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Pensão por morte e as novas regras trazidas após a Reforma da Previdência (EC 103/2019).

No Brasil a pensão por morte é um benefício previdenciário previsto constitucionalmente e


regulamentado pelo artigo 74 e seguintes da Lei nº 8.213/1991.

O benefício é pago aos dependentes do segurado, aposentado ou não, na data do óbito, e possui
natureza de substituir o salário ou aposentadoria que o falecido recebia em vida.

São considerados dependentes do segurado aqueles previstos no art. 16 da Lei 8.213/91.

O benefício de pensão por morte é devido a contar da data do óbito, quando requerido em até 90
dias, após este prazo, contará a partir da data do requerimento. Em caso de filho menor de 16
anos a pensão é devida a partir do óbito, se requerida em até 180 dias.

A Reforma Previdenciária atingiu diversos benefícios, e a pensão por morte foi extremamente
prejudicada em relação ao cálculo e a possibilidade de acumulação com outro benefício.

Antes da reforma o valor da pensão por morte era 100% do valor da aposentadoria que o segurado
recebia ou se não fosse aposentado o valor que teria direito se estivesse aposentado por
incapacidade permanente na data de seu falecimento.

Após 12/11/2019 com o advento da Reforma, o valor do benefício passou a ser menor, porém,
nunca inferior a um salário-mínimo.

O valor equivale a 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado,
ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito,
acrescida de cotas de 10% (dez por cento) por dependente, até o máximo de 100% (cem por
cento).

Com a exceção prevista no artigo 23, inciso II, §3º da EC 103/2019, que sendo o dependente
inválido, o valor do salário de benefício será de 100% da aposentadoria que o segurado falecido
recebia ou teria direito.

O reflexo da Reforma também trouxe na pensão por morte novas regras em relação a acumulação
de benefícios, eis que o art. 24, §1º da EC 103/19, não veda a acumulação de pensão por morte de
diferentes regimes, pensão por morte com seguro desemprego, bem como, pensão por morte
com aposentadoria.

No entanto, existindo a acumulação, é assegurada o recebimento integral do benefício mais


vantajoso e será aplicado redutor no benefício menos vantajoso conforme faixas previstas no §2º
do art. 24 da EC 103/19.

De tal modo, mesmo existindo possibilidade de acumulação, o valor através da nova regra reduz
significativamente o valor do benefício menos vantajoso.

Portanto, conclui-se que as novas regras trazidas pela Reforma, trouxe impactante mudança na
pensão por morte. Embora o STJ por meio da Súmula 340 disse que, “A lei aplicável à concessão
de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado”, existem
inúmeras ações ajuizadas em nosso país questionando a inconstitucionalidade dessas mudanças.

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