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Linda Maurício

Narcísio Ivo

Nilza José

Obede Arlindo

Piedoso Eusébio Paconeta

Pinto Eduardo

História da Educacao Em Moçambique

Licenciatura em ensino de inglês

Universidade rovuma

Extensão do Niassa

2024
Linda Maurício

Narcísio Ivo

Nilza José

Obede Arlindo

Piedoso Eusébio Paconeta

Pinto Eduardo

História da Educacao Em Moçambique

Licenciatura em ensino de inglês

Trabalho cientifico de Pedagogia a ser


submetido ao departamento de letras a
Docente Fatima.

Universidade rovuma

Extensão do Niassa

2024
Índice

1 Introdução......................................................................................................................3

2 História da Educação em Moçambique..........................................................................4

2.1 Etimologia e Conceitualização da Educação..........................................................4

2.2 A História de Educação Tradicional Moçambicana...............................................5

2.2.1 Características da educação tradicional............................................................6

2.3 Educação Colonial..................................................................................................6

2.3.1 Objectivos da Educação Colonial.....................................................................7

2.3.2 Conteúdos da Educação Colonial.....................................................................7

2.4 Educação nas Zonas Libertadas..............................................................................8

2.4.1 Objectivos do Sistema Educativo nas Zonas Libertadas..................................9

2.4.2 Estrutura do Sistema Educativo nas Zonas Libertadas.....................................9

2.4.3 Conteúdos do Sistema Educativo nas Zonas Libertadas..................................9

3 Conclusão.....................................................................................................................11

4 Bibliografia..................................................................................................................12
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1 Introdução
Pretende-se com este trabalho fazer uma abordagem de cinco (5) temas que culminem com a
apresentação do conceito da palavra-chave, e apresentação de conteúdos do trabalho encontrados
ao longo do seu desenvolvimento. Os temas propostos para o trabalho em alusão, são os
seguintes: História Da Educação Em Moçambique, Finalidades E Objectivos Da Educação Em
Diferentes Momentos Históricos, Educação Na Era Primitiva, Educação No Tempo Colonial, E
Educação Nas Zonas Libertadas. O trabalho assenta na base de treinamento e estudo colectivo dos
alunos, com vista a ganhar mais habilidades na formulação de conceitos em Pedagogia, e
organização de um trabalho cientificamente aceitável.

Para a realização deste trabalho, foi imprescindível o recurso a módulos que permitiram a
obtenção de dados os quais constituíram fontes para a exploração do essencial para fazer o
trabalho.
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2 História da Educação em Moçambique

2.1 Etimologia e Conceitualização da Educação


A palavra educação assim como muitas outras expressões, tem origem latina. No Latim, a palavra
educação, está subdividida em duas partes: “ex” que tem como significado “fora ou exterior”, e
“ducere” que tem o significado de “guiar”, “instruir”, “conduzir”. A educação, literalmente
falando, tem significado de “guiar para fora”.
A expressão em causa, isto é, a palavra educação, foi e continua sendo um centro de grandes
debates. E como consequência dos debates, estudiosos como Platão, têm apresentado diversos
conceitos mediante os quais, revela a maneira pela qual cada um deles compreende ou mesmo
compreendia a expressão.
De acordo com o ICCP (1988:38) citado por Rachide, a “educação entende-se como sendo o
conjunto de influências que exerce a sociedade sobre o indivíduo, consistindo ante todo, em um
fenómeno social historicamente condicionado e com um carácter classista marcado”.
Para Platão, a “educação era dar ao corpo toda a beleza e perfeição que seja possível”.
No ponto de vista de Martins, J. (1990), a “educação é um processo de acção da sociedade sobre
o educando, visando entrega-lo segundo os seus padrões sociais, económicas, politicas e seus
interesses”.
E no caso de Jotamo (2024:4), a “educação é um fenómeno social que surgiu com o aparecimento
da sociedade”.
Observando aquilo que são os diversos conceitos dados pelos diferentes estudiosos, é importante
reconhecer que cada uma das definições por eles apresentadas estão correctas, dependendo das
circunstancias pela qual são enquadradas. Outros referem-se da educação como sendo um
processo, outros a definem como sendo categoria e outros até mesmo abordam a educação como
sendo um fenómeno social. Mas o que existe em comum na maioria dos conceitos dados é que a
educação é um fenómeno social.
Os debates tidos ao longo dos tempos, revela que a educação tem uma tremenda importância na
vida do Homem, pois, o Homem tem tido muitas facilidades no processo de ensino e
aprendizagem. A educação que hoje é conhecida é resultado de um grande processo histórico, e
que resulta das mudanças sofridas pela sociedade com o objectivo de construir determinado
protótipo de ser humano.
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2.2 A História de Educação Tradicional Moçambicana


