Você está na página 1de 2

Seguridade Social e suas atribuições

O sistema de seguridade social brasileiro constituem um conjunto de políticas


sociais, afim de amparar os cidadãos e reduzir as desigualdades sociais. São elas: A
previdência social, a assistência social e a saúde, sendo a primeira de caráter
contributivo, ou seja, apenas os segurados possuem acesso aos benefícios; e as outras
duas de caráter não contributivo, que por sua vez, todos os cidadãos têm acesso
garantido pelo Estado.
A Previdência Social é um órgão que garante a renda do contribuinte e de sua
família, através de diversos benefícios previstos na Lei 8.213/91, cabendo destacar
a aposentadoria, o seguro desemprego, o auxílio-doença, reclusão e acidente, a
pensão, e o salário maternidade. Porém, para ter direito à esses benefícios e aos
serviços previdenciários, o indivíduo precisa estar inscrito no Regime Geral de
Previdência Social e contribuir todos os meses. Aqueles que provem de vínculo
empregatício, mesmo na condição de doméstico, sofre o desconto obrigatório pelo
empregador, de acordo com o salário e a tabela atual vigente de alíquotas que variam
entre 7,5% para o salário mínimo, 9% para salários entre R$1.045,91 e R$2.089,60,
12% para salários entre R$2.089,61 e R$3.134,40 e, 14% para salários entre
R$3.134,41 e R$6.101,06, Também os trabalhadores autônomos, sem relação de
trabalho com empresas, e segurado facultativo , o recolhimento se dá a partir da
alíquota de 11% sobre o salário-mínimo. Para o MEI e para o segurado facultativo sem
renda, pertencente à família de baixa renda inscrita no CadÚnico, o recolhimento
sofrerá a alíquota de 5% também sobre do salário-mínimo.
Após anos de contribuição junto ao órgão, um dos benefícios mais requeridos
pelos contribuintes é a aposentadoria. Mas, para que esta seja liberada é preciso se
enquadrar em uma série de requisitos, conforme descrito no site do INSS, existem 3
regras para esse benefício:
“Regra 1: 86/96 progressiva: Não há idade mínima; Tempo mínimo de contribuição de
30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens; Total resultante da soma da
idade e do tempo de contribuição deve ser de 86 pontos para as mulheres e de 96
pontos para os homens; Carência de 180 contribuições mensais; A aplicação do fator
previdenciário para o cálculo desse benefício é opcional.
Regra 2: 30/35 anos de contribuição (sem atingimento da pontuação 86/96): Não há
idade mínima; Tempo mínimo de contribuição de 30 anos para as mulheres e 35 anos
para os homens; Carência de 180 contribuições mensais; A aplicação do fator
previdenciário para o cálculo desse benefício é obrigatória.
Regra 3: para aposentadoria proporcional: Segurado com idade mínima de 48 anos
(mulher) e 53 anos (homem); Tempo total de contribuição; 25 anos de contribuição + o
tempo adicional (mulher); 30 anos de contribuição + o tempo adicional (homem);
Carência de 180 contribuições mensais; Aplicação obrigatória do fator previdenciário.
Essa regra foi extinta pela Emenda Constitucional 20/98. Porém, tendo em vista as
regras de transição estabelecidas pela EC 20, os segurados filiados ao RGPS até
16/12/98 (somente estes) ainda têm direito à aposentadoria com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.”
No caso dos Servidores Públicos, após a Reforma Trabalhista, homens podem se
aposentar aos 65 anos de idade e mulheres com 62, mas precisam ter contribuído o
mínimo de 25 anos, e cumprido o mínimo de 10 anos no serviço público e 5 anos no
cargo. Como regra, existe o sistema de pontuação que funciona como no regime geral,
e aumenta-se 1 ponto a cada ano, até alcança-se 100 pontos no caso das mulheres e
105 aos homens. Pode-se também, optar pela regra do pedágio de 100%, tal qual no
Regime Geral. Assim, mulheres a partir de 57 anos e homens a partir de 60 anos
podem aposentar-se cumprindo o pedágio de 100% sobre o tempo que faltaria, na
data de vigência, atingindo o tempo mínimo de contribuição .

Vale mencionar que dentro do Regime Geral a relação jurídica previdenciária


é totalmente diversa da laboral, razão pela qual a aposentadoria não se constitui em
causa de extinção do vínculo, fazendo com que o aposentado, salvo os casos de
invalidez, continue a trabalhar normalmente, recebendo o salário e os proventos de
aposentadoria. Nesses casos, posteriormente, o funcionário pode querer solicitar
revisão dos valores de aposentadoria, entrando com recurso de desaposentação ou
seja, uma ação judicial no Juizado Especial Federal ou nas varas previdenciárias, para
que segurado se aposente novamente com um benefício que inclue essas novas
contribuições já que mesmo depois da aposentadoria continua exercendo as
atividades laborais, sendo obrigada a contribuir com a previdência. Já o servidor
público, quando se aposenta, deve deixar seu cargo pois a aposentadoria é prevista
nos Estatutos como causa de extinção do vínculo.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal definiu que os aposentados que
tiveram direito à desaposentação reconhecida por decisão judicial terão seus
benefícios recalculados. Já os casos de o recálculo ser sido feito por meio de decisões
que cabem recurso, terão seus valores anteriores retornados, mas não será preciso
devolver ao INSS os valores já recebidos para os casos de boa-fé.
Existem alguns casos que as contribuições foram feitas em regimes diferentes,
como é o caso de Alfredo, onde o mesmo contribuiu pelo regime geral de previdência
social por 10 anos e mais vinte e cinco anos no regime próprio de previdência social.
Pela lei 6.226/75, é garantido à contagem recíproca do tempo, ou seja,
servidores públicos podem utilizar o tempo de contribuição que tiveram na iniciativa
privada para se aposentar no setor público. Para requerer essa contagem, o
funcionário precisa solicitar junto ao INSS a Certidão de Tempo de Contribuição
(CTC), documentos este, que comprova o período trabalhado no regime privado.
Após isso, o setor responsável irá averbar esse tempo ao órgão público onde
trabalha. O Decreto 10.188/2019 atualmente publicado pelo Governo Federal refere-
se a um complemento à Reforma da Previdência, regulamenta as Regras de
Compensação Previdenciária, criando novos procedimentos em relação à
compensação que já ocorre entre o RGPS e os Regimes Próprios.

Por fim, e com base nas regras gerais da Seguridade Social,o mais vantajoso
seria Alfredo transferir suas contribuições do Regime Próprio para o Regime Geral,
totalizando 35 anos, e se aposentar por uma das regras disponíveis, onde o Inss fará o
cálculo que melhor convém.

Você também pode gostar