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1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Moçambique......................................................................................................................1
2. FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA..............................................................................................3
2.1. Educação...............................................................................................................................3
2.2.1. Definição.......................................................................................................................9
3. Conclusão...............................................................................................................................15
4. Referências bibliográficas......................................................................................................16
1. Introdução
O presente trabalho tem como objeto central de estudo a Educação Inclusiva em Moçambique: a
mudança do paradigma educacional integrando a perspectiva da diferença, que busca responder,
como a escola tem sido desafiada com o processo de inclusão e como as diferenças são tratadas
no contexto escolar. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948, desempenhou um papel
importante para o reconhecimento dos direitos de todas as pessoas, independentemente das
deficiências e diferenças que apresentassem. Por conseguinte, nas últimas décadas a tendência na
política social tem sido fomentar a inclusão, pois ela é parte essencial da dignidade e do exercício dos
direitos humanos. O estudo contribuiu para o entendimento sobre o que é inclusão, sua
importância para democratização da escola e garantia do direito a educação para todos e não
apenas de um público idealizado pela escola.
1.1. Moçambique
Um dos passos importantes dados pelo Governo de Moçambique para o combate à exclusão na
esfera do ensino, permitindo às pessoas com deficiência o exercício pleno do direito à educação,
foi a institucionalização do Projecto “Escolas Inclusivas” na rede pública de ensino, com a
inclusão de alunos com necessidades educativas especiais (NEE) em escolas regulares.
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A Educação Inclusiva teve maior repercussão a partir da Declaração de Salamanca, onde ela é
vista como uma acção educacional humanística, democrática, que percebe o sujeito em sua
singularidade, com o objetivo de promover o seu crescimento, satisfação pessoal e inserção
social (UNESCO, 1994).
O Projeto Escolas Inclusivas foi iniciado em Moçambique, em 1998, cuja finalidade propalada
era a de desenvolver um conjunto de estratégias e materiais de formação, que pudessem ser
usados por professores e formadores, de modo que as escolas regulares fossem capazes de
responder positivamente à diversidade dos alunos.
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Descrever Educação inclusiva em Moçambique assim como Formação dos professores
em educação inclusiva.
2. FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA
2.1. Educação
A Educação é uma prática social e histórica e, por isso, traduz concepções e projectos da
sociedade. Entretanto, é importante ressaltar que a educação é antes de mais nada,
desenvolvimento de potencialidades e a apropriação de saber social (conjunto de conhecimentos
e habilidades, atitudes e valores que são produzidos pela sociedade, para dar conta de seus
interesses e necessidades). Trata-se de buscar, na educação, conhecimentos e habilidades que
permitam uma melhor compreensão da realidade e envolva a capacidade de fazer valer os
próprios interesses económicos, políticos e culturais. Portanto, de modo que esta educação seja
feita e responda os anseios da sociedade, é necessário que o professor seja capacitado de forma
contínua de modo a garantir a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Visto que, na
formação contínua que leva ao professor a desenvolver a sua metodologia e métodos de ensino,
sem esquecer de reflectir sobre o seu próprio trabalho como educadores.
A escola é uma organização, uma unidade social com identidade própria e não apenas um local
onde se transmite o saber. Ela é uma organização específica, necessariamente articulada num
sistema.
Neste sentido e tendo em conta os fins da organização escolar, a sua responsabilidade social
obriga-nos a assumir com seriedade a reflexão em torno dos “meios” que garantem o seu
funcionamento.
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Educação: é o desenvolvimento/formação de comportamento, atitude e convicções; isto é, a
formação de traços/sinais da personalidade.
A Educação Inclusiva é um sistema de educação e ensino onde os alunos com NEE, são
educados na escola do bairro, em ambientes de salas de aulas regulares, apropriadas para a sua
(idade cronológica) com colegas que não têm deficiências e onde lhes são oferecidos ensino e
apoio de acordo com as suas capacidades e necessidades individuais.
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No Dicionário Aurélio, o termo inclusão significa “o ato ou o efeito de incluir ou incluir-se”,
podendo também, ser “o ato de acrescentar ou adicionar coisas ou pessoas em grupos, espaços ou
núcleos que antes não faziam parte”, ou seja, a inclusão representa um ato de igualdade entre
diferentes indivíduos. Socialmente, a inclusão é um importante meio de participação, responsável
por atuar na garantia de direitos a todos os cidadãos e na manutenção da democracia como
regime político igualitário.
Segundo Santos (1995, p. 12), “estar incluído é estar dentro, no sistema, mesmo que
desigualmente”. Estar fora, ser diferente, não se submeter às normas homogeneizadoras, é estar
excluído ou “empurrado” para fora.
