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664/2014
“Art. 74, Lei 8213: Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos
dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I - do
óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II - do requerimento, quando
requerida após o prazo previsto no inciso anterior; III - da decisão judicial, no caso de
morte presumida”.
CARÊNCIA
Até a edição da medida provisória 664/14 a pensão por morte não dependia de carência.
No entanto, com a entrada em vigor da MPV, passou-se a exigir um período de carência
de 24 contribuições mensais.
Esta exigência terá vigência com início em 01 de março de 2015 (vide art. 5º, III, MPV
664/14).
“Art. 25, Lei 8.213/91: A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de
Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto
no art. 26: (...) IV - pensão por morte: vinte e quatro contribuições mensais, salvo nos
casos em que o segurado esteja em gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por
invalidez”.
O art. 25 será complementado pelo art. 26, também com novidade trazida pela predita
medida provisória e também com entrada em vigor em março de 2015:
“Art. 26, Lei 8.213/91: Independe de carência a concessão das seguintes prestações:
(...) VII - pensão por morte nos casos de acidente do trabalho e doença profissional ou
do trabalho”.
Assim, combinando-se o disposto no art. 25 (NR) com o disposto no art. 26 (NR) tem-
se que serão dispensados de período de carência os seguintes casos:
DEPENDENTES
Os dependentes que têm direito a receber a pensão por morte segue a preferência de
classes. Assim, os dependentes classe I (cônjuge, companheiro (a) e filhos menores de
21 anos, inválidos ou deficientes) terão direito preferencial de receber o benefício que
será dividido de igual forma entre eles.
“Art. 74, § 2º, Lei 8.213/91: O cônjuge, companheiro ou companheira não terá direito
ao benefício da pensão por morte se o casamento ou o início da união estável tiver
ocorrido há menos de dois anos da data do óbito do instituidor do benefício, salvo nos
casos em que: I - o óbito do segurado seja decorrente de acidente posterior ao
casamento ou ao início da união estável; ou II - o cônjuge, o companheiro ou a
companheira for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de
atividade remunerada que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-pericial a
cargo do INSS, por doença ou acidente ocorrido após o casamento ou início da união
estável e anterior ao óbito”.
Este dispositivo entrou em vigor desde 14 de janeiro de 2015 (vide art. 5º, II, da MPV
664/14).
Além disso, a pessoa condenada (acreditamos que por sentença penal condenatória
transitada em julgado) pela prática de crime doloso que tenha resultado a morte do
segurado, também estará excluído do rol dos dependentes.
“Art. 74, § 1º, Lei 8.213/91 Não terá direito à pensão por morte o condenado pela
prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do segurado”.
“Art. 75, Lei 8.213/91: O valor mensal da pensão por morte corresponde a cinquenta
por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria
direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, acrescido de
tantas cotas individuais de dez por cento do valor da mesma aposentadoria, quantos
forem os dependentes do segurado, até o máximo de cinco, observado o disposto no art.
33”.
Assim, o valor atual da pensão por morte é de 50% do valor da aposentadoria que
recebia ou do valor a que teria direito a receber de aposentadoria por invalidez,
acrescido de 10% por dependente beneficiário, até o máximo de 100%.
A MPV 664/14 ainda previu um acréscimo de 10% em cima do valor total, caso um dos
dependentes beneficiários seja ou tenha se tornado órfão de pai e mãe.
“Art. 75, § 2º, Lei 8.213/91: O valor mensal da pensão por morte será acrescido de
parcela equivalente a uma única cota individual de que trata o caput, rateado entre os
dependentes, no caso de haver filho do segurado ou pessoa a ele equiparada, que seja
órfão de pai e mãe na data da concessão da pensão ou durante o período de
manutenção desta, observado: I - o limite máximo de 100% do valor da aposentadoria
que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por
invalidez na data de seu falecimento; e II - o disposto no inciso II do § 2º do art. 77”.
CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO
Antes da MPV 664/14, o cônjuge e o companheiro (a) só perderiam a pensão por morte
em caso de falecimento. Era, portanto, para estes, um benefício vitalício.
Com a edição da medida provisória, a pensão por morte deste dependentes passou, em
regra, a ter limite temporal, que leva em conta a expectativa de sobrevida o dependente
quando da morte do segurado.
