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António Pascoela Mendes

Francisco Venâncio

Ivo Carlos

Jánio Tembe

Júbilo Pedro

Nélia Lizete

Voyane Rogério Chirindzane

Walter Eusébio Massango

Yuran Nhamposse

2º Ano

Resumo da Declaração de Salamanca

Universidade Pedagógica

Maputo

Setembro de 2022

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António Pascoela Mendes

Francisco Venâncio

Ivo Carlos

Jánio Tembe

Júbilo Pedro

Nélia Lizete

Voyane Rogério Chirindzane

Walter Eusébio Massango

Yuran Nhamposse

Resumo da Declaração de Salamanca

Trabalho a ser entregue a Faculdade de


Educação Física e Desporto, na cadeira
de Necessidades Educativas Especiais,
sob efeitos de avaliação pela orientação
do Dr. Luís Rodrigues Divera

Universidade Pedagógica

Maputo

Setembro de2022

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Índice
Introdução..................................................................................................................................4

O Início de uma Educação Inclusiva......................................................................................5

Declaração de Salamanca.......................................................................................................6

Educação inclusiva e Educação Especial...............................................................................8

Conclusão.................................................................................................................................10

Referências Bibliográficas.......................................................................................................11

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I. Introdução
O presente trabalho deseja abordar sobre as discussões e as acções norteadoras para a prática
da inclusão escolar no sistema de educação para todos. O processo histórico da educação
especial é demonstrado a partir do pressuposto que essa preocupação com a educação da
pessoa com deficiência teve início no período colonial, onde os indivíduos deficientes eram
tratados de forma segregativa, anormal e excludente.

Após a construção do documento mundial de Declaração da Salamanca, a educação inclusiva


passou por uma evolução, garantindo uma base sólida para o processo de inclusão escolar e
uma educação igualitária a todos os indivíduos da sociedade que se apresentem e encontram-
se excluídos por situação de deficiência, social ou financeira. A partir do documento de 1994,
as reflexões sobre as necessidades educacionais especiais dos indivíduos passaram a ser
respeitadas, e a situação da acessibilidade começou a ser discutida para um melhor
desenvolvimento social e educacional das pessoas com necessidades especiais e de todos os
indivíduos desfavorecidos.

Este trabalho foi feito a partir de um estudo de pesquisa bibliográfica sobre os documentos
que asseguram os direitos de educação de qualidade para os indivíduos com necessidades
educacionais especiais.

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1. O Início de uma Educação Inclusiva
A tendência da política social das passadas duas décadas tem consistido em promover a
integração, a participação e o combate à exclusão. Inclusão e participação são essenciais à
dignidade e ao desfrute e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, estas
concepções reflectem-se no desenvolvimento de estratégias que procuram alcançar uma
genuína igualdade de oportunidades.

A partir de um segundo momento histórico, os deficientes que antes eram segregados,


excluídos e discriminados, passam a ser reconhecidos como pessoas que necessitam de
respeito e educação de qualidade, com isso observaram que depois da aplicação de algumas
leis desenvolvidas e aceitas por países e entidades mundiais, essa situação se modifica ao
passar do tempo. Na perspectiva do processo de inclusão, as políticas educacionais têm
fundamento no princípio da igualdade de direito entre as pessoas, tem como objectivo uma
educação de qualidade para todos, sem discriminação e respeitando acima de tudo as
diferenças individuais e, dessa forma, garantindo não só o acesso a essa educação, mas
também, à permanência desses indivíduos até a sua formação.

A experiência em muitos países demonstra que a integração de crianças e jovens com


necessidades educativas especiais é atingida mais plenamente nas escolas inclusivas que
atendem todas as crianças da respectiva comunidade. É neste contexto que os que têm
necessidades educativas especiais podem conseguir maior progresso educativo e maior
integração social. O sucesso das escolas inclusivas que favorecem um ambiente propício à
igualdade de oportunidades e à plena participação depende dum esforço concertado, não só
dos professores e do pessoal escolar, mas também dos alunos, pais e voluntários. A reforma
das instituições sociais não é, somente, uma tarefa de ordem profissional; depende, acima de
tudo, da convicção, empenhamento e boa vontade dos indivíduos que constituem a sociedade.

