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Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
AULA: 06 e 07 - Sábado
INSS (Técnico Seguridade Social)
Prof. Michelly Brandão
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
1. DEPENDENTES
Alguns assuntos inseridos no Plano de Benefícios da Previdência Social já tratados na aula anterior. Contudo, mesmo que
a título de revisão, faremos a leitura de alguns artigos da Lei 8.213/91 que tratam do assunto, sendo que na parte dos benefícios
em espécies daremos maior atenção.

BENEFICIÁRIOS:
Os beneficiários da Previdência Social são os segurados e dependentes (Art. 8º DC 3.048/99). Já vimos que os
segurados se dividem em obrigatórios e facultativos.

DEPENDENTES:
Dependentes são as pessoas que, embora não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei 8.213/91 e o Decreto 3.048/99
elenca como possíveis beneficiários do RGPS, fazendo jus às seguintes prestações: pensão por morte; auxílio-reclusão (2
benefícios previdenciários), serviço social e reabilitação profissional (serviços oferecidos pela Previdência).
Os dependentes são divididos em três classes, de acordo com os parâmetros previstos no art. 16 da Lei nº 8.213/91 e DC
3.048/99, a saber:
• Classe 1: o cônjuge, a companheira (o)1 e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.2
Sendo que esses não precisam comprovar a dependência econômica.
Ainda, pertencem a Classe 1:
✓ Enteado ou menor sob tutela (precisam comprovar a dependência econômica). EC, 23/2019... § 6º Equiparam-se a filho, para fins
de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência
econômica.
✓ Cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, bem como o ex-cônjuge, que recebia pensão de alimentos,
concorrerá com igualdade de condições com os dependentes de 1ª classe. Ainda, de acordo com entendimento do STJ: Súmula
336 – STJ: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-
marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.”
• Classe 2: Os pais (Precisam provar a dependência econômica)
• Classe 3: o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave3 – de qualquer idade – (precisam provar a dependência econômica).

Regras de dependência
1. Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições. A existência de vários dependentes arrolados
na mesma classe decreta a concorrência entre eles e a partilha da prestação previdenciária. Todos os arrolados como
dependentes da mesma classe possuem igualdade de direitos perante a Previdência Social.
2. Por força do disposto no § 1º do art. 16 da Lei nº 8.213/91, a existência de dependentes de qualquer das classes exclui do
direito às prestações os das classes seguintes. Por exemplo: Havendo Cônjuge, os pais e os irmãos estão excluídos. Não
havendo cônjuges, nem filhos, apenas pais; os irmãos estão excluídos. Ou seja, os irmãos somente são considerados
dependentes para fins de benefício previdenciário na falta de todos os demais dependentes.
3. A dependência econômica das pessoas da 1ª Classe é presumida e das demais deve ser comprovada.
4. Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência econômica o enteado
e o menor que esteja sob sua tutela, desde que não possuem bens suficientes para o seu próprio sustento e educação.
5. O menor sob tutela somente poderá equiparar-se aos filhos do segurado mediante apresentação do termo de tutela.
6. Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha União Estável com o segurado ou segurada, inclusive
relação homoafetiva.
7. O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, bem como o ex-companheiro, que recebia pensão de alimentos,
concorrerá em igualdade de condições com os dependentes de 1ª Classe.
8. De acordo com a Lei 13.846/19 que para a comprovação de dependência econômica ou união estável, exige-se início de
prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à
data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento.
9. Não é possível o reconhecimento da união estável, bem como dos efeitos previdenciários correspondentes, quando um ou
ambos os pretensos companheiros forem menores de 16 anos.

1 As condições para que se reste caracterizada a união: convivência pública, contínua e duradoura entre os companheiros, estabelecida com intenção
de constituição de família; ambos os companheiros sejam solteiros, separados judicialmente, divorciados, viúvos ou separados de fato.
2 O DC 3.048 tem texto parecido, mas observar a literalidade do Decreto.
3 O DC 3.048 tem texto parecido, mas observar a literalidade do Decreto.
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Obs.: A doutrina e a jurisprudência consideram as relações de concubinato excluídas do conceito de união estável, por considera-
las ilegítimas, não alcançando a proteção do Estado.

A emancipação dos filhos e dos irmãos anulam a condição de dependentes do segurado. Nos termos do parágrafo único do
artigo 5º do Código Civil, ocorre a emancipação: - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; - pelo casamento; - pelo
exercício de emprego público efetivo; - pela colação de grau em curso de ensino superior; - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Mas se a emancipação decorrer
de colação de grau científico em curso de ensino superior, apesar de emancipado, o filho não perde a condição de
dependente.

Obs.: Importante destacar que a Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.528/97 excluiu como dependentes do segurado o menor
sob guarda. Contudo o ECA (Lei 8.090/90, em seu Art. 33, §1º determina que a guarda confere à criança e ao adolescente a condição
de dependente, para todos os fins e direitos previdenciários.
Existia então um conflito entre a norma específica previdenciária e a norma genérica (ECA).
Para resolver esse conflito, a EC 103/2019, norma supralegal, determinou que se equiparam a filhos, para fins de recebimento da
pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica. Assim, como a
CF/88 prevalece sobre a Lei, pode-se concluir que o menor sob guarda não é dependente do RGPS.
Contudo, no de 2021, o STF julgou a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5083 e decidiu que foi INCONSTITUCIONAL a exclusão
do menor sob guarda como equiparado a filho pela Lei 9.517/97. Assim, a Corte entendeu que o menor sob guarda é considerado
dependente para fins previdenciário.
Porém, esse entendimento deve ser levado para prova somente se a banca fizer menção à jurisprudência no enunciado da questão. Isso
porque a decisão mencionada abrangeu somente a Lei 9.518/97 e não se estende à Emenda Constitucional 103/19. Até agora, a última
é considerada válida. Dessa forma, a decisão do STF só vale para benefícios com fatos geradores até 13/11/2019, já que a partir dessa
data entrou em vigor nova norma de hierarquia constitucional que deixa claro que somente são dependentes o menor tutelado e o
enteado.

QUESTÃO: CESPE– Analista Judiciário – STJ – 2018: A respeito do regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item
que se segue, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. Os genitores de segurado do RGPS serão seus dependentes
independentemente de comprovação da dependência econômica.
( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO: CESPE – SLU – 2019: Antônio, de sessenta e três anos de idade, empregado celetista no cargo de auxiliar de
serviços gerais havia dez anos em uma empresa de limpeza urbana, compareceu ao serviço de emergência de um hospital público,
queixando-se de fortes dores de cabeça. Após primeiro atendimento médico, ele foi encaminhado para internação, sem previsão
de alta, para investigação da causa das dores. Antônio é casado com Maria, de quarenta e cinco anos de idade, com a qual tem
dois filhos menores de idade. Maria está desempregada e nunca contribuiu para a previdência social. Apreensiva pela possibilidade
de Antônio não poder retornar ao trabalho, Maria buscou orientação no serviço social do hospital a respeito dos direitos de
Antônio e dos meios de exercê-los. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, tendo como referência a Lei
Orgânica da Seguridade Social (Lei n.º 8.212/1991), os planos de benefícios da previdência social (Lei n.º 8.213/1991) e o
Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003). Para fins previdenciários, a dependência econômica de Maria e de seus filhos com
Antônio deve ser comprovada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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DAS INSCRIÇÕES: O art. 17 da Lei 8.213 disciplina sobre a forma de inscrição dos segurado e dependentes. E, cabe ao
dependente promover a sua inscrição quando do requerimento do benefício a que estiver habilitado

DAS PRESTAÇÕES EM GERAL: As prestações previstas no Plano de Benefícios da Previdência Social (Lei nº 8.213/91)
são expressas em benefícios e serviços. As prestações são o gênero, do qual são espécies os benefícios e serviços. Benefícios
são valores pagos em dinheiro aos segurados e dependentes. Serviços são prestações imateriais postas à disposição dos
beneficiários. As prestações estão previstas no art. 18 do RGPS, que arrola aquelas devidas aos segurados, aos dependentes e a
ambos, vejamos:
Aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez)
Aposentadoria programada
Aposentadoria por idade do Trabalhador Rural
Aposentadoria especial
Auxílio incapacidade temporária (doença)
Benefícios Devidos ao segurado Auxílio-acidente
Salário-família
Prestações
Salário-maternidade
Pensão por morte
Devidos ao Auxílio-reclusão
dependente reabilitação profissional
Devidos a segurados e Serviço social
Serviços dependentes
Além dessas prestações, a Lei 7.998/90 dispõe sobre a concessão de seguro-desemprego. Há também o benefício
assistencial devido ao idoso e ao portador de deficiência, previsto no artigo 203, V, da CF e regulamentado pela Lei n.º 8.743/93
– Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS. Essa última prestação é paga pelo INSS à conta da União, pois não é benefício
previdenciário, mas assistencial.

ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS


4 – Aposentadorias (Por incapacidade permanente; programada, por idade do trabalhador rural e aposentadoria especial
3 – Auxílios (Incapacidade Permanente, Acidente e Reclusão)
2 – Salário (Família e o maternidade)
1 – Pensão (Por morte)

Obs.: Quando for o caso, para a concessão de prestação do RGPS, deve ser cumprido o período de carência.

QUESTÃO: CESPE – A aposentadoria por tempo de serviço, os pecúlios e o abono de permanência em serviço são exemplos
de prestações mantidas pelo RGPS.
( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO: CESPE - Para fazer jus a qualquer prestação do RGPS, o beneficiário deve preencher o período de carência,
assim entendido como o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis.
( ) CERTO ( ) ERRADO

ATENÇÃO, ative o sininho e GRAVE essa observação!!!! NOVIDADE!


Nos termos do § 4º, do art. 18, da Lei 8.213/91, incluído pela Lei 13.846/19, os benefícios previdenciários poderão ser solicitados, pelos
interessados, aos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, que encaminharão, eletronicamente, requerimento e respectiva documentação
comprobatória de seu direito para deliberação e análise do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos termos do regulamento.
Nos termos do art. 120, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 13.846/19, a Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os
responsáveis nos casos de: I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e
coletiva; II - violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
Nos termos do art. 121, da Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 13.846/19, o pagamento de prestações pela Previdência Social em
decorrência dos casos previstos nos incisos I e II do caput do art. 120, acima mencionados, não exclui a responsabilidade civil da empresa (no
caso de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva), ou do
responsável (no caso de violência doméstica e familiar contra a mulher)
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➢ APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE (ANTIGA APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ)
A Emenda Constitucional 103/19 chamou a antiga aposentadoria por invalidez de aposentadoria por incapacidade
permanente. Já o texto da Lei 8.213/91 ainda utiliza a denominação anterior (aposentadoria por invalidez). É apenas uma questão
de terminologia, pois trata-se do mesmo benefício. Contudo, o nome correto atualmente é “aposentadoria por incapacidade
permanente”.

Nos termos do art. 42 da Lei nº 8.213/91 e Art. 43 do DC 3.048/99, a aposentadoria por incapacidade permanente, uma
vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio por
incapacidade temporária, for considerado permanentemente incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade
que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente dependerá da verificação da condição de incapacidade por
meio de exame médico-pericial a cargo da Perícia Médica Federal, de modo que o segurado possa, às suas expensas, ser
acompanhado por médico de sua confiança.

