Você está na página 1de 3

RN

Com déficit mensal de R$ 100 mi, Ipern apela para que


servidores desistam de aposentadoria
por Redação Tribuna do Norte

 8 de abril de 2024

Presidente do Ipern, Nereu Linhares disse que aguarda que servidores desistam da aposentadoria neste momento

O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Estaduais do Rio Grande do Norte (Ipern), Nereu
Linhares, apelou para que os servidores que correram para ingressar com pedido de aposentadoria devido à
possibilidade de perda de benefícios revoguem a solicitação. Em entrevista à Jovem Pan News Natal, na manhã
desta segunda-feira (8), disse que o rombo na Previdência Estadual está em R$ 100 milhões mensais e, caso
ocorra o aumento significativo no número de aposentados, a situação vai piorar.

Na semana passada, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os efeitos do
acórdão do Tribunal de Contas do Estado sobre aposentadorias no Estado, que determinava o dia 25 de abil
como o prazo máximo para aposentadorias de servidores não concursados dentro do regime previdenciário
próprio. Assim, os trabalhadores que não se aposentassem até a data-limite perderiam benefícios e seriam
incluídos no regime gerido pelo INSS. A previsão gerou uma corrida por requisições no Ipern. Antes da medida
ser revogada, uma avalanche de pedidos de aposentadoria foram realizados.

De acordo com o Ipern, seriam quase 4 mil pessoas que seriam forçadas a se aposentar para não perderem os
benefícios aposentadoria caso a medida não fosse revogada. Somente nos dois primeiros meses de 2024, 2.031
servidores ingressaram com pedidos de aposentadoria, enquanto todo o ano de 2023 somou 2.503. O
agendamento de boa parte dos servidores ficou para fevereiro de 2025. Porém, caso sejam efetivadas, o custo
para a Previdência pode subir em até R$ 30 milhões por mês.

“Essa decisão, mesmo em liminar, dá garantia total aos servidores. Caso se tenha uma alteração, haverá um
novo prazo para as aposentadorias. Mas essa decisão não deverá ser revogada porque não existe na
Constituição essa previsão. A aposentadoria compulsória só existe em duas situações: aos 75 anos e por
invalidez. Fora isso, não existe. O próprio STF, sobre decisões de aposentadorias, nunca falou em aposentadoria
compulsória”, avaliou Nereu Linhares.

Para ele, o direito adquirido é não pode ser retirado dos servidores. Além do problema que acarretaria à gestão
pública, também ocasionaria perdas nos vencimentos dos servidores, que têm o abono de permanência e
auxílio-alimentação, por exemplo. Por isso, Nereu Linhares acredita que a maior parte dos que deram início aos
trâmites para a aposentadoria irão voltar atrás.

“Não existe mais nenhum risco. O servidor que já requereu, ele pode pedir desistência ou cancelar o
agendamento, porque se no futuro tiver pedido contrário, haverá novo prazo. Vamos relaxar, cancelar os
agendamentos que foram feitos”, disse. “O servidor que já tiver levado a documentação terá que fazer isso por
escrito que está desistindo. Quem apresentou a documentação, deve comparecer ao mesmo lugar e apresentar
por escrito o pedido de desistência”, explicou, afirmando ainda que espera um cancelamento de 70% dos
agendamentos e entre 20% e 30% dos pedidos que já tiveram o encaminhamento de documentação.

Você também pode gostar