A educação de alunos com necessidades educativas especiais incorpora os princípios já


comprovados de uma pedagogia saudável da qual todas as crianças podem beneficiar,
assumindo que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve ser adaptada
às necessidades da criança, em vez de ser esta a ter de se adaptar a concepções
predeterminadas, relativamente ao ritmo e à natureza do processo educativo. Uma pedagogia
centrada na criança é benéfica para todos os alunos e, como consequência, para a sociedade
em geral, pois a experiência tem demonstrado que esta pedagogia pode reduzir
substancialmente as desistências e as repetições e garantir um êxito escolar médio mais

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elevado. Uma pedagogia deste tipo pode também ajudar a evitar o desperdício de recursos e a
destruição de esperanças, o que, muito frequentemente, acontece como consequência do
baixo nível do ensino e da mentalidade – “uma medida serve para todos” – relativa à
educação. As escolas centradas na criança são, assim, a base de construção duma sociedade
orientada para as pessoas, respeitando quer as diferenças, quer a dignidade de todos os seres
humanos. Este Enquadramento da Acção compreende as seguintes secções:

1. Novas concepções sobre educação de alunos com necessidades educativas especiais;

2. Directrizes para a acção a nível nacional:

a) Política e organização;

b) Factores Escolares;

c) Recrutamento e treino de pessoal docente;

d) Serviços externos de apoio;

e) Áreas prioritárias;

f) Perspectivas comunitárias;

g) Recursos necessários;

3. Directrizes da acção a nível regional e internacional

2. Declaração de Salamanca
Este documento foi criado nos períodos compreendidos entre 07 e 10 de Junho no ano de
1994, na Conferência Mundial sobre Necessidades de Educação Especial realizada em
Salamanca, Espanha, para apontar aos países a necessidade de políticas públicas e
educacionais que venham a atender a todas as pessoas de modo igualitário, independente das
suas condições pessoais, sociais, económicas e socioculturais.

Representado por delegados de 88 países e 25 organizações internacionais, debateram a


inclusão na Educação para Todos, a partir da estrutura elaborada anteriormente, em Jomtien,
1990 e das "Normas Uniformes sobre a igualdade de oportunidades para as pessoas com
incapacidade", elaborada em 1993 e publicada em 1994. O fundamento político e moral
dessas normas encontra-se na "Carta Internacional de Direitos Humanos", datada de 1948.
Nessa plataforma, foram reafirmados compromissos e reconhecida a necessidade de adopção

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urgente de acções relacionadas à educação de crianças, jovens e adultos com necessidades
educacionais especiais. O objectivo desse evento foi a elaboração de directrizes básicas para a
formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais visando atender ao movimento de
inclusão social e educacional.

Declaração de Salamanca é um documento considerado inovador porque proporcionou uma


oportunidade única de colocação da educação especial dentro da estrutura de ‘educação para
todos’, firmada em 1990, em Jomtien. Promoveu, dessa forma, uma plataforma que afirmou o
princípio e a discussão da prática de garantia da inclusão das crianças com necessidades
educacionais especiais, bem como a conquista de seus direitos numa sociedade de
aprendizagem. O texto concorreu também para a expansão do conceito de necessidades
educacionais especiais, incluindo todas as crianças que não estavam se beneficiando da
escola, seja por que motivo for. A partir desse documento, a ideia de "necessidades
educacionais especiais" passou a implicar não apenas a inclusão das crianças com
deficiências, mas de todas aquelas que estejam vivenciando dificuldades temporárias ou
permanentes na escola. Dentre estas crianças estão, por exemplo, as que sofrem sucessivas
repetições; as que são forçadas a trabalhar; as que, continuamente, sofrem abusos físicos,
emocionais e sexuais; as que vivem em condições de extrema pobreza ou que sejam
desnutridas; as que vivem nas ruas; as que moram distantes de quaisquer escolas; as que
sejam vítimas de guerra ou conflitos armados; ou as que simplesmente estão fora da escola,
por qualquer outro motivo. Uma das implicações da Declaração refere-se à inclusão na
educação ao afirmar que o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as
crianças devem aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças
que possam ter. As escolas devem, nesse sentido, reconhecer e responder às diversas
necessidades de seus alunos, ajustando-se aos ritmos diferentes de aprendizagem e
assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado,
modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a
comunidade. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais
especiais devem, portanto, receber todo e qualquer apoio extra que possam precisar e que lhes
assegure uma educação efectiva. A Declaração de Salamanca apresenta um modelo
estruturado de acção baseada nos parâmetros de uma educação inclusiva no âmbito das
necessidades educacionais especiais. Representa, portanto, um marco na história da educação
de pessoas com necessidades educacionais especiais.

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De acordo com a Declaração, os princípios por ela defendidos é que as escolas e seus
projectos pedagógicos se adequem às necessidades dos indivíduos nelas matriculados, tendo
como base o artigo que diz o seguinte: “O planejamento educativo elaborado pelos governos
deverá concentrar-se na educação para todas as pessoas em todas as regiões do país e em
todas as condições económicas, através de escolas públicas e privadas”.

3. Educação inclusiva e Educação Especial


A Declaração é iniciada com a seguinte ideia: O direito de todas as crianças à educação está
proclamado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e foi reafirmado com veemência
pela Declaração sobre Educação para Todos. Pensando desta maneira é que este documento
começa a nortear todas as pessoas com deficiência têm o direito de expressar os seus desejos
em relação à sua educação. Os pais têm o direito inerente de ser consultados sobre a forma de
educação que melhor se adapte às necessidades, circunstâncias e aspirações dos seus filhos
(Declaração de Salamanca, 1994, p. 5 - 6).