“Art. 77, § 6º, Lei 8.213/91: § 6o Para efeito do disposto no § 5o, a expectativa de
sobrevida será obtida a partir da Tábua Completa de Mortalidade - ambos os sexos -
construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,
vigente no momento do óbito do segurado instituidor”.
Hoje, a tábua de mortalidade do IBGE, diz que a expectativa de vida média do brasileiro
é de 74,9 anos (2013), sendo 79 anos para mulheres e 71 anos para homens.
Deve-se sempre salientar que o novo matrimônio ou a nova união estável do dependente
beneficiário não faz cessar a sua cota da pensão por morte.
Inclusive, sobre o tema, trouxe a MPV 664/14:
Assim, o cônjuge dependente beneficiário que contrair novo casamento e o seu novo
marido ou esposa também falecer, deverá optar entre o benefício que já recebia ou o
novo.
Também é de grande valia salientar que o filho maior de 21 anos, ainda que esteja
cursando o ensino superior, não tem direito à pensão por morte, ressalvadas as hipóteses
de invalidez ou deficiência mental ou intelectual [RESP 1369832 STJ].
REDISTRIBUIÇÃO DE COTAS
Como dito, caso haja mais de um dependente na mesma classe, haverá o rateio em
partes iguais entre eles.
Na medida em que um dependente perde essa qualidade, o valor de sua cota será
redistribuído entre os demais dependentes.
No entanto, a medida provisória 664/14 previu que, caso isso ocorra, haverá a
distribuição para os demais dependentes, porém, sem o acréscimo de 10% que foi
calculado originalmente com base naquele dependente.
“Art. 77, § 1º, Lei 8.213/91: Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito
à pensão cessar, mas sem o acréscimo da correspondente cota individual de dez por
cento”.
“Art. 76, Lei 8213: A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de
habilitação de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior
que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da
data da inscrição ou habilitação.
“Art. 78, Lei 8213: Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade
judicial competente, depois de 6 (seis) meses de ausência, será concedida pensão
provisória, na forma desta Subseção.
“Art. 79, Lei 8213: Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei ao pensionista
menor, incapaz ou ausente, na forma da lei”.
SÚMULAS
“Súmula 340, STJ: A lei aplicável à concessão de pensão por morte previdenciária por
morte é aquela vigente na data do óbito do segurado”.
“Súmula 336, STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem
direito à pensão previdenciário por morte do ex-marido, comprovada a necessidade
econômica superveniente”.
“Súmula 416, STJ: É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que,
apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção
de aposentadoria até a data do seu óbito”.
“Súmula 52, TNU: Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a
regularização do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual
posteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por
empresa tomadora de serviços”.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Há registro histórico de que em 1601, foi um marco na seguridade social, por ter sido
elaborada a lei dos pobres, visando combater a miséria, direcionados as crianças, idosos,
inválidos e desempregados, na Inglaterra, por meio de contribuição obrigatória e de
caráter universal, seguidos de outras evoluções institucionais e legais em todo o mundo,
direcionado ao bem estar da sociedade.
No ano de 1966, diante da expressiva realidade social, surgem com o Decreto-Lei nº.
66, novos indícios de positivação do direito das companheiras decorrente de união
estável, ao beneficio da pensão por morte, porém sem pensar nos companheiros ou
maridos decorrentes de união civil.
A pensão por morte é devida a companheiro(a) sobrevivente que atende aos requisitos, e
tem previsão legal no inciso V, do artigo 201, da atual Constituição Federal, sendo que
o texto expressa que a previdência social atenderá “a pensão por morte do segurado,
homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no
§ 2º.”
Observa-se que a previsão acima citada demonstra que tanto o cônjuge como também o
companheiro ou a companheira encontram-se em condições semelhante de proteção.
Interessante ressaltar o avanço quanto à proteção do marido no que se refere ao direito a
pensão por morte de esposa, que somente foi positivado com a Constituição Federal de
1988, ou seja, antes somente a mulher poderia receber a pensão por morte, de modo que
o marido só tinha tal direito caso encontrasse em condições de invalidez.
Desde a edição da Lei 8.213/1991, no que diz respeito concessão do benefício tanto ao
cônjuge sobrevivente, homem ou mulher, como para companheiro ou companheira que
preencha os requisitos necessários. De modo que atualmente o direito a pensão por
morte tem abrangência bem mais ampla referente aos dependentes.
