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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS - CESA

DEPARTAMENTO DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO PREVIDENCIÁRIO

PROFESSOR: EVERALDO SOARES

X SEMESTRE

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA PENSÃO POR MORTE

Nahiana de Sousa Marano

CRATO – CE

2016
Devido à anunciada crise no sistema previdenciário, a inúmeros
escândalos de corrupção e à crise econômica pela qual o país passa, não
restou outra alternativa ao executivo nacional senão buscar meios para garantir
a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do sistema de seguridade
social, e para garantir a sustentabilidade financeira intertemporal do Fundo de
Amparo do Trabalhador (FAT). Diante desse contexto, foi promulgada a Medida
Provisória nº 664/14.

Com o advento da Medida Provisória 664, várias alterações foram feitas


em benefícios previdenciários tais como Pensão por Morte, Auxílio Doença e
Auxílio Reclusão. A referida MP passou a vigorar a partir de Março/2015 e tinha
por força de lei que ser convertida em lei até o dia 17/06/2015, caso contrário
perderia sua eficácia. Eis que após muita discussão no Congresso Nacional, e
inúmeras alterações em seu texto a MP 664, foi convertida em Lei Ordinária nº
13.135 justamente no dia 17 de junho.

Dentre as mudanças trazidas pela referida MP está o benefício da


Pensão por Morte. De acordo com as razões invocadas pelos ministros, o
processo de envelhecimento da população brasileira, causado tanto pela
diminuição da taxa de fecundidade, quanto pelo aumento da expectativa de
vida, implicará no incremento do número de idosos e “uma piora da relação
entre contribuintes e beneficiários”, o que levou a um grande aumento de
despesa com o benefício de pensão por morte, que em 2006 representava 39
bilhões de reais por ano, atingindo em 2013 a cifra de 86,5 bilhões de reais,
prejudicando a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime geral
de previdência, na forma prevista no art. 201 da Constituição Federal, o que
justificaria a urgência da necessidade de edição de medida provisória.

Assim, as principais alterações para a pensão por morte foram:

 Alteração no rol de dependentes

Houve a inclusão de pessoas com deficiência grave entre os


dependentes dos segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
conforme consta no artigo 16, inciso III.
 INSTITUIÇÃO DE CARÊNCIA PARA CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO DE PENSÃO POR MORTE

O primeiro ponto modificado pela Emenda 664 foi a inclusão, no art., 25,


inciso IV, da Lei nº 8.213/91, de carência de 24 meses para a concessão do
benefício de pensão por morte, ressalvando os casos de morte ocasionada por
acidente ou doença profissional ou do trabalho, ou ainda quando o segurado já
estivesse em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, e inclusão
de carência para o benefício de auxílio reclusão.

Por sua vez, houve também alteração no prazo de carência para a


concessão do benefício a ser aplicados ao cônjuge ou companheiro do
segurado. Não se aplicando aos demais dependentes.

 PERÍCIA MÉDICA

A grande maioria dos benefícios previdenciários e assistenciais


concedidos pelo INSS depende de perícia médica para avaliar situações de
incapacidade.

Até antes da Lei n.º 13.135/15, em regra, os médicos que realizavam a


perícia para instruir os processos administrativos do INSS eram apenas os
médicos-peritos concursados, cuja carreira é disciplinada pela Lei
n.º 10.876/04. Em outras palavras, em regra, não eram admitidos que médicos
“terceirizados” (não concursados) fizessem a perícia para os processos
administrativos.

A lei 13.135/15 flexibilixou tal regra ao estabelecer que nos casos de


impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor próprio
competente,

 ALTERAÇÃO DA FORMA DE CÁLCULO DO AUXÍLIO DOENÇA

Alterou-se a forma de cálculo do auxílio doença que passou a ter como


valor máximo a média aritmética simples dos doze últimos salários de
contribuição fixa ou variável.

 DA PROIBIÇÃO DE PAGAMENTO DA PENSÃO POR MORTE


AO ASSASSINO DO SEGURADO
Houve uma interessante introdução da figura do homicida que tenha
provocado a morte do segurado, por exemplo: a mulher que mata o marido
para receber a pensão por morte.

A lei, no entanto, exige a condenação pela prática do referido crime, vale


dizer: condenação por decisão transitada em julgado.

 EXIGÊNCIA QUANTO AO CASAMENTO OU UNIÃO ESTÁVEL

Um dos dispositivos mais polêmicos da Medida Provisória 664 é a


exigência de tempo mínimo, de dois anos, de existência do casamento ou
união estável, antes do óbito do segurado.

Com isso o processo de concessão do benefício de pensão por morte


passou a exigir um novo requisito, que em nada se relaciona com a carência de
24 meses também exigida no novo regramento, que se aplica a todos os
dependentes, enquanto a exigência dos dois anos é específica para o cônjuge
ou companheiro, não se aplicado aos demais dependentes existentes, por
exemplo, os filhos.

 DA DIMINUIÇÃO DO VALOR DO BENEFÍCIO DE PENSÃO POR


MORTE PARA 50%

Outra mudança que causou grande alarde foi a redução do valor do


benefício para 50% do valor da aposentadoria ou que o segurado tivesse
direito ou se aposentado por invalidez fosse, na data de seu falecimento. Antes
da MP em análise, o valor da pensão era de 100%, entretanto, apesar da
redução para 50%, é permitido que, em havendo dependentes do segurado,
cada um pode receber uma cota individual de 10% até o montante de 5 cotas,
perfazendo então os 100%.

Outra forma de elevação da pensão por morte para 100% do valor do


benefício em uma única cota a ser rateada entre todos os dependentes é a
hipótese de haver filho, ou filha, ou pessoa a ele ou ela equiparados, do
segurado que seja órfão de pai e mãe na data de concessão da pensão.

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