Ou seja, ocorre mediante a perda Total e Permanente da Capacidade para o Trabalho. Sem possibilidade de Reabilitação
e mediante perícia médica. E essa incapacidade que resulta na não possibilidade de reabilitação pode ser constatada de plano em
algumas oportunidades, em face da gravidade das lesões à integridade física ou mental do indivíduo.

A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente, inclusive quando precedida de auxílio por incapacidade
temporária, fica condicionada ao afastamento do segurado de todas as suas atividades.

Durante os primeiros 15 dias de afastamento da atividade por motivo de incapacidade, caberá à empresa pagar ao segurado
empregado o salário.
Em caso de aposentadoria por incapacidade permanente precedida de auxílio-acidente, tal auxílio deverá ser somado ao
salário de contribuição , não podendo superar o teto.
Importante destacar que a doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe conferirá direito
à aposentadoria por incapacidade permanente, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento
dessa doença ou lesão.

Carência: O período de carência para a concessão da aposentadoria por incapacidade permanente é de 12 contribuições
mensais. A concessão independe de carência no caso de o segurado sofrer acidente de qualquer natureza ou causa, ou ser
acometido de alguma das doenças especificadas na Portaria Interministerial nº 2.998, de 23/08/20014. Os segurados especiais
estão isentos do cumprimento do período de carência, devendo comprovar exercício de atividade rural nos doze meses
imediatamente anteriores ao requerimento do benefício.
QUESTÃO (CESPE/ADAPTADA): Rui sofreu grave acidente que o deixou incapaz para o trabalho, não havendo qualquer
condição de reabilitação, conforme exame médico pericial realizado pela previdência social. Nessa situação, Rui não poderá
receber imediatamente o benefício de aposentadoria por incapacidade permanente, pois esta somente lhe será concedida após
o período de doze meses relativo ao auxílio-incapacidade temporária que Rui já esteja recebendo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Data de início do benefício: Quando a aposentadoria por incapacidade permanente decorrer de transformação de
auxílio incapacidade temporária, ela é devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença.
Quando não decorrer de transformação de auxílio incapacidade temporária, ela é devida:
a) Para os segurados empregados (exceto o doméstico): a contar do 16º dia de afastamento da atividade ou a partir da
entrada do requerimento, quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade: Os quinze primeiros dias de afastamento
são de responsabilidade da empresa, que deverá pagar ao segurado empregado o salário; e
b) para o segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e o facultativo: a partir da
data do início da incapacidade, ou da data de entrada do requerimento, quando ocorrido após o 30º dia da incapacidade.
Em todos os casos, o requerimento do benefício deve ser formulado no prazo de trinta dias a partir da data da

4Tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira; paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença
de Parkinson; Espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado de doença de Paget (osteíte deformante); síndrome de
deficiência imunológica (AIDS); contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada e hepatopatia grave. Desde
que acometidos após a sua filiação.
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incapacidade, sob pena de ser a data daquele o termo inicial do benefício.
Renda mensal inicial (valor da aposentadoria): A aposentadoria por incapacidade permanente, será em regra:
✓ Se o benefício for decorrente de acidente de trabalho, doença profissional ou doença do trabalho: 100% do
salário-de-benefício
✓ Nos demais casos:
Homem: 60% do salário-de-benefício + 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que
exceder o tempo de 20 anos de contribuição.
Mulher: 60% do salário-de-benefício + 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que
exceder a 15 anos de contribuição.
Exemplo1: João, por motivo de doença comum ficou incapacitado permanentemente para o trabalho, suponha
que seu salário-de-benefício (calculado sobre a média aritmética simples do salário-contribuição), corresponde a R$
4.000,00, nesse exemplo:
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO SALÁRIO-BENEFÍCIO RMI (60% DO SAL. BEN.) + 2% = (RMI)
Menos de 20 anos de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 - -
21 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 2% R$ 2.480,00
22 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 4% R$ 2.560,00
23 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 6% R$ 26540,00
24 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 8% R$ 2.720,00
25 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 10% R$ 2.800,00

O Salário-benefício será a média aritmética simples do salário-contribuição, considerados para a concessão do benefício
atualizados monetariamente, correspondente a 100% (cem por cento) do período contributivo, desde a competência de julho
de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Obs.: Para o segurado especial que não contribui facultativamente com 20% sobre o salário-de-contribuição, a renda
mensal inicial da sua aposentadoria por idade será de um salário-mínimo.
Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente com 20% sobre o salário-de-contribuição, terá
direito a uma renda mensal de benefício calculada da mesma forma que os demais segurados.

Majoração do benefício: O valor da aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que necessitar da
assistência permanente de outra pessoa, será acrescido de 25%, podendo chegar, assim, a 125% do salário de benefício. O
acréscimo será devido, ainda que o valor da aposentadoria atinja o teto da previdência; será recalculado quando o benefício que
lhe deu origem for reajustado e cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável, ao valor da pensão.
As situações em que o aposentado terá direito a essa majoração estão relacionadas no Anexo I do Regulamento da
Previdência Social (Decreto nº 3.048/99), quais sejam:
1 Cegueira total;
2 Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta;
3 Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores;
4 Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível;
5 Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível;
6 Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível;
7 Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social;
8 - Doença que exija permanência contínua no leito;
9 Incapacidade permanente para as atividade da vida diária.
Essa relação não pode ser considerada como exaustiva, pois outras situações podem levar o aposentado a necessitar de
assistência permanente, o que pode ser comprovado através da perícia médica.

Suspensão do Benefício: O segurado em gozo de aposentadoria por incapacidade permanente está obrigado, sob pena
de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, a processo de reabilitação profissional
por ela prescrito e custeado, e a tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
facultativos, independentemente da idade. De acordo com o parágrafo único do art. 46 do Decreto nº 3.048/99, a periodicidade
de submissão do aposentado à perícia é bienal (a cada dois anos).
Cessação do Benefício:
A) Retorno voluntário à atividade: Neste caso, a aposentadoria será automaticamente cancelada, a partir da data do
retorno;
B) Recuperação da capacidade laborativa, verificada mediante avaliação médica da perícia do INSS;
C) Morte do segurado
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Obs.: Recuperação da capacidade de trabalho: A aposentadoria por incapacidade permanente suspende o contrato de
trabalho (CLT, art. 475) e cessa com a recuperação da capacidade de trabalho. Por isso, o aposentado por incapacidade
permanente que retorna voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do
retomo art. 46 da Lei do RGPS.
A aposentadoria por incapacidade permanente não é concedida em caráter irrevogável. Como a incapacidade para o
trabalho pode deixar de existir, em face de uma série de fatores, a lei prevê a possibilidade de cessação do pagamento quando
ocorrer o retomo ao trabalho. A cessação do recebimento do benefício, uma vez constatada a recuperação da capacidade de
trabalho do aposentado, obedecer às regras do art. 47 da Lei nº 8.213/91, abaixo relacionadas, procurando permitir ao segurado
o retorno gradual ao mercado de trabalho para tornar a prover os meios necessários à manutenção de sua subsistência.
Quando a recuperação ocorre dentro de 05 anos Quando a recuperação for parcial ou após 05 anos
O benefício cessa de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a A aposentadoria é mantida:
retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou. • No seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em
que for verificada a recuperação da capacidade;
• Com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de
6 (seis) meses;
Cessa após tantos meses quantos forem os anos de du- ração do auxílio-doença • Com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual
ou da aposentadoria por incapacidade permanente, para os demais segurados. período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.

As regras gerais sobre aposentadoria por incapacidade permanente estão disciplinadas nos arts. 42 a 47 da Lei nº 8.213/91
e arts. 43 a 50 do Decreto nº 3.048/99.

QUESTÃO (CESPE/ADAPTDA) Daniel, aposentado por incapacidade permanente, retornou à sua atividade laboral
voluntariamente. Nessa situação, o benefício da aposentadoria por incapacidade permanente será cassado a partir da data desse
retorno.
( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO: (CESPE/ADAPTDA) Moacir, aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recusa-se a
submeter-se a tratamento cirúrgico por meio do qual poderá recuperar sua capacidade laborativa. Nessa situação, devido à
recusa, Moacir terá seu benefício cancelado imediatamente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

➢ APOSENTADORIA PROGRAMADA
Antes da Reforma da Previdência ocorrida em 2019, um segurado do Regime Geral de Previdência Social poderia se
aposentar ou por idade ou por tempo de contribuição. Após a reforma, em regra, não há mais a hipótese de uma pessoa aposentar-
se ou por idade ou por tempo de contribuição. Não existem mais esses dois benefícios, salvo em casos de direito adquirido,
regras de transição, aposentadoria do trabalhador rural e aposentadoria da pessoa com deficiência.

Agora, para se aposentar, o segurado deverá preencher, em regra, tanto o requisito de idade como o requisito de
tempo de contribuição.

Para os segurados que se filiaram ao RGPS após 13/11/19 (data em que entrou em vigor a Emenda Constitucional
103/19), a aposentadoria programada será devida, após cumprida a carência exigida na lei, ao segurado que cumprir,
cumulativamente, os seguintes requisitos:
✓ 65 anos de idade e 20 anos de contribuição, se homem, e
✓ 62 anos de idade e 15 anos de contribuição, se mulher

Essas regras são aplicáveis para quem se filiar ao RGPS após a entrada em vigor da EC 103/19.
Para fins de apuração do tempo de contribuição é vedada a inclusão de tempo fictício (Art. 51, §1º DC 3.048/99).

Ademais, a aposentadoria pode ser requerida compulsoriamente pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido o tempo
de contribuição mínimo, quando completar 70 anos de idade, se homem, ou 65 anos de idade, se mulher (art. 51 da Lei
8.213/91). Neste caso, a aposentadoria será compulsória, independentemente, portanto, da vontade do segurado, sendo-lhe
garantida a indenização prevista na legislação trabalhista.
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Obs.: A empresa, por sua vez, não é obrigada a requerer a aposentadoria do segurado nas idades mencionadas. É um direito da
empresa, porém não uma obrigação. No entanto, se requerida a aposentadoria compulsória do segurado, torna-se obrigatória
(compulsória) para este segurado. Assim sendo, podemos concluir que tal aposentadoria será compulsória para o segurado, mas
não é compulsória para a empresa.

A quem é devida a aposentadoria programada? Art. 52 do Decreto 3.048/99 alterado pelo Decreto 10.410/2020
Art. 52. A aposentadoria programada será devida:
I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico:
a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até noventa dias depois dela; ou
b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida
após o prazo da alínea "a"; e
II - para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento.
Art. 53. O valor da aposentadoria programada corresponderá a sessenta por cento do salário de benefício
definido na forma prevista no art. 32, com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de contribuição
que exceder o tempo de vinte anos de contribuição, para os homens, ou de quinze anos de contribuição, para as
mulheres.

Data de início do benefício: Empregado ou empregado doméstico: A partir da data do desligamento do emprego, quando
o requerimento for de até 90 dias depos dela, ou, a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego,
ou quando for requerida após o prazo de 90 dias.
Demais segurados: A partir da data da entrada do requerimento.

