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Direito

Previdenciário

Adriana Menezes
- Pensão por morte – parte 1
- Dependentes do RGPS
Dependentes

> Legislação:

➢ Lei n. 8.213/91 = art. 16


➢ Decreto n. 3.048/99 = arts. 16, 17, 22, 108, §2º, 114
Dependentes

> Os dependentes do RGPS são divididos em três classes dispostas no art. 16 da Lei nº
8.213/91, conforme tabelas abaixo:
D
e
p
e cônjuge, companheiro(a) e filho não
n emancipado, de qualquer condição, menor
d 1ª Classe: de 21 anos ou inválido ou que tenha
e deficiência intelectual ou mental ou
n deficiência grave.
t
e
s
2ª Classe: os pais.

o irmão não emancipado, de qualquer condição,


3ª Classe: menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou
que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave.
Dependentes

> A existência de dependente de uma classe superior exclui o direito dos dependentes
pertencentes às classes seguintes.

> A dependência econômica dos dependentes de 1ª classe em relação ao segurado é


presumida, e a dos demais deve ser comprovada.

> Os dependentes pertencentes à mesma classe vão concorrer em igualdade de


condições, tendo o benefício dividido em partes iguais entre eles.
Cônjuge ou companheiro(a)

cônjuge, companheiro(a) e filho não


1ª Classe: emancipado, de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave.
Dependentes

> O companheiro ou a companheira do mesmo sexo do segurado inscrito no RGPS


integra o rol dos dependentes e, desde que comprovada a união estável, concorre
para fins de pensão por morte e de auxílio-reclusão com os dependentes de 1ª classe.

> A dependência, no caso, é presumida.

> TNU, Tema 226


> Tese fixada: a dependência econômica do cônjuge ou do companheiro relacionados no
inciso I do art. 16 da Lei n. 8.213/1991, em atenção à presunção disposta no § 4º do
mesmo dispositivo legal, é absoluta.
Dependentes

> Decreto n. 3.048/99


> Art 16...
> § 6º Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e
duradoura entre pessoas, estabelecida com intenção de constituição de família,
observado o disposto no § 1º do art. 1.723 da Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil,
desde que comprovado o vínculo na forma estabelecida no § 3º do art. 22.
Dependentes

> Lei nº 8.213/91 –


> Art. 16...
> §5º As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova
material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e
quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não
admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento.
S T F - Te m a 5 2 9

> RE 1045273/SE
> Julgado em: 18/12/2020

> Questão submetida a julgamento: efeitos jurídicos ao casamento (ou união estável)
mantida em concomitância com outra união estável....
S T F - Te m a 5 2 9

> Tese fixada: A preexistência de casamento ou de união estável de um dos conviventes,


ressalvada a exceção do artigo 1723, §1° do Código Civil, impede o reconhecimento de
novo vínculo referente ao mesmo período, inclusive para fins previdenciários, em
virtude da consagração do dever de fidelidade e da monogamia pelo ordenamento
jurídico-constitucional brasileiro.
Dependentes

> Ex-cônjuge, ex-companheiro(a) que têm direito à prestação alimentícia após a


separação judicial ou o divórcio figuram como dependentes.

> Súmula n. 336 do STJ:


> A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão
previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente.
Filhos

> A – IDADE (18 X 21)

> Princípio da especialidade?

> Critério cronológico?


Filhos

> B – CONDIÇÃO DE UNIVERSITÁRIO

> Súmula 37 da TNU:


> A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela
pendência do curso universitário.
Filhos

> C – INVALIDEZ / DEFICIÊNCIA

> Decreto n. 3.048/99


> Art. 22
> ... § 9º No caso de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou
grave, para fins de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada por
meio de exame médico-pericial a cargo da Perícia Médica Federal e a deficiência, por
meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar
PENSÃO POR MORTE

> ACP n. 0059826-86.2010.4.01.3800/MG

> Em razão da condenação do INSS pela ACP 0059826-86.2010.4.01.3800/MG é concedida


pensão por morte ao filho ou ao irmão inválido quando a invalidez tenha se manifestado
após a maioridade ou emancipação, mas até a data do óbito do segurado. Pela decisão,
atinge os pedidos cujas datas de entrada de Requerimento-DER a partir de 19/08/2009.
Filhos

> C – INVALIDEZ / DEFICIÊNCIA

> Filho inválido pode trabalhar?

