da
computação requerem anos de estudo e treinamento específico.
Além disso, a especialização pode levar a oportunidades

de carreira mais avançadas e mais bem remuneradas. Muitos
empregadores valorizam profissionais que possuem expertise
em uma área particular e estão dispostos a investir em sua
formação contínua.
A educação superior também desempenha um papel

importante na pesquisa e inovação. As universidades e instituições
de ensino superior frequentemente estão na vanguarda da
Unidade 1
pesquisa científica, do desenvolvimento tecnológico e da criação

de conhecimento. Os estudantes de pós-graduação e professores
estão envolvidos ativamente em projetos de pesquisa que podem
ter impacto significativo em suas respectivas áreas.
No entanto, a busca pela especialização na educação

superior não está isenta de desafios. O alto custo da mensalidade,
a concorrência por vagas em programas de pós-graduação e a
necessidade de equilibrar o estudo com outras responsabilidades
podem ser obstáculos significativos.
Desafios e Tendências no Ensino

Profissionalizante
O ensino profissionalizante desempenha um papel crucial
na preparação dos alunos para o mercado de trabalho, fornecendo
habilidades práticas e conhecimento específico para suas futuras
carreiras. No entanto, este subcapítulo abordará os desafios

significativos que o ensino profissionalizante enfrenta atualmente,
bem como as tendências que moldam seu futuro.
Desafios no Ensino Profissionalizante
1. Relevância e Atualização: um dos principais desafios

é garantir que os currículos e programas de ensino
profissionalizante estejam alinhados com as demandas
do mercado de trabalho em constante mudança.
Muitas vezes, os cursos não conseguem acompanhar
as últimas tendências e tecnologias, deixando os alunos
desatualizados.
2. Acesso e Equidade: garantir que o ensino

profissionalizante seja acessível a todos os grupos
Unidade 1
demográficos e áreas geográficas é um desafio
importante. Isso inclui superar barreiras financeiras,
geográficas e sociais que impedem alguns estudantes
de participar.
3. Qualificação dos Instrutores: ter instrutores altamente

qualificados é fundamental para o sucesso do ensino
profissionalizante. A falta de instrutores qualificados em
certas áreas pode prejudicar a qualidade da educação.
4. Estigma Social: em algumas culturas, o ensino

profissionalizante ainda é visto como uma opção
inferior em comparação com a educação acadêmica
tradicional. Isso cria um estigma social que desencoraja
os alunos de seguir carreiras profissionalizantes.
Tendências no Ensino Profissionalizante
1. Tecnologia e Digitalização: o ensino profissionalizante

está cada vez mais incorporando tecnologias avançadas,
como realidade virtual e inteligência artificial, para
melhorar a aprendizagem prática. Isso prepara os

alunos para trabalhar em ambientes tecnologicamente
avançados.
2. Personalização da Aprendizagem: a tendência de

personalização da aprendizagem permite que os alunos
escolham caminhos de aprendizagem que atendam às
suas necessidades e aos seus interesses individuais.
Isso torna a educação profissionalizante mais flexível
e eficaz.
3. Parcerias com a Indústria: a colaboração entre

instituições educacionais e a indústria é cada vez mais
importante. As parcerias permitem que os alunos
tenham acesso a estágios, aprendizado prático e
oportunidades de emprego após a formatura.
Unidade 1
4. Sustentabilidade e Responsabilidade Social: a

crescente conscientização sobre questões ambientais
e responsabilidade social está levando a um aumento
na oferta de cursos de ensino profissionalizante
relacionados à sustentabilidade e responsabilidade
corporativa.
5. Aprendizagem ao Longo da Vida: a ideia de que a

aprendizagem não se limita à educação inicial está se
tornando mais prevalente. Os programas de ensino
profissionalizante estão se adaptando para atender às
necessidades de adultos que desejam adquirir novas
habilidades ao longo de suas carreiras.
O ensino profissionalizante enfrenta desafios significativos,

mas também está evoluindo para atender às demandas de um
mundo em constante mudança. A combinação de desafios
superados e tendências promissoras moldará o futuro desse
importante modalidade de ensino.