Quando não houver prévio requerimento administrativo da aposentadoria programada, ingressando-se diretamente com ação
judicial, o termo inicial para a implantação do benefício concedido judicialmente será a data da citação válida do INSS.

Renda mensal inicial: Segue a regra do Art. 53 do Decreto 3.048/99, qual seja:
Homem: 60% do salário-de-benefício, caso tenha atingido o tempo mínimo de contribuição de 20 anos + 2% para
cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição.
Mulher: 60% do salário-de-contribuição, caso tenha atingido o tempo mínimo de contribuição de 15 anos + 2%
para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 15 anos de contribuição.

Exemplo1: João tem 65 anos de idade, suponha que seu salário-de-benefício (calculado sobre a média aritmética
simples do salário-contribuição), corresponde a R$ 4.000,00, nesse exemplo:
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO SALÁRIO-BENEFÍCIO RMI (60% DO SAL. BEN.) + 2% = (RMI)
20 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 - -
21 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 2% R$ 2.480,00
22 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 4% R$ 2.560,00
23 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 6% R$ 26540,00
24 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 8% R$ 2.720,00
25 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 10% R$ 2.800,00
26 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 12% R$ 2880,00
27 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 14% R$ 2.960,00
28 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 16% R$ 3.040,00
29 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 18% R$ 3.120,00
30 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 20% R$ 3.200,00
31 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 22% R$ 3.280,00
32 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 24% R$ 3.360,00
33 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 26% R$ 3.440,00
34 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 28% R$ 3.520,00
35 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 30% R$ 3.600,00
36 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 32% R$ 3.680,00
37 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 34% R$ 3.760,00
38 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 36% R$ 3.840,00
39 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 38% R$ 3.920,00
40 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 40% R$ 4.000,00
Assim, suponha que em 2022 João tenha 65 anos e 35 anos de contribuição, e que o salário-de-benefício dele seja
R$ 4.000,00, qual será o valor do RMI de João? Será 90% do valor do salário-de-benefício (60% +2% por cada ano
que ultrapassar 20 anos), assim, corresponde ao valor de R$ 3.600,00.
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
Exemplo2: Maria tem 62 anos de idade, suponha que seu salário-de-benefício (calculado sobre a média aritmética
simples do salário-contribuição), corresponde a R$ 4.000,00, nesse exemplo:
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO SALÁRIO-BENEFÍCIO RMI (60% DO SAL. BEN.) + 2% = (RMI)
15 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 - -
16 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 2% R$ 2.480,00
17 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 4% R$ 2.560,00
18 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 6% R$ 26540,00
19 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 8% R$ 2.720,00
20 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 10% R$ 2.800,00
21 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 12% R$ 2880,00
22 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 14% R$ 2.960,00
23 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 16% R$ 3.040,00
24 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 18% R$ 3.120,00
25 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 20% R$ 3.200,00
26 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 22% R$ 3.280,00
27 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 24% R$ 3.360,00
28 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 26% R$ 3.440,00
29 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 28% R$ 3.520,00
30 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 30% R$ 3.600,00
31 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 32% R$ 3.680,00
32 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 34% R$ 3.760,00
33 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 36% R$ 3.840,00
34 ANOS R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 38% R$ 3.920,00
35 ANOS de contribuição R$ 4.000,00 R$ 2.400,00 40% R$ 4.000,00
Assim, suponha que em 2022 Maria tenha 62 anos e 35 anos de contribuição, e que o salário-de-benefício dele seja
R$ 4.000,00, qual será o valor do RMI de Maria? Será 100% do valor do salário-de-benefício (60% +2% por cada ano
que ultrapassar 15 anos), assim, corresponde ao valor de R$ 4.000,00.

ATENÇÃO, ative o sininho e GRAVE essa observação!!!! NOVIDADE!


Caso no cálculo do valor da Renda Mensal Inicial da aposentadoria do segurado se obtenha um valor inferior ao salário-mínimo, o benefício
será no valor do salário-mínimo. Não haverá aposentadoria em valor inferior ao salário-mínimo.
Na regra geral, não existe mais a aplicação do fator previdenciário para aposentadoria programada.
Em duas das regras de transição o cálculo será feito de forma diferente da estudada aqui.
Para o segurado especial que não contribui adicionalmente com 20% sobre o salário-de-contribuição, a renda mensal inicial da sua
aposentadoria será um salário-mínimo. No entanto, quando a sua aposentadoria for precedida de auxílio-acidente, deverá somar-se ao valor
da aposentadoria a renda mensal do auxílio-acidente vigente na data de início da referida aposentadoria.
Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente com 20% sobre o salário-de-contribuição, terá direito a uma renda
mensal de benefício calculada da mesma forma que os demais segurados (60% do salário-de-benefício + 2% do salário-de-benefício para cada
ano que exceda ao tempo de contribuição mínimo).

Cessação do Benefício: Com a morte do Segurado

QUESTÃO: CESPE/ – Procurador Municipal – Prefeitura Boa Vista – 2019 – ADAPTADA: João, casado com Ana desde
10/01/2018, é segurado do regime geral de previdência social desde 1.º/07/1989, na qualidade de contribuinte individual. Ele
pretende solicitar ao INSS, em 1.º/07/2020, dia do seu aniversário de cinquenta anos, sua aposentadoria programada.
Considerando essa situação hipotética e as disposições legais vigentes acerca de direito previdenciário, julgue o item que se segue.
Na data de seu referido aniversário, João ainda não terá cumprido os requisitos para começar a receber aposentadoria programada.
( ) CERTO ( ) ERRADO

➢ APOSENTADORIA POR IDADE DO TRABALHADOR RURAL


A aposentadoria por IDADE do trabalhador rural, uma vez cumprido o período de carência exigido (180 contribuições),
será devida aos segurados abaixo relacionados, quando completarem 55 anos de idade, quando mulheres, e 60 anos de idade,
quando homens, sem exigir tempo mínimo de contribuição, aos segurados abaixo relacionados:
✓ segurado empregado rural;
✓ contribuinte individual que prestam serviços de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação
de emprego;
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
✓ trabalhador avulso rural;
✓ Segurado especial (pequeno produtor rural e pescador artesanal que contribua facultativamente – 20%); e
✓ segurado garimpeiro que trabalhe, comprovadamente, em regime de economia familiar

QUESTÃO:CESPE – Analista Judiciário – STJ -2018: A respeito do regime geral da previdência social e do custeio da seguridade
social, julgue o item que se segue, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. O segurado especial terá direito a
aposentadoria por idade com requisito diferenciado, desde que comprove o exercício da atividade rural por tempo igual ao
número de meses exigidos para a carência do benefício.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Para os segurados especiais, não se exige que eles comprovem o pagamento da contribuição previdenciária para que tenham
direito ao benefício. Deverá ser comprovado o efetivo exercício de atividade rural pelo número de meses iguais ao da carência
do benefício.

Renda Mensal Inicial: A renda mensal inicial da aposentadoria por idade dos trabalhadores rurais acima mencionados e para
os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, (no caso do segurado especial, somente se contribuir
facultativamente na forma do art. 21 da Lei 8.212/91) incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal, será de:

70% do salário-de-benefício;
+ 1% do salário-de-benefício para cada de contribuição (desde o 1º ano)

Para o segurado especial que realize suas contribuições apenas sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural, o
valor da renda mensal inicial – RMI da aposentadoria por idade do trabalhador rural será de um salário-mínimo (nos termos do
art. 39, §2º, I, do Decreto 3.048/99 c/c art. 56, §3º, do Decreto 3.048/99).

➢ APOSENTADORIA PROGRAMADA DO PROFESSOR


Para o professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil,
ensino fundamental e ensino médio, desde que cumprido o período de carência exigido, têm uma redução de 5 anos na idade
mínima para obter sua aposentadoria programada. Sendo assim, deverão cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
✓ 57 anos de idade, se mulher, e 60 anos de idade, se homem; e
✓ 25 anos de contribuição, para ambos os sexos, em efetivo exercício na função de magistério na educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio.

O Supremo Tribunal federal – STF já firmou entendimento de que as atividades de direção de unidade escolar, coordenação e
assessoramento pedagógico também são consideradas funções de magistério e terão a idade reduzida em 5 anos, desde que
exercidas por professores na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio).

➢ APOSENTADORIA POR IDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – Art. 70-C


É assegurada a concessão de aposentadoria por idade, ao segurado com deficiência, com as idades mínimas a seguir:
✓ aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, independentemente do grau de deficiência e
✓ aos 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente do grau de deficiência.

Além das idades acima mencionadas, o segurado com deficiência, para poder se aposentar por idade, deve contar com no mínimo
15 anos de tempo de contribuição, cumpridos na condição de pessoa com deficiência, independentemente do grau.

Renda Mensal Inicial: A Renda Mensal Inicial será de (Art 70-J, II do DC 3.048/99)
70% do salário-de-benefício
+ 1% do salário-de-benefício para cada grupo de 12 contribuições até o máximo de 30%
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
➢ APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – ART. 70-B
A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência, cumprida a carência, é devida ao segurado empregado,
empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual e facultativo, observados os seguintes requisitos:
I - aos 25 anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e 20 anos, se mulher, no caso de
segurado com deficiência grave;
II - aos 29 anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e 24 anos, se mulher, no caso
de segurado com deficiência moderada;
III - aos 33 anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência, se homem, e 28 anos, se mulher, no caso
de segurado com deficiência leve.

HOMEM MULHER
DEFICIÊNCIA TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
LEVE 33 anos de constribuição 28 anos de constribuição
MODERA 29 anos de contribuição 24 anos de constribuição
GRAVE 25 anos de contribuição 20 anos de constribuição

QUESTÃO: CESPE – Analista Legislativo Câmara dos Deputados – 2014): Tendo em vista que, segundo a Constituição Federal
de 1988 (CF), a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, julgue o item subsequente. A CF prevê a possibilidade da
adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria especial aos segurados portadores de deficiência.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Renda Mensal Inicial: 100% do salário-de-benefício

➢ APOSENTADORIA ESPECIAL
A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência e idade mínima exigidas, será devida ao segurado empregado,
trabalhador avulso e contribuinte individual (no caso do contribuinte individual somente quando cooperado filiado a
cooperativa de trabalho ou de produção), que tenha trabalhado durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso,
sujeito a condições especiais cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.

Obs.: É vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.

Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art.
201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria segundo as regras abaixo:
IDADE MÍNIMA (HOMEM OU MULHER TEMPO DEEXPOSIÇÃO DE ACORDO COM O AGENTE NOCIVO

55 ANOS 15 ANOS
58 ANOS 20 ANOS
60 ANOS 25 ANOS

O tempo de contribuição e a idade mínima são os mesmos para segurados de ambos os sexos na aposentadoria
especial.
A concessão da aposentadoria especial dependerá da comprovação, durante o período mínimo de quinze, vinte ou vinte e cinco
anos, conforme o caso:
✓ tempo de trabalho em condições especiais que atenda aos seguintes requisitos:
▪ Trabalho Permanente
o Trabalho não ocasional
o Trabalho não intermitente
▪ Exposiçãp do segurado aos seguintes agentes nocivos prejudiciais à saúde:
o Agentes químicos,
o Agentes físicos,
o Agentes biológicos
o Associação desses agentes
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional e nem intermitente, no qual a
exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da
prestação do serviço, ou seja, aquele em que o segurado, no exercício de todas as suas funções, esteve efetivamente exposto a
agentes nocivos físicos, químicos e biológicos ou associação de agentes.