> Filho com deficiência pode trabalhar? (→)


Filhos

> Lei 8.213/91 (redação dada pela Lei 13.183/15):

> Art. 77.


> ...§ 6º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da parte
individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental ou com
deficiência grave.
Filhos

> EQUIPARADOS A FILHO


> EC 103/2019
> Art. 23...
> § 6º. Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte,
exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência
econômica.

> A lei previdenciária não prevê o menor sob guarda como integrante do rol de
dependentes do RGPS.
Filhos

> Decreto n. 3.048/99


> Art.16...
> § 3º Equiparam-se a filho, na condição de dependente de que trata o inciso I
do caput, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a
dependência econômica na forma estabelecida no § 3º do art. 22.
- Pensão por morte – parte 2
- Dependentes do RGPS
2ª Classe: os pais.

o irmão não emancipado, de qualquer


3ª Classe: condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave.
Dependentes

> Lei nº 8.213/91 –


> Art. 16...
> §5º As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova
material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e
quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não
admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento.
Inscrição - Dependentes

> A inscrição do dependente no RGPS é feita, em regra, no momento que ele for
requerer o seu benefício.
Filhos

> C – INVALIDEZ / DEFICIÊNCIA

> Decreto n. 3.048/99


> Art. 108...
> § 2º A condição do dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou
grave poderá ser reconhecida previamente ao óbito do segurado e, quando
necessário, ser reavaliada quando da concessão do benefício. (Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
Inscrição - Dependentes

> Decreto n. 3.048/99:

> Art. 22. A inscrição do dependente do segurado será promovida quando do


requerimento do benefício a que tiver direito, mediante a apresentação dos
seguintes documentos:
Inscrição - Dependentes

> I- para os dependentes preferenciais:

> a) cônjuge e filhos - certidões de casamento e de nascimento;

> b) companheira ou companheiro - documento de identidade e certidão


de casamento com averbação da separação judicial ou divórcio, quando
um dos companheiros ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se
for o caso; e

> c) equiparado a filho - certidão judicial de tutela e, em se tratando de


enteado, certidão de casamento do segurado e de nascimento do
dependente, observado o disposto no § 3º do art. 16;
Inscrição - Dependentes

II - pais - certidão de nascimento do segurado e documentos de identidade


dos mesmos; e

III - irmão - certidão de nascimento.


Dependentes – comprovação de união
estável e dependência econômica
> Decreto n. 3.048/99
> Art. 22...
> § 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso,
deverão ser apresentados, no mínimo, dois documentos, observado o disposto nos §
6º-A e § 8º do art. 16, e poderão ser aceitos, dentre outros:
Dependentes

> I - certidão de nascimento de filho havido em comum;


> II - certidão de casamento religioso;
> III - declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como
seu dependente;
> IV - disposições testamentárias;
> V – Revogado
> VI - declaração especial feita perante tabelião;
> VII - prova de mesmo domicílio;
Dependentes

> VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão


nos atos da vida civil;
> IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada;
> X - conta bancária conjunta;
> XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como
dependente do segurado;
> XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados;
> XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a
pessoa interessada como sua beneficiária;
Dependentes

> XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o


segurado como responsável;
> XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
> XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou
> XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.
Dependentes

> ...§ 14. Caso o dependente só possua um dos documentos a que se refere o § 3º
produzido em período não superior a vinte e quatro meses anteriores à data do óbito
ou do recolhimento à prisão, a comprovação de vínculo ou de dependência econômica
para esse período poderá ser suprida por justificação administrativa, processada na
forma prevista nos art. 142 ao art. 151.
Perda da condição de dependente

> Decreto n. 3.048/99

Art. 16...
§9º. Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido
condenado criminalmente por sentença com trânsito em julgado, como autor,
coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime,
cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente
incapazes e os inimputáveis.
Perda da qualidade de dependente

Art.17. A perda da qualidade de dependente ocorre:

I - para o cônjuge, pelo divórcio ou pela separação judicial ou de fato,


enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do
casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em
julgado; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
II - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com
o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de
alimentos;
Perda da qualidade de dependente

