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Aposentadorias
É constitucional o cômputo, para fins de carência, do período no qual o segurado esteve em
gozo do benefício de auxílio-doença, desde que intercalado com atividade laborativa.
É constitucional o fator previdenciário previsto no art. 29, caput, incisos e parágrafos, da Lei
nº 8.213/91, com a redação dada pelo art. 2º da Lei nº 9.876/99.
II) Nas hipóteses em que o segurado solicitar a aposentadoria e continuar a exercer o labor
especial, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento, remontando a
esse marco, inclusive, os efeitos financeiros. Efetivada, contudo, seja na via administrativa,
seja na judicial a implantação do benefício, uma vez verificado o retorno ao labor nocivo ou
sua continuidade, cessará o pagamento do benefício previdenciário em questão.
Em razão do caráter contributivo do regime geral de previdência (CF/1988, art. 201, caput), o
art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/1991 ( § 5º Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver
recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como
salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo
da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não
podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.) não se aplica à transformação de
auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, mas apenas a aposentadorias por invalidez
precedidas de períodos de auxílio-doença intercalados com intervalos de atividade, sendo
válido o art. 36, § 7º, do Decreto nº 3.048/1999, mesmo após a Lei nº 9.876/1999.
Auxílio Acidente
Auxílio-Reclusão
Segundo decorre do art. 201, IV, da Constituição Federal, a renda do segurado preso é a que
deve ser utilizada como parâmetro para a concessão do auxílio-reclusão e não a de seus
dependentes.
Comentário: atenção para a carência do auxílio-reclusão, pois até 2019 não era exigida
carência para sua concessão. No entanto, com o advento da Lei nº 13.846/19, passou a ser
exigida carência de 24 contribuições mensais (art. 25, IV, da Lei nº 8.213/91).
Comentário: a questão da renda é porque o art. 201, IV, da CF (assim como o art. 80 da Lei nº
8.213/91) fala que o benefício será devido aos dependentes do segurado de baixa renda. Daí
quem deve ter baixa renda é o segurado, não os dependentes, embora esses é que vão
receber o benefício.
Previdência Complementar
É inconstitucional, por violação ao princípio da isonomia (art. 5º, I, da Constituição da
República), cláusula de contrato de previdência complementar que, ao prever regras distintas
entre homens e mulheres para cálculo e concessão de complementação de aposentadoria,
estabelece valor inferior do benefício para as mulheres, tendo em conta o seu menor tempo
de contribuição.
Temas Diversos
O segurado que implementou as condições para o benefício previdenciário após a vigência da
Lei 9.876, de 26.11.1999, e antes da vigência das novas regras constitucionais, introduzidas
pela EC 103/2019, tem o direito de optar pela regra definitiva, caso esta lhe seja mais
favorável.
Comentário: questão referente à “revisão da vida toda”, em que a regra de transição, que
deveria ser mais benéfica, acabou prejudicando os segurados, desvirtuando de sua
finalidade. Assim, cabe ao segurado optar pela aplicação da regra de transição ou da nova
regra, vedada a aplicação da regra anterior, dado que não há direito adquirido a regime
jurídico.
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar
benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão de extensão do auxílio
da grande invalidez a todas às espécies de aposentadoria.
Comentário: trata do adicional de 25% nas aposentadorias por invalidez caso necessite de
ajuda de terceiros. Essa regra somente não é aplicável às demais aposentadorias por
ausência de previsão legal. Então é possível que seja editada lei ampliando o benefício.
Não encontra amparo no Texto Constitucional revisão de benefício previdenciário pelo valor
nominal do salário mínimo.
Comentário: o que a CF assegura é a preservação do valor real dos benefícios previdenciários,
o que significa apenas a manutenção de seu valor frente a inflação. Em relação ao salário
mínimo e seu valor nominal, ele pode sofrer um aumento maior que aquele necessário para
cobrir o déficit inflacionário, e, além disso, a CF veda a sua vinculação para qualquer fim. Por
esses motivos, não é possível que o beneficiário obtenha uma revisão de seu benefício
conforme o crescimento do salário mínimo. Logo, se seu benefício em 2023 equivalia a 3
salários mínimos, mas houve um aumento deste acima da inflação, e o benefício apenas teve
reajuste conforme a inflação, o fato de o valor do benefício ter passado a ser menor que 3
salários mínimos é irrelevante juridicamente, pois não haveria um direito de que o benefício
mantivesse exata correspondência com a flutuação positiva do valor do salário mínimo.
