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1 de junho de 2022
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Neste artigo você vai entender o que é a Lei 8.213/91, para que serve e o que mudou, além
de encontrar a legislação comentada. Confira!
Até então, havia distinção entre grupos de trabalhadores rurais e urbanos, onde os
trabalhadores rurais não tinham a mesma proteção dos urbanos, sem contar a diversidade
de normas tratando de matérias que viriam a ser incluídas pelo guarda-chuva da seguridade
social, pós CF/88.
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Confira o que é a Lei 8.213/91
O art. 201 da CF, em sua redação originária, dispunha de forma expressa que a previdência
social era destinada a:
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Proteger a maternidade;
Proteger o trabalhador em situação de desemprego involuntário;
Prover pensão por morte de segurado, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
Para atender essas prestações listadas, foi necessário a criação de uma legislação
específica, o que nos leva à Lei 8.213/1991. Assim, a lei veio tratando das regras
necessárias para a obtenção dos benefícios dispostos na Constituição Federal.
Apenas no âmbito constitucional, duas foram as mudanças substanciais no art. 201 da CF,
sendo uma promovida pela EC 20/1998 e outra pela EC 103/2019.
Uma exceção diz respeito a chamada aposentadoria especial, que é aquela concedida a
trabalhadores segurados que exercem suas atividades expostos a agentes prejudiciais à
saúde e integridade física, onde se permite a aposentadoria após determinado tempo de
serviço e contribuição com exposição aos referidos agentes.
Ainda assim existe uma idade mínima a ser observada, já que só terá direito à
aposentadoria o segurado cujo tempo de contribuição somado à idade atingir determinado
número, consoante regra do art. 21 da EC 103/2019.
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Ou seja, diferentemente da sistemática pré-reforma de 2019, onde bastava completar o
tempo de serviço exposto ao agente nocivo, aqui o segurado ainda deve possuir idade
suficiente para chegar à quantidade de pontos necessários para a aposentação.
Para os segurados que se filiaram ao sistema até 13/11/2019, portanto, antes do início da
vigência da EC 103/2019, em algumas situações ainda é possível a obtenção da
aposentadoria por tempo de contribuição, todavia, na maioria das regras de transição
passou-se a exigir uma idade mínima para a aposentadoria.
Mas não foram só emendas constitucionais que acabaram alterando a Lei 8.213/1991, ainda
que indiretamente, mas outras leis supervenientes à ela.
Como um dos objetivos da EC 20/1998 era a introdução de uma idade mínima para
aposentadoria dos segurados, o que acabou não sendo aprovado pelo Congresso Nacional
na votação da EC, em 26/11/1999 foi sancionada a Lei nº 9.876 que instituiu o fator
previdenciário.
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O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de
sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, segundo a fórmula
constante do Anexo desta Lei.”
Ou seja, quanto mais novo fosse o segurado na data de aposentadoria, menor seria o
benefício a ser recebido.
No ano de 2015 é sancionada a Lei nº 13.183/2015, onde é criado o art. 29-C na Lei
8.213/1991, que permite afastar a incidência do fator previdenciário desde que o segurado
tenha o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria e a soma do tempo de
contribuição com a idade do segurado atinja uma quantidade mínima de pontos.
Portanto, como se vê, em que pese a Lei 8.213/1991 ainda permanecer vigente, o leitor
deve se atentar se as disposições nela previstas não foram revogadas de forma tácita por
normas supervenientes, especialmente em razão das alterações promovidas pela EC
103/2019.
Além disso, a CF assegura a proteção ao direito adquirido, de tal sorte que os segurados
que cumpriram todos os requisitos para a concessão de um determinado benefício durante
a vigência de determinada norma, independentemente da época em que optarem pelo
exercício de seu direito, poderão valer-se da norma vigente na época de atingimento dos
requisitos.
Leia também: O que é salário de benefício, como calcular e o que diz a lei!
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Por isso, a ideia deste texto é apenas de trazer uma explanação geral sobre a Lei
8.213/1991,sendo que as especificidades de norma serão objeto de outros textos,
complementares ao presente.
Segurados
Dependentes
Aqueles que têm direito à percepção de benefício não por contribuir ao RGPS, mas por
estarem vinculados a alguém que contribui ou contribuiu.
Também são objeto de disposição da Lei 8.213/1991 as regras relativas à carência, que se
refere à quantidade mínima de contribuições que o segurado deve fazer ao INSS para ter
direito a um determinado benefício.
A forma de cálculo do benefício trata de como se chega ao valor do salário de benefício, até
como são calculadas cada uma das prestações devidas pelo INSS, inclusive referente ao
valor inicial e os reajustes.
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A Lei 8.213/1991 trata de regras gerais relativas a benefícios, como por exemplo, a
existência do Conselho de Recursos da Previdência Social para julgar recursos interpostos
durante o processo administrativo (art. 126), regras de transição relativas à carência para
segurados inscritos no sistema em data anterior a 24/07/1991 (art. 142), dentre outras.
Por exemplo, tem situação envolvendo a pensão por morte, onde o art. 75 da Lei
8.213/1991 diz que o valor do benefício será de 100% do valor da aposentadoria que o
segurado teria direito, valor este rateado em partes iguais por todos os dependentes quando
houver mais de um.
Já a EC 103/2019 diz que o valor pago aos dependentes é apurado por quotas, iniciando
em 50% do valor da aposentadoria e tendo o acréscimo de 10% para cada dependente
existente (art. 23).
Conclusão
Como se vê, a Lei 8.213/91 é de suma importância para o Direito Previdenciário, na medida
que trata das regras gerais relacionadas à concessão de benefícios previdenciários aos
segurados do RGPS.
É verdade que com as alterações legislativas ocorridas desde sua vigência em 1991,
diversos dispositivos encontram-se revogados, entretanto, ainda se mostra como norma
relevante, já que muitas disposições relativas a benefícios constam somente da Lei
8.213/1991.
Portanto, sempre que a pessoa leitora consultar referida norma deverá ter em mente que as
disposições da Lei 8.213/1991 devem ser aplicadas de forma sistêmica com outras
normas.
A ideia deste texto foi trazer uma visão geral da Lei 8.213/1991, pois esmiuçaremos este
😉
conteúdo em novos artigos. Acompanhe a série sobre a Lei 8.213/1991 aqui no Portal da
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