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FACULDADE MULTIVIX – NOVA VENÉCIA/ES

JOÃO VICTOR ALMEIDA NASCIMENTO


HEITHOR BIANQUINI ALVES

PRINCIPAIS PONTOS DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA

NOVA VENÉCIA – ES
2020
JOÃO VICTOR ALMEIDA NASCIMENTO
HEITHOR BIANQUINI ALVES

PRINCIPAIS PONTOS DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA

Trabalho avaliativo para ser


apresentado ao curso de
Bacharelado em Direito da Faculdade
Multivix – Nova Venécia/ES, a ser
utilizado para obtenção de nota na
disciplina de Direito Previdenciário
sob a orientação do Professor
Taciano Magnago.

NOVA VENÉCIA – ES
2020
INTRODUÇÃO

A emenda constitucional nº 103/2019, apresentou as mudanças principais


da CF/88, processo esse denominado com Reforma Previdenciária. O
Congresso Nacional promulgou as novas regras entrando em vigor em 13 de
novembro de 2019, com publicação no Diário Oficial da União.
A Reforma Previdenciária houve admissão em 2 turnos de votação na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Em Agosto de 2019, o texto
obteve sua aprovação na Câmara e, depois, em outubro de 2019 houve a
aprovação pelo 2º turno no plenário do Senado sucedendo no fim do processo
de votação.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
entende que a Emenda Constitucional nº 103/2019 é considerada uma
reestruturação histórica com a expectativa de gerar para a União uma economia
aproximada de R$ 800 bilhões no prazo de 10 anos.
A nova previdência trouxe consigo várias alterações no sistema
previdenciário brasileiro.

IDADE MÍNIMA E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Para os trabalhadores de iniciativa privada e de municípios sem sistema


previdenciário, a regra para aposentadoria exige para as mulheres 62 anos de
idade e 15 anos de contribuição, e no caso de homens, 65 anos de idade e 20
anos de contribuição. Para os homens filiados ao RGPS (Regime Geral de
Previdência Social), antes da reforma entrar em vigor, o tempo de contribuição
mínima continuará em 15 anos.
Os servidores Públicos federais que contribuem para o Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS) da União, para aposentadoria, a Nova Previdência
exige para as mulheres, 62 anos de idade devendo ter ao menos 25 anos de
contribuição, 10 anos no serviço público e 5 anos no último cargo em que se
dará a aposentadoria. Os homens, as novas regras são as mesmas, exceto pela
idade que agora deve ser 65 anos de idade.
Os policiais, homens e mulheres, independentes do sexo, conseguirão a
aposentadoria aos 55 anos de idade, sob a condição de terem 25 anos de efetivo
exercício efetivo da função e 30 anos de contribuição. Essas regras também se
empregam as funções de agentes socioeducativos, policial federal, agentes
penitenciários, policial legislativo, policial rodoviário federal, policial ferroviário
federal, policial ferroviário federal e a policial civil do Distrito Federal.
Já a aposentadoria dos professores, a reforma previdenciária determina
para as mulheres, 57 anos de idade e 60 anos de idade para homens,
necessitando de 25 anos de contribuição para ambos os sexos. Esta regra se
aplica unicamente aos professores que comprovarem tempo de exercício efetivo
no cargo de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino
médio.
Os trabalhadores rurais, a aposentadoria continua dependendo de 15 anos
de contribuição e a idade mínima de 55 anos para as mulheres e para os homens
60 anos.

CÁLCULO DO BENEFÍCIO

Os trabalhadores do RGPS (Regime Geral de Previdência Social), depois


que atingem a idade e o tempo mínimo de contribuição, poderão então se
aposentar com 60% da média de todas as contribuições previdenciárias
realizadas desde julho de 1994, sendo que há cada ano de contribuição a mais,
serão acrescido 2 pontos percentuais aos 60%. Diante disso, pode-se dizer que
para ter direito à aposentadoria no montante de 100% da média de contribuições,
os homens precisarão contribuir pelo período de 40 anos e as mulheres por 35
anos.
Salienta-se que, o valor da aposentadoria não pode ultrapassar o teto do
RGPS por mês, e não pode ser inferior a um salário-mínimo. Mulheres que
contribuírem por mais de 35 anos e homens por mais de 40 anos, poderão ter o
percentual acima de 100%, desde que respeite o teto do RGPS.
Os servidores públicos federais que ingressaram na carreira a partir do mês
de Janeiro de 2004, o cálculo do benefício será parecido com o cálculo do
Regime Geral, ou seja, com 20 anos de contribuição, terá 60% da média de todas
as contribuições, aumentando dois pontos percentuais a cada ano a mais de
contribuição, aplicando-se tanto para homens quanto para mulheres. Por outro
lado, para os servidores que adentraram na atividade pública até 31 de
dezembro de 2003 manterá na integridade, isto é, o valor da aposentadoria será
o do último salário, no caso de respeitar os requisitos da transição.

