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CAPA

O Auxílio-Reclusão
Um Direito Previdenciário
FOLHA DE ROSTO

O Auxílio-Reclusão
Um Direito Previdenciário
RESUMO

Trabalho sobre Auxílio Reclusão como um benefício previdenciário como tantos


outros exemplos: auxílio doença, aposentadoria, auxílio maternidade, pensão por
morte. Onde uma pessoa adquira o direito trabalhando de carteira assinada ou
contribuindo voluntariamente. É um direito dos dependentes do preso que passa a
não mais contar com sua liberdade e deve conviver com as dificuldades carcerárias
e as obrigações de sustento de quem ficou desamparado aqui fora.

Palavras-chaves: Prisão; Auxílio Reclusão; Dependentes; Leis; Previdência Social;


Beneficiário.
ABSTRACT

Work on Relief Assistance as a social security benefit like so many other examples:
sickness aid, retirement, maternity aid, death pension. Where a person acquires the
right to work by signing a contract or contributing voluntarily. It is a right of the
detainees' dependents who no longer count on their freedom and must live with the
prison difficulties and living obligations of those who have been left out here.

Keywords: Prison; Help Solitary; Dependents; Laws; Social Security; Recipient.


INTRODUÇÃO

O tema a ser trabalhado é o Auxílio-Reclusão como um direito


previdenciário, para aquele que trabalha de carteira assinada ou trabalhou dentro de
um determinado tempo e foi preso ou está cumprindo em regime fechado alguma
condenação e não todos que estão cumprindo pena.
Esclarecer que quem tem direito a pedir o benefício são os familiares do
preso e não ele em benefício próprio.
Levantar valores de contribuição e de remuneração, além da forma de
divisão entre todos que tem direito a receber.
Quanto tempo perdura o pagamento, em que momento poder ser
acrescentado novos dependentes, quais motivos fazem perder o direito ao
pagamento pela previdência social.
Deve ser feito um amplo e minucioso estudo das leis para que possa ser
conhecido o mecanismo que leva a família de alguém condenado a ter direito a
receber o auxílio-reclusão, além de uma pesquisa de campo junto a população
carcerária para saber quem conhece, está recebendo ou tem perfil para receber
estes valores.
O trabalho vai ser dividido em 6 Capítulos que tentarão aprofundar e
esclarecer para qualquer um que tenha interesse ou necessidade do tema possa
encontrar respostas para suas dúvidas.
Tentaremos demonstrar a importância desse pequeno valor recebido aos
beneficiários que se torna muito por ser muitas das vezes a única fonte de renda de
alguém que teve seu mantenedor preso e impossibilitado de sustentar sua família e
dependentes.
1. A LEI E O AUXÍLIO-RECLUSÃO

O auxílio-reclusão é um benefício previdenciário social garantido a todos


que atendam ao Estado de graça e qualidade de beneficiário do sistema social.
Sendo as regras previstas nos seguintes diplomas legais: art. 201, IV da
Constituição Federal de 1988, art. 80 da Lei nº 8.213/91, arts. 116 a 119 do Decreto
nº 3048/99 e art. 2 da Lei nº 10.666/03.
Este benefício não é destinado às necessidades do preso, que se torna
obrigação do Estado, mas sim de seus dependentes que muitas vezes ficaram
desamparados em suas necessidades mínimas e básicas. Ao criar este direito, o
legislador preocupou-se com a crescente conscientização dos Direitos e Deveres
humanos e o processo de inclusão social pelo Estado.
Segundo Hélio Gustavo Alves,

[...] o sistema carcerário tem como função reeducar o preso e uma das
formas de ressocialização é dar-lhe oportunidade de exercer uma atividade
profissional dentro do sistema carcerário, fato que não ocorre. Logo, o
preso, além de não estar sendo reeducado, por uma falha no sistema não
pode exercer qualquer espécie de trabalho, primeiro por estar recluso,
segundo por má administração do Estado em não construir uma
penitenciária produtiva que proporcione o exercício profissional 1.

Os previdenciários têm o objetivo de proteção aos contribuintes e seus


dependentes; neste caso, o auxilio reclusão só pode beneficiar aos dependentes,
evitando assim um risco social maior pela perda da fonte de renda familiar.
Consoante nos ensina Hélio Gustavo Alves,

[...] o auxílio-reclusão é um benefício que garante a proteção da família e


dependentes, além da fundamental importância para o equilíbrio da
economia do País, ou seja, proporciona aos recebedores uma qualidade de
vida digna, servindo a renda mensal para sustentação às bases alimentar e
educacional e à saúde2.

