Prazo Prescricional Da Pensão Por Morte Aos Menores de 18 Anos

DIREITO PREVIDENCIÁRIO · PENSÃO POR MORTE
Prazo prescricional da pensão por morte aos menores de 18 anos
jusbrasil.com.br
31 de Outubro de 2023
Prazo prescricional da pensão por

morte aos menores de 18 anos
Publicado por Vitor Arruda ano passado
RESUMO
O Direito Previdenciário estabelece, em seu artigo 74, I, da Lei

nº 8.213/91, o prazo prescricional para requerimento do benefí-
cio da pensão por morte aos menores de 18 anos. Tal prazo se
demonstra em desacordo com a previsão contida no artigo 198,
I, do Código Civil, o qual estabelece que não corre prescrição
contra incapaz.
Palavras-chave: Direito Previdenciário. Prazo prescricional.

Pensão por morte. Menores de 18 anos.
1 INTRODUÇÃO
O Direito Previdenciário, correspondente à previsão legal da se-

guridade social, pode ser conceituado como o direito à saúde, à
assistência social e à previdência social, sendo cada um desses
elementos disciplinados constitucional e infraconstitucional-
mente – por lei específica.
Assim sendo, o Direito Previdenciário tem como objetivo, por

meio de suas normas de proteção social, prover o necessário
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conta.
 CURTIR
para a COMENTAR

que exista uma sobrevivência digna nos momentos em
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ou
SE   

que o indivíduo é acometido por doença, ou por invalidez, ou
Prazo prescricional da pensão por entre

por desemprego, morte aos menores
outros. Ou de 18 anos
seja, é vital nos momentos em
que o sujeito não apresenta condições de prover seu sustento,
assim como o de sua família.
Assim sendo, dentre os mais variados benefícios oferecidos pela

seguridade social, destaca-se a pensão por morte. Corresponde,
desse modo, ao benefício com destino aos dependentes do de
cujus segurado – responsável pelo sustento –, de modo a man-
ter a subsistência de sua família nessa situação de desamparo.
No entanto, apesar de ser um direito dos dependentes do segu-

rado que vier a falecer, existe um prazo definido para a requisi-
ção do benefício, ou seja, apresenta um prazo prescricional. As-
sim sendo, como “prescrição”, entende-se a perda da oportuni-
dade de se reivindicar um direito em virtude da omissão do in-
divíduo durante um determinado período.
Assim sendo, o artigo 74, I, da Lei nº 8.213/91 determina um

prazo prescricional para os menores em relação à pensão por
morte, definindo um prazo máximo para que os dependentes do
de cujus segurado façam a requisição do benefício.
Portanto, o objetivo do presente trabalho é apresentar no que se

caracteriza a prescrição do prazo prescricional na pensão por
morte, apontando, sob a ótica do Direito Previdenciário, quem
seriam os dependentes, e como se daria o recebimento do bene-
fício em virtude da idade. Além disso, serão comparados concei-
tos presentes tanto no campo previdenciário quanto no campo
do Direito Civil, determinando qual lei deve valer no caso con-
creto. Por fim, serão apresentadas conclusões para as situações
hipotéticas de ser o procurador do menor na busca pelo benefí-
cio, bem como na situação de procurador do INSS.
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma

conta.
ou 
2 PENSÃO POR MORTE – SOB A ÓTICA DO DIREITO

PREVIDENCIÁRIO
A pensão por morte está prevista na Subseção VIII da Lei nº

8.213/91, cujos artigos vão do 74 ao 78 (79, antes incluso, foi re-
vogado pela Lei nº 13.846/2019.
Desse modo, torna-se evidente que “a morte do segurado, na

presunção legal, deixa desamparados os seus dependentes. Essa
é a razão pela qual o Direito Previdenciário dá proteção aos de-
pendentes do segurado falecido” (SANTOS; 2019, p. 577).
Assim sendo, destaca-se a hipótese de os dependentes do segu-

rado falecido forem menores de 18 anos. Disciplina, assim, o in-
ciso I do artigo 74, da Lei nº 8.213/91:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos depen-
dentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da
data:
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta) dias

após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou
em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais
dependentes;
Nota-se, desse modo, uma clara separação legal sobre as situa-