Comentário: também é importante não confundir a irredutibilidade real e nominal dos
benefícios previdenciários com a irredutibilidade nominal dos benefícios da seguridade
social, o que engloba a assistência social (BPC/LOAS). A seguridade (assistência, saúde e
previdência) submete-se à irredutibilidade nominal, mas a previdência em específico se
submete, também, à irredutibilidade real. Como não esquecer disso? Basta ter em mente a
contributividade do sistema previdenciário, de modo que não seria justo que alguém
contribuísse por anos com o regime e sequer tivesse direito à manutenção do valor de seu
benefício frente a inflação.
Os benefícios concedidos entre 05.10.1988 e 05.04.1991 (período do buraco negro) não estão,
em tese, excluídos da possibilidade de readequação segundo os tetos instituídos pelas EC´s nº
20/1998 e 41/2003, a ser aferida caso a caso, conforme os parâmetros definidos no
julgamento do RE 564.354, em regime de repercussão geral.
São constitucionais os índices de correção monetária adotados pelo INSS para reajustar os
benefícios previdenciários nos anos de 1997, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003.
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios e
vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à
'desaposentação' ou à ‘reaposentação’, sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº
8.213/91.
Comentário: não é que a desaposentação ou a reaposentação sejam vedadas pela Constituição
Federal. O que existe é ausência de previsão legal sobre os referidos institutos. Caso uma lei
venha a regulá-los, não haverá que se falar, a princípio, em inconstitucionalidade. Logo, a
única coisa que afasta atualmente a possibilidade da desaposentação e da reaposentação é a
ausência de lei tratando da matéria.
Para o cálculo da renda mensal inicial, cumpre observar o quadro mais favorável ao
beneficiário, pouco importando o decesso remuneratório ocorrido em data posterior ao
implemento das condições legais para a aposentadoria, respeitadas a decadência do direito à
revisão e a prescrição quanto às prestações vencidas.
Comentário: o tema discutido era a possibilidade de o segurado ter calculado seu benefício
previdenciário de acordo com as regras e condições existentes no momento em que foram
preenchidos os requisitos para a concessão do benefício. É o caso de um trabalhador que já
pode se aposentar, mas decide permanecer mais um período na ativa, e, nesse meio tempo, a
sua remuneração acaba diminuindo, o que viria a refletir negativamente na fixação de sua
renda mensal inicial da aposentadoria. O que o STF decidiu é que o segurado tem direito à
fixação da renda mensal inicial conforme as condições que lhes sejam mais favoráveis.
Assim, caso as condições existentes na época em que fora adquirido o direito à aposentadoria,
pelo preenchimento dos requisitos para tal, sejam mais benéficas que as condições existentes
na época do efetivo requerimento do benefício, será possível desconsiderar esse período
posterior e conceder a aposentadoria de acordo com as condições existentes na época do
preenchimento dos requisitos para se aposentar.
Comentário: é um dever do INSS calcular o benefício de modo mais favorável ao
segurado/beneficiário.
Comentário: caso o benefício já tenha sido concedido a menor, eventual revisão deve observar
o prazo decadencial de 10 anos previsto no art. 103, caput, da Lei nº 8.213/91. E eventuais
valores a maior que não foram pagos sujeitam-se ao prazo prescricional de 05 anos (art. 103,
parágrafo único, da Lei nº 8.213/91).
Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional
20/1998 e do art. 5º da Emenda Constitucional 41/2003 aos benefícios previdenciários
limitados a teto do regime geral de previdência estabelecido antes da vigência dessas normas,
de modo a que passem a observar o novo teto constitucional.
Comentário: esses dispositivos estabeleceram os valores máximos (teto) dos benefícios do
RGPS de que trata o art. 201 da CF.
Aposentadoria – Servidor
O servidor aposentado do extinto DNER, ainda que passe a integrar o quadro de inativos do
Ministério dos Transportes, deve ter como parâmetro de seus proventos a retribuição dos
servidores ativos do DNER absorvidos pelo DNIT, pois esta autarquia é que é a sucessora do
DNER, não havendo razão jurídica para justificar qualquer disparidade.
Aposentadoria Especial
O reconhecimento do exercício de atividade sob condições especiais pela exposição ao agente
nocivo ruído, quando constatados diferentes níveis de efeitos sonoros, deve ser aferido por
meio do Nível de Exposição Normalizado (NEN). Ausente essa informação, deverá ser adotado
como critério o nível máximo de ruído (pico de ruído), desde que perícia técnica judicial
comprove a habitualidade e a permanência da exposição ao agente nocivo na produção do
bem ou na prestação do serviço.