Com um benefício de natureza alimentar destina-se exclusivamente a


todos os dependentes do segurado, sendo somente eles os únicos que possuem
legitimidade para pleiteá-los.
Ao contrário do que muitos pensam, não se trata de um prêmio ou
presente dado pelo Estado a aqueles que tem sua liberdade tirada e passam a
1
ALVES, Hélio Gustavo. Auxílio Reclusão. Direitos dos presos e de seus familiares. São Paulo: LTr, 2007, p. 35.
2
ALVES, Hélio Gustavo. Auxílio Reclusão. Direitos dos presos e de seus familiares. São Paulo: LTr, 2007, p. 16.
sustentar suas famílias e dependentes, não mais pelo seu emprego ou trabalho, mas
pelo atual Estado de preso, em qualquer das várias modalidades que a lei descreve.
É inegável que a família do segurado perde sua dignidade ao ficar
completamente sem renda, além do fato de estar em uma situação constrangedora e
humilhante ao ver sua renda vinculada à prisão de seu mantenedor. Tao benefício
está englobado no núcleo basilar dos Direitos Humanos Sociais contidos na
Constituição do Brasil tem como finalidade básica, juntamente com os outros
benefícios, a melhoria e manutenção das condições mínimas, de vida digna dos
menos favorecidos; ou mesmo dos trabalhadores de carteira assinada que em
algum momento dependeram da previdência para sustentar seus dependentes ou a
si mesmo.
O papel pensado para a previdência social é de reduzir a desigualdade
social e econômica e de amparo às necessidades individuais e coletivas de seus
segurados; sua política de distribuição de benefícios a cobrança maior de quem tem
mais para poder dar melhores benefícios àqueles que muito pouco têm.
Por desconhecimento da lei e sensacionalismo da mídia acredita-se que
basta ser preso para se ter direito ao auxílio-reclusão e que cada um dos seus filhos
receberão um salário pelo fato de ser bandido.
Entretanto nem todos os presos tem direito a este benefício, sendo
necessário que o preso tenha trabalhado de carteira assinada ou contribuído,
espontaneamente para o sistema previdenciário federal, se não estiver de carteira
assinada no momento da prisão esteja em estado de graça que veremos mais à
frente.
Somente terá direito aquele contribuinte que esteja cumprindo pena
privativa de liberdade, em regime fechado ou semiaberto e que não esteja
recebendo remuneração da empresa.

1.1. Das Classificações


São consideradas penas privativas de liberdade, para fins de
reconhecimento do direito ao benefício de auxílio-reclusão, aquele cumprido em
regime fechado ou semiaberto, sendo:

a) Regime fechado, aquele sujeito à execução da pena em estabelecimento de


segurança máxima ou média.
b) Regime semiaberto, aquele sujeito à execução da pena em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.

O Decreto nº 3048/99 estabelece em seu artigo 116§5, que: “O auxílio


reclusão é devido, apenas, durante o período em que o segurado estiver recolhido à
prisão sob regime fechado ou semiaberto.
É devido o benefício durante o período em que o segurado estiver detido
sob regime fechado ou semiaberto, devidamente recolhido à prisão por ordem de
autoridade competente. Lembrando que no Brasil são vários os tipos de prisão como
decorrente de pronúncias, prisão provisória, prisão preventiva, prisão temporária,
prisão em flagrante, sentença penal condenatória, detenção, prisão simples ou por
falta de pagamento de pensão alimentícia. A família do beneficiado tem o direito de
pedir o auxílio-reclusão imediatamente à sua prisão.
Lembrando que o beneficiário tem que estar preso, quando houver
progressão de regime, condenação em penas alternativas a prisão ou livramento
condicional não terão direito ao benefício.
A previdência começa a considerar como seus segurados, os
trabalhadores a partir dos 16 anos, portanto, aqueles que cumprem medidas
socioeducativas e estão como beneficiado do sistema previdenciário e tendo
dependentes de suas rendas tanto ascendentes, descendentes ou cônjuges têm
direito a receber o benefício, bastando para isso o atestado do seu efetivo
recolhimento ao órgão subordinado ao Juiz da Infância e da Juventude.
Para requerer este direito devem ser observados alguns procedimentos
como documentação adequada, certidão de recolhimento à prisão e comprovação
trimestral da permanência em cárcere, demonstrativo de dependência ou vínculo
com o preso, além da data correta para dar entrada com o pedido.
Durante o cumprimento da pena, o segurado poderá contribuir para o
Regime Geral de Previdência Social como segurado facultativo tendo o direito a
todos os benefícios previdenciários após sua liberdade. Quando se paga a sua parte
previdenciária mesmo estando preso se conta para tempo de aposentadoria, pensão
por morte, auxílio-reclusão e todos os outros direitos previdenciários.
Nos termos do art. 2, §1 da Lei nº 10.666/2003 terão direito ao benefício
os dependentes de segurado que não tiverem recebendo nenhum outro tipo de
auxílio ou benefício, além de salário da empresa.
Art. 2º. Lei nº 10.666/2003, o exercício de atividade remunerada pelo
segurado recluso que contribuir na condição de contribuinte individual ou
facultativo não acarreta a perda do direito ao recebimento do auxílio-
reclusão para seus dependentes.