A Evolução da Educação Superior:
Novas Abordagens e Modelo
A educação superior tem passado por uma transformação
significativa nos últimos anos, impulsionada por avanços
tecnológicos, mudanças nas expectativas dos alunos e uma
crescente demanda por flexibilidade e relevância. Neste
subcapítulo, exploraremos a evolução da educação superior e os
novos modelos e abordagens que estão moldando seu futuro.
Novas Abordagens na Educação Superior
1. Ensino Híbrido e On-line: a integração da tecnologia

na educação superior levou ao surgimento de modelos
Unidade 1
de ensino híbrido e on-line. Isso permite que os alunos
acessem conteúdo e interajam com instrutores e
colegas de forma virtual, tornando o ensino mais
flexível e acessível.
2. Aprendizagem Ativa: a abordagem centrada no aluno

tem ganhado destaque, com um foco crescente na
aprendizagem ativa. Isso envolve atividades práticas,
discussões em grupo e projetos, em vez de apenas
palestras tradicionais.
3. Microcredenciais e Certificações: os alunos estão

buscando microcredenciais e certificações específicas
em vez de cursar programas de graduação tradicionais.
Isso permite que eles adquiram habilidades relevantes
para o mercado de trabalho de forma mais rápida e
direcionada.
4. Colaboração Global: a colaboração entre instituições

de ensino superior em todo o mundo está se tornando
mais comum. Isso oferece aos alunos a oportunidade

de participar de programas internacionais e ganhar
experiência global.
5. Ênfase em Habilidades do Século XXI: as habilidades

do século XXI, como pensamento crítico, comunicação e
resolução de problemas, estão sendo incorporadas aos
currículos para preparar os alunos para os desafios do
mercado de trabalho moderno.
Modelos Inovadores na Educação Superior
1. Educação Competency-Based: esse modelo se

concentra na demonstração de competências em vez
de créditos por tempo de estudo. Os alunos avançam
quando dominam as habilidades necessárias.
Unidade 1
2. Universidades Corporativas: algumas empresas

estão estabelecendo suas próprias universidades
corporativas para fornecer treinamento específico para
suas necessidades.
3. Bootcamps e Cursos Intensivos: programas intensivos

de curta duração, como bootcamps de programação,
estão ganhando popularidade devido à sua eficiência
na preparação para carreiras específicas.
4. Educação Interdisciplinar: a quebra das barreiras

entre disciplinas acadêmicas está permitindo que os
alunos combinem conhecimentos de diferentes áreas
para abordar problemas complexos.
5. Aprendizado ao Longo da Vida: a ideia de educação

contínua ao longo da vida está se tornando fundamental,
com muitos adultos retornando à educação superior
para atualizar suas habilidades.
A evolução da educação superior está criando

oportunidades emocionantes para os alunos, mas também desafios

para as instituições educacionais tradicionais. A capacidade de se
adaptar a essas mudanças e adotar abordagens inovadoras será
fundamental para o sucesso da educação superior no futuro.
Com base na competência abordada neste

capítulo, que envolveu a exploração dos conceitos
e da importância do ensino profissionalizante;
RESUMINDO o caminho para a especialização na educação
superior; os desafios e tendências no ensino
profissionalizante; bem como a evolução da
educação superior com suas novas abordagens e
modelos, é evidente que a educação está passando
por transformações profundas e impactantes.
Como mencionado por Benjamin Franklin, “Investir
em conhecimento sempre rende os melhores juros”,
Unidade 1
e isso nunca foi tão relevante quanto nos dias de
hoje. O ensino profissionalizante desempenha um
papel fundamental na preparação dos estudantes
para o mercado de trabalho, capacitando-os com
habilidades práticas e relevantes. A educação
superior, por outro lado, oferece oportunidades
de especialização e aquisição de conhecimentos
avançados, preparando os indivíduos para
carreiras mais especializadas.
No entanto, não podemos ignorar os desafios que
enfrentamos. As tendências atuais indicam uma
crescente demanda por flexibilidade, acessibilidade
e personalização na educação. Isso nos leva a
repensar os modelos tradicionais de ensino e a
adotar abordagens mais inovadoras, como o ensino
híbrido, a aprendizagem ativa e a colaboração global.
A educação é um processo em constante evolução,
e a educação superior está se adaptando a novas
realidades. A busca por competências e habilidades
do século XXI, a ênfase na aprendizagem ao longo
da vida e a diversificação de modelos educacionais
são evidências claras dessa evolução.

