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AULA 04 DE OUTUBRO 2022

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 5 – “Segurados do


RGPS: espécies; filiação e inscrição; aquisição,
manutenção e perda da qualidade de segurado.
Continuação:
Dependentes
Dentro da classificação geral de beneficiários do regime
geral, temos ainda a categoria dos dependentes. Pelo
próprio nome se conclui que trata o instituto de pessoas que
dependem do segurado (sujeito principal da relação
jurídica).

Para fins previdenciários, o que é determinante é a


dependência econômica, como definida pela legislação
securitária. Para melhor entendimento, são as pessoas que
ordinariamente fazem parte do grupo familiar mais íntimo
do segurado, a saber: cônjuge, companheiro (a), filhos
menores ou incapazes, pais e irmãos menores ou incapazes.

O artigo 16, incisos I a III da Lei nº 8.213/91, traz o rol


destes familiares acima apontados, sendo agora importante
ressaltar que estes dependentes serão sujeitos ativos da
relação jurídica previdenciária – isto é, credores dos
benefícios – nos casos de ausência do segurado principal,
propiciando a situação de falta de proteção econômica da
família. Esta ausência pode ocorrer por fato natural (morte),
ausência ou morte presumida ou fato jurídico processual
criminal (reclusão). Ocorrendo a morte (natural ou
presumida) ou a prisão do segurado, os seus dependentes
poderão se habilitar a receber os benefícios pensão por
morte ou auxílio-reclusão, que serão oportunamente
estudados.

Este rol de dependentes econômicos é dividido em classes,


para fins de se saber quais são os familiares que terão
preferência para receber o benefício. Ou seja, somente
alguns familiares receberão o benefício, não todos. Quando
os da primeira classe (inciso I) têm direito a receber, estão
excluídas as classes subsequentes (incisos II e III). Quando
têm direito a receber os da segunda classe (inciso II), estão
excluídos os familiares da terceira classe (inciso III).
É o que prescreve o § 1º do artigo 16 da Lei em comento
(Lei 8213/91):

“A existência de dependente de qualquer das classes


deste artigo exclui do direito às prestações os das
classes seguintes”.

Assim, por exemplo, falecendo o segurando e deixando


viúva, filho e pais vivos, a viúva e filhos é que terão direito
de receber e ratear o benefício, por estarem na primeira
classe da lei. Outra prerrogativa da primeira classe é a
presunção de dependência econômica dos mesmos em
relação ao segurado. Ou seja, há presunção legal (§ 4º do
artigo 16 da Lei nº 8.213/91) que dependiam
economicamente do falecido ou recluso, no sentido que
estão dispensados do ônus da prova da dependência
econômica, bastando apenas provarem a relação jurídica de
parentesco ou afinidade. Por outro lado, pais e irmãos
(classes subsequentes) não gozam desta presunção e devem
provar a dependência econômica de acordo com o artigo 22,
§ 3º do Regulamento da Previdência Social.

a) Classe I

Na primeira classe concorrem no rateio do benefício a


companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave; A companheira ou companheiro para ter
direito ao benefício ou mesmo dividi-lo com o cônjuge, face
à informalidade da relação afetiva, precisa fazer prova
da união estável prevista no § 3º do artigo 226 da
Constituição Federal de 1988 e Leis nºs 8.971/94 e
9.278/96.

O atual Código Civil dá tratamento moderno ao instituto,


reconhecendo a união estável como entidade familiar entre
homem e mulher1, onde se observa a convivência pública,
contínua e duradoura para fins de constituição de família
(artigo 1.723). Havendo impedimentos para o casamento
1
Nota: A POSSIBILIDADE DA CONSTITUIÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL E CASAMENTO POR CASAIS
HOMOAFETIVOS - Zoroastro C. Teixeira (zoroastroteixeira.adv.br) (Texto complementar e que critica a
interpretação literal do Art. 1723. Ou seja, este passa a reconhecer a União Estável como direito
adquirido também para casais homoafetivos).
(ascendentes com os descendentes, entre afins em linha
reta, irmãos etc.), não se reconhecerá a união estável. No
caso de pessoa separada de fato ou judicialmente, pode se
reconhecer a união estável (§ 1º do artigo 1.723 do CC),
especialmente, na primeira hipótese se a separação for por
longo tempo. Para fins administrativos, entretanto, o INSS
tem admitido a partilha da pensão entre companheira e
cônjuge separada de fato, conforme artigo 266 da Instrução
Normativa 95 de 2003 do próprio Instituto.