ALÍQUOTAS

Com a vinda da reforma da Previdência, houve aprovação também de uma


nova tabela de contribuição do INSS. Essas alíquotas novas, passaram a ser
progressivas, sendo assim, significa dizer que aquele que ganha mais pagará
mais. Os servidores públicos federais que contribuem para o Regime Próprio de
Previdência Social, as alíquotas ficaram da seguinte maneira:
 7,5% - Para quem recebe até um salário mínimo;
 9% - Para quem aufere entre um salário mínimo e R$ 2.000,00;
 12% - Para aqueles que ganham entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00;
 14% - Para os que recebem entre R$ 3.000,00 e o teto do RGPS;
 14,5% - Para quem aufere entre o teto do RGPS e R$ 10.000,00;
 16,5% - Para aqueles que recebem entre R$ 10.000,00 e R$
20.000,00;
 19% - Para os que ganham entre R$20.000,00 e o teto
constitucional;
 22% - Para quem ganha acima do teto constitucional.
No Regime Geral de Previdência Social, as alíquotas encontram-se na
forma a seguir:
 7,5% - Até um salário mínimo;
 9% - Entre um salário mínimo e R$ 2.000,00;
 12% - Entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00;
 14% - Entre R$ 3.000,00 e o teto do RGPS.
O novo cálculo do INSS será usado na folha de pagamento do empregado,
inclusive os empregados domésticos e trabalhadores avulsos.
As alíquotas também passaram a recair sobre cada faixa de remuneração,
com uma forma similar ao cálculo de imposto de renda.

PENSÃO POR MORTE

O pagamento da pensão por morte, acontece quando segurado


aposentado venha a falecer. Tais regras, também sofreram alterações com o
advindo das novas regras previdenciárias, sendo estipulado o pagamento de 50
% do valor da aposentadoria do falecido acrescido de 10% para cada
dependente, vejamos:

 1 dependente – 60% da aposentadoria do falecido;


 2 dependentes – 70% da aposentadoria do falecido;
 E dependentes – 80% da aposentadoria do falecido;
 4 dependentes – 90% da aposentadoria do falecido;
 5 ou mais dependentes – 100% da aposentadoria do falecido.

Quando houver dependentes com deficiência grave ou inválidos, o


pagamento deve ser de 100% do valor da aposentadoria no regime geral,
respeitando e observando sempre o limite do teto. Em caso de servidor público
da união, quando o valor exceder o teto, será pago 50% mais 10% por
dependente.
Caso aconteça morte de agentes penitenciários e policias, por agressão
quando sofrida em virtude do trabalho, o companheiro/cônjuge terá direito a
pensão no valor integral correspondente à remuneração do cargo em que
ocupava.

LIMITE/ACÚMULO DE BENEFÍCIO

Quando um indivíduo possui mais de um benefício, este poderá ter esse


acúmulo nos casos autorizados por lei. Nesse caso, será pago 100% do
benefício de maior valor, sendo assim, o que obtiver mais vantagem para o
favorecido será pago, sendo acrescentado um percentual dos outros benefícios.
O percentual vai oscilar de acordo com o valor de rendimento, exemplo:

 1º - 100% do benefício de maior valor.


 2º - percentual dos benefícios de valores menores.
 100% do valor de até um salário-mínimo;
 60% do valor que estiver entre um e dois salários-mínimos;
 40% do valor que estiver entre dois e três salários-mínimos;
 20% do valor que estiver três e quatro salários-mínimos;
 10% do valor que ultrapassar quatro salários-mínimos;

Sendo assim, por exemplo, uma mulher que recebe uma aposentadoria no
valor de R$ 2.000,00, e fica viúva do marido que recebia R$ 3.000,00. Neste
caso, sendo a mulher a única dependente, aplica-se a nova regra da pensão por
morte exposta no tópico anterior, tendo s viúva direito de receber 60% do valor
da aposentadoria do marido (50% padrão + 10% por dependente) totalizando no
final R$ 1.800,00.
Diante destes fatos, quando a regra do acúmulo de benefícios é aplicada,
a viúva continua recebendo 100% de seu benefício, diante do fato de ser a mais
vantajosa, sendo acrescentada pelo percentual do acúmulo de benefício
sobreposto na pensão por morte.