O Segurado que exerce atividades em condições especiais, quando em gozo de auxílio-
doença, seja acidentário ou previdenciário, faz jus ao cômputo desse mesmo período como
tempo de serviço especial.
O limite de tolerância para configuração da especialidade do tempo de serviço para o agente
ruído deve ser de 90 dB no período de 6.3.1997 a 18.11.2003, conforme Anexo IV do Decreto
2.172/1997 e Anexo IV do Decreto 3.048/1999, sendo impossível aplicação retroativa do
Decreto 4.882/2003, que reduziu o patamar para 85 dB, sob pena de ofensa ao art. 6º da
LINDB (ex-LICC).
A lei vigente por ocasião da aposentadoria é a aplicável ao direito à conversão entre tempos
de serviço especial e comum, independentemente do regime jurídico à época da prestação do
serviço.
As normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades nocivos à
saúde do trabalhador são exemplificativas, podendo ser tido como distinto o labor que a
técnica médica e a legislação correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que
o trabalho seja permanente, não ocasional, nem intermitente, em condições especiais (art. 57,
§ 3º, da Lei 8.213/1991).
Auxílio Acidente
O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença que lhe deu origem, conforme determina o art. 86, § 2º, da Lei 8.213/91,
observando-se a prescrição quinquenal da Súmula 85/STJ.
Para fins de fixação do momento em que ocorre a lesão incapacitante em casos de doença
profissional ou do trabalho, deve ser observada a definição do art. 23 da Lei 8.213/1991,
segundo a qual 'considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do
trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual,
ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo
para este efeito o que ocorrer primeiro'.
Auxílio-Reclusão
Para a concessão de auxílio-reclusão (art. 80 da Lei 8.213/1991) no regime anterior à vigência
da MP 871/2019, o critério de aferição de renda do segurado que não exerce atividade
laboral remunerada no momento do recolhimento à prisão é a ausência de renda, e não o
último salário de contribuição.
A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de se
comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade,
ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita
inferior a 1/4 do salário mínimo.
Cumulação de Benefícios
É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa
qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do
seu óbito.
Prescrição e Decadência
Na ação de conhecimento individual, proposta com o objetivo de adequar a renda mensal do
benefício previdenciário aos tetos fixados pelas Emendas Constitucionais 20/98 e 41/2003 e
cujo pedido coincide com aquele anteriormente formulado em ação civil pública, a
interrupção da prescrição quinquenal, para recebimento das parcelas vencidas, ocorre na
data de ajuizamento da lide individual, salvo se requerida a sua suspensão, na forma do art.
104 da Lei 8.078/90.
Aplica-se o prazo decadencial de dez anos estabelecido no art. 103, caput, da Lei 8.213/1991
às hipóteses em que a questão controvertida não foi apreciada no ato administrativo de
análise de concessão de benefício previdenciário.
Incide o prazo decadencial previsto no caput do artigo 103 da Lei 8.213/1991 para
reconhecimento do direito adquirido ao benefício previdenciário mais vantajoso.
A norma extraída do caput do art. 103 da Lei 8.213/91 não se aplica às causas que
buscam o reconhecimento do direito de renúncia à aposentadoria, mas estabelece
prazo decadencial para o segurado ou seu beneficiário postular a revisão do ato de
concessão do benefício, o qual, se modificado, importará em pagamento retroativo, diferente
do que se dá na desaposentação.
Os atos administrativos praticados antes da Lei 9.784/99 podem ser revistos pela
Administração a qualquer tempo, por inexistir norma legal expressa prevendo prazo para tal
iniciativa. Somente após a Lei 9.784/99 incide o prazo decadencial de 5 anos nela previsto,
tendo como termo inicial a data de sua vigência (01.02.99). (...) Antes de decorridos 5 anos da
Lei 9.784/99, a matéria passou a ser tratada no âmbito previdenciário pela MP 138, de
19.11.2003, convertida na Lei 10.839/2004, que acrescentou o art. 103-A à Lei 8.213/91 (LBPS)
e fixou em 10 anos o prazo decadencial para o INSS rever os seus atos de que decorram efeitos
favoráveis a seus beneficiários.