ções envolvendo dependentes menores de 16 anos e os menores
de 18 anos – até 16 anos completos.
2.1 Os dependentes
Os dependentes correspondem àqueles que mantêm um vínculo

de dependência, jurídico e/ou econômico, com os segurados da
Previdência. Assim sendo, representam aqueles que dependem,
conta.
ou 
nos termos da lei, do segurado para sua subsistência. Nas pala-
Prazo prescricional
vras deda Santos
pensão por mortep.aos
(2019, menores de 18 anos
295),
A relação jurídica entre dependentes e INSS só se instaura

quando deixa de existir relação jurídica entre este e o segurado,
o que ocorre com sua morte ou recolhimento à prisão. Não
existe hipótese legal de cobertura previdenciária ao dependente
e ao segurado, simultaneamente.
Com destaque aos dependentes menores de 18 anos, cabe sali-

entar o disposto pelo artigo 16, I a III, da Lei nº 8.213/91:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral Previdência Social,

na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não eman-

cipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi-
ciência grave;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de

21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência inte-
lectual ou mental ou deficiência grave;
Desse modo, desde que o dependente apresente menos de 21

anos, terá direito ao benefício até atingir tal idade.
2.2 Menor de 16 anos
Como prevê o inciso I do artigo 74, da Lei nº 8.213/91, o prazo

prescricional para requerimento do benefício da pensão por
morte, contado a partir do óbito, é de até 180 dias para os de-
conta. pendentes menores de 16 anos. ou 
Assim sendo, o menor de 16 anos, se requerer o benefício no
Prazo prescricional
prazodadepensão por morte
até 180, aos menores
contados da datadedo
18 óbito,
anos terá o direito de re-
ceber todas as parcelas. Em outras palavras, no caso de requeri-
mento do benefício no 180º dia, o menor de 16 anos receberá to-
das as parcelas “atrasadas”, isto é, receberá todas as parcelas
contadas a partir da data do óbito até o dia do requerimento.
No caso de o menor de 16 anos perder tal prazo, ele não terá

mais direito às parcelas atrasadas. Ou seja, ele receberá as par-
celas do benefício a partir do dia do requerimento - feito fora do
prazo de 180 dias – em diante (artigo 74, II, da Lei nº 8.213/91).
2.3 Menor de 18 anos
De acordo, também, com o inciso I do artigo 74, da Lei nº

8.213/91, o prazo prescricional para aqueles com idade entre 16
e 18 anos incompletos é de até 90 dias, contados da data do
óbito.
Desse modo, os dependentes menores de 18 anos (até 16 anos)

poderão requerer o benefício da pensão por morte em até 90
dias para recebimento das parcelas contidas nesse período. Ou
seja, por exemplo, se o dependente requerer o benefício no 90º
dia, terá o direito de receber as parcelas anteriores – e as devi-
das desse momento em diante, até que cesse seu direito ao
benefício.
Assim sendo, se requerer o benefício após esse prazo perderá o

direito de receber as parcelas “atrasadas”, recebendo somente as
posteriores (artigo 74, II, da Lei nº 8.213/91).
3 AS DISPOSIÇÕES NO CÓDIGO CIVIL
3.1 Menoridade
conta.
ou 
Sobre a menoridade, o Código Civil institui, em seu artigo 5º,
Prazo prescricional
caput:da pensão por morte aos menores de 18 anos
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos,

quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da
vida civil.
Nota-se, desse modo, uma evidente diferença em relação à me-

noridade na comparação do Direito Previdenciário com o Di-
reito Civil.
Segundo Santos (2019, p. 305-306),
Os filhos são dependentes até completarem 21 anos. A maiori-

dade civil, alterada pelo novo Código Civil, não tem efeitos no
Direito Previdenciário, que estabelece proteção com base no
princípio da seletividade e distributividade. Assim, mesmo que a
maioridade civil se dê aos 18 anos, a proteção previdenciária,
para o filho, na qualidade de dependente, estendesse até os 21
anos.
Atenção: em matéria previdenciária não se aplica o entendi-