Pois para haver a união estável são necessários alguns elementos, como objetivo de
constituir família, convivência duradoura, continuidade e existência pública, referindo-
se à notoriedade. Observa-se que há previsão no parágrafo 3º do artigo 226, da
Constituição Federal, quanto ao reconhecimento da união estável, “para efeito da
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.”
É o que se vê dos artigos 1723, 1724, do código civil de 2002, abaixo transcritos:
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família.
A união estável nasce do convívio, com característica de união familiar, e com deveres
de lealdade, respeito e assistência, de modo que merece do Estado, proteção semelhante
a do casamento, viabilizando uma perspectiva legal e paridade.
Vianna(2013, p. 206) conceitua pensão por morte da seguinte forma: "é o benefício da
previdência social devido aos dependentes do segurado em função da morte deste. Está
disciplinado nos artigos 74 e seguintes da Lei n° 8.213/91."
A morte pode ser real ou presumida sendo que a morte real é definida como morte
natural. No caso de morte presumida quando por qualquer circunstância um dos
cônjuges desaparece, pode ser certificada mediante sentença que declara a ausência.
III - para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez e para o pensionista com
deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento da interdição.
Assim na constância do casamento o cônjuge faz jus a pensão por morte e, presente os
requisitos que demonstre a união estável, não há dúvidas quanto ao direito, tendo em
vista a contingência prevista em lei que regula os benefício da previdência social.
A pensão por morte não será concedida quando na data do óbito, não for comprovado a
qualidade de segurado, respeitado o prazo do período estabelecido no artigo 10, da
Instrução Normativa INSS/PRES no 45/2010.
Quanto ao valor do benefício, historicamente já passou por vários avanços até chegar ao
percentual atual, o qual não pode ser inferior ao salário mínimo, em regra, e nem
superior ao limite máximo do salário de contribuição.
De acordo com a Lei Eloy Chaves de 24 de janeiro de 1923, na época era exigido o
cumprimento do período mínimo de carência, para ter direito a pensão por morte, porem
atualmente para a concessão do referido benefício, não há mais exigência do período de
carência, de modo que tem previsão legal, positivado no inciso I, do artigo 26, da Lei
8.213/91, Independe de carência a concessão das seguintes prestações: pensão por
morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente.
Como regra sustenta-se na doutrina e no artigo 74 da Lei 8.213/1991, que a pensão por
morte do segurado conta-se:
1. Pelo dependente maior de dezesseis anos de idade, até trinta dias da data do óbito; e
2. Pelo dependente menor até dezesseis anos, até trinta dias após completar essa idade,
devendo ser verificado se houve a ocorrência da emancipação, conforme disciplinado no
art. 23;
Quanto à acumulação de pensões por morte de segurados, existe vedação legal para
concessão, sendo que em atenção ao inciso VI, do artigo 24 da Lei 8.213 de 24 de julho
de 1991, em nenhuma hipótese o instituto nacional pagará a pensão em duplicidade.
É o se vê abaixo transcrito:
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto
dos seguintes benefícios da Previdência Social:
[...]
A pensão por morte do segurado será concedida de forma integral ao dependente, porém
o mesmo não ocorre se houver outros beneficiários habilitados.
No que diz respeito à dependência, há situações em que o segurado pode deixar mais de
uma família, nessa circunstancia haverá a divisão da pensão por morte.
A busca da proteção judicial não exige o prévio esgotamento das vias administrativas
para que seja possível a provocação no Judiciário, uma vez que é garantido a todos o
direito ao acesso à Justiça.
No caso, em regra, para os filhos menores, cessa o direito a percepção do benefício por
várias hipóteses, ou seja, quando emancipado, quando designado como filho interditado,
servidor público, etc.
A parte do benefício recebido pelos filhos, após atingirem a maior idade previdenciária
que, para fins de pensão por morte é de 21 anos, reverterá à companheira ou
companheiro.
Nesse caso com a morte do segurado, deverá ser rateado o benefício de pensão por
morte, sendo necessário a comprovação de dependência econômica da ex-esposa, de
modo que ficará configurado a dependência se houvesse o pagamento de pensão
alimentícia pelo marido a ex- esposa.
Nesse sentido está positivado no artigo 76, § 2º, da Lei 8.213/91, “O cônjuge divorciado
ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em
igualdade de condições com os dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta lei.”