Com isso, uma escola que se intitula inclusiva, deve integrar-se à comunidade como também
apresentar um bom padrão em prestação de serviço:

 Criar em seus docentes um sério sentimento de colaboração e cooperação com a


instituição;

 Sempre adoptar uma pedagogia de co-responsabilidade entre profissionais nas


diversas instâncias educativas, criando assim um sistema interdisciplinar que venha a
favorecer a aprendizagem dos alunos envolvidos nesse processo;

 A escola também tem a necessidade de orientar suas actividades com um projecto


pedagógico sistemático que se desenvolva a longo prazo, no qual sejam trabalhadas
diferentes formas de ensino, conteúdos e avaliações do processo de ensino -
aprendizagem, especialmente com aquele aluno que apresente alguma necessidade
educacional especial, porém isso não significa facilitação nem a negação da
avaliação, e sim, uma forma diferenciada, buscando valorizar os desenvolvimentos de
aprendizagem obtido por esse aluno.

Numa escola que se caracteriza inclusiva, os professores têm por obrigação conhecer a fundo
as possibilidades e as limitações dos seus alunos com necessidades educacionais especiais. É
preciso repensar a formação de professores especializados, a fim de que estes sejam capazes

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de trabalhar em diferentes situações e possam assumir um papel - chave nos programas de
necessidades educativas especiais.

Os professores dessa instituição que desenvolve a inclusão devem interessar-se pelo que seu
aluno deseja aprender, acreditar nas suas potencialidades é um factor primordial para que eles
se desenvolvam com garantia de aprendizagem, aceitá-los como são, saber escutá-los e
valorizar as suas produções, ajudam na independência deste aluno. Aplicar uma metodologia
que venha a estimular a sua participação em sala de aula favorece a sua aprendizagem
efectiva.

Segundo Sassaki (2004, p. 2). Uma escola comum só se torna inclusiva depois que se
reestruturou para atender à diversidade do novo alunado em termos de necessidades especiais
(não só as decorrentes de deficiência física, mental, visual, auditiva ou múltipla, como
também aquelas resultantes de outras condições atípicas), em termos de estilos e habilidades
de aprendizagem dos alunos e em todos os outros requisitos do princípio da inclusão,
conforme estabelecido no documento

Uma sociedade que adopta tais quesitos torna-se uma sociedade mais inclusiva e garante para
seus cidadãos uma vida mais rica em oportunidades e direitos, a Declaração de Salamanca,
mostra-nos que existem formas de se ter sucesso em uma educação inclusiva e igualitária; só
cabe aos governantes assumirem os compromissos propostos e os resultados irão surgir
naturalmente.

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II. Conclusão
De acordo com a Declaração de Salamanca, podemos perceber uma visão de inclusão que nos
revela uma situação mais ampla e não de uma minoria, pois a mesma nos demonstra uma
inclusão social que atinge a todos e não somente aos deficientes e isso é uma situação que
tem de ser compreendida por todas as pessoas, que podem ser encontradas em situações
desfavorecidas educacionalmente, socialmente e financeiramente.

A ideia da educação especial, apesar de ter uma base segregativa e excludente, teve seu lado
positivo, quando forçou a sociedade a perceber os indivíduos com deficiência de uma forma
diferente, de pensar e desenvolver uma metodologia ou mesmo uma pedagogia que viesse a
tentar suprir essa necessidade educacional especial, contudo, a forma como ela foi
desenvolvida feria os direitos a uma educação de qualidade como era citado nos direitos
humanos.

Declaração de Salamanca é um documento direccionado para que modificações sejam


alcançadas e trabalhadas no processo de inclusão e que uma educação para todos aconteça de
facto.

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III. Referências Bibliográficas
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial. Série Livro. Brasília, DF: MEC/SEESP,
1994.11 11 BRASIL. Lei 9.394/96, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional;

Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 de dez.1996. BUENO, J.


G. S. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo:
Educ, 1993. J. G. S. A inclusão de alunos deficientes nas classes comuns do ensino regular.
Revista Temas sobre Desenvolvimento. V. 9, n. 54, p. 21-27;

FONSECA, V. Tendências futuras da educação inclusiva. Revista Educação. Porto Alegre,


ano XXVI, n. 49, p. 99-113, mar. 2003;

MAZZOTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo:


Cortez, 1996;

FONTES, Carlos. Educação Inclusiva: Algumas Questões Prévias. Disponível em:


http://www.educacionenvalores.org/Educacao-Inclusiva-Algumas.html;

UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das


Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf;

https://www.infoescola.com/educacao/declaracao-de-salamanca/

MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003;

NAÇÕES UNIDADES. Declaração de Salamanca. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf.

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