mento de que a qualidade de dependente se prorroga até os 24
anos, data provável em que o filho completaria seus estudos uni-
versitários, como ocorre para fins de fixação de pensão alimentí-
cia, que é instituto do direito de família, que não se confunde
com a relação instituto do direito de família, que não se con-
funde com a relação jurídica decorrente do direito previdenciá-
rio. Por isso, mesmo que, após os 21 anos, o filho continue seus
estudos, deixará de ter a qualidade de dependente. Esse enten-
dimento foi adotado pelo STJ no julgamento de Recurso
Repetitivo.
No mesmo sentido, estabelece a Súmula 37 da TNU dos Juiza-

conta.
dos Especiais Federais: ou 
Súmula 37 da TNU dos Juizados Especiais Federais: A pensão
Prazo prescricional da pensão

por morte, por morte
devida aos menores
ao filho de 18
até os 21 anosde
anos idade, não se pror-
roga pela pendência de curso universitário.
Assim sendo, portanto, o Direito Previdenciário apresenta uma

norma clara, direta e indiscutível: a menoridade, que representa
a necessidade de proteção do menor – sobretudo em relação a
recursos financeiros para sua subsistência –, cessa aos 21 anos
completos, e não aos 18 anos – como estabelece o Código Civil.
Porém, diferentemente da previsão civil, para o Direito Previ-
denciário, o dependente, se não necessitar de cuidados especi-
ais, terá seu benefício cessado aos 21 anos completos indepen-
dentemente de estar ou não com seus estudos ainda completos.
3.2 Prescrição
Segundo Pontes de Miranda (s/d., p. 100. apud. GONÇALVES;

2018, p. 253), “a prescrição seria uma exceção que alguém tem
contra o que não exerceu, durante um lapso de tempo fixado em
norma, sua pretensão ou ação”.
Estabelece o Código Civil, em seu artigo 3º:
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os

atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Já em seu artigo 198, I, há a seguinte previsão:
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º.
Assim sendo, é possível verificar que, segundo institui o Código

Civil, não corre a prescrição contra menor absolutamente inca-
conta. paz, sendo que, no caso do presente estudo, destaca-seouo menor 
de 16 anos de idade, de modo a notar-se que existe uma evidente
Prazo prescricional
e claradadiferença
pensão porem
morte aos menores
relação de 18 anos
ao Direito Previdenciário, que esta-
belece um prazo prescricional de 180 dias para o menor na faixa
etária mencionada.
4 NA CONDIÇÃO DE ADVOGADO DO MENOR
Em defesa do menor, invoca-se o artigo 3º, do Código Civil:
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente

os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Além dele, destaca-se o artigo 198, I, do mesmo diploma:
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º.
Também, cabe salientar o disposto no artigo 227, § 3º, II, da

Constituição Federal:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-

rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta priori-
dade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la-
zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à li-
berdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, explora-
ção, violência, crueldade e opressão.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes

aspectos:
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas.

conta.
ou 
Ademais, apresenta-se o disposto no parágrafo único do artigo
Prazo prescricional
103, dada Lei
pensão por morte aos menores de 18 anos
8.213/91:
Art. 103. Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da

data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para
haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferen-
ças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores,
incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.
Desse modo, o menor encontra-se amparado por diversos dispo-

sitivos legais. Contra ele, não deve correr a prescrição, uma vez
que a ele deve ser garantido o direito à vida, à saúde, à alimenta-
ção, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à digni-
dade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comuni-
tária, além de colocá-lo a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Além disso, é garantido a ele os direitos previdenciários, não de-
vendo serem-lhe negados.
Assim sendo, apresenta-se ao menor, como um direito adqui-

rido, o recebimento de todas as parcelas do benefício da pensão
por morte – contadas a partir da data do óbito –, mesmo que o
mesmo não faça o requerimento dentro do prazo prescricional
estabelecido na legislação previdenciária. Ou seja, o recebi-
mento deve acontecer, desde a data do óbito, até o momento do
requerimento, seja dentro ou não do prazo prescricional criada
pela Previdência Social.
É evidente que o menor recebe a proteção do Código Civil, da