Em última análise, este capítulo nos ensina que
a educação é uma ferramenta poderosa para o
crescimento pessoal e profissional. Ela está se
transformando para atender às necessidades em
constante mudança da sociedade e da economia
global. Portanto, é essencial que todos nós,
educadores, estudantes e formuladores de políticas,
estejamos preparados para abraçar essas mudanças
e aproveitar as oportunidades que elas oferecem.
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você
deve ter aprendido que a educação é um processo
dinâmico que está se adaptando às demandas
Unidade 1
da sociedade e da economia, e que a busca por

conhecimento e habilidades é fundamental para o
sucesso pessoal e profissional. Portanto, continue
sua jornada de aprendizado e esteja aberto às
oportunidades que a educação oferece.

CORREA, H. C.; DIAS, G. P. P. De volta a gestão de estoques: as
técnicas estão sendo usadas pelas empresas? In: SIMPÓSIO
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CURRÍCULOS E PROJETOS

DAVID LIRA STEPHEN BARROS

LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS

Olá! Meu nome é Marly Savioli e sou mestre em Educação,

Como educadora exerci nas escolas diversos papéis,

Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar

educacionais, orientando e subsidiando seus trabalhos com

Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito

Olá. Meu nome é Tatiane Kuckel e sou Mestre em Educação

Tenho mais de 15 anos de experiência em processos

Possuo trabalhos publicados nas linhas de Inteligência

4 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

SAIBA MAIS ACESSE

CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS 5

Criação de Ambientes de Aprendizado Inclusivos e Estimulantes............ 37

6 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS 7

competências profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Conhecer os conceitos sobre currículo e sua trajetória

2. Identificar as características e estruturas que envolvem

3. Identificar as características e estruturas que envolvem

4. Identificar as características e estruturas que envolvem

Então? Preparado(a) para entender melhor o que orienta

8 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

Para a maioria das pessoas, a palavra “currículo” relaciona-se

Na educação, a palavra “Currículo” é abrangente e,

[...] o curriculum pode ser entendido como um plano de

CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS 9

Segundo o dicionário Michaelis, a palavra “currículo” tem

• Conjunto de matérias incluídas em um curso de uma

escola, de uma faculdade etc.

O termo currículo advém da palavra latina “scurrere”,

Pensando em educação, entendemos que currículo seja

Mas essa reflexão deve se aprofundar cada vez mais,

Dessa forma, o currículo deve ser construído para

10 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

Mas por que o currículo deve atender as demandas locais?

Temos um país muito grande, com regiões caracterizadas

Será que uma sequência didática pensada para

CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS 11

Hoje dispomos da BNCC (Base Nacional Comum

Cada estado também elabora sua estrutura, assim como

As escolas, têm liberdade de, observando essas referências,

adequar o currículo à sua realidade local.

Fonte – Elaborado pela autoria (2020)

O currículo consiste em uma relação daquilo que será

12 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

Para essa construção é preciso considerar as referências

Por ser um documento de extrema importância,

Considere também que a adequação do currículo pode ser

Mas todas essas questões ainda serão exploradas durante

Trajetória histórica do currículo

Como tudo na vida, existe um histórico de evolução e,

A história do currículo vem demonstrar o quanto ele é

CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS 13

No século XIX, o currículo era entendido como uma

Atualmente, currículo é visto como algo maior, mais

Vamos na sequência, de forma sintética, trazer as

consequentemente seus currículos.

Platão, foi um dos grandes filósofos que chegou a criar (787

Em 343 a.C., as famílias ricas pagavam um preceptor para

14 CURRÍCULOS E PROJETOS PEDAGÓGICOS

Especificamente no Brasil, em 1549, foi fundada a primeira