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MANUAL PRÁTICO
O CICLO
DOS AMPAROS
ASSISTENCIAIS
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MANUAL PRÁTICO
O CICLO
DOS AMPAROS
ASSISTENCIAIS
Do Atendimento
ao Judiciário!
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“
A pobreza costuma ir muito além
de uma situação de falta de dinheiro.
A real miserabilidade que atinge à alma
do cidadão desempregado,
é a falta de esperança
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Dra. Juliana
Leite Melo Luft
É formada em direito pela
Universidade de Cuiabá, desde Janeiro de 2007.
“
A assistência social, é instrínseca
à advocacia previdenciarista.
Não como forma de caridade,
mas de humanidade
PRIMEIRA ETAPA DO CICLO
- Os artigos 5º e 203 da nossa Carta Magna, são fontes principais dos funda-
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mento da Lei orgânica da Assistência social. Uma vez que eles nos trazem
que todo aquele que necessitar de assistência social, então terá sua subsistên-
cia provida pelas políticas assistenciais, por princípios como dignidade da
pessoa humana, erradicação da pobreza, entre outros, independentemente
de contribuição.
Vale dizer aqui, que esse benefício não visa manter padrões de vida ou equi-
parar-se à nenhum outro benefício indenizatório ou salarial, já que estamos
falando do mínimo de dignidade para alguém que já não é capaz de mantê-la
por si só, ou de tê-la provida por sua família. Para melhor compreensão,
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Dito isso, vale dizer para vocês, jovens doutores! Que é uma grande dificul-
dade para o nosso ordenamento jurídico e para a nossa classe de previdencia-
ristas, a correta aferição dessa MISERABILIDADE, razão pela qual, venho lhes
facilitar isso, por meio desse pequeno Manual.
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Sendo assim, esse benefício assistencial, deve ser dado à quem não possuir
meios de manter-se vivo, com certa dignidade, e não possa a ter a sua sobre-
vivência provida por sua família também. Então, trago à tona pra vocês, uma
palavra que deve estar tatuada em suas mentes, quando se falar em Loas.
E esta palavra é “vulnerabilidade”.
NOTA: Não tente esticar demasiadamente essa questão da renda per capta.
Se um dos membros do grupo familiar, obtiver uma médica salarial de 2
salários mínimos ou mais, entendo que dificilmente seu cliente será
enquadrado do Amparo Assistencial. Salvo em caso de 1 casal, com 6/7
filhos menores, em que a mãe sequer possa trabalhar (exemplo).
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DA NECESSIDADE
DE CADASTRO NO
CADÚNICO, PARA
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AFERIÇÃO DE
NECESSIDADE E
MISERABILIDADE
(DECRETO 8.805/2016)
sobre o CRAS:
PONTO 01
1) O que deve ser declarado?
INSS DIGITAL”).
Exemplo prático 2: Uma criança de cerca de 6 anos, reside com seus pais,
sendo que apenas o pai trabalha fora, devido à necessidade de cuidados
constantes com o menor. Este aufere uma renda mensal de R$1.200,00.
A renda é baixa, para uma família que possui um filho menor, incapaz, no
qual um dos pais não terá condições de exercer atividade laboral, poden-
do-se enquadrar o amparo assistencial para o menor, ainda que esteja um
pouco acima de ¼ do salario mínimo, inscrito em Lei.
As análises de casos concretos devem ser levadas à
risca, pelo advogado Previdenciarista! A demon-
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
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PROCESSO:
AUTOR (A) :
RÉ(U) : INSTITUTO NACIONAL
DO SEGURO SOCIAL SENTENÇA:
Tipo “A” (Resolução no 535/2006 do CJF)
SENTENÇA
I - RELATÓRIO
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do critério da renda familiar per capita estabelecido pela LOAS. Como a lei
permaneceu inalterada, elaboraram-se maneiras de se contornar o critério
objetivo e único estipulado pela LOAS e de se avaliar o real estado de mis-
erabilidade social das famílias com entes idosos ou deficientes. Paralela-
mente, foram editadas leis que estabeleceram critérios mais elásticos para
a concessão de outros benefícios assistenciais, tais como: a Lei 10.836/2004,
que criou o Bolsa Família; a Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa Na-
cional de Acesso à Alimentação; a Lei 10.219/01, que criou o Bolsa Escola;
a Lei 9.533/97, que autoriza o Poder Executivo a conceder apoio financeiro
a Municípios que instituírem programas de garantia de renda mínima
associados a ações socioeducativas. O Supremo Tribunal Federal, em
decisões monocráticas, passou a rever anteriores posicionamentos acerca
da intransponibilidade dos critérios objetivos. Verificou-se a ocorrência do
processo de inconstitucionalização decorrente de notórias mudanças fáti-
cas (políticas, econômicas e sociais) e jurídicas (sucessivas modificações
legislativas dos patamares econômicos utilizados como critérios de con-
cessão de outros benefícios assistenciais por parte do Estado brasileiro). 4.
