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o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha
3ª Classe deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, desde que comprove a dependência
econômica.
ATENÇÃO:
De acordo com a Emenda Constitucional nº 103, de 12/11/2019 (EC 103/2019), equiparam-se a filho, para fins de
recebimento da pensão por morte, exclusivamente, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência
econômica. Foi retirado a previsão do menor sob guarda como dependente.
Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a
segurada.
Conforme Portaria MPS nº 513, de 09 de dezembro de 2010, o companheiro ou a companheira do mesmo sexo também
integra o rol dos dependentes, desde que comprovada a união estável, concorre em igualdade com os demais dependentes
preferenciais.
As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporâneos dos fatos,
produzidos em períodos não superior a 24 meses anterior à data do óbito ou do recolhimento a prisão do segurado.
pela separação judicial ou o divórcio e pela cessação da união estável desde que não receba pensão alimentícia;
pela anulação do casamento;
pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado.
Ao completarem 21 anos de idade, exceto se tiverem deficiência intelectual ou mental que os tornem absoluta ou
relativamente incapazes, assim declarados judicialmente, ou inválidos, desde que a invalidez ou a deficiência
intelectual ou mental tenha ocorrido antes do fato gerador;
do casamento;
do início do exercício de emprego público efetivo;
da constituição de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, em função
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria; ou
da concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos.
ATENÇÃO: Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido condenado criminalmente por
sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime,
cometido contra a pessoa do segurado.
FINALIZANDO
Chegamos ao final da aula. Nas próximas você vai verificar os critérios específicos para cada tipo de benefício para os
dependentes que são a Pensão por morte e o Auxílio-Reclusão.
"A Pensão por Morte é uma das diversas prestações existentes na carteira de Previdência Social, destinado a exclusivamente aos
dependentes do segurado quando o mesmo é acometido pelo risco social de morte. É de fundamental importância, pois objetiva
amparar os dependentes em um dos momentos mais cruciais que uma família pode enfrentar. Busca efetivar a dignidade da
pessoa humana, dando condições, de sobreviver àqueles que perderam seu sustentador" (Rúbia Zanotelli de Alvarenga)
DEFINIÇÃO
1. O dependente condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado, ou seja, a morte
do cônjuge deverá ter sido causada de forma dolosa (com intenção).
2. O cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na
união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo
judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.Vamos ilustrar uma situação:
Se a esposa dirige o veículo com excesso de velocidade e se envolve culposamente em um acidente, causando a morte de seu
marido, mesmo assim, ela terá direito à pensão por morte, já que a morte foi causada de forma culposa (sem intenção).
Caso o esposo cometa atos de violência contra a esposa, assassinando-a, de forma intencional, perderá o direito ao benefício, após
o trânsito em julgado (decisão judicial definitiva), já que a morte foi causada de forma dolosa (com intenção).
• VALOR DO BENEFÍCIO
A pensão por morte será equivalente a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou daquela
a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 pontos
percentuais por dependente, até o máximo de 100%.
Na hipótese de haver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte será
equivalente a 100% do valor da aposentadoria no Regime Geral, sem exceder o teto. Contudo, o valor da pensão será
recalculado na forma descrita no parágrafo anterior, quando:
1. a invalidez ou deficiência intelectual, mental ou grave sobrevier à data do óbito, enquanto estiver mantida a qualidade de
dependente; ou
2. deixar de haver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave.
Atenção: As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes,
preservado o valor de 100% da pensão por morte quando o número de dependentes remanescentes for igual ou superior a 5.
O pagamento será de 50% do valor da aposentadoria acrescido de 10% para cada dependente:
• 1 dependente: 60% da aposentadoria do(a) falecido(a)
• 2 dependentes: 70%
• 3 dependentes: 80%
• 4 dependentes: 90%
• 5 ou mais dependentes: 100%
• ACUMULAÇÃO DO BENEFÍCIO
Nos casos em que a lei permitir acúmulo de benefício, serão pagos 100% do benefício de maior valor a que a pessoa tem
direito, mais um percentual da soma dos demais. Esse percentual vai variar de acordo com o valor do benefício:
• 100% do valor até um salário mínimo;
• 60% do valor que estiver entre um e dois salários mínimos;
• 40% do que estiver entre dois e três salários;
• 20% entre três e quatro salários mínimos; e
10% do que ultrapassar quatro salários mínimos.
ILUSTRAÇÃO DE CASO
Observe o exemplo abaixo e perceba como ocorre o cálculo da pensão por Morte em caso de acumulação.
Uma mulher que receba aposentadoria de R$ 2.500 mensais e fique viúva do marido que recebia aposentadoria de R$ 3.000. A
viúva é a única dependente. Nesse caso, a aposentada continuaria recebendo integralmente a aposentadoria de R$ 2.500
(benefício de maior valor). Aplicando-se a nova regra da pensão por morte (Emenda Constitucional nº 103/2019), seu valor
passaria a ser de R$ 1.800,00 (60% do valor da aposentadoria do marido). Sobre esse valor são aplicadas as cotas de acúmulo
do benefício, conforme explicado abaixo:
Valor da Pensão: 50% + 10% (1 dependente) = 60% x R$ 3.000,00= R$ 1.800,00
Logo, R$ 2.500,00 (Aposentadoria da mulher) é o benefício de maior valor, comparado ao valor da pensão de R$
1.800,00, então faremos o cálculo da acumulação em cima dos R$ 1.800,00.
