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TESTE DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL

CIVIL II- UNIDADE-III

Nome do aluno: Mogente Inácio Tomocene Nº 18-265 Contacto:

Província de Nampula Curso de Direito

Semestre: I Ano: V Data: 01 de Julho de 2023

Classificação________________ ( ) valores

Assinatura do prof.__________________

ESPAÇO RESERVADO AO COMENTÁRIO DO DOCENTE


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1. R: As acções tem apenas duas partes em confronto, um só autor e um só réu mas, pode
acontecer que a acção seja proposta por vários autores ou contra vários réus - pluralidade de
partes. A pluralidade pode ser activa ou passiva. Estaremos em presença de pluralidade activa, se
a acção for proposta proposta por dois ou mais autores contra o mesmo réu e, estaremos em
presença de pluralidade passiva, se o autor é demandante simultaneamente vários réus. Existe a
chamada pluralidade mista, a qual ocorre quando a acção é instaurada por dois ou mais mais
autores contra vários réus. A pluralidade de partes pode ocorrer no momento da propositura da
acção ou depois da sua propositura. Os casos da pluralidade de partes são: litisconsórcio
(voluntário ou necessário) e coligação.

A figura de litisconsórcio se refere à situação processual em que duas ou mais pessoas


(chamadas de litisconsortes) litigam em juízo, como demandantes (litisconsórcio ativo) ou
demandados (litisconsórcio passivo). Ou seja, é quando várias pessoas participam do mesmo
processo, seja como autoras ou rés, compartilhando o mesmo lado ou lados opostos.

O litisconsórcio pode ser voluntário ou facultativo, quando a lei permite, mas não obriga que
várias pessoas demandem, ou se defendam como demandados, conjuntamente; ou necessário,
quando a lei impõe a chamada forçosa ao processo, de todas as pessoas a quem há de afetar a
decisão pretendida.

O litisconsórcio pode ser classificado também em simples ou unitário, conforme os efeitos da


sentença sejam iguais ou diferentes para os litisconsortes; e em inicial ou ulterior, conforme se
forme na propositura da ação ou posteriormente.

O litisconsórcio está previsto no Código de Processo Civil (CPC), nos artigos 113 a 118, que
disciplinam as hipóteses de sua formação, as regras gerais sobre seu funcionamento e
independência dentro do processo e as disposições de como o magistrado pode agir com o
litisconsórcio.

No quadro da figura de litisconsórcio, a lei faz referência a duas modalidades as quais, são
diferentes quanto aos pressupostos e bem assim quanto ao regime processual. Tratase do
litisconsórcio voluntário, em que a cumulação depende da vontade das partes e do necessário, em
que a cumulação nasce por força da lei, de prévia estipulação dos interessados ou da natureza da
relação jurídica.
Se vários credores de uma obrigação plural (solidária ou conjunta) demandarem o mesmo ou os
mesmos réus, haverá um caso de litisconsórcio, considerando que o pedido se funda numa
relação material respeitante a várias pessoas. Cfr. artigo 27 do Código de Processo Civil.

No quadro da figura de litisconsórcio, a lei faz referência a duas modalidades as quais, são
diferentes quanto aos pressupostos e bem assim quanto ao regime processual. Tratase do
litisconsórcio voluntário, em que a cumulação depende da vontade das partes e do necessário, em
que a cumulação nasce por força da lei, de prévia estipulação dos interessados ou da natureza da
relação jurídica.

2. R: Uma questão jurídica relevante é a capacidade das partes para contrair o empréstimo e
para serem demandadas judicialmente. Segundo o artigo 122 do Código Civil de Moçambique, a
capacidade de exercício dos direitos civis começa aos 18 anos, salvo se o menor for emancipado.
No caso, Manuelito e Adelaide eram casados e maiores de idade, logo tinham capacidade para
contrair o empréstimo. Porém, após a morte deles, os seus filhos menores podem ter que
responder pela dívida, se forem herdeiros legítimos. Nesse caso, eles devem ser representados ou
assistidos pelos seus tutores ou curadores, conforme os artigos 125 e seguintes do Código Civil.