Nesta perspectiva a favor de uma educação que inclui todos sem distinção, a educação inclusiva
incluem surdos, cegos, pessoas com deficiência intelectual, com transtornos globais de
desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação.
Segundo Mantoan:
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com deficiência, nos fins de 1850, que se encontravam misturados na população dos hospitais
psiquiátricos, sem distinção, principalmente no caso de pessoas com deficiências mentais, o que
demonstra a profunda apartação histórica de pessoas com deficiência. A deficiência era
entendida como uma doença crônica e todo o atendimento prestado a esse grupo de pessoas, até
mesmo quando envolvia o campo educacional, era considerado pelo viés terapêutico. A
avaliação e identificação eram pautadas em exames médicos e psicológicos (GLAT;
FERNANDES, 2005).
Todo esse processo faz parte da integração das pessoas com deficiência na escola regular, que
representou avanços.
A Educação Inclusiva se distingue como uma política de justiça social que se propõe a alcançar
todos, como está explícito na Declaração de Salamanca:
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Ao pensar a inclusão, não se deve pensar somente nos sujeitos com necessidades educacionais
especiais (NEE), uma escola verdadeiramente inclusiva deve incluir todas as pessoas em suas
diferenças.
Desde a mais velha existência, o atendimento, acesso e garantia da educação à pessoa humana,
independentemente da sua condição fisiológica, intelectual, emocional e sociocultural nem
sempre foram assegurados.
Segundo Nhapuala (2014), a educação inclusiva foi introduzida em Moçambique pelo Ministério
da Educação (MINED, 1998). Na altura, implementou-se um projecto-piloto (projecto escolas
inclusivas), com principais intuitos, (a) a mobilização dos representantes do Governo em relação
à educação de crianças e jovens com necessidades excepcionais e (b) a elaboração de um
projecto-piloto a partir do qual seriam constituídas as bases para o plano de acção para a
implementação das escolas inclusivas (cf., MINED, 1998). Volvidos perto de 24 meses
“concluiu-se que os resultados obtidos na então, fase piloto, estavam alinhados aos objectivos e
estratégias previamente estabelecidos para a implantação, gestão e expansão do projecto escolas
inclusivas, no território nacional” (MINED, 2000; 2012).
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inclusiva neste contexto vive sem recurso a uma legislação própria que dê suporte e orientações
concretas sobre a sua implementação nas escolas inclusivas. Na realidade, a implementação da
educação inclusiva é feita no quadro das leis mais avulsas que regem o sistema educacional.
(Nhapuala, 2014).
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2.1.3. Fundamentos da Educação Inclusiva
A educação inclusiva afirmou-se com a Declaração sobre Necessidades Educativas Especiais
(documento norteador das práticas inclusivas) aprovada aquando da Conferência Mundial sobre
Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, em 1994, organizada pelo governo da
Espanha em cooperação com a UNESCO, que decorreu em Salamanca. Está baseada nos
princípios de uma educação para todos e prescreve que todos os alunos devem aprender juntos,
independentemente das diferenças ou deficiências que possam apresentar (UNESCO, 1994).
A inclusão assenta numa nova visão da diferença, reconhecendo que esta é inerente a todos os
indivíduos. Tal como afirmado na Declaração de Salamanca, cada criança tem características,
interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias, e os sistemas de
educação devem ser planeados e os programas educativos implementados tendo em vista a vasta
diversidade destas características e necessidades (UNESCO, 1994).
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2.2. Formação dos professores em educação inclusiva
2.2.1. Definição
O professor é aquele que planeja, organiza e controla os meios para atingir seus objetivos, os
quais são estruturados em pequenos módulos, conhecidos como estudos programados.
O que é ser professor hoje? Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência
e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores. Os
educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em
consciência crítica, mas também formam pessoas. Eles fazem fluir o saber - não o dado, a
informação, o puro conhecimento - porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a
humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos.
É relevante destacar que a educação permanente, ou educação contínua são processos que
caracterizam pela continuidade das acções educativas, ainda que fundamentem em princípios
metodológicos diferentes e quando implementadas em conjunto possibilitam a transformação
profissional através do desenvolvimento de habilidades e competências e assim fortalecem
processo de trabalho (COTRIM 2009).
A formação contínua não se esgota. Deve ser entendida como um momento inerente ao docente,
isto é, período de aperfeiçoamento dos saberes necessários à prática do educador.
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O decreto lei 22/2014 afirma que, os princípios gerais e a organização da formação consignados
aplica-se a todos os docentes em exercícios efectivos de funções nas escolas da rede pública. A
formação tem como finalidade a melhoria da qualidade do desempenho dos professores, da
qualidade do ensino, e ainda à articulação com os objectivos de política educativa nacional e
local.