Previdência Complementar
a) A concessão do benefício de previdência complementar tem como pressuposto a prévia
formação de reserva matemática, de forma a evitar o desequilíbrio atuarial dos planos. Em tais
condições, quando já concedido o benefício de complementação de aposentadoria por
entidade fechada de previdência privada, é inviável a inclusão dos reflexos de quaisquer
verbas remuneratórias reconhecidas pela Justiça do Trabalho nos cálculos da renda mensal
inicial dos benefícios de complementação de aposentadoria.
b) Os eventuais prejuízos causados ao participante ou ao assistido que não puderam contribuir
ao fundo na época apropriada ante o ato ilícito do empregador poderão ser reparados por
meio de ação judicial a ser proposta contra a empresa ex-empregadora na Justiça do Trabalho.
A partir da vigência da Circular/Susep n. 11/1996, é possível ser pactuado que os reajustes dos
benefícios dos planos administrados pelas entidades abertas de previdência complementar
passem a ser feitos com utilização de um índice geral de preços de ampla publicidade
(INPC/IBGE, IPCA/IBGE, IGP-M/FGV, IGP-DI/FGV, IPC/FGV ou IPC/FIPE). Na falta de
repactuação, deve incidir o IPCA-E.
Nos planos de benefícios de previdência privada patrocinados pelos entes federados - inclusive
suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou
indiretamente -, para se tornar elegível a um benefício de prestação que seja programada e
continuada, é necessário que o participante previamente cesse o vínculo laboral com o
patrocinador, sobretudo a partir da vigência da Lei Complementar nº 108/2001,
independentemente das disposições estatutárias e regulamentares.
O benefício especial de renda certa, instituído pela Caixa de Previdência dos Funcionários do
Banco do Brasil - PREVI, é devido exclusivamente aos assistidos que, no período de atividade,
contribuíram por mais de 360 meses (30 anos) para o plano de benefícios.
I. O disposto no art. 112 da Lei n. 8.213/1991 é aplicável aos âmbitos judicial e administrativo;
II. Os pensionistas detêm legitimidade ativa para pleitear, por direito próprio, a revisão do
benefício derivado (pensão por morte) - caso não alcançada pela decadência -, fazendo jus a
diferenças pecuniárias pretéritas não prescritas, decorrentes da pensão recalculada;
III. Caso não decaído o direito de revisar a renda mensal inicial do benefício originário do
segurado instituidor, os pensionistas poderão postular a revisão da aposentadoria, a fim de
auferirem eventuais parcelas não prescritas resultantes da readequação do benefício original,
bem como os reflexos na graduação econômica da pensão por morte; e
IV. À falta de dependentes legais habilitados à pensão por morte, os sucessores (herdeiros) do
segurado instituidor, definidos na lei civil, são partes legítimas para pleitear, por ação e em
nome próprios, a revisão do benefício original - salvo se decaído o direito ao instituidor - e, por
conseguinte, de haverem eventuais diferenças pecuniárias não prescritas, oriundas do
recálculo da aposentadoria do de cujus.
Os Juizados Especiais da Fazenda Pública não têm competência para o julgamento de ações
decorrentes de acidente de trabalho em que o Instituto Nacional do Seguro Social figure como
parte.
A reforma da decisão que antecipa os efeitos da tutela final obriga o autor da ação a devolver
os valores dos benefícios previdenciários ou assistenciais recebidos, o que pode ser feito por
meio de desconto em valor que não exceda 30% (trinta por cento) da importância de
eventual benefício que ainda lhe estiver sendo pago.
Incide o fator previdenciário no cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por tempo
de contribuição de professor vinculado ao Regime Geral de Previdência Social, independente
da data de sua concessão, quando a implementação dos requisitos necessários à obtenção do
benefício se der após o início da vigência da Lei 9.876/1999, ou seja, a partir de 29/11/1999.
O Plano de Benefícios da Previdência Social - PBPS, dando cumprimento ao art. 202, caput, da
Constituição Federal (redação original), definiu o valor mínimo do salário-de-benefício, nunca
inferior ao salário mínimo, e seu limite máximo, nunca superior ao limite máximo do salário-
de-contribuição.
Rurícola
O tamanho da propriedade não descaracteriza, por si só, o regime de economia familiar,
quando preenchidos os demais requisitos legais exigidos para a concessão da aposentadoria
por idade rural.
