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UNIFTC - FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS


CURSO DE DIREITO

AUXÍLIO RECLUSÃO

ALEX GOMES DE OLIVEIRA


ANA CLAUDIA SANTOS GARRIDO
DANILO MATHEUS MACEDO DOS SANTOS
ELCIO VIEIRA DA SILVA
ENEAS NUNES SILVA
ÉRICA HORRANA LEMOS NASCIMENTO
GIOVANA VIANA FONTES
JEIZA REGIS VIEIRA SILVA
JUAN PINTO SILVA
KELLY COSTA PIZZANI
LEANDRO EDINGTON ANSELMO CAYRES
LIS MARIELLEN ROCHA SANTOS
LUAN MARCOS SILVA SANTOS
LUDMILLA SANTOS BARBOSA
MANUELA TIBURCIO SENA
MARCONE SILVA DUARTE
MIRIAN BATISTA SANCHES
MONIQUE SANTOS FIGUEIREDO
RAFAEL COUTO DA SILVA
STÉPHANIE SANTOS BARBOSA

SALVADOR
2023
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ALEX GOMES DE OLIVEIRA (JEQUIÉ)


ANA CLAUDIA SANTOS GARRIDO (SALVADOR)
DANILO MATHEUS MACEDO DOS SANTOS (SALVADOR)
ELCIO VIEIRA DA SILVA (SALVADOR)
ENEAS NUNES SILVA (JEQUIÉ)
ÉRICA HORRANA LEMOS NASCIMENTO (JEQUIÉ)
GIOVANA VIANA FONTES (JEQUIÉ)
JEIZA REGIS VIEIRA SILVA (JEQUIÉ)
JUAN PINTO SILVA (SALVADOR)
KELLY COSTA PIZZANI (JEQUIÉ)
LEANDRO EDINGTON ANSELMO CAYRES (SALVADOR)
LIS MARIELLEN ROCHA SANTOS (JEQUIÉ)
LUAN MARCOS SILVA SANTOS (JEQUIÉ)
LUDMILLA SANTOS BARBOSA (JEQUIÉ)
MANUELA TIBURCIO SENA (JEQUIÉ)
MARCONE SILVA DUARTE (SALVADOR)
MIRIAN BATISTA SANCHES (JEQUIÉ)
MONIQUE SANTOS FIGUEIREDO (SALVADOR)
RAFAEL COUTO DA SILVA (JEQUIÉ)
STÉPHANIE SANTOS BARBOSA (JEQUIÉ)

AUXÍLIO RECLUSÃO:

Trabalho da disciplina Direito da


Seguridade Social, da docente LETICIA DE
OLIVEIRA ECA, apresentado na UNIFTC,
como requisito básico para a conclusão do
Curso de Direito.

SALVADOR
2023
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AUXÍLIO RECLUSÃO

O auxílio-reclusão é um dos benefícios previdenciários previstos na


Constituição Federal e na Lei nº 8.213/1991, que dispõe sobre a organização da
Seguridade Social atualmente.

Contudo, sua origem remonta à década de 30, mais precisamente à era do


governo de Getúlio Vargas, que o instituiu no ordenamento jurídico da época através
do Decreto nº 22.872, de 29 de junho de 1933, norma disciplinadora da
aposentadoria e pensão dos marítimos.

Portanto, nesse primeiro momento, o benefício se estendia apenas aos


trabalhadores da navegação.

Somente em 1960 é que o auxílio, então, foi estendido aos demais


trabalhadores, nos termos da Lei nº 3.087 de 26 de agosto de 1960, que
disciplinava, na época, a organização da Seguridade Social sem distinção de
categoria.

Já na Constituição Federal de 1998, o auxílio-reclusão foi expressamente


arrolado entre os benefícios da Seguridade Social, sendo alçando, então, ao status
de direito fundamental. Caso contrário, vejamos:

Art. 201. A previdência social será


organizada sob a forma do Regime Geral
de Previdência Social, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá,
na forma da lei, a:
IV - salário-família e auxílio-reclusão para
os dependentes dos segurados de baixa
renda; [...]
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Por seu turno, coube à Lei nº 8.213/1991 a regulamentação deste direito


fundamental, a qual prevê:

Art. 80. O auxílio-reclusão, cumprida a


carência prevista no inciso IV do caput do
art. 25 desta Lei, será devido, nas
condições da pensão por morte, aos
dependentes do segurado de baixa renda
recolhido à prisão em regime fechado que
não receber remuneração da empresa nem
estiver em gozo de auxílio-doença, de
pensão por morte, de salário-maternidade,
de aposentadoria ou de abono de
permanência em serviço.

Pois bem, da leitura do dispositivo supratranscrito, de plano, observa-se


que, ao contrário do que muitos pensam, o auxílio-reclusão é destinado
exclusivamente ao dependente do segurado filiado.