Declaração de inconstitucionalidade parcial, sem pronúncia de nulidade,
do art. 20, § 3o, da Lei 8.742/1993. 5. Recurso extraordinário a que se nega
provimento. (RE 567985, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a)
p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
18/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-194 DIVULG 02-10-2013
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PUBLIC 03-10-2013)
Cumpre registrar, ademais, que no Recurso Especial no 1.112.557/MG,
julgado conforme o procedimento previsto para os recursos repetitivos
(28/10/2009), o Superior Tribunal de Justiça já havia se manifestado no sen-
tido de que a limitação do valor da renda familiar “per capita” não deveria
ser considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui
meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
Em 14/04/2016, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos
Juizados Especiais Federais (TNU), no julgamento do PEDILEF no
5000493-92.2014.4.04.7002, fixou o entendimento de que a renda familiar
não deve ser o único critério para se aferir a miserabilidade de quem
II - FUNDAMENTAÇÃO
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PONTO 02
INCAPACIDADE
LABORAL
Ora vejam, por parte do médico o despreparo nos conceitos diferentes entre os
benefícios é aceitável, pois foge da sua esfera de domínio, digamos assim. Mas
magistrados e nós advogados, jamais podemos confundir os diferentes con-
ceitos, dos benefícios por incapacidade, especialmente o da Loas.
COMPETÊNCIAS
A redação originária do art. 109, §§ 3º e 4º, da CF,
estabelecia que nos locais onde não houvesse vara
federal, seriam processadas e julgadas na Justiça
Estadual, no foro de domicílio dos segurados ou ben-
eficiários, as causas em que fosse parte instituição de
previdência social.
De acordo com a nova redação do art. 15, III, da lei
5.010/66, com a redação dada pela lei 13.876/2019:
Vale dizer que agora, à partir de Janeiro de 2020, de
acordo com as alterações, a competência delegada da
Justiça Estadual foi restringida na esfera comum. As
comarcas de domicilio de segurados, que estejam em
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1 – O que ele tem, em termos de doença? Se for doença tratável e curável, difi-
cilmente o enquadraremos em doença de longo prazo, que o impeça de con-
viver em igualdade de condições com os demais?
Exemplos: Alguns tipos leves de epilepsia, doenças de pele que não sejam
graves, somente pressão alta, entre outras.
• O amparo assistencial morre, com quem o detém. Não gera pensão, e não
passa de uma pessoa à outra.
• Podemos fazer dois pedido na mesma casa, Loas idoso + Loas deficiente
para casais. Lembrem-se amparo não é renda, portanto, não conta como tal.
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TERCEIRA ETAPA DO CICLO
De posse de toda a documentação acima, caso o requerente ainda não tenha
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Lembre-se, você é advogado, foi contratado para isso, e deve atuar no pro-
cesso. Não passe esses documentos para o requerente preencher, até mesmo
porque, na grande maioria das vezes, ele nem saberá fazê-lo.
Sabemos que toda e qualquer solicitação, hoje se faz mediante o site do INSS,
online e digital, em que não existe a necessidade de comparecimento pes-
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soal.
Após esse procedimento, acompanhe seu pedido semanalmente, pois nos
pedidos de BPC, o INSS costuma marcar primeiro uma entrevista com assis-
tente social, na APS mais próxima, e em seguida a perícia médica. Podem
ocorrer em datas diversas, ou não. O Importante é acompanhar, tanto pelo
site, quanto pelo seu e-mail, que já deverá constar nos autos administrativos,
no momento do protocolo. Nesse caso, todo e qualquer andamento, chegará
para você, via e-mail.
DICAS:
- Não protocole seu pedido, faltando documentos. Esteja de
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COMO PROCEDER À
ESSA AUTENTICAÇÃO:
Após 30 dias, deve-se ter resultado ou carta de exigência, por meio de comu-
nicado via E-mail. Esse prazo ainda não vem sendo cumprido!!! Demora-se
um pouco mais, para um resultado eficaz.
QUARTA ETAPA DO CICLO
A JUDICIALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE AMPARO ASSISTENCIAL
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Nesse caso, compete à você, recorrer à esfera Judicial, para concluir com
êxito o direito do requerente, aquele que está em situação de vulnerabilidade
física e social.
Já atuei em Ação, em que a visita pela assistente social foi feita na calçada,
pois meu cliente sequer tinha um teto para morar.
OBS: Salvo em casos extremos, essa pericia social “ in loco”, somente é feita
em sede judicial. Contudo, se constatadas muitas divergências de infor-
mações em sede de INSS, o próprio CRAS determina uma visita da assistente
social. Raridade, que já ocorreu comigo.
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Por fim, atentem-se sempre, se o benefício foi concedido desde a der (data de
entrada no requerimento administrativo), e se não o foi, certifiquem-se se o
motivo merece prosperar.
“
A determinação deve
basear-se numa união
da força com a
amabilidade.
a d v o c a c i a
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