Você está na página 1de 4

S&C

S&c2017

EXPLICATIVO DA AÇÃO – REVISÃO DA VIDA TODA


PBC TOTAL

Regras de Transição no Direito Pátrio e a Nova Revisão de Aposentadoria

1 PRECEDENTES DE REGRAS DE TRANSIÇÃO EM MATÉRIA PREVIDENCIÁRIA


NO DIREITO BRASILEIRO

As regras de transição no âmbito previdenciário tem início desde a


constituição de 1967 e avança até hoje, nesse sentido:
 A Constituição de 1967 restringiu direitos dos servidores públicos no
tocante à aposentadoria (art., 101, § 3º). Entretanto, o seu art. 177, §
1º, garantiu ao servidor que já estivesse satisfeito ou viesse a
satisfazer no prazo de um ano (24/01/68) as condições necessárias
para a aposentadoria nos termos da legislação vigente na data da
promulgação daquela Carta a aposentadoria com os direitos e
vantagens previstos naquela legislação.
 O Decreto-lei nº 72/66, que unificou os institutos de aposentadoria e
pensões e criou o Instituto Nacional de Previdência Social,
estabeleceu, no seu art. 39, que aquela unificação não alteraria a
situação dos então segurados que fossem filiados a mais de um
instituto, quanto ao regime de contribuições e às prestações a que
tinham direito.
 A Lei nº 5.890/73, que procedeu a extensa e profunda reformulação
da legislação de previdência social então vigente, dispunha no seu
art. 29 que o chamado “regime de abono de permanência”, pelo qual
os aposentados que retornassem à ativa tinham suspensas as suas
aposentadorias e passavam a perceber um abono no valor de
cinqüenta por cento daquelas, não se aplicaria - salvo manifestação
em contrário do interessado aos já aposentados, bem como aos que
tivessem preenchido os requisitos e requerido as respectivas
aposentadorias.
S&C

 A Constituição de 1988, no art. 58 do Ato das Disposições


Constitucionais Transitórias estabeleceu que os benefícios de
prestação continuada mantidos pela previdência na data da
promulgação da Constituição teriam seus valores revistos a fim de
que fosse restabelecido o poder aquisitivo originário, expresso em
número de salários mínimos, que tais benefícios tinham na data de
sua concessão - corroídos pela desvalorização da moeda - até a
implantação do plano de custeio e benefícios. (Essa regra teve
eficácia, parcialmente, com o advento da Lei nº 8.213/91 - art. 144)

2 APLICAÇÃO DA REGRA DE TRANSIÇÃO DESDE QUE MAIS BENEFICA


Nas primeiras regras previdenciárias por diversas nações pelo mundo, havia
uma tese com bom acolhimento pelos tribunais, de que as regras do jogo que estavam
traçadas quando o trabalhador ingressou no sistema previdenciário não poderiam ser
modificadas em desfavor do segurado. Em razão de mudanças históricas tal tese perdeu
seu valor, e surgiram então as “regras de transição”, destinadas aos que já estão no
seguro social mas ainda não completaram exigências para gozo de benefício. Em nosso
país, com o retorno ao caminho democrático, e com a Constituição Cidadã publicada em
1988, algumas regras de transição ficaram famosas, como a determinação constitucional
do pagamento dos benefícios pelo número de salários mínimos que tinham na data de
sua concessão, mas só até a implantação da nova lei, em 1991, ou a tabela de transição
quanto ao tempo mínimo de contribuições para a aposentadoria por idade (passando de 5
para 15 anos).
Nesse sentido, em duas emendas constitucionais ocorreram graves
alterações nos sistemas previdenciários, no Regime Geral (INSS) em 1998 e nos regimes
próprios dos servidores públicos em 2003. As transformações, com razoáveis perdas para
os trabalhadores, exigiram regras de transição com muita importância. Na nossa última
conversa, comentei sobre a aposentadoria especial dos servidores públicos e a
necessidade de regras de transição para os com o início de suas carreiras antes de
dezembro de 2003 (EC 41). Inclusive a EC 47/2005 aprovou uma regra de transição ainda
mais favorável aos trabalhadores.
E com relação especificamente às regras de transição, entendemos que se
deve procurar elaborá-las observando dois princípios fundamentais de direito. O princípio
S&C