O tempo de serviço rural, ainda que remoto e descontínuo, anterior ao advento da Lei
8.213/1991, pode ser computado para fins da carência necessária à obtenção da
aposentadoria híbrida por idade, ainda que não tenha sido efetivado o recolhimento das
contribuições, nos termos do art. 48, § 3o. da Lei 8.213/1991, seja qual for a predominância
do labor misto exercido no período de carência ou o tipo de trabalho exercido no momento
do implemento do requisito etário ou do requerimento administrativo.
O segurado especial tem que estar laborando no campo, quando completar a idade mínima
para se aposentar por idade rural, momento em que poderá requerer seu benefício.
Ressalvada a hipótese do direito adquirido, em que o segurado especial, embora não tenha
requerido sua aposentadoria por idade rural, preenchera de forma concomitante, no passado,
ambos os requisitos carência e idade.
Mostra-se possível o reconhecimento de tempo de serviço rural anterior ao documento mais
antigo, desde que amparado por convincente prova testemunhal, colhida sob contraditório.
Aplica-se a Súmula 149/STJ ('A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação
da atividade rurícola, para efeitos da obtenção de benefício previdenciário') aos trabalhadores
rurais denominados 'boias-frias', sendo imprescindível a apresentação de início de prova
material. Por outro lado, considerando a inerente dificuldade probatória da condição de
trabalhador campesino, a apresentação de prova material somente sobre parte do lapso
temporal pretendido não implica violação da Súmula 149/STJ, cuja aplicação é mitigada se a
reduzida prova material for complementada por idônea e robusta prova testemunhal.
Em exceção à regra geral (...), a extensão de prova material em nome de um integrante do
núcleo familiar a outro não é possível quando aquele passa a exercer trabalho incompatível
com o labor rurícola, como o de natureza urbana.
O trabalho urbano de um dos membros do grupo familiar não descaracteriza, por si só, os
demais integrantes como segurados especiais, devendo ser averiguada a dispensabilidade do
trabalho rural para a subsistência do grupo familiar, incumbência esta das instâncias
ordinárias (Súmula 7/STJ).
Salário de Contribuição
Após o advento da Lei 9.876/99, e para fins de cálculo do benefício de aposentadoria, no caso
do exercício de atividades concomitantes pelo segurado, o salário-de-contribuição deverá ser
composto da soma de todas as contribuições previdenciárias por ele vertidas ao sistema,
respeitado o teto previdenciário.
Temas Diversos
No âmbito do Regime Geral de Previdência Social - RGPS, somente lei pode criar benefícios e
vantagens previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do direito à 'desaposentação',
sendo constitucional a regra do art. 18, § 2º, da Lei nº 8.213/91
NÃO há prescrição de fundo de direito nas ações em que se busca a concessão do BPC-LOAS
No caso em análise, o maior interesse recai sobre a autonomia institucional, que se desdobra
em(a) autonomia administrativa e(b) autonomia financeira e orçamentária. A autonomia
administrativa significa a capacidade de autogestão; isto é, o poder de expedir normas internas
e praticar atos administrativos destinados à estruturação e organização da instituição e de seus
agentes públicos, sem sofrer interferência de qualquer Poder. A autonomia financeira e
orçamentária, a seu turno, envolve dois aspectos:(a) a prerrogativa de elaborar a própria
proposta orçamentária art. 127, § 3º, CF/88); e(b) o direito de receber os recursos
correspondentes às dotações orçamentárias, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês (art.
168, CF/88). Quanto a esse segundo aspecto, a autonomia financeira e orçamentária do
Parquet envolve o direito de exigir o repasse das dotações orçamentárias previstas em seu
favor, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês (art. 168, CF/88), independentemente das
circunstâncias vivenciadas pelo ente político, tais como crise econômica e calamidade
financeira.
É constitucional o art. 25, I e II, da Lei nº 8.870/94, com a redação dada pela Lei nº
10.256/2001, que prevê contribuição à seguridade social, a ser paga pelo empregador rural
pessoa jurídica, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua
produção, em substituição à contribuição incidente sobre a folha de salários de que tratam os
incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212/1991.É constitucional a contribuição social destinada ao
SENAR, a ser paga pelo empregador pessoa jurídica que se dedique à produção rural,
estabelecida pelo § 1º do art. 25 da Lei nº 8.870/1994.Teses fixada pelo STF:I – É
inconstitucional a contribuição à seguridade social, a cargo do empregador rural pessoa
jurídica, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua produção,
prevista no art. 25, I e II, da Lei nº 8.870/1994, na redação anterior à Emenda Constitucional
20/1998;II – É constitucional a contribuição à seguridade social, a cargo do empregador rural
pessoa jurídica, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua
produção, prevista no art. 25, I e II, da Lei nº 8.870/1994, na redação dada pela Lei nº
10.256/2001;III – É constitucional a contribuição social destinada ao Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar), de que trata o art. 25, § 1º, da Lei nº 8.870/1994, inclusive na
redação conferida pela Lei nº 10.256/2001.STF. Plenário. RE 700922/RS, Rel. Min. Marco
Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15/03/2023 (Repercussão
Geral – Tema 651) (Info 1087).