O sistema de educação no contexto histórico de Moçambique, e antes da independência, é
conhecida por ter passado em três momentos históricos que são: educação na era primitiva;
educação na era colonial; e educação nas zonas libertadas. Historicamente falando, mesmo antes
da chegada dos portugueses em Moçambique, as comunidades nativas de Moçambique tinham o
seu Sistema de Educação o qual é chamado de educação tradicional, onde os considerados mais
velhos passavam crenças, costumes ou informações de tempo em tempo aos seus filhos por via
oral ou mesmo pela prática. Este tipo de educação foi designado por educação tradicional, onde
todos os membros das comunidades tradicionais eram responsáveis pela boa conduta das novas
gerações, devendo por isso repreender qualquer comportamento incorrecto de qualquer criança,
independentemente de ser parente ou não.
A educação tradicional é aquela que ocorre nos meios sociais ou comunidades de modo informal,
caracterizada pela ausência pré-determinada dos objectivos, conteúdos e das formas de
organização específicas, pelo que não reúne o padrão de educação formal.
Rachide (2015:54) pressupõe que a educação formal deve-se a existência de:
 O local específico de realização - a escola;
 Um profissional com alguma preparação pedagógica, responsável pelo processo, um
professor;
 Um conteúdo estruturado (programa ou currículo) e leccionado de modo sistemáticos;
 Uma série de meios didácticos - manuais, livros, quadros, mapas diversos, etc, que
facilitam a acção do professor durante o processo de ensino - aprendizagem;
 Métodos diversos adequados à idade, o nível de desenvolvimento físico e intelectual dos
alunos, a complexidade dos conteúdos, etc.
 Regulamentos, normas, orientações metodológicas e de avaliação, necessários antes,
durante e depois das actividades lectivas; elaborados e padronizados pelas estruturas
responsáveis pela concepção e gestão do sistema educativo.
A educação tradicional de Moçambique assenta na base de práticas, costumes, informações que
passam de geração para geração. Antes mesmo da educação moçambicana ter sido aprimorada de
acordo com a sua evolução histórica, a educação era tradicionalmente praticada, e era
caracterizada pela ausência pré-determinada dos objectivos, conteúdos e das formas de
organização específicas, pelo que não reunia o padrão de educação formal.
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Existem vários tipos de educação tradicional de acordo com as comunidades, variando segundo o
género (masculino e feminino), momento (ritos de passagem ou iniciação por exemplo a
circuncisão), etc, desempenhando as funções: informativa, instrutiva e formativa.

2.2.1 Características da educação tradicional


Geralmente a educação tradicional é caracterizada por ter um carácter pragmático e por não reunir
o padrão da educação formal, pois destina-se essencialmente, a ensinar a saber fazer coisas
concretas, como por exemplo:
 A prática de actividades socioeconómicas como cultivar, praticar a caça, construir as suas
casas, montar armadilhas para os animais, aves, peixe, etc;
 Actividades culturais como: a dança, a arte, os ritos de passagem e de iniciação a vida
adulta; assistência e o comportamento perante a mulher, durante a gravidez, o nascimento de
bebés, a realização de cerimónias fúnebres e outras importantes naquelas comunidades como
o coroamento do régulo ou assistência às cerimónias religiosas, etc.
 Técnicas de auto-defesa perante o perigo de pessoas ou animais ferozes e tratamento de
casos de mordedura de cobras venenosas;
 Noção de medicina tradicional para o tratamento de doenças mais comuns nas sociedades
em causa.
Apesar da ausência pré-determinada dos objectivos, conteúdos e das formas de organização
específicas, e da ausência de um padrão de educação formal na educação tradicional
moçambicana, há muitas práticas de extrema importância na mesma. Por exemplo, a prática das
actividades socioeconómicas como cultivar, praticar a caça, construir as suas casas, montar
armadilhas para os animais, aves, peixe, etc;

2.3 Educação Colonial


Um dos períodos históricos mais importantes da educação em Moçambique deu-se no tempo
colonial, cujo foi marcado pela existência de um sistema escolar com objectivos, conteúdos e
métodos de ensino propícios ou adequados para o sistema político vigente.
A necessidade de educação dos povos ou população originária de Moçambique foi desde o
princípio da colonização portuguesa, bastante conflituosa; pois era tida como absurda, não só pela
história, como também perante a capacidade mental dos moçambicanos, considerados de
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inferiores. Considerava-se de “uma ilusão pensar em civilizar os “negros” com a bíblia,


educação e panos de algodão” (Martins, 1920: 283).