O professor ao ensinar seus alunos desenvolve neles atitudes, convicções, hábitos, para além de
levá-los a assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de capacidades e habilidades.
Na realidade moçambicana, a formação a nível do ensino básico, por exemplo, ocorre na lógica
de formação geral. Após independência nacional (1975), a considerar pelos estudos vários foram
os modelos de formação de professores com duração invariável entre 3 anos; 2 anos; e 1 ano. O
perfil de ingresso oscilou de 4.ª à 12.ª Classe. À partida, na mesma escola existiam professores
com formação inicial bastante diferenciada na sua duração e experiências. A saliência do
discurso de Nhapuala (2014) neste debate incide do reconhecimento de que a preparação de
professorares em Moçambique não permite uma pronta actuação/intervenção face a inclusão a
julgar pelas condições de formação, recursos, e o divórcio declarado entre a carga horária e a
natureza de algumas particularidades dos alunos, como é o caso de alunos sobredotados.
Segundo Mangumbule (2015) aponta que, os professores na sua maioria têm conhecimento da
importância da inclusão escolar, no entanto alguns não estão bem familiarizados com este
fenómeno e outros resistem à recepção de alunos em NEE, o que permeia a prevalência das
práticas excludentes no contexto escolar.
Em contrapartida, Nhaposse (2015) vai mais longe e roça o ensino superior (Universidade
Pedagógica, por ex:) ao revelar que, a leccionação da cadeira de NEE mostra-se ser uma cultura
reducionista e teórica, necessitando assim da articulação da teoria e a prática reflexiva como
forma de preparar o futuro pedagogo para lidar com questões do género das NEE. (p. 107).
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Ainda, Nhaposse (2015) sentencia-nos a formação continuada dos professores e sugere a
extensão da cadeira NEE (na UP por exemplo) de 1 para 2 semestres, designadamente, NEE1 e
NEE2.
Sendo a educação especial uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia,
muitos professores encontram-se desestabilizados frente às concepções e estruturais sociais no
que diz respeito às pessoas consideradas “diferentes”.
Dessa forma, a partir do século XVI, a educação busca teorias e práticas focadas ao ensino de
qualidade, com profissionais comprometidos em dar aos seus alunos um ensino de qualidade,
independente de suas diferenças individuais.
Com base na Resolução CNE/CEE nº 02/2001, a educação especial oferta apoios e serviços
especializados aos alunos com necessidades educacionais especiais.
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Conforme aponta Fernandes (2006), destacam-se:
Os professores precisam pensar na educação como um todo. Um dos factores primordiais para
uma proposta inclusiva em sala de aula é que os professores mudem a visão incapacitante das
pessoas com necessidades educacionais especiais para uma visão pautada nas possibilidades,
elaborando actividades variadas, dando ênfase no respeito às diferenças e às inteligências
múltiplas.
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preciso olhar para o resultado alcançado e perceber o quanto “todos” os alunos estão se
beneficiando das acções educativas. (p. 101)
Neste ponto concordados com a citação, os profissionais que buscam uma ação educativa, devem
estar atentos às diversidades de seus alunos, procurando exercer seu papel de maneira justa e
solidária, pautado no respeito mútuo, eliminando todo e qualquer tipo de discriminação com o
intuito de formar cidadãos conscientes para o convívio com as diferenças.
Além do professor, a família dos alunos com necessidades educacionais especiais pode participar
a todo o momento do processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, pois o tripé escola-
família-comunidade é de suma importância, pois através dessa participação os professores têm a
oportunidade de melhor conhecer o seu educando e suas especificidades, surgindo a partir daí
uma troca de informações a fim de possibilitar o melhor aprendizado a todos, pois sozinho não
poderá efetivar uma escola fundamentada numa concepção inclusiva.
O professor como parte integrante da escola, deve ter a responsabilidade e o compromisso com o
aluno, dando apoio para que esses se tornem um cidadão participativo na sociedade como um
todo.
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3. Conclusão
A vitória da inclusão educacional no país está sendo boicotada pela recusa para a inscrição dum
pacote legislativo que regule o sistema. Estudos a escala nacional, desencadeado, Nhapuala
(2014) foram chamando atenção sobre a ausência de legislação no sector educativo
moçambicano em alguns aspectos, respectivamente, (i) falta de mecanismos de acesso,
permanência e transição dos alunos com NEE nas escolas regulares, (ii) a qualificação mínima
exigida ao quadro docente não está regulamentada, (iii) não existem orientações claras sobre a
estruturação de modelos, serviços e processos de apoios especializados à escola inclusiva aos
alunos e professores, (iv) indefinição de aspectos organizativos de base que
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4. Referências bibliográficas.
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