da isonomia e o princípio da proporcionalidade ou princípio da razoabilidade, que se


correlaciona com aquele.
O princípio da isonomia, que garante a igualdade de tratamento perante a
lei, encontra-se positivado no art. 5º, caput, da Constituição Federal.
Outrossim, o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, na lição de
eminentes juristas pátrios, encontra-se agasalhado pelo art. 5º, LIV, da Lei Maior e implica
que o devido processo legal de elaboração legislativa abrange obviamente a dimensão
formal de feitura das leis, mas também alcança a dimensão material da elaboração
legislativa, implicando que as normas editadas não podem ter conteúdo arbitrário ou
irrazoável. (Cf.SUZANA DE TOLEDO BARROS, O Princípio da Proporcionalidade e
oControle de Constitucionalidade das Leis Restritivas de Direitos Fundamentais, Brasília
Jurídica, 1996. pp. 119 a 125).
Com tempo, nossos tribunais passaram a interpretar as regras de transição
no sentido que sua aplicação não poderia trazer prejuízos em relação as regras
permanentes novas.
Em breve síntese nesta nova revisão previdenciária essa revisão que já é
chamada de "revisão da vida inteira" tem sido acolhida no âmbito dos juizados, sendo que
em alguns casos os segurados já estão recebendo o valor do novo benefício com direito
aos atrasados dos últimos 5 anos.
Os benefícios concedidos atualmente, ou seja, posteriores a Lei 9.876/99
são calculados com base na média das 80% maiores contribuições, porém, foi aplicada a
chamada "regra de transição" prevista no artigo 3º da Lei 9.876/99, que assim prevê:
Art. 3º – Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia
anterior à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as
condições exigidas para a concessão dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, no cálculo do salário de benefício será
considerada a média aritmética simples dos maiores salários de
contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período
contributivo decorrido desde a competência julho de 1994,
observado o disposto nos incs. I e II do caput do art. 29 da Lei 8.213,
de 1991,com a redação dada por esta Lei.
Nesse sentido, para contagem dos valores de salários de contribuição, o
período contributivo levado em consideração foi somente com base nas contribuições
posteriores a julho de 1994.
S&C

Desse modo, os segurados com contribuições altas anteriores à julho de


1994 tiveram essas contribuições descartadas pelo INSS que aplicou a regra de transição
prevista no Art 3º da Lei 9.876/99 sem a observação do art. 29, I e II da Lei 8.213/91.
Logo, foram levadas em consideração para efeito do cálculo, apenas as 80% maiores
contribuições posteriores àjulho de 1994, descartando todas as anteriores, mesmo que
mais vantajosas.
Em síntese, pugna-se pela inclusão no cálculo da aposentadoria de todas as
contribuições, mesmo que anteriores à 07/94 – de todo o período contributivo, fato que
pode acarretar em grande reajuste do valor da aposentadoria e direito aos valores em
atrasos.

3 QUEM TEM DIREITO ?


 B41: Aposentadoria por Idade
 B42: Aposentadoria por Tempo de Serviço/Tempo de Contribuição
 B46: Aposentadoria Especial
 Pensionistas: desde que o benefício originário (do falecido) esteja dentro dos
prazos e condições acima mencionadas (B 41, 42 e 46), além da necessidade de
verificação do cálculo positivo após a inclusão de todo o período contributivo, ou
seja, inclusão das contribuições anteriores a julho de 1994.

4 DOCUMENTOS PARA CÁLCULO DA NOVA RENDA


1. Carta de Concessão e Memória de Cálculo do benefício;
2. CNIS, documentos que traz a relação de todas as contribuições vertidas ao INSS;
(precisa constar o tempo e valores das contribuições vertidas ao INSS desde
1982);
3. CONBAS - Dados Básicos de Concessão do Benefício
4. INFBEN - Informações do benefício
5. Extrato de Benefícios - Informar o valor bruto recebido atualmente para
comparação com os cálculos que serão elaborados

Você também pode gostar