2.3.1 Objectivos da Educação Colonial


De acordo com Rachide (2015:56), os objectivos da educação colonial em Moçambique visavam:
 Assegurar a hierarquia política, cultural da classe dominante sobre as ditas classes
tradicionais ou “primitivas”, consideradas estagnadas no processo histórico;
 A formação do “indígena” e a criação da figura jurídico-política de “assimilação”
impunha-se como necessidade da força de trabalho qualificada para uma maior exploração
capitalista;
 Ensinar a ler, escrever e contar o mínimo necessário para se comunicar com os
colonizadores e constituir a força de trabalho;
 Garantir o processo de assimilação e alienação cultural da população nativa a partir de um
conjunto de requisitos nomeadamente: Saber ler, escrever e falar a língua portuguesa;
 Ter meios suficientes para sustentar a família;
 Ter a necessária educação, hábitos individuais e sociais de modo a poder viver segundo a
lei pública portuguesa;
 Ter bom comportamento e solicitar por via de um requerimento à autoridade
administrativa local para ser aprovado como tal.
Foi precisamente no tempo colonial pelo qual atreves da presença dos portugueses em
Moçambique, foi o sistema escolar com objectivos, conteúdos e métodos de ensino propícios ou
adequados para o sistema político em vigor. A educação colonial em Moçambique tinha como
objectivo assegurar a hierarquia política, cultural da classe dominante sobre as ditas classes
tradicionais de modo a garantir o processo de assimilação e alienação cultural da população nativa
a partir de certos conjuntos de requisitos como Saber ler, escrever e falar a língua portuguesa; ter
a necessária educação, hábitos individuais e sociais de modo a poder viver sob as leis pública e
privada portuguesas.

2.3.2 Conteúdos da Educação Colonial


O sistema educativo colonial português era organizado de seguinte modo:
a. Ensino Indígena, destinado a elevar gradualmente a vida selvagem à vida civilizada dos
povos cultos a população autóctone das províncias ultra-marinas.
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b. Ensino primário elementar, destinado a populações “não indígenas, visando dar nos
beneficiários os instrumentos fundamentais do saber e as bases de uma cultura qual,
preparando-os para a vida social”.
Estrutura de conteúdos de 1962 sem alterar a natureza para Rachide (2015:56):
1. Ensino de adaptação, compreendendo três anos, com ingresso aos 10 anos, destinado aos
indígenas.
2. Ensino primário comum (oficial, missionário católico, missionário estrangeiro, particular),
de 4 anos com ingressos aos 7 anos, destinados a população branca, mestiça e assimilada,
subdividida em:
a. Ensino normal indígena – EHPP – 3/4 anos. E em 1964 introduzida a Escola do
Magistério, 2 anos com ingresso 5º ano;
b. Ensino Técnico elementar de 2 anos e profissional (industrial/comercial) de 3 anos.
c. Ensino Técnico Profissional, com secções preparatórias aos institutos industrial/comercial.
d. Do nível de Ensino Geral;
e. Ciclo preparatório (2) anos;
f. Ciclo liceal (5) anos;
g. Estudos Gerais Universitários. 56-57