Sendo que não impede que quem irá receber tenha outra renda
comprovada ou não, quando se estiver recebendo algum valor previdenciário deve-
se optar pelo mais vantajoso, pois não existe acúmulo de benefícios.
Dúvida frequente é quanto a carência para dar entrada neste direito e
quantas são as parcelas necessárias estarem pagas e somente quem tiver a carteira
assinada no dia da prisão poderá pleitear.
Não existe carência, ou seja, a partir do momento que se tem a carteira
assinada ou estado em estado de graça previdenciária, requisitos que explicaremos
em um capítulo a parte, se enquadra como detentor deste direito.

2. DAS DEPENDENTES DO SEGURADO RECOLHIDO À PRISÃO


A Lei nº 8.213/91 em seu título III, que rege sob Regime Geral da
Previdência Social, estabelece que são beneficiários deste regime os segurados e
seus dependentes.
São segurados todos aqueles que se enquadram no art. 11 da referida lei
como por exemplo, empregados urbanos e rurais, trabalhadores temporários,
prestadores de serviços no Brasil em missão diplomática, servidores públicos,
ocupantes de cargo em comissões, nas autarquias e fundações públicas, aqueles
que exercem mandato eletivo em todas as esferas (Municipais, Estaduais e
Federais), empregados domésticos entre vários outros.
Já para serem consideradas dependentes dos beneficiados da
previdência, devem estar enquadradas no artigo 16 também da Lei nº 10.666/2003.
Ao contrário de outras leis não existe hierarquia ou preferência no recebimento,
bastando que comprovem ser descendentes e cônjuges, os ascendentes e os
colaterais não maiores de 21 anos ou com comprovada demência, deficiência
mental ou física grave devem comprovar o grau de dependência do segurado.
Sendo assim desnecessário a comprovação de filhos, cônjuges casados
ou com união estável, pois é presumido o restante dos dependentes deve ser
comprovada.
Os dependentes deverão dividir o valor do benefício em tantas partes
quantas forem comprovadas igualitariamente sem levar em conta o grau de
parentesco, a idade ou o grau de necessidade.
Novas habilitações ou inscrições de beneficiários poderão ser feita a
qualquer hora e a qualquer tempo, enquanto se mantiver o segurado preso. Aqueles
que entraram agora não terão direito a receber valores retroativos e sim fazer parte
da nova divisão de valores.
Os valores serão novamente divididos se existir morte, maior idade,
divórcio ou qualquer situação que modifique o estado de dependente.
Nascimento de filhos ou casamento quando ainda na prisão, ambos são
motivos para passar a receber uma parte no auxílio-reclusão, ou início ao processo
pedido.