O INSS entende que a união estável reconhecida pela


Justiça Estadual em processo judicial, sem a participação da
autarquia, não é prova absoluta da união estável. É
admissível a Justificação Administrativa perante o INSS
para a prova da união estável, desde que haja também prova
material.

Novo casamento ou nova união estável, por mais que


melhore a situação econômica e financeira, não dá direito
ao INSS em cancelar a pensão do viúvo (a), pela presunção
legal e absoluta da dependência econômica com o (a)
segurado (a) falecido (a). Sobre os filhos, dentro ainda da
classe I e de presunção legal de dependência econômica,
não há qualquer distinção entre filhos havidos no ou fora do
casamento ou na união estável, ou ainda entre estes e os
adotados, conforme vedação do § 6º do artigo 227 da
Constituição Federal de 1988.

Nota: Os filhos, diferentemente do cônjuge e do


companheiro (a), perdem a qualidade de dependente do
segurado ao completarem 21 anos de idade, mesmo que
para fins civis ou penais a maioridade seja aos 18 anos. A
lei previdenciária é especial em relação ao Código Civil é
deve prevalecer, até mesmo pelo caráter de proteção
ampliada. A exceção – não se cessará aos 21 anos a
presunção legal de dependência econômica – se dá quando
o filho está invalido no momento que completa a
maioridade para fins previdenciários. Constatada a
invalidez da data do óbito ou reclusão do pai por perícia
médica do INSS, o filho (a) continuará recebendo o
benefício por prazo indeterminado, até que se constate o fim
da invalidez.

A emancipação também é causa de extinção prematura da


dependência econômica para fins previdenciários (vide
Parágrafo único do artigo 5º do atual Código Civil).

Por outro giro, se equiparam aos filhos de qualquer natureza


o enteado e o menor que estejam sob tutela, mas neste caso
é necessária prévia declaração do segurado sobre estes
menores sob sua responsabilidade legal e comprovada a
dependência econômica (vide § 2º do art. 16 e artigo 22 do
Regulamento da Previdência Social). Finalmente, os
menores que estão sob a guarda judicial de segurado do
INSS não estão contemplados na lei previdenciária, mas
ocorre que a Lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e
Adolescente prevê no artigo 33, § 3º, que a guarda confere
à criança a condição de dependente. Embora a Lei n.
8213/91 seja posterior ao ECA, entendemos que o princípio
constitucional da dignidade da pessoa humana (art. 1º,
inciso III, da Constituição Federal) e a extensão para as
crianças dos direitos trabalhistas e previdenciários (art. 227,
inciso II, da Lei Maior), é razoável a interpretação de se
manter o menor sob guarda como dependente do
INSS. Entretanto, no STJ tem prevalecido a tese contrária.

b) Classe II

Nesta classe encontramos os pais do segurado (a). Como


dito, os pais (a exemplo dos filhos, não há discriminação
entre pais naturais e por adoção) são dependentes sujeitos à
comprovação da dependência econômica (vide artigo 22 do
Regulamento). A dependência não precisa ser total,
conforme entendimentos da jurisprudência: Súmula nº
229 do TFR:

“A mãe do segurado tem direito a pensão


previdenciária, em caso de morte do filho, se provada a
dependência econômica, mesmo não exclusiva”.

c) Classe III

Temos o irmão não emancipado, de qualquer condição,


menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. No
caso de invalidez, está deverá ser constatada pela perícia
médica do INSS, devendo ser originária de data anterior à
maioridade.
Ainda sobre os dependentes, podemos ressaltar:

a) O companheiro ou a companheira homossexual de


segurado inscrito no regime geral passa a integrar o rol dos
dependentes e, desde que comprovada a união estável,
concorrem, para fins de pensão por morte e de auxílio-
reclusão, com os dependentes preferenciais de que trata o
inciso I do art. 16 da Lei nº 8.213, de 1991, para óbitos
ocorridos a partir de 5 de abril de 1991, ou seja, mesmo
tendo ocorrido anteriormente à data da decisão judicial
proferida na Ação Civil Pública nº 2000.71.00.009347-0.

b) O aposentado do INSS ao falecer ou ficar recluso gera


direito a benefícios aos seus dependentes.