O cônjuge ausente também fará jus ao benefício previdenciário pensão por morte,
mediante prova de dependência econômica, a partir da data de sua habilitação. Porém
não exclui do direito ao benefício a companheira ou companheiro que necessita da
pensão.
Tem-se, pois, que mesmo não mantendo mais o vinculo familiar, a proteção decorrente
da previdência social, não está restrita apenas aos vínculos de família, e sim de
dependência econômica.
O direito a pensão por morte direcionado aos pais do segurado, pode ser verificado, não
em concorrência com companheiro(a), mas em situações, que o segurado é solteiro, que
comumente vive com os pais, e nessas circunstâncias deverá ser provada a dependência
econômica.
4 METODOLOGIA
5 CONCLUSÃO
ABSTRACT Faced with the need to protect the family in case of death of insured or
insured responsible for the source of income, which often are in situations of social
vulnerability, this article aims to be about the right of the companion spouse survivor
death benefits in relation to other dependents of the insured or insured, underscoring the
social security protection of the family, so it is essential for the maintenance of their
own subsistence. Finally, an analysis of the possibility of competition between
companion spouse and other interested parties.
REFERÊNCIAS
DIAS, Eduardo Rocha; MACÊDO, José Leandro Monteiro de. Curso de direito
previdenciário. 3 ed. São Paulo; editora método, 2012.
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 6 ed. São Paulo; Editora Revista
dos Tribunais, 2010.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Tratado prático da pensão por morte. São Paulo: Ler,
2012.
VIANNA, João Ernesto Aragonés. Curso de direito previdenciário. 6 ed. São Paulo;
Atlas, 2013.
União estável é prova suficiente para
requerimento de pensão no INSS
Além da dor da perda, a morte de um companheiro ou de um cônjuge representa
também uma série de direitos, como casos de herança e pensão. Nesta terça-feira (5), a
advogada Bruna Rinaldi tirou dúvidas sobre este assunto no Jornal GloboNews Edição
das 10h.
Simone – Estou numa união estável há 18 anos e temos um filho. Quais são os meus
direitos caso ele morra?
Bruna Rinaldi – Se houver bens adquiridos durante essa união, você terá direito sobre
esse bem. Você vai ser meeira. Metade do bem vai ser sua e a outra metade você vai
concorrer com seu filho. Se só houver bens anteriores a essa união, todos eles serão do
seu filho. Você tem direito de permanecer no imóvel até morrer.
Laurima – Estamos separados há trinta anos, mas nunca oficializamos isso. Hoje ele
tem outra família. Caso ele morra, tenho direito a algo?
Bruna – Você não terá direito porque, apesar de não ter havido o divórcio, tem essa
separação de fato. Certamente, a atual companheira brigaria pelo patrimônio e
conseguiria levar esse patrimônio.
Cristiane Freitas – Casei com regime parcial de bens. Hoje temos um imóvel e não
temos filho. Caso eu venha a falecer, ele terá que repartir o imóvel com minha
família? Posso deixar na herança para tudo ficar para ele?
Bruna – Você não me disse se ele tem pai ou mãe vivo. Você concorreria com os
outros herdeiros necessários. Você é uma herdeira necessária. O cônjuge concorre com
ascendente e descendente. Se houver ascendente, você concorre com o pai ou a mãe
dele. Se não houver ascendente, você vai levar essa herança sozinha. Você não vai
concorrer com irmãos ou primos, a não ser que ele tenha deixado isso em testamento.
Marli - Dei entrada na pensão e não consegui porque minhas provas são
insuficientes para ganhar o benefício. Tenho comprovante de financiamento, além de
correspondências de contas. Quais são as provas necessárias para o meu caso?
Bruna – Tenta comprovar na vara de família que você tinha uma união estável com ele.
Se você conseguir esse reconhecimento de união estável através de uma sentença de um
juiz, vai ser mais fácil você conseguir adquirir essa pensão.
Radha – Tenho três filhos e meu marido morreu há três meses. Era casada em
comunhão parcial de bens e não tínhamos bens. Agora, minha sogra faleceu
deixando um apartamento. Ela tem outro filho. Quais são os meus direitos e de meus
filhos na partilha esse bem?