NÃO OCASIONAL: quando não ocorra eventualmente. Assim sendo, a exposição aos referidos agentes nocivos não poderá
ocorrer eventualmente (ocasionalmente).

NÃO INTERMITENTE: algo que não sofre interrupções. Logo, para efeito de aposentadoria especial, não poderá haver

APOSENTADORIA (CARÊNCIA) A concessão dos benefícios de aposentadoria (exceto por incapacidade permanente)
depende do cumprimento da carência de 180 contribuições mensais.

Renda Mensal Inicial: A Reforma da Previdência trouxe algumas alterações significativas no cálculo da renda mensal inicial da
aposentadoria especial. Atualmente o RMI da aposentadoria especial será:
✓ Para as aposentadorias que exijam tempo de exposição de 20 ou 25 anos
60% do salário-de-benefício;
+ 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição,
para homens, ou de 15 anos de contribuição se mulheres.

✓ Para as aposentadorias que exijam tempo de exposição de 15 anos


60% do salário-de-benefício;
+ 2% do salário-de-benefício para cada ano de contribuição que exceder o tempo mínimo de 15 anos de
contribuição, tanto para homens quanto as mulheres

Obs.: Caso no cálculo do valor da Renda Mensal Inicial da aposentadoria especial do segurado se obtenha um valor inferior ao
salário-mínimo, o benefício será no valor do salário-mínimo. Não haverá aposentadoria em valor inferior ao salário-mínimo.

Data de Início do Benefício: A DIB da aposentadoria especial deverá obedecer às seguintes regras:
✓ Segurado Empregado
A partir da data do desligamento do emprego: quando requerida no prazo de 90 dias contados da data do
desligamento.
A partir da data do requerimento: quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida depois
de 90 dias, contados da data do desligamento.

✓ Trabalhador Avulso e Contribuinte Individual (apenas quando filiado a cooperativa de trabalho ou de produção):
A partir da data de entrada do requerimento.

Cessação do Benefício:
A) Com a morte do segurado;
B) Caso o segurado que já receba aposentadoria especial retorne ao exercício de atividade ou operação que o sujeite aos
riscos e agentes nocivos constantes do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social - RPS, ou nele permanecer, na
mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma de prestação do serviço ou categoria de segurado, será
imediatamente notificado da cessação do pagamento de sua aposentadoria especial, no prazo de 60 dias contado da data
de emissão da notificação, salvo comprovação, nesse prazo, de que o exercício dessa atividade ou operação foi encerrado.

➢ AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

O auxílio por incapacidade temporário é o antigo auxílio-doença, será devido ao segurado que, após cumprida, quando
for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado temporariamente para seu trabalho ou para sua atividade habitual por mais
de quinze dias consecutivos, conforme definido em avaliação médico-pericial.

Será devido quando o segurado estiver temporariamente incapacitado para o trabalho, por motivo tanto de doença,
como decorrente de acidente, relacionado ou não ao trabalho. No entanto, se a incapacidade for permanente, o auxílio por
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incapacidade temporária será convertido em aposentadoria por incapacidade permanente.

Se a invalidez for constatada de imediato, o segurado será aposentado por incapacidade permanente, sem necessidade de
receber previamente o auxílio por incapacidade temporária.

Os 15 (quinzes) primeiros dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa
pagar ao segurado empregado o seu salário integral.

Quando a incapacidade ultrapassar o período de 15 dias consecutivos, o segurado será encaminhado ao INSS para
avaliação médico-pericial.

Não será devido o auxílio por incapacidade temporária ao segurado que se filiar ao RGPS já portador da doença ou da
lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento
dessa doença ou lesão.

Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo
exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Ocorre acidente de trabalho na relação de trabalho doméstico
QUESTÃO: (CESPE – 2019): Acerca dos planos de benefícios da Previdência Social, com fundamento na Lei n.º 8.213/1991
e em suas alterações, julgue o item seguinte. Configura acidente de trabalho aquele sofrido pelo trabalhador doméstico a serviço
de seu empregador e que tenha motivado afastamento em decorrência de lesão corporal causada por queimaduras com água
fervente.
( ) CERTO ( ) ERRADO

O segurado que durante o gozo do auxílio por incapacidade temporária vier a exercer atividade que lhe garanta
subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.

No entanto, caso o segurado, durante o gozo do auxílio por incapacidade temporária, venha a exercer atividade diversa
daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a incapacidade para cada uma das atividades exercidas.

O auxílio por incapacidade temporária do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela Previdência Social
será devido, mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora
de todas as atividades que ele estiver exercendo
Exemplo: O segurado é escritor e jogador de futebol, machucou o joelho e necessita de afastamento das atividades
esportivas por seis meses. Assim sendo, receberá auxílio por incapacidade temporária em relação a profissão de jogador e
continuará a trabalhar na profissão de escritor, pois a incapacidade não impede o exercício desta atividade de cunho intelectual.
Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas (art. 73
do Decreto nº 3.048/99).
Por exemplo, o segurado é jogador de futebol do time de sua cidade e técnico do time mirim da prefeitura. Nesse caso,
tendo lesionado os joelhos deverá se afastar das duas atividades.

Quando o segurado, que exercer mais de uma atividade, se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-
doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez enquanto essa incapacidade
não se estender às demais atividades.

Período de carência: Para ter direito à percepção do auxílio incapacidade temporária, o segurado do RGPS deverá ter
cumprido a carência equivalente a doze contribuições mensais, salvo quando for decorrente de acidente de trabalho de qualquer
natureza ou causa, ou de alguma das doenças especificadas na Portaria Interministerial nº 2.998, de 23/08/2001, caso em que a
carência não é exigida.
QUESTÃO: CESPE/2016: Com base no disposto na Lei n.º 8.213/1991, que trata dos planos de benefícios da previdência
social e dá outras providências, julgue o item seguinte. Em regra, o período de carência para a concessão do benefício de auxílio-
doença é de doze contribuições mensais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
Data de início do benefício: Durante os 15 primeiros dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de
doença ou de acidente de trabalho ou de qualquer natureza, caberá a empresa pagar ao segurado empregado o salário integral.
Quando requerida em 30 dias, a partir do 16º dia de afastamento é devido o benefício previdenciário, a ser pago pelo INSS.
Para os demais segurados (exceto segurado empregado), o benefício é devido e pago pelo INSS da data do início da
incapacidade.
Quando o requerimento do segurado afastado da atividade (inclusive o empregado) for protocolado depois de trinta dias
do afastamento, o benefício será devido apenas a contar da data da entrada do requerimento, não retroagindo ao décimo sexto
dia, no caso de segurado empregado, nem ao primeiro dia de afastamento, para os demais segurados.
QUESTÃO: (CESPE – Delegado de Polícia Federal – 2018): Um segurado da previdência social, filiado em 1.º/3/2010, sofreu
acidente de trabalho em 1.º/4/2010. Em 1.º/5/2010, lhe foi concedido, pelo INSS, auxílio-doença, contabilizado desde a data
do seu acidente até o dia 1.º/4/2011. Em 1.º/8/2018, o INSS revisou o ato administrativo de concessão desse benefício.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente. Considere que o INSS, após a revisão do ato administrativo,
tenha decidido pela sua anulação, sob o fundamento de que o segurado não haveria cumprido carência. Nessa situação, o
fundamento utilizado pelo INSS não é procedente, pois o auxílio-doença independe de carência.
( ) CERTO ( ) ERRADO
QUESTÃO: CESPE/2008-Técnico do Seguro Social: Uma segurada contribuinte individual que tenha sofrido algum acidente
que tenha determinado sua incapacidade temporária para a atividade laboral tem direito a receber auxílio-doença, cujo termo
inicial deve corresponder à data do início da incapacidade, desde que o requerimento seja apresentado junto à previdência antes
de se esgotar o prazo de 30 dias.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Novo benefício decorrente da mesma doença: Se concedido novo benefício decorrente do mesmo motivo que gerou
a incapacidade, dentro de sessenta dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento
relativo aos 15 primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for
o caso.

Renda mensal inicial: A Lei nº 9.032, de 28/04/95 fixou que o auxílio por incapacidade temporária consistirá numa
renda mensal correspondente a 91% do salário de benefício.
IMPORTANTE: O auxílio por incapacidade temporária não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos 12 (doze)
salários-de-contribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de 12 (doze), a média
aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes.

Para o segurado especial que não contribui com o sistema, o benefício será no valor de um salário-mínimo; comprovando
contribuições para o sistema, terá renda mensal calculada com base no salário de benefício.
Em qualquer caso, o valor do benefício não poderá ser inferior ao salário-mínimo, nem superior ao limite máximo do
salário de contribuição.
Quando o segurado exercer atividades concomitantes e for declarado incapaz em mais de uma delas, o valor do salário de
benefício será apurado com base no valor dos salários de contribuição das atividades para as quais se incapacitou.
QUESTÃO: (CESPE – Analista Portuário – EMAP – 2018): Maria, casada, sofreu acidente de trabalho em 1.º/2/2018 e ficou
afastada da empresa em que trabalha por três meses, recebendo auxílio-doença até a data imediatamente anterior ao seu retorno,
que ocorreu em 2/5/2018. Na data do acidente, o cônjuge de Maria tinha quarenta e quatro anos de idade. Nessa situação
hipotética, durante o afastamento por incapacidade temporária, a renda mensal inicial do benefício previdenciário recebido por
Maria deve ter correspondido a 91% do salário-de-benefício.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Reabilitação: O auxílio incapacidade temporária será mantido enquanto o segurado continuar incapaz para o trabalho,
podendo o INSS indicar processo de reabilitação profissional, quando julgar necessário.
O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária está obrigado, independentemente de sua idade e sob
pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Perícia Médica Federal, processo de
reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão
de sangue, que são facultativos.
Na impossibilidade de realização do exame médico-pericial inicial antes do término do período de recuperação indicado
pelo médico assistente em documentação, o empregado é autorizado a retornar ao trabalho no dia seguinte à data indicada pelo
médico assistente, mantida a necessidade de comparecimento do segurado à perícia na data agendada.
O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária concedido judicial ou administrativamente poderá ser
convocado a qualquer tempo para avaliação das condições que ensejaram sua concessão ou manutenção.
Profª Michelly Brandão AULA 06 e 07 16 de outubro de 2022
Contrato de trabalho: O segurado empregado urbano ou rural em gozo de auxílio incapacidade temporária deve ser
considerado pela empresa como licenciado. Há, na verdade, a suspensão do contrato de trabalho, motivo pelo qual é nulo
eventual concessão de aviso prévio com vistas ao despedimento do empregado, durante a fruição do auxílio, em face de estar o
contrato de trabalho suspenso.
QUESTÃO: CESPE/2008-Técnico do Seguro Social: Uma segurada da previdência que esteja recebendo auxílio-doença é
obrigada a submeter-se a exame pelo médico perito da previdência social e a realizar o processo de reabilitação profissional para
desenvolver novas competências.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Cessação do benefício: O auxílio incapacidade temporária cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho,
pela transformação em aposentadoria por incapacidade permanente ou concessão do auxílio-acidente (na hipótese de o
evento causador da redução da capacidade laborativa ser o mesmo que gerou o auxílio por incapacidade temporária); Reclusão
em regime fechado por período superior a 61 dias; morte do segurado.
OBS: ART. 151 DA LEI 8.213/91: Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26,
independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS,
for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave,
neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica
adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.
QUESTÃO: (CESPE – Analista Portuário – EMAP - 2018): Acerca dos benefícios da previdência social, julgue o item a seguir.
Independentemente de carência, a concessão das prestações de auxílio-doença é garantida ao segurado acometido por
tuberculose ativa, hanseníase ou hepatopatia grave.
( ) CERTO ( ) ERRADO

➢ AUXÍLIO-ACIDENTE – Art. 86 da Lei 8.213/91


O auxílio acidente é um benefício previdenciário pago mensalmente ao segurado acidentado como forma de
indenização, sem caráter substitutivo do salário, pois é recebido cumulativamente com ele, quando, após a consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza (e não somente de acidentes de trabalho) resultarem sequelas que impliquem
redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia - Lei nº 8.213/91, art. 86, caput.