própria legislação previdenciária e, sobretudo, da Constituição
Federal, sendo a lei máxima no ordenamento jurídico brasileiro.
Portanto, torna-se evidente a injustiça apresentada pela norma

previdenciária (artigo 74, I, da Lei nº 8.213/91), destacando-se
que deve prevalecer, em relação ao prazo prescricional,oua dispo- 
conta.
sição contida no Código Civil.
6 NA CONDIÇÃO DE PROCURADOR DO INSS
Na posição de procurador do INSS, resta clara e evidente a ne-

cessidade de se preservar, ao máximo, o fundo da previdência
social no Brasil.
Como explica Santos (2019, p. 587-588),
Ocorrendo o óbito do segurado, os dependentes devem se habi-

litar ao recebimento da pensão por morte. Nem sempre todos o
fazem na mesma data, por motivos diversos: domicílio distante
do local do óbito, conhecimento posterior da morte do segurado
etc.
A pensão deve ser paga aos dependentes que se habilitarem, in-

dependentemente da existência de outros que não se apresenta-
ram. O art. 76 do PBPS e o art. 107 do RPS preveem que a con-
cessão do benefício não pode ser retardada. Se houver inscrição
ou habilitação posterior, que inclua ou exclua algum depen-
dente, só produzirá efeitos a contar da data da inscrição ou
habilitação.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal, em recurso especial, já

se posicionou sobre o tema (apud. SANTOS; 2019, p. 588):
[...] De acordo com o art. 76 da Lei 8.213/91, a habilitação pos-

terior do dependente somente poderá começar a produzir efei-
tos a partir desse episódio, de modo que não há que falar em
efeitos financeiros para momento anterior à inclusão do depen-
dente. 3. A concessão do benefício para momento anterior à ha-
bilitação da autora, na forma pugnada na exordial, acarretaria,
além da inobservância dos arts. 74 e 76 da Lei 8.213/91, inevitá-
conta.
ou 
vel prejuízo à autarquia previdenciária [...] (STJ, REsp
Prazo prescricional da pensão por 2ª

201300891404, morte aos menores
Turma, Rel.de Min.
18 anosEliana Calmon, DJe
05.08.2013).
Ademais, dispõe o artigo 76, da Lei nº 8.213/91, como

supramencionado:
Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada

pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qual-
quer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão
ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data
da inscrição ou habilitação.
Portanto, resta claro que os dispositivos legais, bem como o en-

tendimento doutrinário e dos tribunais, possibilitam à Previ-
dência Social uma redução importante nos eventuais prejuízos
que possa vir a sofrer.
A fixação de prazos prescricionais para o requerimento do bene-

fício de pensão por morte, previstos no inciso I do artigo 74, da
Lei nº 8.213/91, possibilita evitar que, em determinadas situa-
ções, ocorra o pagamento de uma quantia maior do que a pre-
vista em lei.
Estabelece o artigo 113, do Decreto nº 3.048/99:
Art. 113. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista,

será reteada entre todos, em partes iguais.
Desse modo, imagine-se, por exemplo, um pai, segurado, com

dois filhos menores dependentes. Se este pai vier a falecer e so-
mente um dos filhos requerer o benefício dentro do prazo pre-
visto na legislação previdenciária, este receberá integralmente o
valor. Assim, passados nove meses da data do óbito, o outro fi-
conta. lho passa a requerer, também, o benefício. ou
Se a Previdência So- 
cial pagasse todo o valor devido a este, desde a data do óbito,
Prazo prescricional
pagariada pensão por morte
nove meses, deaos menores integral,
maneira de 18 anos somente a este filho,
sendo que já realizou o mesmo pagamento ao primeiro – aquele
que requereu o benefício antes. Desse modo, a Previdência faria
o pagamento em dobro, algo que vai contra a sua previsão legal.
Portanto, ao estabelecer um prazo prescricional, a Previdência