Aula 3 - Auxílio-Reclusão
AUXÍLIO-RECLUSÃO
O Auxílio-Reclusão é um dos benefícios criados diretamente pela Constituição Federal. O mesmo é pago aos
dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não receber remuneração da empresa
para a qual trabalha, nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço que, no mês do recolhimento à prisão tenha renda igual ou inferior a
R$ 1.754,18 (valor em vigor a partir de 1º de janeiro de 2023, conforme Portaria Interministerial MTP/MF Nº 12, DE 11
DE JANEIRO DE 2023).
Equipara-se à condição de recolhido à prisão a situação do segurado com idade entre 16 e 18 anos que tenha sido
internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado de Infância e da Juventude.
O princípio que fundamenta o auxílio-reclusão é o da proteção à família: se o segurado está preso, impedido de trabalhar,
a família tem o direito de receber o benefício para o qual ele contribuiu. Portanto, o benefício é regido pelo direito que a
família tem sobre as contribuições do segurado feitas ao Regime Geral de Previdência Social.
Além da carência, para ter o direito ao benefício, é preciso comprovar a qualidade de segurado do recluso e a condição de
dependente, observando que a quantidade de contribuições e o tempo de casamento ou união estável serão relevantes para
fins de manutenção do benefício e definição do tempo de duração deste.
Para comprovar a reclusão o dependente deverá apresentar CERTIDÃO JUDICIAL confirmando o recolhimento por
regime fechado.
A aferição da renda mensal bruta, para enquadramento do segurado como de baixa renda, ocorrerá pela média dos
salários de contribuição apurados no período de 12 meses anteriores ao mês do recolhimento à prisão. A média apurada
deve ser igual ou inferior ao valor fixado como baixa renda, por portaria ministerial, vigente na data do fato gerador.
Quando não houver salário-de-contribuição no período de doze meses anteriores à prisão, será considerado segurado de
baixa renda.
MANUTENÇÃO
O cálculo do valor do benefícios será realizado na mesma forma daquela aplicável à Pensão por Morte, não podendo
exceder o valor de 1 (um) salário mínimo. Para relembrar, verifique como esse cálculo foi exemplificado na aula sobre
Pensão por Morte.
CESSAÇÃO OU SUSPENSÃO
1. com a morte do segurado e, nesse caso, o Auxílio-Reclusão será convertido em Pensão por Morte;
2. em caso de fuga, liberdade condicional, transferência para prisão albergue ou cumprimento da pena em regime
aberto ou semiaberto. Nesses casos o dependente deve procurar Agência da Previdência para solicitar cessação
imediata do benefício.
3. ao dependente que perder essa qualidade pelos motivos definidos em lei;
4. com o fim da invalidez ou da deficiência do dependente; morte do dependente.
DURAÇÃO DO BENEFÍCIO
A duração do auxílio-reclusão para cônjuges ou companheiros segue, no que couber, as regras estabelecidas na Lei
13.135/15 referentes à duração da Pensão por Morte. Com isto, o auxílio-reclusão poderá ser concedido, conforme o
caso, com ou sem limite máximo de prazo.
O segurado com tempo de casamento ou união estável inferior a 02 (dois) anos, instituirá para seu cônjuge ou
companheiro o auxílio-reclusão com duração de apenas 04 (quatro) meses.
O benefício será concedido com ou sem limite máximo de prazo aos cônjuges ou companheiros do segurado que vier a
ser recolhido à prisão, desde que o mesmo tenha cumprido a carência de 24 (vinte e quatro) contribuições mensais e
tenha mais de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. O limite máximo de prazo será fixado conforme a
expectativa de sobrevida do dependente verificada no momento da prisão do segurado, obtida a partir da Tábua Completa
de Mortalidade - ambos os sexos - construída pelo IBGE.
Observe a seguir seguinte como ocorre essa duração.
Enquanto o segurado permanecer recolhido à prisão, o benefício poderá durar:
Conforme vimos, os cônjuges ou companheiros mais jovens, não inválidos nem com deficiência, passaram a receber o
auxílio-reclusão por prazo limitado, conforme sua expectativa de sobrevida, ou até a soltura do preso, o que ocorrer
primeiro.
SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO
Em caso de fuga, após a recaptura do segurado, o dependente deverá fazer novo requerimento do benefício.
Deverá também apresentar a prova de permanência na condição de presidiário para que se verifique se o recluso ainda
possui qualidade de segurado, ocasião em que serão analisados novamente os critérios de concessão e o possível
restabelecimento do benefício.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
O segurado recluso que exercer atividade remunerada em cumprimento de pena em regime fechado, que contribuir na
condição de facultativo, não acarretará perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes.
É devido abono anual (13º salário) ao segurado e ao dependente da Previdência que, durante o ano, recebeu auxílio-
doença, salário-maternidade, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão.
O auxílio-reclusão não pode ser acumulado com: benefício assistencial ao idoso e ao portador de deficiência;
aposentadoria (do recluso); abono de permanência em serviço (do recluso); pensão mensal vitalícia de Seringueiro;
auxílio-doença e salário-maternidade (do recluso).
O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por
base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro ou do mês da alta ou da cessação do benefício de cada
ano.
FINALIZANDO
"Na seara previdenciária, a família é protegida por meio dos benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão. Em
ambos, o risco social atendido é a perda da fonte de subsistência do núcleo familiar, na primeira hipótese em razão do
óbito do segurado, na segunda, por ocasião de sua detenção prisional".
Tanto um quanto o outro são destinados a "garantir a subsistência digna dos dependentes do segurado de baixa renda,
recolhido à prisão, impossibilitado de prover o atendimento das necessidades básicas e essenciais de sua família".
Adaptado de http://www.jurisite.com.br/doutrinas/Previdenciaria