É devido ao segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e o segurado especial.

É devido o benefício a partir da data em que a perícia médica do INSS concluir, após a consolidação das lesões decorrentes
de acidente de trabalho ou não, haver no segurado sequela definitiva enquadrada nas situações do Anexo III do Regulamento da
Previdência Social, ensejando redução da capacidade funcional, considerando-se, para este fim, a atividade realizada na época
do acidente (§ 8º do art. 104, inserido pelo Decreto nº 4.729, de 09/06/2003).

Para ter direito ao auxílio-acidente não é necessário que seja acidente do trabalho. A lei refere-se a acidente de qualquer
natureza. No entanto, não basta a ocorrência do acidente de qualquer natureza para que o benefício de auxílio-acidente seja
concedido. Faz-se necessário a ocorrência das circunstâncias a seguir:
1) Segurado sofra um acidente de qualquer natureza;
2) Ocorra a consolidação das lesões (quadro clínico tenha estabilizado);
3) Do acidente, resulte sequelas definitivas;
4) Haja redução da capacidade laborativa do segurado para o trabalho que habitualmente exercia.

Enquanto as lesões não se consolidarem e o segurado estiver impossibilitado temporariamente de voltar ao trabalho, receberá
auxílio por incapacidade temporária. Se a perícia constatar que a incapacidade é total e permanente, será concedida a
aposentadoria por incapacidade permanente.

QUESTÃO: (CESPE – Analista Portuário – EMAP – 2018): Maria, casada, sofreu acidente de trabalho em 1.º/2/2018 e ficou
afastada da empresa em que trabalha por três meses, recebendo auxílio-doença até a data imediatamente anterior ao seu retorno,
que ocorreu em 2/5/2018. Na data do acidente, o cônjuge de Maria tinha quarenta e quatro anos de idade. Nessa situação
hipotética, após o retorno ao trabalho, Maria poderá pleitear o auxílio acidente somente se persistirem sequelas que impliquem
a redução de sua capacidade laboral.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os seguintes segurados:


✓ Empregado;
✓ Empregado doméstico;
✓ Trabalhador avulso; e
✓ Segurado especial
Portanto, não será devido auxílio-acidente ao contribuinte individual e ao segurado facultativo.

Na hipótese de o trabalhador ter exercido, durante sua vida profissional, diversas atividades, enquadrando-se em diferentes
categorias de segurado, para fins de concessão do auxílio-acidente, considerar-se-á a atividade exercida na data do acidente.

Para fazer jus ao auxílio-acidente é necessária a confirmação, pela perícia médica do INSS, da efetiva redução da capacidade
laborativa do segurado, em decorrência de acidente de qualquer natureza. Consequentemente, se não houver redução da
capacidade para o trabalho, o auxílio-acidente não deverá ser concedido.

O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade
do recebimento do auxílio-acidente. Assim sendo, é vedada sua acumulação do auxílio-acidente com qualquer
aposentadoria.

Período de carência: A concessão do auxílio acidente independe do número de contribuições pagas, mas é preciso
ter a qualidade de segurado.

QUESTÃO: (CESPE – Procurador Municipal – Prefeitura Boa Vista – 2019): Maria solicitou à previdência social auxílio-
acidente, não decorrente de acidente de trabalho, mas seu pedido foi indeferido sob o fundamento de que ela não teria cumprido
o tempo de carência legalmente estabelecido. Seis anos depois do pedido, ela ingressou com uma ação previdenciária para o
recebimento do referido benefício. Considerando essa situação hipotética, à luz das normas vigentes acerca de direito
previdenciário, julgue o item. Como a concessão de auxílio-acidente independe de tempo de carência, a decisão administrativa
de indeferimento foi incorreta.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Data de início do benefício: O benefício tem início a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio incapacidade
temporária, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, ou, na data da entrada do
requerimento (DER), quando não precedido de auxílio incapacidade temporária.

Renda mensal inicial: O auxílio acidente mensal passou a corresponder a 50% do salário de benefício que deu origem
ao auxílio por incapacidade temporária do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente, e será devido
até a véspera de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do
recebimento do auxílio acidente. Não é permitida a acumulação de auxílio-acidente. O valor do benefício, em qualquer caso,
poderá ser inferior ao salário-mínimo, uma vez que não se trata de benefício substitutivo do salário de contribuição.
O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de
qualquer aposentadoria, apesar de não integrar o salário-de-contribuição para fins de cálculo de contribuição previdenciária.

QUESTÃO: (CESPE – FUB – 2018): Um trabalhador de uma indústria de produção de cristais apresentou crise aguda de cólica
abdominal difusa e de forte intensidade, associada a dor nos membros inferiores e hipertensão arterial. Acerca dessa situação e
de aspectos diversos a ela ligados, julgue o próximo item. Se, após consolidado seu tratamento, o trabalhador em questão
permanecer com sequela que implique redução da capacidade para o trabalho que exercia, ele fará jus a auxílio-acidente,
correspondente a 70% de seu salário, devido a partir da data do diagnóstico da sequela definitiva até a véspera de sua
aposentadoria.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Suspensão e cessação do benefício: O auxílio acidente deixou de ser vitalício e passou a integrar o salário de
contribuição para fins de cálculo do salário de benefício de qualquer aposentadoria. Essa disposição, contida no art. 31 da Lei
nº 8.213/91, foi restabelecida pela Lei nº 9.528, de 10/ 12/97, pondo fim a uma interminável polêmica. Conforme redação dada
ao artigo 86 da Lei 8.213/91.
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Cessa com a morte do segurado, aposentadoria do segurado e emissão de certidão de tempo de contribuição (para averbar
o tempo de contribuição no RGPS).

➢ AUXÍLIO RECLUSÃO
O auxílio reclusão, respeitado o período mínimo de carência (24 contribuições mensais) será devido, na mesma condição da
pensão por morte, aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão, em regime fechado, que não receber
remuneração da empresa, nem estiver em gozo de auxílio incapacidade temporária, salário maternidade, pensão por
morte, aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

Para fins de concessão do benefício de auxílio-reclusão, considera-se segurado de baixa renda aquele que tenha renda
bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.655,98 (valor válido para 2022), corrigidos pelos mesmos índices de reajuste aplicados aos
benefícios do RGPS, calculada com base na média aritmética simples dos salários de contribuição apurados no período dos
doze meses anteriores ao mês do recolhimento à prisão.
A renda a ser considerada para efeito de concessão do benefício de auxílio-reclusão é a renda do segurado recluso e não dos
seus dependentes beneficiários.

Os dependentes somente terão direito ao benefício de auxílio-reclusão se presentes, cumulativamente, os requisitos abaixo:
✓ Segurado recolhido a prisão em regime fechado;
✓ Segurado não receba remuneração a empresa;
✓ Segurado não esteja em gozo de auxílio por incapacidade temporária, pensão por morte, salário-maternidade,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço;
✓ Seja segurado de baixa renda

O requerimento do auxílio-reclusão será instruído com certidão judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão e será
obrigatória a apresentação de prova de permanência na condição de presidiário para a manutenção do benefício.

Os dependentes do segurado detido em prisão provisória (preventiva ou temporária) terão direito ao benefício desde que
comprovem o efetivo recolhimento do segurado por meio de certidão judicial.

Equipara-se à condição de recolhido à prisão, a situação do maior de dezesseis e menor de dezoito anos de idade que se
encontre internado em estabelecimento educacional ou congênere, sob custódia do Juizado da Infância e da Juventude.

ATENÇÃO, ative o sininho e GRAVE essa observação!!!! NOVIDADE!A aferição da renda mensal bruta para enquadramento do segurado
como de baixa renda ocorrerá pela média dos salários de contribuição apurados no período de doze meses anteriores ao mês do recolhimento à
prisão. Ou seja, para verificar se a renda do segurado é igual ou inferior a R$ 1.655,98 (valor válido para 2022), não se olh ará o último salário de
contribuição do segurado. Será feita uma média dos salários de contribuição apurados nos 12 meses anteriores ao mês de recolhimento à prisão.
Obs: Se o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade em algum dos 12 meses utilizados para aferição da renda mensal bruta para
enquadramento do segurado como de baixa renda, sua duração será contada considerando-se como salário de contribuição no período o salário de
benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado na mesma época e com a mesma base dos benefícios em geral, não podendo
ser inferior ao valor de 1 (um) salário-mínimo.

(CESPE – Analista Judiciário de Procuradoria – PGE PE - 2019): No item a seguir apresenta uma situação hipotética seguida
de uma assertiva a ser julgada, a respeito de benefícios previdenciários. Arnaldo, solteiro, maior de idade e capaz, é gerente de
uma loja há mais de sete anos e recebe salário mensal equivalente a cinco salários-mínimos. Por ter cometido crime e ter sido
condenado a pena de cinco anos de reclusão, ele iniciou, na presente semana, o cumprimento dessa pena. Nessa situação,
Arnaldo terá direito de receber o benefício previdenciário denominado auxílio-reclusão durante todo o período de cumprimento
da pena.
( ) CERTO ( ) ERRADO

É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado inclusive quando não houver salário-de-contribuição na data do
seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado e cujo valor da média dos salários de contribuição
apurados no período de doze meses anteriores ao mês do recolhimento à prisão seja igual ou inferior ao valor para ser
considerado de baixa renda.

O benefício é devido enquanto o segurado permanecer na condição recluso. Sendo assim, para a manutenção do benefício
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deverá ser apresentada, trimestralmente, a ‘declaração’ de que o segurado permanece cumprindo pena privativa de liberdade.

Não cabe a concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do segurado que esteja em livramento condicional ou que
cumpra pena em regime semiaberto ou aberto.

O cumprimento de pena em prisão domiciliar não impede o recebimento do benefício de auxílio-reclusão pelos
dependentes, se o regime previsto for o fechado.