Bruna – Você não direito sobre esse bem, porque o seu marido já faleceu, mas seus
filhos vão herdar como se ele estivesse vivo. Da parte que couber ao tio, metade vai
para seus filhos. Eles vão dividir de partes iguais: o tio e os filhos. Vai ficar metade para
um e metade para os seus filhos em partes iguais.
Solange – O meu marido pegou um empréstimo num banco. Caso ele morra, eu tenho
que assumir a dívida?
Bruna – Ninguém tem que assumir dívidas de morto. O credor vai se habilitar no
inventário do seu marido e vai, de repente, conseguir pegar uma parte que caberia aos
demais herdeiros, mas ela não vai além daquilo que o seu marido tiver deixado. Se você
tiver algo seu, você não vai ter que pagar a dívida do seu marido, mas o monte deixado
por ele vai ser deixado aos credores.
Marcio – Vivo com meu companheiro há 21 anos e há 3 anos temos a união estável
feita em cartório. Somente isto é necessário para fazer provas junto ao INSS em caso
de requerimento de pensão ou é necessário converter a união em casamento civil?
Bruna – Você pode converter a união estável em casamento civil, porque hoje a lei
prevê isso e o direito é garantido a você. Mas a união estável já é prova suficiente para o
INSS.
Carlos – Sou casado em regime de comunhão parcial de bens e tenho um filho. Meu
pai possui vários imóveis. Na minha falta, minha esposa tem direito aos bens do meu
pai ou somente meu filho será o herdeiro destes?
Bruna – Se você falecer antes do seu pai, sua esposa não terá direito a nada, quem
receberá tudo será seu filho. Se você falecer depois do seu pai e a sua esposa falecer
depois de você, ela terá direito aos bens adquiridos por você, porque são bens
particulares. Se você for casado em comunhão parcial de bens, ela vai ser meeira dos
bens comuns e herdeira dos bens particulares, juntamente com o seu filho. Esses bens
particulares são os bens que vieram da herança.
Andreia – O marido da minha mãe morreu recentemente. Existe um processo
tramitando na justiça por indenização trabalhista - acidente de trabalho - ainda a ser
julgada. Ela assume a causa ou seus filhos?
Bruna – Os herdeiros terão legitimidade para assumir essa causa. Tem que ver na ação
trabalhista se vocês têm legitimidade ou se é uma ação personalíssima, mas herdariam
os herdeiros necessários ao cônjuge e os demais filhos. Vocês poderiam todos se
habilitar nesse processo trabalhista.
Os dependentes e os principais aspectos na concessão
dos benefícios previdenciários
Dependentes
Ademais, não é qualquer dependente do segurado que será considerado dependente para
fins previdenciário. A lei coaduna quem deve ser considerado dependente para fins de
concessão de benefícios. Assim segundo a norma temos três castas ou classes de
dependentes:
- Classe III: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21[1] anos ou
inválido.
No caso, o menor requereu ao INSS pensão pela morte do segurado que detinha sua
guarda definitiva, alegando que as novas diretrizes do Código Civil conferem proteção
também ao menor sob guarda, além de jurisprudência que equipara a guarda de menor
à adoção de fato, daí seu direito à pensão alimentícia. O INSS recorreu da decisão da
Turma Recursal do Rio Grande do Sul, que concedeu o benefício, sustentando a falta de
qualidade de dependente.
Para o relator da matéria, a exclusão de menor sob guarda da cobertura
previdenciária infringe o comando constitucional de que o Estado brasileiro deve
tratar, com absoluta prioridade, o direito à alimentação da criança e do adolescente,
assegurar-lhe direitos previdenciários e estimular o instituto da guarda aos menores
desamparados, conforme determina o artigo 227 da Constituição Federal.
A decisão salienta, ainda, que o artigo 16 da Lei Previdenciária faz uma distinção
injustificável entre o menor sob guarda e o sob tutela ao preservar ao segundo a
possibilidade de constar como dependente e não ao primeiro. “Trata-se de
discriminação que fere o princípio da isonomia, em confronto com os princípios
constitucionais”, diz Manoel Rolim Penna. Em seu voto, o juiz afirma que diante da
similitude dos institutos de guarda e de tutela, ambos voltados à proteção do menor
afastado de sua família, o caput do art. 5o da Constituição impõe que não se admita a
exclusão do menor sob guarda da cobertura previdenciária, como intentado pela
alteração do art. 16 da Lei n. 8.213/91, determinado pela Lei n. 9.528/97. (Processo
2006.71.95.1032-2) Fonte: Conselho da Justiça Federal, acesso em 16 de fevereiro de
2009, disponível em: www.cjf.jus.br”
No entanto, tal insubordinação foi devidamente resolvida com a edição da IN20/07 a
qual alocou o dependente homossexual nas condições estabelecidas pelo artigo 16, I da
Lei de Benefícios, desde que comprove a união homoafetiva com o segurado.