Ao julgar o Tema 955, o STJ modulou os efeitos da decisão reconhecendo a possibilidade de,
nas ações ajuizadas até 8/8/2018, ser possível a inclusão dos reflexos das verbas
reconhecidas na Justiça do Trabalho
Nas demandas ajuizadas na Justiça comum até 8/8/2018 (Tema repetitivo 955/STJ), admite-se
a inclusão no benefício de previdência complementar dos reflexos das verbas reconhecidas na
Justiça Trabalhista, condicionada à previsão regulamentar, e desde que observados os aportes
necessários.STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1.931.439-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 3/4/2023 (Info 12 – Edição Extraordinária)
Competência para julgar ação proposta contra o patrocinador para recomposição de reserva
matemática, em cumulação sucessiva ao pedido de revisão do benefício pela entidade
fechada de previdência privada complementar
Não compete à Justiça comum processar e julgar causas ajuizadas contra o patrocinador para
recomposição de reserva matemática, em cumulação sucessiva ao pedido de revisão do
benefício pela entidade fechada de previdência privada complementar, em consequência da
integração, ao salário de participação, de verbas reconhecidas pela Justiça do Trabalho.STJ. 2ª
Seção. EAREsp 1.975.132-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/4/2023 (Info 773).
Ao decidir o Tema 554, o STJ fixou a seguinte tese:A prova exclusivamente testemunhal é
insuficiente para comprovação da atividade laborativa do trabalhador rural “boia-fria”, sendo
indispensável que ela venha corroborada por razoável início de prova material, conforme exige
o art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991.STJ. 1ª Seção. REsp 1321493-PR, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 10/10/2012 (recurso repetitivo - Tema 554) (Info 506).Vale relembrar,
ainda, que: a jurisprudência do STJ admite como início de prova material, para fins de
comprovação de atividade rural, certidões de casamento e nascimento dos filhos, nas quais
conste a qualificação como lavrador e, ainda, contrato de parceria agrícola em nome do
segurado, desde que o exercício da atividade rural seja corroborado por idônea e robusta
prova testemunhal (STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1.939.810/SP, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 11/4/2022).STJ. 1ª Turma.AgInt no AREsp 2.147.830-SP, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 19/6/2023 (Info 782)
São constitucionais os novos critérios de cálculo da pensão por morte trazidos pelo art. 23 da
EC 103/2019
É constitucional o art. 23, caput, da Emenda Constitucional 103/2019, que fixa novos critérios
de cálculo para a pensão por morte no Regime Geral e nos Regimes Próprios de Previdência
Social. O dispositivo impugnado teve como propósito a restauração do equilíbrio financeiro e
atuarial do sistema previdenciário, de modo que inexiste ofensa ao princípio da
contributividade. Desse modo, a instituição da pensão por morte deve considerar, além da
necessidade dos dependentes, a possibilidade real do sistema de arcar com esse custo.
Ademais, essa reforma previdenciária resguardou os direitos adquiridos (EC 103/2019, art. 3º)
e não violou as legítimas expectativas ou a segurança jurídica, pois, mesmo ausente regra de
transição específica para as pensões, as regras incidentes sobre a aposentadoria acabam por
produzir reflexos no cálculo do benefício por morte. Nesse contexto, a ocorrência de um
decréscimo relevante no valor do benefício — que exigirá um planejamento financeiro maior
dos segurados com dependentes — não significa violação a nenhuma cláusula pétrea, eis que
o núcleo essencial do direito à previdência social e do princípio da dignidade da pessoa
humana não oferece parâmetros precisos para o cálculo da prestação pecuniária. Além disso,
vedou-se que o benefício seja inferior ao salário-mínimo quando for a única fonte de renda
formal do dependente.STF. Plenário. ADI 7.051/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
24/6/2023 (Info 1101).