2.4 Educação nas Zonas Libertadas


Na sequência do desenvolvimento impetuoso do processo da luta armada de libertação de
Moçambique surgiram as zonas libertadas em solo pátrio, no norte do Pais. Nessas zonas a vida
das populações era organizada de modo diferente do resto do país, ainda sob administração
colonial.
Foram consideradas por zonas libertadas, as regiões do território nacional onde a administração
colonial se retirou, as populações abandonaram as suas povoações para escapar à repressão
colonial e viver sob a protecção da FRELIMO. Progressivamente, este processo desenvolvia-se,
surgindo as zonas libertadas e semi-libertadas, isto é, zonas onde a totalidade da vida das
populações dependia da orientação da FRELIMO, onde no quotidiano se aplicavam as palavras de
ordem do movimento, constituindo lugares, momento e espaço de ensaio de uma sociedade nova e
de exercício do poder, de aprendizagem de novos valores para a formação de uma sociedade, não
baseada em racismo, tribalismo, regionalismo e de outros males próprios do regime colonial.
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Eduardo Mondlane definiu a educação como uma condição político-ideológica básica para o
sucesso da luta armada em Moçambique. É assim que se justifica a concepção dos programas de
instrução militar e educacionais ao mesmo tempo.
Ex: A Escola Secundária, Instituto de Moçambique em Tanzânia; destinada a crianças
moçambicanas que já tinham saído de Moçambique, e outras junto dos centros de instrução ou
bases centrais e regionais.

2.4.1 Objectivos do Sistema Educativo nas Zonas Libertadas


O sistema educativo nas zonas libertadas (1969/70) foi definido para responder aos seguintes
objectivos:
 A formação do Homem Novo, com uma nova mentalidade que para além de ser capaz de
resolver os problemas imediatos colocados pela revolução quer dizer:
 Formar o “Homem Novo” com plena consciência do poder da sua inteligência e da força
transformadora do seu trabalho na sociedade e na natureza; livre de concepções supersticiosas
e subjectivas
 Rejeitar firme e violentamente todas as tendências do individualismo, bem como da
corrupção;
 Criar (nos alunos) uma personalidade moçambicana sem subserviência (espírito servil)
algum, assuma a sua realidade (sociocultural), saiba em contacto com o mundo exterior,
assimilar criticamente as ideias e experiências de outros povos;
 Criar uma nova atitude na mulher, emancipá-la na sua consciência e comportamento e no
homem um novo comportamento e mentalidade em relação à mulher.

2.4.2 Estrutura do Sistema Educativo nas Zonas Libertadas


a) Educação formal, destinada a crianças e adolescentes com 4 níveis (pré-primário, primário,
secundário (Bagamoio em Tanzânia), que nunca chegou a funcionar
b) Formação de Professores, em cursos nacionais e provinciais de 3 meses a 1 ano.

2.4.3 Conteúdos do Sistema Educativo nas Zonas Libertadas


No Ensino Primário leccionavam-se as seguintes disciplinas:
 Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, Ciências, História, Trabalhos Práticos, Política,
Educação Artística e Educação Física.
No Ensino Secundário existiam as seguintes áreas curriculares:
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 Língua Portuguesa, Inglês, Política, História, Geografia, Matemática, Ciências Naturais,


Física, Química, Biologia, Trabalhos Práticos, Desenho e Educação Física.
Além destes também foram dados cursos de Magistério Primário, Informação e Propaganda,
Cooperação e Administração.
O sistema de educação nas zonas libertadas, as quais são consideradas como as regiões do
território nacional onde a administração colonial se retirou, e as populações abandonaram as suas
povoações para escapar à repressão colonial e viver sob a protecção e orientação da Frente de
Libertação de Moçambique, teve como objectivo fundamental Formar o Homem Novo com o
completo entendimento do poder da sua inteligência e da força transformadora do seu trabalho na
sociedade e na natureza; livre de concepções supersticiosas e subjectivas; que rejeite firme e
violentamente todas as tendências do individualismo, da corrupção criando uma personalidade
moçambicana sem subserviência (espírito servil); mas que saiba em contacto com o mundo
exterior, assimilar criticamente as ideias e experiências de outros povos.
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3 Conclusão
Após a realização do trabalho de cadeira de pedagogia, chegamos a conclusão de que depois das
transformações e evoluções da educação na história da pedagogia moçambicana, ela tem
desempenhado um papel muito importante na vida do homem, sendo que sem a pedagogia o
homem teria grandes limitações no seu dia-a-dia, pois é através da pedagogia que o homem tem a
capacidade de ensinar, instruir, transmitir, ou conduzir um indivíduo a um novo conhecimento.
Através de pedagogia educacional o homem tem a capacidade de formar um indivíduo novo, com
melhores formas de fazer as coisas, melhores formas de pensar, etc., pois a pedagogia é o
resultado produzido pela instrução, treinamento ou estudo.
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4 Bibliografia
JOTAMO, (2024) fundamentos da pedagogia
RACHIDE, (2015) Manual II de Fundamentos da pedagogia

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