3. A RENDA DO SEGURADO
Ao contrário do que muitos pensão, o auxílio-reclusão é um beneficio
restrito ao tempo de contribuição ou simplesmente ter a carteira assinada quando
preso. É fundamental ter dois fatores para se ter este direito, em primeiro lugar, e
sem dúvida o mais importante, ter contribuído com a previdência social, o segundo é
não ter recebido como forma de pagamento valor maior que R$ 1.370,00. O primeiro
fator é taxativo, contribui tem direito vai receber, o segundo deixa uma pequena
margem de dúvida quanto a quem tem direito, pois é o valor da última contribuição
ou estando em estado de graça previdenciária o valor que está recebendo no
momento. Vários que foram presos não estariam recebendo nenhum valor
comprovado, então todos teriam direito por não estarem recebendo qualquer quantia
comprovada, dúvidas que são julgadas caso a caso pelo judiciário.
Correntes jurídicas diversas entendem que somente o segurado que
pague até o valor do teto se enquadra como baixa renda tendo o direito ao benefício.
Nem sempre foi assim, antes da Emenda Constitucional nº 20/1998, não
havia restrições para a concessão do benefício aos que recebiam qualquer valor, até
mesmo aqueles que contribuíam com o teto previdenciário tinham direito, não
proporcional aquilo que pagavam, mas vinculado ao teto pago a todos.
Todo e qualquer segurado recluso possui desta forma condição de
auxiliar e amparar seus dependentes.
É necessário que toda concessão e cancelamento de qualquer tipo de
benefício ou auxílio previdenciário devia ser muito bem estudado e regulamentado,
não se criando lacunas entre estes ou sofrendo mudanças por pressões externas
como a mídia ou pressão popular. Cortar valores e direitos pela justificativa pelo
Governo Federal da falência do sistema previdenciário público desemparando
aqueles que contribuíram ao longo de uma vida inteira, que muitos jamais queriam
ou gostariam de usufruir deste alento, e mantendo regalias e privilégios ao Poder
Judiciário e mesmo legislativo, como aposentadoria de senadores após 180 dias
consecutivos de mandato e sem dúvida desumano e injustificável.
As pessoas contribuem facultativamente ou obrigatoriamente para terem
em seus piores momentos, seja na velhice, no auxílio-doença, afastamento
temporário ou permanente por qualquer motivo, como a invalidez, auxílio-natalidade
ou auxílio-reclusão, tema deste trabalho, retorno daquilo que foi cobrado e
devidamente pago. Valores que são impostos e que não adianta questionar,
recursar-se a pagar, se não cumprir com sua parte como cidadãos não tem perdão.
Já o Estado não cumprir suas obrigações é fato sem punição. Por maior
que seja o salário de quem estiver preso no momento que estiver na cadeia deixará
de receber seu salário e se caso não tenha reserva financeira ou bens disponíveis
poderá, e com toda certeza, passar por grandes dificuldades e necessidades.
Uma grande injustiça social se fez ao limitar o recebimento do auxílio-
reclusão a quanto o segurado recebeu de salário a mais do que o permitido.
Muitas das vezes é um pouco a mais que impede este recebimento,
deixando famílias inteiras de trabalhadores de carteira assinada, que não são
bandidos ou tendenciosos ao crime, sem nenhuma renda, recurso ou mesmo auxílio.
Proteger a qualidade de vida é resguardo à Instituição Familiar devem ser
obrigação do Estado mantendo todos os benefícios previdenciários aos contribuintes
e seus dependentes.

4. MOTIVOS QUE DETERMINAM A CESSAÇÃO OU SUSPENSÃO DO AUXÍLIO-


RECLUSÃO
O pagamento do auxílio-reclusão será extinto nas seguintes situações:
a) Com a extinção da última cota individual;
b) Se o segurado, ainda que privado de sua liberdade ou recluso, passar a
receber aposentadoria;
c) Pelo óbito do segurado ou do beneficiário dependente 3;
d) Pela soltura do segurado;
e) Pela emancipação do dependente ou quando completar 21 anos de idade,
salvo se inválido, no caso de filho, equiparado ou irmão, de ambos os sexos;
f) Em se tratando de dependente inválido, pela cessação da invalidez, verificada
em exame médico pericial a cargo do INSS.
Prosseguindo, são casos de suspensão do auxílio-reclusão:
a) No caso de fuga do segurado4;
b) Se o segurado, ainda que privado de liberdade, passar a receber auxílio-
doença;
c) Quando o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado pela
autoridade competente, para prova de que o segurado permanece recolhido à
prisão;
d) Quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional ou progressão
para o regime aberto (art. 300, IN 118/05).
Ressalta-se, por oportuno, que o exercício de atividade remunerada pelo
segurado recluso em cumprimento de pena em regime fechado ou semiaberto que
verter contribuições para o RGPS, na condição de segurado contribuinte individual
ou facultativo, como forma de incentivar a sua reabilitação, não acarreta perda do
direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes (art. 2º, Lei
10.666/03).
Em caso de morte do segurado recluso que contribuir como contribuinte
individual ou facultativo, o valor da pensão por morte devida a seus dependentes
será obtido mediante a realização de cálculo, com base nos novos salários de
contribuição correspondentes, neles incluídas as contribuições recolhidas enquanto
recluso, facultada a opção pelo valor do auxílio-reclusão. Assim, os pagamentos
efetuados pelo segurado serão levados em consideração para o cálculo da pensão
3
Falecendo o segurado preso, o auxílio-reclusão pago aos seus dependentes é automaticamente convertido em
pensão por morte (art. 118, do Decreto 3048/99). Contudo, se não houve concessão de auxílio-reclusão, por
não se enquadrar o segurado como de baixa renda, é devido pensão por morte aos dependentes se o óbito do
segurado ocorrer na prisão ou dentro do período de graça, ou seja, no prazo de até doze meses após o
livramento ou progressão para o regime aberto (art. 118, parágrafo único, do Decreto 3048/99).
4
Se houver recaptura do segurado, o benefício é restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, sem
efeito retroativo, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado (art. 117, § 2º, do Decreto
3.048/99). Se for capturado após o período de graça (12 meses – art. 15, IV, da Lei 8.213/91), o benefício
somente será concedido novamente aos seus dependentes se o detento tiver exercido atividade remunerada
durante o interregno da fuga, dada a condição de segurado obrigatório, ou, se tiver contribuído como segurado
facultativo.
por morte. Entretanto, se a pensão por morte atingir patamar inferior ao do auxílio-
reclusão, prevalecerá o valor deste (art. 2, § 2, Lei nº 10.666/03).
Feitas tais considerações, cabe asseverar, de acordo com o pensamento
de Hélio Gustavo Alves que:

Se extinto ou reduzido este benefício previdenciário pela baixa renda,


ocorrerá um retrocesso social. O auxílio-reclusão é uma prestação
previdenciária de fundamental importância nas relações sociais, pois sua
concessão faz com que se evite um caos tanto para a família do segurado
quanto para o País, pois se suprimido esse importante benefício, muitos
dependentes teriam que partir, seja de qual forma for, legal ou ilegal, para
trazer o que comer, e sabemos que a hipótese mais provável é,
infelizmente, o aumento da criminalidade pelo fato da genitora ter que
trabalhar e os menores ficarem sem a devida base educacional, ficando à
mercê do mundo5.

5. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO


Quando o segurado deixa de contribuir, entre outros casos, nos seguintes
intervalos de tempo:
 Mias de 12 meses ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração nesse
período;
 Mais de 24 meses, se já tiver contribuído por mais de 120 meses;
Obs.: Ambos os prazos serão acrescidos de 12 meses, se estiver
desempregado, desde que comprovada esta situação perante a Agência Pública
de Emprego e Cidadania (APEC) do Ministério do Trabalho e Emprego.

6. DOCUMENTOS EXIGIDOS
Documentação básica:
 Documento de identificação do requerente (carteira de identidade, carteira de
trabalho ou outro qualquer);
 Título de eleitor, certidão de nascimento ou de casamento (expedido há mais
de 5 anos);
 Procuração, se for o caso;
 Cadastro de Pessoa Física (CPF);
 Carteira de trabalho ou outro documento que comprove o exercício de
atividade anterior a julho/94;
 Pis/Pasep;
5
ALVES, Hélio Gustavo. Auxílio Reclusão. Direitos dos presos e de seus familiares. São Paulo: LTR, 2007. p. 118.
 Certidão do efetivo recolhimento do segurado à prisão.
Documentação complementar, para períodos anteriores a julho de 94, de
acordo com os vínculos com a Previdência Social, tais como:
 Cartão de Inscrição de Contribuinte Individual (CICI);
 Documento de Cadastramento do Contribuinte Individual (DCT-CI);
 Comprovantes de recolhimento à Previdência Social;
 Contrato social (sócio de empresa ou de firma individual);
 Comprovantes de cadastro no INCRA;
 Contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;
 Bloco de notas e/ou notas fiscais de venda por produtor rural;
 Declaração de sindicato de trabalhador rural, sindicato de pescadores, de
colônia de pescadores, do IBAMA, do Ministério da Agricultura ou de sindicato
rural;
 Declaração da FUNAI;
 Outros previstos em regulamentação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como
é visto de uma forma pejorativa pelos membros da sociedade quem está de fora e
como é importante para aqueles que recebem o auxílio-reclusão.
Acreditar que alguém prefere perder sua liberdade para receber tão
minguado recurso que será dividido em partes iguais para todos é no mínimo
desvalorizar a raça humana.
Devemos lembrar que quem tem o direito a este benefício trabalhou
regularmente de carteira assinada ou como contribuinte e muitas das vezes comete
pequenos delitos no qual todos estão sujeitos a cometer.
Ao dar o direito a este benefício, o Estado evita que toda a pena do
condenado recaia sobre sua família, perpetuando e transferindo pena de um
condenado para um inocente.

REFERÊNCIAS

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