III - ao completar vinte e um anos de idade, para o filho, o irmão, o enteado


ou o menor tutelado, ou nas seguintes hipóteses, se ocorridas anteriormente
a essa idade: (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

a) casamento; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

b) início do exercício de emprego público efetivo; (Redação dada pelo


Decreto nº 10.410, de 2020).
Perda da qualidade de dependente

c) constituição de estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de


relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis
anos completos tenha economia própria; ou (Redação dada pelo Decreto nº
10.410, de 2020).

d) concessão de emancipação, pelos pais, ou por um deles na falta do outro,


por meio de instrumento público, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença judicial, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis
anos completos; e (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
Perda da qualidade de dependente

IV - para os dependentes em geral:

a) pela cessação da invalidez ou da deficiência intelectual, mental ou grave;


ou (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).

b) pelo falecimento.
Perda da qualidade de dependente

§ 1º O filho, o irmão, o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a


dependência econômica dos três últimos, se inválidos ou se tiverem
deficiência intelectual, mental ou grave, não perderão a qualidade de
dependentes desde que a invalidez ou a deficiência intelectual, mental ou
grave tenha ocorrido antes de uma das hipóteses previstas no inciso III
do caput. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

§ 2º Para fins do disposto no § 1º, a data de início da invalidez ou da


deficiência intelectual, mental ou grave será estabelecida pela Perícia Médica
Federal. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira

> Cônjuge, companheiro ou companheira deixam de receber pensão:

> - após 04 meses se o segurado não tiver 18 contribuições ou 02 anos de


casamento ou união estável até a data do óbito.
Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira

> Essa regra não é aplicada em caso de morte por acidente de qualquer
natureza, doença profissional ou do trabalho.
Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira
> Concluindo:
Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira

> Cônjuge, companheiro ou companheira deixam de receber pensão:

> - após o prazo estabelecido pela tabela abaixo, caso o segurado tenha 18
ou mais contribuições e o casamento ou a união estável tiverem sido
iniciados há, pelo menos, 02 anos da data do óbito.
DURAÇÃO DA PENSÃO POR MORTE DE
C Ô N J U G E / C O M PA N H E I R O E M R A Z Ã O D A
IDADE
Ó B I T O S A PA R T I R D E J A N E I R O D E 2 0 2 1

> Vejamos a tabela abaixo com as novas idades:


Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira

> Se o óbito for decorrente de acidente de qualquer natureza ou doença


profissional ou do trabalho, MESMO QUE NÃO haja 18 contribuições e o
casamento ou a união estável não tenha 02 anos até a data do óbito, a
pensão será paga pelo prazo da tabela abaixo.
DURAÇÃO DA PENSÃO POR MORTE DE
C Ô N J U G E / C O M PA N H E I R O E M R A Z Ã O D A
IDADE
Ó B I T O S A PA R T I R D E J A N E I R O D E 2 0 2 1

> Vejamos a tabela abaixo com as novas idades:


Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira

> Lei n. 8.213/91


> Art. 77...

> § 2º-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse
período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro na média
nacional única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa de
sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em
números inteiros, novas idades para os fins previstos na alínea “c” do inciso
V do § 2o, em ato do Ministro de Estado da Previdência Social, limitado o
acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido incremento.
> A expectativa de vida do brasileiro aumentou 1,7 ano no período entre 2015 e 2020:

> Tábua do IBGE publicada em 01/12/2014 (referente ao de 2013) que vigorava quando
do advento da Lei 13.135/2015: expectativa de sobrevida do brasileiro ao nascer
em 74,9 anos;

> Tábua do IBGE publicada em 01/12/2020 (referente ao ano de 2019) quando do


advento da Portaria ME 424/2020: expectativa de sobrevida do brasileiro ao nascer
em 76,6 anos.
DURAÇ ÃO DA PENSÃO POR MORTE DE
C Ô N J U G E / C O M PA N H E I R O E M R A Z Ã O D A
IDADE
> Antes da
> Portaria
> ME 424/19

> Após a Portaria


> ME 424/19 (óbitos
> a partir de jan/21)
Duração da pensão por morte de
cônjuge/companheiro/companheira

> Cônjuge, companheiro ou companheira deixam de receber pensão:

> - se inválidos ou com deficiência: após a cessação da invalidez ou o


afastamento da deficiência.

> Nesse caso, há que se respeitar o prazo mínimo de 04 meses ou o da tabela


já demonstrada.
Bons Estudos!

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