A monitoração eletrônica do instituidor do benefício de auxílio-reclusão não interfere no direito do dependente ao


recebimento do benefício, uma vez que tem a função de fiscalizar o preso, desde que mantido o regime de prisão domiciliar e o
regime prisional seja considerado fechado.

O exercício de atividade remunerada iniciada após a prisão do segurado recluso em cumprimento de pena em regime fechado
não acarreta a perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependentes.

No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que
esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado. Se houver exercício de atividade dentro do período de
fuga, será o mesmo considerado para verificação da perda ou não da qualidade de segurado.

Em caso de falecimento do segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão será automaticamente convertido em pensão
por morte.

Se a realização do casamento ou constituição de união estável ocorrer durante o recolhimento do segurado à prisão, o
auxílio-reclusão não será devido, considerando a dependência superveniente ao fato gerador.

O filho nascido durante o recolhimento do segurado à prisão terá direito ao benefício de auxílio-reclusão a partir da data
do seu nascimento

ATENÇÃO: É vedada a concessão do auxílio-reclusão após a soltura do segurado.

As regras gerais sobre o auxílio reclusão encontram-se no art. 80 da Lei nº 8.213/91 e nos arts. 116 a 119 do Decreto nº
3.048/99.

Período de carência: 24 contribuições mensais.

Data de início do benefício:


✓ O benefício tem início na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 180 dias após a prisão,
para os filhos menores de 16 anos;
✓ A contar da data de efetivo recolhimento do segurado à prisão, quando requerida em até 90 dias após a prisão, para os
demais dependentes.
✓ Do requerimento, quando requerido após 180 dias da prisão, para os filhos menores de 16 anos;
✓ Do requerimento, quando requerido após 90 dias da prisão, para os demais dependentes.

Renda mensal inicial: Segundo a EC 103/2019 (Reforma da Previdência), até que lei discipline o valor do auxílio-
reclusão, de que trata o inciso IV do art. 201 da Constituição Federal, seu cálculo será realizado na forma daquele aplicável à
pensão por morte, não podendo exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo.
Assim sendo, com as regras trazidas pela Reforma da Previdência, o valor global do auxílio-reclusão não poderá exceder
a 1 salário-mínimo.

Lembre-se que o auxílio-reclusão, havendo mais de um dependente, será rateado entre todos os dependentes beneficiários
em parte iguais, bem como reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito ao auxílio-reclusão cessar.

O valor do auxílio reclusão, assim como o da pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateado entre todos
em partes iguais, sendo que as cotas do rateio poderão ser inferiores ao salário-mínimo. De resto, aplicam-se ao auxílio reclusão
as demais regras da pensão por morte.
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Cessação do benefício:
✓ cessação da cota individual de cada dependente; e
✓ cessação do benefício.

O direito à percepção de cada cota individual do auxílio-reclusão cessará:


✓ pela morte do dependente;
✓ para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade, salvo se
for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
✓ para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
✓ para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo afastamento da deficiência,
nos termos do regulamento;
✓ pela adoção, para o filho adotado que recebia auxílio-reclusão dos pais biológicos;
✓ para cônjuge ou companheiro, pelo decurso do prazo de recebimento, nas mesmas condições apresentadas na pensão
por morte, conforme segue:
• se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os
períodos mínimos abaixo;

• em 4 (quatro) meses, se a reclusão ocorrer:


▪ sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais; ou
▪ se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes da reclusão
do segurado;

• transcorridos os períodos abaixo, estabelecidos de acordo com a idade do cônjuge ou companheiro(a) na data
da reclusão do segurado, se a reclusão ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo
menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável
▪ 3 (três) anos, com menos de 22 anos de idade;
▪ 6 (seis) anos, entre 22 e 27 anos de idade;
▪ 10 (dez) anos, entre 28 e 30 anos de idade;
▪ 15 (quinze) anos, entre 31 e 41 anos de idade;
▪ 20 (vinte) anos, entre 42 e 44 anos de idade;
▪ vitalícia, com 45 ou mais anos de idade.

Cessação do Benefício de Auxílio-Reclusão


O auxílio-reclusão cessará, por completo, nos seguintes casos:
✓ Com a extinção da última cota individual;
✓ Caso o segurado, ainda que recluso, passar a receber aposentadoria;
✓ Pelo óbito do segurado (neste caso o auxílio-reclusão será convertido em pensão por morte);
✓ Na data do livramento; e
✓ Quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional ou progredir para cumprimento de pena em regime
semiaberto ou aberto.

Suspensão Temporária do Benefício de Auxílio-Reclusão


No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta
ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.
Os pagamentos do auxílio-reclusão também serão suspensos se o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado
pela autoridade competente, para prova de que o segurado permanece recolhido à prisão

➢ SALÁRIO-MATERNIDADE: art. 71 ao 73 da Lei 12.813/91.


É um benefício previdenciário devido em função das seguintes circunstâncias:
✓ Parto (inclusive se natimorto);
✓ Aborto não criminoso;
✓ Adoção; ou
✓ Guarda Judicial para fins de adoção.
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É devido à mãe ou pai adotivos. Mesmo que a mãe biológica tiver recebido o mesmo benefício por ocasião do nascimento
da criança.

Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalentes ao número
de meses em que o parto foi antecipado.

Garante a segurada o benefício do salário maternidade a partir do parto (23ª semana em diante), mesmo que natimorto,
será considerado parto e terá direito ao salário-maternidade de 120 dias, que poderá ser ampliado por mais 02 semanas mediante
atestado médico, no início do período e no final do período. E ainda, pode iniciar o gozo 28 dias antes do parto, com término
91 dias após.

Em caso de adoção e guarda judicial para fins de adoção de criança até 12 anos de idade, o salário-maternidade também
é devido e será de 120 dias.
Em caso de gêmeos, será devido sempre um único salário-maternidade.
Em caso de adoção ou guarda em conjunto, se ambos os adotantes forem segurados da previdência social, o salário-
maternidade somente será concedido a um dos adotantes.
Em caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção de criança, o segurado do sexo masculino também pode receber
o salário-maternidade pelo período de 120 dias.

No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício será
pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a
qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do Filho ou de seu abandono. Devendo ser requerido até o último dia do
prazo previsto para o término do salário-maternidade originário. Neste caso, será pago diretamente pela Previdência Social
durante o período entre a data do óbito e o último dia do término do salário-maternidade originário, aplicando-se, tais regras,
também nos casos de segurado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.

Obs.: a percepção do salário-maternidade está condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade


desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.

Em caso de abordo não criminoso, comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito a 2 semanas.
Considera-se aborto não criminoso aquele ocorrido nas seguintes circunstâncias:
1. Aborto involuntário;
2. Quando não há outro meio de salvar a vida da gestante;
3. Quando a gravidez resulta de estupro; e
4. Interrupção de gravidez de feto que apresenta anencefalia (entendimento do STF)
Obs: O direito ao salário-maternidade decairá se não for requerido em até cento e oitenta dias da ocorrência do parto ou
da adoção, exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.”

Salário maternidade:
Parto: Segurada empregada. A empresa paga e compensa nas contribuições.
Aborto não Criminoso: Demais empregadas – Pago diretamente pela previdência social.
Adoção e Guarda Judicial – Previdência social para diretamente para todos os tipos de segurados.

Obs.: O salário maternidade não pode se cumulado com o benefício de incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em
concomitância com o período de pagamento do salário-maternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser
suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do
período de cento e vinte dias.

Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada gestante, efetivando-se a compensação quando
do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço. Neste caso, a empregada deve dar quitação à empresa dos recolhimentos mensais
do salário-maternidade na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida, de modo que a quitação fique plena e
claramente caracterizada.
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QUESTÃO: (CESPE – Analista Judiciário – STJ – 2018): A respeito do regime geral da previdência social e do custeio da
seguridade social, julgue o item que se segue, considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. A renda mensal inicial do
salário-maternidade para a segurada empregada corresponde à sua remuneração integral e será paga pela empresa, observada a
compensação com o INSS.
( ) CERTO ( ) ERRADO

O salário-maternidade devido ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para
fins de adoção de criança, devido pelo período de 120 (cento e vinte) dias, será pago diretamente pela Previdência Social.

O salário-maternidade devido à empregada do microempreendedor individual, da mesma forma, será pago diretamente
pela Previdência Social.

O salário-maternidade devido à empregada intermitente também será pago diretamente pela Previdência Social.

Também será paga diretamente pela Previdência Social para os segurados empregado doméstico, trabalhador avulso,
segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo em relação a todos os fatos geradores do benefício de salário-
maternidade.

QUESTÃO: (CESPE – Analista Portuário – EMAP – 2018) Acerca dos benefícios da previdência social, julgue o item a seguir.
O salário-maternidade deve ser requerido pela empregada gestante diretamente ao Instituto Nacional do Seguro Social no prazo
de vinte e oito dias antes da data provável do parto.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Obs.: Quando houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é devido um único salário-maternidade
relativo à criança de menor idade. No entanto, no caso de empregos concomitantes, a segurada fará jus ao salário-maternidade
relativo a cada emprego.
Quando ocorrer incapacidade em concomitância com o período de pagamento do salário-maternidade, o benefício por
incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada
para o primeiro dia seguinte ao término do período de cento e vinte dias.

IMPORTANTE: A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao recebimento do salário-maternidade.

Período de Carência: Empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico – “Sem carência”.


Contribuinte individual – 10 Contribuições.
Segurada especial – 10 meses de contribuição /e de efetivo exercício na atividade rural imediatamente anteriores à data do
parto ou do requerimento do benefício.
Segurada Facultativa: 10 meses de Contribuições

Renda mensal inicial: Empregada e Trabalhadora avulsa: Salário integral, não sujeito ao teto, limitado ao subsídio mensal
dos Ministros do STF;
Empregada doméstica: Último salário contribuição.
Segurada especial – Salário-mínimo
Contribuinte individual e Segurada Facultativa: 1/12 da soma dos últimos salários de contribuição, apurados em período
não superior a 15 meses.

Obs.: Caso o segurado especial tenha optado por contribuir facultativamente e adicionalmente com 20% sobre o salário-de-contribuição,
seu salário-maternidade será calculado da mesma forma que se calcula o salário-maternidade do contribuinte individual.
Obs.: A segurada que exerça atividades concomitantes fará jus ao salário-maternidade relativo a cada atividade para a qual tenha cumprido os
requisitos exigidos, observadas as seguintes condições:
• na hipótese de uma ou mais atividades ter remuneração ou salário de contribuição inferior ao salário-mínimo mensal, o benefício somente
será devido se o somatório dos valores auferidos em todas as atividades for igual ou superior a um salário-mínimo mensal;
• o salário-maternidade relativo a uma ou mais atividades poderá ser inferior ao salário-mínimo mensal; e
• o valor global do salário-maternidade, consideradas todas as atividades, não poderá ser inferior ao salário-mínimo mensal.
Nos meses de início e término do salário-maternidade da segurada empregada, inclusive da doméstica, o salário-maternidade será proporcional
aos dias de afastamento do trabalho.
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Data do início do benefício: Em regra, da data do fato gerador: Parto; aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial
para fins de adoção.
Se afastar antes do dia do parto: Data do início fixada conforme atestado médico original e específico apresentado pela
segurada, com a data prevista para o nascimento.

cessação do benefício: Após o decurso do prazo. E com a morte da segurada, exceto se pago ao cônjuge ou companheiro
sobrevivente se segurados.
E para a segurada empregada se dispensada sem justa causa durante o período de estabilidade, pois a empresa indeniza.