Nesse sentido, são segurados filiados o empregado urbano, rural ou


doméstico, os trabalhadores avulsos, os contribuintes individuais, os segurados
especiais e os segurados facultativos, nos termos do art. 11 a 13 da Lei da
Seguridade Social. Por seu turno o art. 16 da citada lei dispõe que são dependentes
do segurado:

Art. 16. [...]


I - o cônjuge, a companheira, o
companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave;
II - os pais;
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III - o irmão não emancipado, de qualquer


condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave;

Já no que tange aos requisitos para a sua concessão, o art. 80 da Lei


8.213/1991, primeiro, exige-se o cumprimento da carência de 24 contribuições
mensais, nos termos do art. 25, IV, da citada lei.

Ainda, é imprescindível, como é de ser, que o segurado esteja recolhido à


prisão em regime fechado, inclusive, em caso de prisão civil, administrativa ou
cautelar.

Nesse caso, o requerimento do benefício deve ser instruído com certidão


judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão, sendo exigida, ainda, a
apresentação de prova de permanência na condição de presidiário para a sua
manutenção trimestralmente, nos termos do §1º do art. 80 da Lei nº 8.213/1991.

A propósito, no caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver


recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer,
desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado, nos termos do art. 117,
§2º, do Decreto 3048/1999.

Por conseguinte, não deve receber remuneração da empresa e nem estar


em gozo de auxílio-doença, de pensão por morte, de salário-maternidade, de
aposentadoria ou de abono de permanência em serviço.

Note-se, entretanto, que o exercício de atividade remunerada iniciado após


a prisão não acarreta a perda do direito ao recebimento do benefício para os seus
dependentes, na esteira do que estabelece o art. 116, §6º, do Decreto nº 3048/1999.
Por fim, o segurado deve ser de baixa renda, isto é, aufira rendimentos igual ou
inferior a R$ 1.754,18, conforme limite estabelecido atualmente pela Portaria
Interministerial MPS/MF nº 26/2023.
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A respeito do valor do benefício, este será apurado na forma estabelecida


para o cálculo da pensão por morte, não podendo exceder o valor de um
salário-mínimo. Nessa senda, reza o art. 5º da Portaria Interministerial MPS/MF
26/2023 que, a partir de 1º de janeiro de 2023, deve ser observado como limite o
montante de R$ 1.302,00.

Com relação ao início da sua concessão, prevê o art. 116, §4º, do Decreto nº
3048/1999 que o auxílio-reclusão será devido a partir da data em que o segurado foi
recolhido à prisão, inclusive, nos casos em que o requerimento tenha sido formulado
até 30 dias do seu recolhimento. Contudo, ultrapassado o trintídio, o benefício será
devido a partir da data do requerimento.

A propósito, o pedido deve ser feito pelo aplicativo ou site do Meu INSS,
devendo ser instruído com documentos de identificação do segurado e dos
dependentes, da certidão judicial à que alude o §1º do art. 80 da Lei da Seguridade
Social e da prova do tempo de contribuição, quando for o caso.

Ocorre a suspensão do benefício nas hipóteses previstas no art. 344 da


Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/2010:

Art. 344. Os pagamentos do


auxílio-reclusão serão suspensos:
I - no caso de fuga;
II - se o segurado, ainda que privado de
liberdade, passar a receber auxílio-doença;
III - se o dependente deixar de apresentar
atestado trimestral, firmado pela autoridade
competente, para prova de que o segurado
permanece recolhido à prisão; e
IV - quando o segurado deixar a prisão por
livramento condicional, por cumprimento da
pena em regime aberto ou por prisão
albergue.
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Já o encerramento se dá nas hipóteses previstas no art. 343 da Instrução


Normativa INSS/PRES nº 45/2010:

Art. 343. O auxílio-reclusão cessa:


I - com a extinção da última cota individual;
II - se o segurado, ainda que privado de sua
liberdade ou recluso, passar a receber
aposentadoria;
III - pelo óbito do segurado ou beneficiário;
IV - na data da soltura;
V - pela ocorrência de uma das causas
previstas no inciso III do art. 26, no caso de
filho ou equiparado ou irmão, de ambos os
sexos;
VI - em se tratando de dependente inválido,
pela cessação da invalidez, verificada em
exame médico pericial a cargo do INSS; e
VII - pela adoção, para o filho adotado que
receba auxílio-reclusão dos pais biológicos,
exceto quando o cônjuge ou o
companheiro(a) adota o filho do outro.

Aliás, em caso de óbito, o auxílio-reclusão é cessado, sendo, em seguida,


concedida a pensão por morte, nos termos do art. 118 do Decreto nº 3048/1999.

REFERÊNCIAS

https://www.poder360.com.br/brasil/comprova-auxilio-reclusao-e-garantido-por-lei-de
sde-1960;
https://www.defensoriapublica.pr.def.br/Noticia/Saiba-mais-sobre-o-auxilio-reclusao-
beneficio-para-pessoas-privadas-de-liberdade-que;
https://ingracio.adv.br/auxilio-reclusao/#:~:text=1.-

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