c) Os dependentes serão inscritos no momento do


requerimento do benefício (artigo 22 do Regulamento).

d) O princípio tempus regit actum é aceito pela doutrina e


jurisprudência predominante no sentido de esclarecer
controvérsias sobre irretroatividade de leis previdenciárias
posteriores à concessão dos benefícios ou inscrição de
dependentes.
- Segundo jurisprudência do STF (RE 590779) há diferença
entre companheira e concubina, sendo que somente a
primeira tem a proteção legal.
- Competência; Reconhecimento e União Estável.
A Turma entendeu ser competente a Justiça Estadual
para o processamento e julgamento do feito relativo ao
reconhecimento da existência de união estável, ainda
que para obtenção do benefício previdenciário, nos
termos da Súmula n. 53-TFR, determinando a
distribuição do processo a uma das Varas de Família
da Comarca do Recife.

Precedentes citados: CC 104.529-MG, DJe 8/10/2009;


CC 98.695-BA, DJe 7/11/2008; CC 94.774-RJ, DJe
1º/9/2008; CC 86.553-DF, DJ 17/9/2007; CC 36.210-
AC, DJ 22/8/2005, e CC 48.127-SP, DJ
22/6/2005. EDcl no AgRg no REsp 803.264-PE, Rel.
Min. Og Fernandes, julgados em 30/6/2010.

Manutenção e perda qualidade dos beneficiários

Como observamos a relação jurídica previdenciária nasce


normalmente com a prestação de serviços a terceiros
(contrato de trabalho) e, concomitantemente, nasce a
relação jurídica de custeio, com a obrigação do segurado
em contribuir para a previdência social. Ocorre que,
enquanto trabalha e contribui, sua qualificação jurídica
de segurado está garantida, com o direito às prestações do
regime geral caso ocorram os riscos sociais já mencionados.
Entretanto, com o término da prestação de serviço e
também o fim do recolhimento das contribuições
previdenciárias, o trabalhador perde a qualidade de
segurado obrigatório e fica desamparado socialmente. No
caso do segurado empregado, normalmente o desemprego
ocasiona o fim das contribuições; para os outros segurados
obrigatórios (autônomos, sócios, diretores não empregados
etc.), o fato de deixarem de recolher suas contribuições
também ocasionará o fim da relação jurídica previdenciária.
O segurado facultativo, deixando de recolher
espontaneamente suas contribuições para o INSS, também
decretará o fim da relação jurídica previdenciária.

AULA 18/10

Período “de graça”

No entanto, como estamos dentro da previdência pública, a


legislação procura proteger o segurado obrigatório que
deixa de contribuir para o sistema, mantendo-o como
segurado e sujeito de direitos por certo período, mesmo sem
contribuições. É o denominado período “de graça”, no
sentido de que, embora contributivo o sistema
previdenciário brasileiro, há um “favor”, uma “graça” aos
desfavorecidos que por uma série de razões deixam de
contribuir.

O artigo 15 da Lei nº 8.213/91 traz o rol taxativo das


hipóteses em que se mantêm os direitos previdenciários sem
contribuições:

a) Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício:


Ou seja, mantém-se a qualidade de segurado por tempo
indeterminado o trabalhador que está protegido recebendo
um benefício (por exemplo: auxílio-doença, salário-
maternidade, aposentadoria por invalidez); a lógica é que o
segurado incapacitado naturalmente não pode trabalhar e
contribuir. Justo, assim, que receba o benefício
previdenciário e mantenha todos os seus direitos, inclusive
os seus dependentes, em caso de falecimento ou prisão do
segurado. Se, cessado o pagamento do benefício por
incapacidade, permanece ainda segurado por mais 12
meses, nos termos do inciso II do artigo 13 do Regulamento
da Previdência Social.

b) Até 12 meses após a cessação das contribuições:


O segurado que deixar de exercer atividade
remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver
suspenso ou licenciado sem remuneração: aqui é a hipótese
do segurado que, por qualquer motivo, deixa de exercer
atividade remunerada (por exemplo: passa a dedicar-se aos
estudos como bolsista ou obtém licença do emprego sem
remuneração para viagem ao exterior).