➢ SALÁRIO FAMÍLIA
O salário-família é um benefício pago mensalmente aos segurados empregados, empregado doméstico e aos trabalhadores
avulsos, desde que sejam considerados de baixa renda, ou seja, que tenham salário-contribuição inferior ou igual a R$ 1.655,98 (para o ano de
2022), na proporção do respectivo número de filhos ou equipados, de qualquer condição, até 14 anos de idade, inválido de
qualquer idade.

Para a concessão do salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição.

Equiparam-se aos filhos, nos termos do art. 16, §3º do RPS, mediante declaração escrita do segurado, comprovada a
dependência econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela.
QUESTÃO: (CESPE – Analista Portuário – EMAP – 2018): Acerca dos benefícios da previdência social, julgue o item a
seguir. A cota do salário-família devida a empregado que possua filhos com idade igual ou inferior a quinze anos será
proporcional aos dias por ele trabalhados nos meses de sua admissão e demissão.
( ) CERTO ( ) ERRADO

A invalidez do filho, do enteado ou do menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica dos dois últimos,
maior de quatorze anos de idade será verificada em exame médico-pericial realizado pela Perícia Médica Federal.
Será pago mensalmente:
a) ao empregado, pela empresa com o respectivo salário;
b) ao empregado doméstico, pelo empregador doméstico, com o respectivo salário;
c) ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou OGMO, mediante convênio, que estejam em atividade;
d) Ao empregado, o empregado doméstico e o trabalhador avulso aposentados por incapacidade permanente ou em gozo
de auxílio incapacidade temporária, pelo INSS juntamente com o benefício;
e) ao trabalhador rural (empregado rural ou trabalhador avulso) que tenha se aposentado por idade aos 60 anos, se homem,
ou 55 anos, se mulher, pelo INSS, juntamente com a aposentadoria;
f) ao demais empregados, empregado doméstico, e trabalhadores avulsos aposentados, aos 65 anos, se homem, ou 60
anos, se mulher, pelo INSS, juntamente com a aposentadoria.

Os desempregados não têm direito ao benefício.


O pagamento do salário-família é condicionado à apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação
relativa ao enteado e ao menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica dos dois últimos, e à apresentação
anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e de comprovação semestral de frequência à escola do filho
ou equiparado, a partir dos quatro anos de idade.

Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda
do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa,
se houver determinação judicial nesse sentido.

Carência: Independe de Carência

Renda mensal inicial: A renda mensal do salário-família corresponde a uma cota em relação a cada filho ou equiparado
(enteado e menor sob tutela), de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade.
O valor da cota do salário-família por filho ou por equiparado, desde que comprovada a dependência econômica do equiparado
(enteado e do menor sob tutela), até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade, para o ano de 2022, é de:
✓ R$ 56,47
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O benefício será encerrado quando o (a) filho (a) completar 14 anos, em caso de falecimento do filho, por ocasião de
desemprego do segurado e, no caso do filho inválido, quando da cessação da incapacidade. Conforme art. 65 ao 69 Lei 8.213/91.

Data do Início do Benefício: O pagamento do salário-família será devido a partir da data da apresentação da certidão de
nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado (enteado e menor sob tutela), estando condicionado à
apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até 6 anos de idade, e de comprovação semestral de frequência à escola
do filho ou equiparado, a partir dos 4 anos de idade.

Suspensão do Benefício: Se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação de frequência
escolar do filho ou equiparado, nas datas definidas pelo INSS, o benefício do salário-família será suspenso, até que a
documentação seja apresentada.

Cessação do Benefício: Cessará nos seguintes casos:


A) por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito;
B) quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do
aniversário;
C) pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade;
D) pelo desemprego do segurado, ainda que mantenha a qualidade de segurado; ou
E) pela morte do segurado.

➢ PENSÃO POR MORTE


A pensão por morte é o benefício pago ao conjunto de dependentes do segurado, homem ou mulher, que falecer,
aposentado ou não, conforme previsão expressa do art. 201, V, da Constituição Federal, regulamentada pelo art. 74 da Lei do
RGPS. É devido nos seguintes casos:
✓ Morte do segurado
✓ Morte Presumida do Segurado
• Mediante sentença declaratória de ausência;
• Em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe, acidente ou desastre

São beneficiários da pensão por morte os dependentes de todas as espécies de segurados do Regime Geral de Previdência
Social – RGPS. A pensão poderá ser concedida, em caráter provisório, por morte presumida:
• mediante sentença declaratória de ausência, expedida por autoridade judiciária, a contar da data de sua emissão; ou
• em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da data da
ocorrência, mediante prova hábil.
Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessa imediatamente, ficando os dependentes desobrigados
da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.
São aceitos como prova do desaparecimento: Boletim de ocorrência policial, documento confirmando a presença do
segurado no local do desastre, noticiário dos meios de comunicação e outros. Nesses casos, quem recebe a pensão por morte
terá de apresentar, a cada seis meses, documento sobre o andamento do processo de desaparecimento até que seja emitida a
certidão de óbito.
Caso exista nexo de causalidade entre a catástrofe e o trabalho do segurado, configurar-se-á acidente do trabalho. Neste
caso, será necessário, também, a apresentação da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT, com o respectivo parecer
médico-pericial para caracterização no nexo técnico.
Nas situações de morte presumida, a cada 6 meses o recebedor do benefício deverá apresentar documento da autoridade
competente, contendo informações acerca do andamento do processo de declaração de ausência, até que seja apresentada a
certidão de óbito.

A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não e,
havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais.

Não é devida pensão por morte quando na data do óbito tenha ocorrido a perda da qualidade de segurado, salvo se o
falecido havia implementado os requisitos para obtenção de qualquer aposentadoria programada, ou se por meio de parecer
médico-pericial ficar reconhecida a existência de incapacidade permanente do falecido, dentro do período de graça.
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Perde o direito à pensão por morte o condenado criminalmente por sentença transitada em julgado, como autor, coautor ou
partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente
incapazes e os inimputáveis.

Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação
ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário,
apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de
condições com os dependentes de Classe I. Mesmo que houver renúncia dos alimentos, manterá o direito à pensão por morte
do ex-marido e ex-companheiro(a), comprovada a necessidade econômica superveniente. Vejamos o entendimento do STJ sobre
o tema:
Súmula 336 do STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão
previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.

Se o segurado instituidor do benefício e/ou seu companheiro ou companheira forem casados com terceiros, ainda assim poderá
ser concedida pensão por morte a este companheiro(a) dependente, desde que comprovada a separação de fato ou judicial com
os respectivos cônjuges e a vida em comum com o companheiro(a).

Se o segurado falecido estiver, na data de seu óbito, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-
cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso
não incida outra hipótese de cancelamento ou cessação anterior do benefício, como estudaremos adiante.
O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não impede a concessão ou
manutenção da parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.

O pensionista inválido fica obrigado, sob pena de suspensão do benefício, a:


✓ submeter-se a exame médico a cargo da Perícia Médica Federal;
✓ processo de reabilitação profissional a cargo do INSS; e
✓ tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

O pensionista inválido que não tenha retornado à atividade estará isento desse exame a partir dos 60 anos de idade.
Contudo, a isenção do exame acima mencionada não se aplica quando o exame tiver a finalidade de:
✓ verificar a recuperação da capacidade de trabalho, em razão de solicitação do pensionista que se julgar apto; e
✓ subsidiar autoridade judiciária na concessão de curatela (em caso de benefício devido a dependente civilmente incapaz).

O pensionista inválido, ainda que tenha implementado a condição para a isenção desse exame a partir dos 60 anos de idade, será
submetido ao exame médico-pericial quando necessário para apuração de fraude.

Habilitação dos dependentes: A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro
possível dependente art. 76 da Lei nº 8.213/91.
Qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependentes, só produzirá efeito a
contar da data da inscrição ou habilitação.
Não existe, pois, direito adquirido do beneficiário a que seja mantido seu quinhão; havendo mais dependentes,
posteriormente habilitados, a divisão do valor da pensão se impõe, com prejuízo da fração cabível aos que já a vinham
percebendo.
Obs: Não será admitida a inscrição post mortem de segurado contribuinte individual e de segurado facultativo

Período de carência: A concessão da pensão por morte independe de número mínimo de contribuições pagas pelo
segurado. Basta comprovar a situação de segurado para ser gerado direito ao benefício.

Data de início do benefício:


O benefício é devido a contar da data do óbito do segurado, se:
a) Requerida até 180 dias, para os menores de 16 anos;
b) Requerida até 90 dias, para os demais dependentes;
Obs.: No caso de morte presumida, a data de início do benefício será a da decisão judicial.
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Do requerimento se:
a) quando requerido após 180 dias do óbito, para os filhos menores de 16 anos;
b) do requerimento, quando requerido após 90 dias do óbito, para os demais dependentes;

Da decisão Judicial: no caso de morte presumida.

Quando a pensão for requerida após o prazo de trinta dias do falecimento, a data de início do benefício será a data do
requerimento, aplicados os devidos reajustamentos até a data de início do pagamento, não sendo devida qualquer importância
relativa à período anterior à data de entrada do requerimento (art. 74 da Lei nº 8.213/91, com redação dada pela Lei nº 9.528,
de 10/12/97).
Obs.: Habilitação provisória: Novo § 3º e 4º do art. 74 da lei 8.213/91: Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da
condição de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente
para fins de rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da
decisão judicial que reconhecer a qualidade de dependente do autor da ação.

Renda mensal inicial: A pensão por morte será equivalente a uma cota familiar de 50% do valor da aposentadoria
recebida pelo segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito,
acrescida de cotas de 10% por dependente, até o máximo de 100%. Se o número de dependentes for superior a 5, a pensão por
morte se manterá em 100%. Em qualquer caso, o valor global do benefício não será inferior ao salário-mínimo.

Dessa forma, se o segurado possuía 1 dependente, a pensão por morte será de 60% do valor que o segurado recebia de
aposentadoria ou receberia se estivesse aposentado por invalidez na data do óbito. Se houver 2 dependentes, a pensão será de
70% (50% + 10% a mais para cada dependente). Se o número de dependentes for três, a pensão por morte será de 80%. Se o
número de dependentes for quatro, a pensão por morte será de 90%. Se o número de dependentes for cinco ou mais, a pensão
por morte será de 100%.

Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão por morte
será, independentemente do número de dependentes, equivalente a 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo
segurado ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo
de benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

NÚMERO DE DEPENDENTES PERCENTUAL DA PENSÃO POR MORTE


1 60%
2 70%
3 80%
4 90%
5 ou mais 100%
Existindo dependente inválido ou com deficiência
intelectual, mental ou deficiência grave (qualquer 100%
quantidade de dependentes)

Importante destacar que o valor final obtido será divido igualmente por todos os dependentes. Além disso, as cotas por
dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes, preservado o valor de 100%
(cem por cento) da pensão por morte quando o número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco) ou
enquanto existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave.