evita, ao menos durante o período estabelecido pelo prazo, de
ter prejuízo em virtude de eventual pagamento excedente. As-
sim sendo, no exemplo apresentado, no caso de requerimento
do benefício pelo outro filho, o pagamento de suas parcelas
“atrasadas” serão feitas pelo próprio irmão, ou seja, já que o
mesmo tem recebido as parcelas, desde o início do benefício, de
maneira integral, o INSS descontará, de suas parcelas futuras,
para o pagamento das parcelas “atrasadas” ao outro depen-
dente. Assim sendo, resguarda-se a boa saúde financeira do
fundo da Previdência Social e a garante-se que a dívida que o se-
gurado tem com o INSS também se torne pequena.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, resta claro que o prazo prescricional do requerimento

do benefício da pensão por morte, estabelecido pelo Direito Pre-
videnciário, aos menores, fere diretamente o Código Civil, uma
vez que, contra estes, não corre prescrição.
É claro que é justificável o argumento do INSS de que o objetivo

é evitar eventuais prejuízos. No entanto, outros mecanismos po-
deriam ter sido criados para que se realizasse esse controle em
relação aos dependentes. Não se demonstra aceitável que um
menor, após perder seu pai, deixe de receber o benefício de par-
celas atrasadas só por ter perdido o prazo de requerimento.
Deve-se, sem dúvida, zelar pelo bem estar do menor, pela sua
saúde, educação e vida digna. O pagamento das parcelas “perdi-
conta.
ou 
das” representaria uma forma de conforto financeiro, de modo a
Prazo prescricional da pensão

garantir que opor morte aos
mesmo menores
tenha um de 18 anos
fundo para utilizar nesse pe-
ríodo de necessidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro, volume 1:

parte geral. – 16. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018;
SANTOS, M. F. dos. Direito previdenciário esquemati-

zado. – 9. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019;
TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DOS JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAIS. Súmula 37. Data do julgamento:
31/05/2007. DJ DATA: 20/06/2007. PG
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/prazo-prescricional-da-pensao-por-morte-

aos-menores-de-18-anos/1535292119
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Prazo prescricional da pensão por

O Direito Previdenciário estabelece, em seu artigo 74, I, da Lei

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Assim sendo, o artigo 74, I, da Lei nº 8.213/91 determina um

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Desse modo, torna-se evidente que “a morte do segurado, na

Assim sendo, destaca-se a hipótese de os dependentes do segu-

I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta) dias

Nota-se, desse modo, uma clara separação legal sobre as situa-

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2.2 Menor de 16 anos

Como prevê o inciso I do artigo 74, da Lei nº 8.213/91, o prazo

No caso de o menor de 16 anos perder tal prazo, ele não terá

2.3 Menor de 18 anos

De acordo, também, com o inciso I do artigo 74, da Lei nº

Desse modo, os dependentes menores de 18 anos (até 16 anos)

Assim sendo, se requerer o benefício após esse prazo perderá o

3 AS DISPOSIÇÕES NO CÓDIGO CIVIL

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos,

Nota-se, desse modo, uma evidente diferença em relação à me-

Segundo Santos (2019, p. 305-306),

Os filhos são dependentes até completarem 21 anos. A maiori-

Atenção: em matéria previdenciária não se aplica o entendi-

No mesmo sentido, estabelece a Súmula 37 da TNU dos Juiza-

Prazo prescricional da pensão

Assim sendo, portanto, o Direito Previdenciário apresenta uma

Segundo Pontes de Miranda (s/d., p. 100. apud. GONÇALVES;

Estabelece o Código Civil, em seu artigo 3º:

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os

Já em seu artigo 198, I, há a seguinte previsão:

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3º.

Assim sendo, é possível verificar que, segundo institui o Código

4 NA CONDIÇÃO DE ADVOGADO DO MENOR

Em defesa do menor, invoca-se o artigo 3º, do Código Civil:

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente

Além dele, destaca-se o artigo 198, I, do mesmo diploma:

Art. 198. Também não corre a prescrição:

I - contra os incapazes de que trata o art. 3º.

Também, cabe salientar o disposto no artigo 227, § 3º, II, da

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-

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