Concorrência:
- O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante
apresentação de termo de tutela.
Outra particularidade é poderá ser concedida pensão por morte, apesar do instituidor ou
dependente (ou ambos) serem casados com outrem, desde que comprovada a separação
de fato ou judicial em observância ao disposto no art. 1.723 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002, que instituiu o Código Civil e a vida em comum observado o rol
exemplificativo de documentos elencados no § 5º do art. 52 da Instrução Normativa 27
ou no § 3º do art. 22 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº
3.048/99. (Artigo 269, § 4 ° da IN 27).
A dependência econômica para ser demonstrada, segundo artigo 22, § 3°do Decreto
3048/99, necessita no mínimo 03 (três) dos seguintes documentos:
IV - disposições testamentárias;
Para o Poder Judiciário não é necessário uma prova tão robusta (03 documentos para
demonstrar a dependência), posto que a realidade nacional, não coaduna com uma
exigência tão exagerada por parte da Autarquia Previdenciária, pois se assim o for,
estaremos retirando o verdadeiro escopo da norma que é a proteção do dependente pela
falta de seu mantenedor.
E mais a dependência não necessita ser absoluta podendo ser relativa - neste sentido:
TRF 4ª Região 2000.72.05.002108-0 – SC.
Inscrição do Dependente
III - irmão - certidão de nascimento
Mas, qual é o momento para se realizar a inscrição dos Dependentes? Em regra não
existe um momento adequado para que isto ocorra, podendo inclusive, ser realizado
após a morte do segurado, senão vejamos:
Outro ponto que merece destaque é aquele que permite a inscrição/filiação do próprio
segurado, após a morte, com o devido pagamento das contribuições não vertidas pelo
segurado obrigatório em vida, senão vejamos:
Nesta mesma linha, confiramos a lição de João Batista Lazzari e Carlos Alberto de
Castro[4]:
EMENTA
I. Cabe concessão de pensão por morte, a ser paga aos dependentes do segurado que,
na data do óbito, exercia atividade de contribuinte individual, desde que devidamente
comprovada.
II. A regularização dos débitos deverá observar as regras previstas no art. 282 da
Instrução Normativa INSS/DC nº. 118, de 14.04.2005.
Discuti-se ainda, que o pagamento referido no antigo artigo 45 parágrafo 1º, atual 45A
pode ser realizado nos moldes do artigo 115, inciso I da Lei 8.213/91, ou seja, através
de consignação sobre o próprio benefício, posto que, uma vez preenchido os
pressupostos ensejadores para a concessão do benefício - restando apenas a parte da
liquidação da divida -, o benefício será implementado e a divida será paga com o
desconto nos moldes acima narrados.
Perda da Qualidade
I - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada
a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença
judicial transitada em julgado;
b) pelo falecimento
Síntese Conclusiva:
Notas:
[1] A maioridade civil aos 18 anos trazida pelo Novo Código Civil, não alterou a
maioridade para fins de dependência previdenciária, que por ser regra especifica,
suplanta a geral no que divergem, ou seja, permanece inalterada a questão da
maioridade para fins previdenciários.
[2] A dependência econômica de cônjuges, companheiros e filhos são presumidas. Nos
demais casos devem ser comprovados por documentos, como declaração do Imposto de
Renda dentre outras.
[3] Quando se dá emancipação para a Previdência Social? Ela se dá para o menor de 21
anos, quando do casamento, exercício de emprego público, sentença judicial, pelo
estabelecimento civil ou comercial com economia própria. Observação: Perante a
Previdência Social, a emancipação de inválido, decorrente de colação de grau em ensino
superior não elimina a dependência.
[4] Manual de Direito Previdenciário, 5.ª edição, 2.ª Tiragem, Editora LTR, página 175
e 176
[5] Processo n.: 2003.03.00.073488-2, Classe: Agravo de Instrumento, Relator do
Acórdão: Juiz Nelson Bernardes,TRF3Região