O fato de a cota de um dependente não ser reversível aos demais implica que o valor global da pensão por morte diminuirá
em 10% cada vez que um dependente perde esta qualidade.

O valor total da pensão por morte não poderá ser inferior a um salário-mínimo. No entanto, cada dependente que esteja
dividindo a mesma pensão por morte poderá receber uma cota no valor abaixo de um salário-mínimo.

Não será incorporado ao valor da aposentadoria, para fins de cálculo da renda mensal da pensão, o acréscimo de 25%
pago ao aposentado por invalidez que necessite de assistência permanente de outra pessoa. Ou seja, o pensionista não continua
percebendo o adicional de 25% que era pago ao aposentado.
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É importante destacar que, se o segurado instituidor já era aposentado ou adquiriu o direito à aposentadoria antes da
entrada em vigor da EC 103/19 (mesmo que ainda não tivesse requerido sua aposentadoria), o cálculo da pensão por morte
levará em consideração o valor dessa aposentadoria. Entretanto, caso o segurado não fosse aposentado e não tivesse direito
adquirido a aposentadoria na data do óbito, a base de cálculo da pensão por morte será obtido por meio de uma simulação do
valor da aposentadoria a que ele teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, devendo ser
calculado conforme as novas regras abaixo:

Salário-de-benefício: média aritmética simples de todos os salários-de-contribuição desde 07/1994, corrigidos


monetariamente.
O valor da pensão por morte, no caso de morte de segurado recluso que tenha contribuído para a previdência social
durante o período de reclusão, será calculado de modo a considerar o tempo de contribuição adicional e os correspondentes
salários de contribuição.

O cônjuge divorciado, separado judicialmente ou apenas separado de fato, que recebia pensão de alimentos, terá direito
à pensão por morte em igualdade de condições com os demais de- pendentes, não havendo direito adquirido a perceber pensão
previdenciária igual ao percentual da pensão alimentícia concedida judicialmente.

Carência: Independe de Carência.

Cessação: Ocorrerá a cessação do benefícios:


✓ cessação da cota individual de cada pensionista; e
✓ cessação do benefício.

Cessação da Cota Individual da Pensão por Morte


O direito à percepção de cada cota individual da pensão por morte cessará:
✓ pela morte da pensionista;
✓ para o filho, pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade, salvo se o
pensionista for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
✓ para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
✓ para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo
afastamento da deficiência, nos termos do regulamento;
✓ pela adoção, para o filho adotado que recebia pensão por morte dos pais biológicos

Cessação da cota individual da pensão por morte do cônjuge/companheiro(a):


✓ para CÔNJUGE ou COMPANHEIRO(A):
• se inválido ou com deficiência, cessa a cota individual da pensão por morte somente pela cessação da invalidez
ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os períodos mínimos abaixo.

• em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer:


▪ sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais; ou
▪ se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito
do segurado.

• transcorridos os períodos abaixo, estabelecidos de acordo com a idade do cônjuge ou companheiro(a) na data
de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos
2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável (CONFORME PORTARIA ME Nº 424, DE
29 DE DEZEMBRO DE 2020):
▪ 3 (três) anos, com menos de 22 (vinte e dois) anos de idade;
▪ 6 (seis) anos, entre 22 (vinte e dois) e 27 (vinte e sete) anos de idade;
▪ 10 (dez) anos, entre 28 (vinte e oito) e 30 (trinta) anos de idade;
▪ 15 (quinze) anos, entre 31 (trinta e um) e 41 (quarenta e um) anos de idade;
▪ 20 (vinte) anos, entre 42 (quarenta e dois) e 44 (quarenta e quatro) anos de idade;
▪ vitalícia, com 45 (quarenta e cinco) ou mais anos de idade.
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(CESPE – Procurador Municipal – Prefeitura de Boa Vista – 2019): João, casado com Ana desde 10/1/2018, é segurado do
regime geral de previdência social desde 1.º/7/1989, na qualidade de contribuinte individual. Ele pretende solicitar ao INSS,
em 1.º/7/2019, dia do seu aniversário de cinquenta anos, sua aposentadoria por tempo de contribuição. Considerando essa
situação hipotética e as disposições legais vigentes acerca de direito previdenciário, julgue o item que se segue. Considerando-
se o tempo de casados de João e Ana, caso ele venha a falecer por qualquer motivo em junho de 2019, ela não terá direito à
pensão por morte.
( ) CERTO ( ) ERRADO
(CESPE – Oficial Técnico de Inteligência – ABIN – 2018) Considerando o entendimento jurisprudencial dos tribunais
superiores, julgue o item que se segue, quanto ao regime geral de previdência social (RGPS). Ao cônjuge supérstite de segurado
falecido por causa não acidentária nem decorrente do exercício da atividade será assegurado o direito à pensão por morte, por
apenas quatro meses, se transcorridos menos de dois anos entre a data do casamento e do óbito.
( ) CERTO ( ) ERRADO
(CESPE – Analista Judiciário – STJ – 2018) A respeito do regime geral da previdência social (RGPS), julgue o item que se segue,
considerando a jurisprudência dos tribunais superiores. Situação hipotética: Lúcia, que por doze meses foi contribuinte da
previdência social e que era casada, há quatro anos, com Mário, de quarenta e cinco anos idade, faleceu após complicações de
saúde decorrentes de uma cirurgia estética. Assertiva: Nessa situação, Mário terá direito ao benefício de pensão por morte em
caráter vitalício.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ATENÇÃO: Se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho,
mesmo que o segurado não tenha vertido 18 contribuições mensais ou tenha menos de 2 anos de casamento ou da união
estável, não se aplicará o prazo mínimo de 4 meses. Dever-se-á, neste caso, aplicar a tabela de idades acima ou, tratando-se de
cônjuge ou companheiro(a) inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência,
respeitados os períodos mínimos da tabela de idades, conforme o caso.

(CESPE – Analista Portuário – EMAP – 2018): Maria, casada, sofreu acidente de trabalho em 1.º/2/2018 e ficou afastada da
empresa em que trabalha por três meses, recebendo auxílio-doença até a data imediatamente anterior ao seu retorno, que ocorreu
em 2/5/2018. Na data do acidente, o cônjuge de Maria tinha quarenta e cinco anos de idade. Nessa situação hipotética, se, ao
invés de ter causado o afastamento de Maria, o acidente de trabalho sofrido por ela houvesse ocasionado o seu óbito, seu
cônjuge teria direito a receber pensão vitalícia por morte da segurada, independentemente do preenchimento dos demais
requisitos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Obs.: O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito)
contribuições mensais da regra acima estudada.
Obs.: Perde o direito à pensão por morte o condenado criminalmente por sentença com trânsito em julgado, como autor,
coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis.
Obs.: Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo,
simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício
previdenciário.

Cessação do Benefício de Pensão por Morte


A pensão por morte cessará, por completo, nos seguintes casos:
✓ Com a extinção da parte do último pensionista;
✓ Verificado o reaparecimento do segurado, em caso de pensão provisória por morte presumida, o pagamento da pensão
cessará imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo de comprovada má-
fé.

No caso de reaparecimento do segurado, a pensão por morte presumida cessará de imediato, ficando os dependentes
desobriga- dos do reembolso de quaisquer quantias já recebidas, salvo má-fé (art. 79, § 2º da Lei nº 8.213/91).
Conforme previsão nos art. 74 ao 78 da Lei 8.213/91.
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❖ SERVIÇOS DO RGPS
➢ HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
A assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação
profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho (em caráter obrigatório),
independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência (em caráter facultativo), os meios indicados para
proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.
A reabilitação profissional compreende:
✓ o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução
da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação
social e profissional;
✓ a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por
ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
✓ o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover tal prestação aos segurados, inclusive aposentados e, de acordo com as
possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente
mediante a contratação de serviços especializados.

O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de:
✓ avaliação do potencial laborativo;
✓ orientação e acompanhamento da programação profissional;
✓ articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados
que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no
mercado de trabalho; e
✓ acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho.

A execução das funções do processo de habilitação e de reabilitação profissional dar-se-á, preferencialmente, mediante o
trabalho de equipe multiprofissional especializada em medicina, serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia
ocupacional e outras afins ao processo, sempre que possível na localidade do domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações
excepcionais em que este terá direito à reabilitação profissional fora dela.

A avaliação da elegibilidade do segurado para encaminhamento à reabilitação profissional, a reavaliação da incapacidade de


segurados em programa de reabilitação profissional e a prescrição de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção e
acessórios serão realizadas pela Perícia Médica Federal.

Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social
fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição,
instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional,
transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes.

No caso das pessoas com deficiência, a concessão dos recursos materiais mencionados acima ficará condicionada à celebração
de convênio de cooperação técnico-financeira.

Obs.: O Instituto Nacional do Seguro Social não reembolsará as despesas realizadas com a aquisição de órtese ou prótese e outros recursos
materiais não prescritos ou não autorizados por suas unidades de reabilitação profissional.

A programação profissional será desenvolvida mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, por meio de contratos,
acordos e convênios com instituições e empresas públicas ou privadas.

Nos casos de impossibilidade de instalação de órgão ou setor próprio competente do Instituto Nacional do Seguro Social, assim
como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das atividades e atendimento adequado à clientela da
previdência social, as unidades executivas de reabilitação profissional poderão solicitar a celebração de convênios, contratos ou
acordos com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, ou seu credenciamento, para
prestação de serviço, por delegação ou simples cooperação técnica, sob coordenação e supervisão dos órgãos competentes do
INSS.
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Compete ao reabilitando, além de acatar e cumprir as normas estabelecidas nos contratos, acordos ou convênios, pautar-se no
regulamento daquelas organizações.

Concluído o processo de reabilitação profissional, o INSS emitirá certificado individual indicando a função para a qual o
reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue capacitado.

Não constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro
para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a emissão do respectivo certificado.

Cabe à previdência social a articulação com a comunidade, com vistas ao levantamento da oferta do mercado de trabalho, ao
direcionamento da programação profissional e à possibilidade de reingresso do reabilitando no mercado formal.

O acompanhamento e a pesquisa da fixação no mercado de trabalho são obrigatórios e tem como finalidade a comprovação da
efetividade do processo de reabilitação profissional.

A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados
ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I - até 200 empregados, 2%;
II - de 201 a 500 empregados, 3%;
III - de 501 a 1000 empregados, 4%; ou
IV - mais de 1000 empregados, 5%.

A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado pela previdência social ao final de contrato por prazo
determinado de mais de 90 dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após a
contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado pela previdência social.

Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho.

À Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia compete estabelecer a sistemática de fiscalização
e gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários
reabilitados pela previdência social, além de fornecê-los, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos
empregados ou aos cidadãos interessados.

Carência: Independe de Carência.

CARÊNCIA EM CASO DE PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO


Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios de auxílio por incapacidade temporária,
de aposentadoria por incapacidade permanente, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir
da data da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos de carência previstos para tais benefícios.

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