Outra questão jurídica relevante é a natureza e os efeitos do contrato de mútuo celebrado entre
Manuelito e Adelaide e o Banco. Segundo o artigo 1142 do Código Civil, o mútuo é o contrato
pelo qual uma das partes entrega à outra uma certa quantidade de coisas fungíveis, ficando esta
obrigada a restituir outras tantas do mesmo género e qualidade. O mútuo pode ser gratuito ou
oneroso, conforme haja ou não estipulação de juros. No caso, presume-se que o mútuo foi
oneroso, pois havia um prazo de pagamento de um ano. O mútuo oneroso é regulado pelos
artigos 1146 e seguintes do Código Civil², que estabelecem os direitos e deveres das partes, bem
como as causas de extinção ou modificação do contrato.

Uma terceira questão jurídica relevante é a responsabilidade civil decorrente do incumprimento


do contrato de mútuo por parte de Manuelito e Adelaide. Segundo o artigo 483 do Código
Civil²³, aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer
disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos
danos resultantes da violação. No caso, Manuelito e Adelaide violaram o direito do Banco de
receber o valor emprestado no prazo acordado, causando-lhe um prejuízo patrimonial. Por isso,
eles (ou os seus herdeiros) devem indemnizar o Banco pelos danos emergentes e pelos lucros
cessantes, conforme os artigos 562 e seguintes do Código Civil.

Uma quarta questão jurídica relevante é a cláusula penal que pode ter sido estipulada no
contrato de mútuo entre Manuelito e Adelaide e o Banco. Segundo o artigo 810 do Código Civil,
a cláusula penal é a estipulação acessória pela qual as partes num contrato determinam
antecipadamente a indemnização devida em caso de mora ou de não cumprimento da obrigação.
No caso, se houve essa estipulação no contrato de mútuo, ela deve ser respeitada pelas partes,
salvo se for manifestamente excessiva ou se houver cumprimento parcial da obrigação, conforme
os artigos 811 e 812 do Código Civil.

Uma quinta questão jurídica relevante é a sucessão dos bens deixados por Manuelito e Adelaide
após as suas mortes. Segundo o artigo 2028 do Código Civil, a sucessão abre-se no momento da
morte do autor da herança no lugar do seu último domicílio. A sucessão pode ser legítima ou
testamentária, conforme haja ou não testamento válido. No caso, não se sabe se Manuelito e
Adelaide deixaram testamento, mas presume-se que não. Nesse caso, a sucessão é legítima e os
seus filhos são os seus herdeiros necessários, conforme os artigos 2133 e seguintes do Código
Civil. Os bens deixados pelos falecidos devem ser inventariados e partilhados entre os herdeiros,
conforme os artigos 2103 e seguintes do Código Civil.

3. R: Uma questão jurídica relevante é a capacidade penal de Castigo António para ser
responsabilizado pelo seu acto. Segundo o artigo 19 do Código Penal de Moçambique, são
penalmente responsáveis os maiores de 16 anos e os menores entre 16 e 21 anos, salvo se forem
inimputáveis por anomalia psíquica. No caso, Castigo António tinha apenas 13 anos, logo era
inimputável por imaturidade. Por isso, ele não podia ser notificado nem condenado pelo Tribunal
Judicial da Cidade de Maputo, pois não estava sujeito à lei penal.

Outra questão jurídica relevante é a natureza e os efeitos da responsabilidade civil decorrente


do acto praticado por Castigo António contra Beto Betinho. Segundo o artigo 483 do Código
Civil de Moçambique, aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de
outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a
indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação. No caso, não se sabe qual foi o acto
praticado por Castigo António, mas presume-se que tenha causado algum dano a Beto Betinho.
Por isso, ele (ou os seus representantes legais) devem indemnizar Beto Betinho pelos danos
emergentes e pelos lucros cessantes, conforme os artigos 562 e seguintes do Código Civil.

Uma terceira questão jurídica relevante é a protecção dos direitos da criança no âmbito do
processo judicial. Segundo o artigo 35 da Constituição da República de Moçambique, as crianças
têm direito à protecção especial por parte da família, da sociedade e do Estado, tendo em conta
os seus interesses superiores. No caso, Castigo António era uma criança e deveria ter sido
protegido pelo Ministério Público, que deveria ter agido como seu defensor oficioso, conforme o
artigo 64 do Código do Processo Penal. Além disso, o processo judicial deveria ter sido
conduzido pelo Tribunal de Menores, que é o órgão competente para julgar os actos praticados
por menores de 16 anos, conforme o artigo 1 do Decreto nº 18/2008, de 1 de Julho.

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