Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
INTRODUÇÃO
Parafraseando o autor Tavares (2002, p.13) a previdência no Regime Geral de
Previdência Social pode ser definida como um seguro público, coletivo, compulsório,
por intermédio de uma contribuição e que é direcionada para cobrir os seguintes
riscos sociais: incapacidade, idade avançada, tempo de contribuição, encargos de
família, desemprego involuntário, morte e reclusão, por isso, tem-se que ela é um
direito de fruição universal para aqueles que contribuem para o sistema. Sendo
assim, nos casos em que ocorre um risco social, ou seja, um sinistro que desloca o
trabalhador de sua atividade laboral, a Previdência é quem deve suprir a
manutenção do segurado ou de sua família.
Por conseguinte, a Previdência Social proporciona aos segurados acometidos
por doença incapacitante benefícios previdenciários, com o propósito de proteger
financeiramente o incapacitado de garantir as necessidades para a sua
sobrevivência, até que haja a cessação da incapacidade laborativa ou nos casos em
que a incapacidade é permanente. Desse modo, pode-se afirmar que o Direito
Previdenciário é um ramo autônomo do Direito que visa ao estudo dos princípios,
dos institutos jurídicos e das normas de previdência social.
À vista disso, o presente trabalho tem por objetivo o compreendimento
superficial da Previdência Social e do Benefício por Incapacidade a fim de
demonstrar a possibilidade de receber as remunerações de benefício e salário
concomitantemente diante da decisão do Superior Tribunal de Justiça. Dessa forma,
a pesquisa visa enfatizar o direito do beneficiário em receber paralelamente ao
salário no decorrer do tempo em que aguarda a decisão judicial que solucionará a
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
lide.
DESENVOLVIMENTO
A previdência social pode ser definida como um sistema de proteção social,
que visa prover os meios fundamentais para a sobrevivência da pessoa humana,
todavia, há situações em que a vida e a dignidade são ameaçadas por impasses
inesperados, logo, nota-se a importância do instituto da previdência social para com
a sociedade, que é regulamentada no artigo 6º da Constituição Federal, onde dispõe
sobre os direitos sociais e evidencia o direito à previdência social. Nesse sentido, o
intuito da previdência social é prover as necessidades dos que desempenham
atividade remunerada e de seus dependentes por meio de um sistema de prestação
pecuniária, sendo, portanto, uma série de atitudes designadas ao atendimento das
necessidades substanciais do ser humano.
O Regime Geral da Previdência Social é regido pela Lei n° 8.213/91, mais
conhecida como “Plano de Benefícios da Previdência Social”, que é constituída por
regras de direito público, que elabora direitos e obrigações entre aqueles que
possam se tornar beneficiários do regime e o Estado, já que é o gestor da
Previdência Social, nesse sentido o entendimento dos autores Castro e Lazzari
(2010, p. 111) é de que:
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
invalidez.
Sendo assim, por óbvio que a concessão dos benefícios por incapacidade
requer o cumprimento de uma série de requisitos. Inicialmente, é preciso que o
segurado comprove o período de carência exigido, ou seja, no mínimo doze meses
de contribuição previdenciária. Posteriormente, vem a comprovação da qualidade de
segurado, já que quando cessa o recolhimento dos contribuição também ocorre a
perda da qualidade de segurado.
Por conseguinte, é necessário a realização de perícias médicas a fim de
verificar o controle de pagamentos, que são realizadas periodicamente. Ainda,
durante o período de auxílio-doença, sendo constatada a cessação da incapacidade
consequentemente o segurado irá retornas para as atividades laborais, todavia, é de
suma notoriedade que além da necessidade da observação dos requisitos
necessários para que se obtenha tais benefícios, também deve ser imperiosa a
confirmação da incapacidade laboral.
Desse modo, tem-se que para que seja concedido o benefício por
incapacidade é preciso que o indivíduo preencha 03 (três) requisitos: ter qualidade
de segurado do INSS, que de alguma forma tenha incapacidade por mais de 15
(quinze) dias para realizar o seu trabalho atual ou atividade habitual e, ainda, que
tenha cumprido a carência quando houver necessidade. Ainda, é de extrema
importância mencionar que o auxílio deverá ser considerado a partir do 16º dia do
afastamento do segurado do seu trabalho ou a partir da data entrada do
requerimento, nos casos em que o afastamento e a entrada decorrer mais de trinta
dias, e no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e
enquanto ele permanecer incapaz.
Ainda, há exceção do período de carência para os casos em que ocorrem
acidentes de qualquer natureza, doença profissional ou ocupacional relacionadas à
atividade laboral do seguro, assim como disposto nos artigos 24, 25, I e 26, II e III da
Lei 8.213/911:
5
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
6
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
EMENTA
7
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
8
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
CONCLUSÃO
Por todo o exposto, diante do reconhecimento do direito ao benefício
assistencial no âmbito jurídico o Instituto Nacional do Seguro Social acaba se
tornando o culpado pela inevitabilidade do segurado precisar trabalhar no período
em que ocorre a discussão processual da lide, logo, resta evidente que o
beneficiário laborou em decorrência da falha da instituição ao indeferir o benefício,
acarretando na necessidade de o beneficiário trabalhar para suprir suas carências
para sobreviver. Dessa forma, a tese firmada pelo Superior Tribunal de Justiça
garante a segurança jurídica das decisões que até então estavam divergindo, bem
como o reconhecimento aos segurados que tiveram o benefício deferido no âmbito
judicial do pagamento do benefício do período retroativo deferido, ainda que
concomitantemente com o salário obtido no tempo em que aguardava a decisão
judicial.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, 1988.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>
Acesso em: 02 de fevereiro de 2021.
BRASIL, LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm > Acesso em: 02 de fevereiro
de 2021.
BRASIL, LEI Nº 13.135, DE 17 DE JUNHO DE 2015. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 018/2015/lei/l13135.htm > Acesso em:
9
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
FA C U L D A D E DE D I R E I TO – C UR S O DE D I R E I TO
SEGURIDADE SOCIAL
02 de fevereiro de 2021.
Tema Repetitivo 1013 Superior Tribunal de Justiça, 25/03/2021. Disponível em: <
https://processo.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=tr
ue&tipo_pesquisa=T&cod_tema_inicial=1013&cod_tema_final=1013 > Acesso em:
02 de fevereiro de 2021.
Sumula 72 Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais,
08/03/2013. Disponível em: <
https://www.cjf.jus.br/phpdoc/virtus/sumula.php?nsul=72&PHPSESSID=i00hm9h35v
ub3guj4je80h7556 > Acesso em: 02 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Decreto 3.048, 06 de maio de 1999. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm > Acesso em: 02 de fevereiro
de 2021.
TAVARES, Marcelo Leonardo. Direito previdenciário. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Juris, 2002.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito
previdenciário. 7ª. ed. São Paulo: LTr, 2006.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de et al. Prática processual previdenciária:
administrativa e judicial. Florianópolis. Conceito Editorial, 2010.
10