Nota: A Medida Provisória nº 1.709-4, de 27.11.1998,


reeditada até a de nº 2.164-41, de 24.8.2001, em vigor em
função do disposto no Art. 2º da Emenda Constitucional nº
32, de 11.9.2001, assegura a qualidade de segurado aos
empregados ali mencionados, nos seguintes termos: “Art.
11. Ao empregado com contrato de trabalho suspenso nos
termos do disposto no Art. 476-A da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT aplica-se o disposto no Art. 15, inciso
II, da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 .”

Nos termos do dispositivo da CLT acima citado, o contrato


de trabalho poderá ser suspenso, de dois a cinco meses, para
participação do empregado em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador,
podendo o empregado receber uma “ajuda compensatória
mensal”, tudo a ser definido em negociação coletiva.

c) Até 12 meses após cessar a segregação, o segurado


acometido de doença de segregação compulsória2:
A exemplo do caso do item “a”, o segurado adoentado,
tendo recebido alta médica, caso não seja a hipótese de
reintegração no emprego, continua por mais 12 meses
ostentando a qualidade de segurado obrigatório.

Exemplos de Doenças de Segregação Compulsória:


- Hanseníase/ Lepra

- Tuberculose

- Cegueira

- Câncer

- Aneurisma Cerebral

- Alienação Mental

2
Ler mais em: Doenças de segregação compulsória e a manutenção da qualidade de segurado do INSS. |
Jusbrasil
- Mal de Parkinson

...

d) Até 12 meses após o livramento, o segurado retido ou


recluso:
A prisão do segurado ocasiona a impossibilidade de
continuidade da atividade profissional; assim, durante o
encarceramento se mantém a qualidade de segurado –
especialmente para proteção dos dependentes – e após o
cumprimento da pena, permanece por mais 12 meses filiado
ao regime geral do INSS. Frise-se que a condenação
criminal do empregado pode ensejar a rescisão do contrato
de trabalho por justa causa (Consolidação das Leis do
Trabalho, art. 482, “d”), o que justifica a proteção
previdenciária por mais 12 meses após a soltura.

e) Até 3 meses após o licenciamento, o segurado


incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar:
Nos termos do artigo 143 da Constituição Federal de 1988,
o serviço militar é obrigatório para os jovens brasileiros.
Para fins trabalhistas, trata-se de suspensão do contrato de
trabalho enquanto durar o afastamento (Consolidação das
Leis do Trabalho, art. 472); no âmbito previdenciário, o
jovem permanece segurado obrigatório durante o período
de licença, mais 3 meses após o fim da prestação do serviço
militar.
f) Até 6 meses após a cessação das contribuições, o
segurado facultativo:

Nota: É importante notar que se o segurado estava


incapacitado na época da perda da qualidade de segurado,
sem condições de voltar a trabalhar, deve manter seus
direitos, porquanto de acordo com a Súmula n. 26 da AGU:

"Para a concessão de benefício por incapacidade, não será


considerada a perda da qualidade de segurado decorrente da
própria moléstia incapacitante.".

Casos especiais de dilação dos prazos

a) Segurado com mais de 120 contribuições:


No caso do inciso II do artigo 15 (letra “b” supra), o
segurado que deixa de contribuir por não mais exercer
atividade remunerada e que já recolheu pelo menos 10 anos
ininterruptos, é agraciado com mais 12 meses, podendo
assim ficar 24 meses sem recolher, conforme § 1º do artigo
15.

b) Segurado desempregado:
Quanto ao desempregado formal e que tenha 120
contribuições, ou seja, sua situação de desemprego está
registrada no Mistério do Trabalho e Emprego ou em órgão
próprio, o segurado é beneficiado com 36 meses de período
“de graça”, a teor do § 2º do artigo 15 da Lei nº
8.212/91. As anotações referentes ao seguro desemprego
ou ao registro no Sistema Nacional de Emprego – SINE
servem para a comprovação da condição de desempregado
para fins do acréscimo de doze meses, previsto no § 2º do
art. 13 do Regulamento da Previdência Social, exceto para
o segurado que se desvincular de Regime Próprio de
Previdência Social. O período de graça de que trata o § 2º
do art. 13 do Decreto regulamentador é contado a partir do
afastamento da atividade.
A Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais editou a Súmula n. 27 da TNU, admitindo outros
meios de prova do desemprego, além do SINE: “A ausência
de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede
a comprovação do desemprego por outros meios admitidos
em direito”.

“Dies ad quem” (Termo final do Prazo) da filiação

Conforme clara dicção do § 4º do artigo 15 da Lei nº


8.213/91, o segurado beneficiado pelo período “de graça”,
caso, após este período de favor legal, não volte a exercer
atividade remunerada e recolher contribuições, perde a
qualidade de segurado e respectivos direitos sociais

“No dia seguinte ao do término do prazo fixado no


Plano de Custeio da Seguridade Social para
recolhimento da contribuição referente ao mês
imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados
neste artigo e seus parágrafos”.
Assim, como as contribuições são recolhidas no dia 15 do
mês subseqüente da prestação de serviços, o dia 16 do
segundo mês imediatamente posterior aos prazos do artigo
15 demarcará o fim da relação jurídica previdenciária e da
condição de segurado, caducando todos os direitos, nos
termos do artigo 102 da Lei nº 8.213/91, sempre ressalvado
o direito adquirido ao benefício (implementação de todos
os requisitos) antes da perda da qualidade (vide art. 30, II,
da Lei n. 8212/91 e art. 14 do Decreto n. 3048/99).

Nota: O período de graça não é computado como carência


ou tempo de contribuição.

Extras: Possibilidade de nova filiação e aproveitamento da


filiação passada

Mesmo perdendo a qualidade de segurado, a qualquer


momento este pode voltar à antiga situação de protegido do
sistema, desde que volte a exercer atividade remunerada (e
volte a contribuir) ou volte a recolher como facultativo.
Neste caso, novamente se vê a nítida face social do regime
geral do INSS, posto que o segurado que reingressa no
sistema pode “aproveitar” as contribuições e o tempo de
serviço passado, inclusive para fins de aposentadoria e
outros benefícios.
A Lei n. 13457/17 revogou o parágrafo único do art. 24
(regra do 1/3) pois se desde que o segurado contribuísse no
mínimo com 1/3 do número de contribuições exigidas para
o cumprimento da carência definida para o benefício a ser
requerido, poderia gozar da prestação (antigo parágrafo
único do artigo 24 da Lei nº 8.213/91).

Assim, por exemplo, o auxílio-doença exige como regra a


carência de 12 meses de contribuições (artigo 25, inciso I
da Lei n. 8.213/91) e tendo o segurado perdido esta
qualidade, deverá, para gozar do auxílio-doença na nova
filiação, comprovar o recolhimento de 4 contribuições (1/3
de 12 contribuições).

Agora, com a Lei n. 13457/17, a Lei n. 8213/91 ganhou o


art. 27-A, que para os casos de auxílio-doença,
aposentadoria por invalidez e salário-maternidade da
contribuinte individual, segurada especial e facultativa, se
exigirá, com a nova filiação, pelo menos 50% da carência.

. Casos excepcionais da Lei nº 10.666/03

Este novo diploma inova as condições acima expostas –


quebrando a regra securitária secular de que somente o
segurado obrigatório e que mantém esta qualidade faz jus
aos benefícios previdenciários.
O novo diploma prescreve que nos casos de concessão de
aposentadoria por tempo de contribuição (antiga
aposentadoria por tempo de serviço), aposentadoria
especial e aposentadoria por idade, a perda da qualidade de
segurado não impede a concessão do benefício, desde que,
evidentemente, o segurado comprove que antes da exclusão
do regime geral preencheu todas as condições para se
aposentar.

. Fim da relação jurídica de proteção dos dependentes

Os dependentes, quando sujeitos ativos na relação jurídica,


devem ser tratados autonomamente em relação aos
segurados e neste sentido há acontecimentos que cessam a
relação de dependência ou credores de benefícios.

Assim, deixam de ser dependentes do segurado:

a) Cônjuge: pela separação judicial, separação de fato ou


divórcio, desde que não recebam pensão alimentícia; pela
anulação de casamento ou sentença passada em julgado (§
2º do artigo 76 da Lei n. 8213/91);

b) Companheira (o): pela dissolução da união estável, desde


que não recebam pensão alimentícia e por sentença passada
em julgado (§ 2º do artigo 76 da Lei n. 8213/91); e
c) Filhos e irmãos: Ao completarem 21 anos de idade, salvo
se inválidos, ou pela emancipação, ainda que inválidos
(arts. 16, incisos I e III da Lei de Benefícios).

d) Com a Lei n. 13457/17, houve modificações para o


companheiro (a) ou viúvo (a) de segurado falecido que
serão estudados na pensão por morte (art. 77 da Lei n.
8213/91).

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