CONCESSÃO DO BENEFÍCIO (Novas Fórmulas)

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), publicou duas portarias a fim


de disciplinar as alterações constantes na Emenda Constitucional nº 103 de
2019, e na revogada Medida Provisória nº 905 de 2019, quanto as regras de
acesso das aposentadorias programáveis do RGPS, e também às regras de
cálculo do valor dos benefícios e demais alterações. Sendo elas: Portaria nº
450/2020 e Portaria nº 528/2020.
As portarias tem como objetivo, adequar as nomenclaturas das espécies
de aposentadorias e benefícios previdenciários abrangidos pelo RGPS,
concedidos pelo INSS, bem como as regras de transição trazidas pela EC 103,
que introduziu a nova previdência.

NOVAS REGRAS DE TRANSIÇÃO

As regras de transição que se refere às aposentadorias por idade, por


tempo de contribuição, especial e do professor incidem sobre os requerimentos
efetuados por segurados filiados ao RGPS até o dia 13 de novembro de 2019
(data em que foi publicada e EC 103), respeitando o direito adquirido,
independentemente da data de entrada do requerimento (DER) junto ao INSS.
O período de carência para concessão permanece em 180 (cento e oitenta)
contribuições mensais para as aposentadorias programáveis e de 12 (doze)
contribuições para a aposentadoria por incapacidade permanente previdenciária,
classificada como não-programável. Para definição da carência das
aposentadorias programáveis, deve ser verificado o direito à aplicação da tabela
progressiva prevista no art. 142 da Lei nº 8.213/91.
As concessões da aposentadoria por idade do trabalhador rural e as
aposentadorias da pessoa com deficiência da Lei Complementar nº 142/2013
ficam mantidas nas condições anteriormente previstas, observado o que dispõe
o art. 26 da EC 103, que trata da regra de cálculo dos benefícios.

APOSENTADORIA PROGRAMADA – ART 201 CF

A aposentadoria programada é devida aos segurados filiados ao RGPS a


partir de 13 de novembro de 2019, ou, se mais vantajosa, aos demais. Ela passa
a ser a nova denominação das aposentadorias por idade e por tempo de
contribuição. Estas só existirão enquanto a regra de transição for aplicável.
Os requisitos para sua concessão devem atender, cumulativamente, os
seguintes requisitos:
I - 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco)
anos, se homem;
II - 15 (quinze) anos de tempo de contribuição, se mulher, e 20 (vinte) anos,
se homem;
III - 180 (cento e oitenta) contribuições mensais de carência. Regras de
transição para aposentadoria por idade (art. 18 da EC 103),
Para a concessão da aposentadoria por idade, exige-se, cumulativamente:
I - 60 (sessenta) anos de idade da mulher e 65 (sessenta e cinco) do
homem;
II - 15 (quinze) anos de tempo de contribuição;
III - 180 (cento e oitenta) contribuições mensais de carência. A idade
mínima exigida das mulheres será acrescida de 6 (seis) meses a cada ano,
aplicando-se o primeiro acréscimo a partir de janeiro de 2020, até que se atinja
62 (sessenta e dois) anos.

APOSENTADORIA PROGRAMADA DO PROFESSOR

Se o segurado é professor, as regras são diferentes, possibilitando que


estes se aposentem mais cedo.
Nesta modalidade, há uma justa redução da idade mínima, acompanhada,
porém, de um aumento no “tempo” de trabalho necessário. Assim, para os
professores segurados do RGPS, os requisitos para a aposentadoria são:
I - Idade mínima: 60 anos, se homem, e 57 anos, se mulher;
II - Tempo de contribuição: 25 anos, para ambos os sexos, de exclusivo e
efetivo exercício de funções no magistério em educação infantil, ensinos
fundamental e médio.

APOSENTADORIA PROGRAMADA COMUM

Respeitadas as regras de transição, a atual aposentadoria programada


comum possui os seguintes requisitos (que devem ser cumpridos
cumulativamente):
I - Idade mínima: 65 anos, se homem, e 62 anos, se mulher;
II - Tempo de contribuição mínimo: 20 anos, se homem, e 15 anos, se
mulher;
III - Carência de 180 meses: tanto para mulheres, como para homens.
Essa modalidade é a “mais comum”, sendo aplicável a todos os novos
segurados que ingressaram no RGPS após a EC n. 103/2019.
Tais segurados, portanto, se aposentam ainda com 60 anos, se homem, e
55 anos, se mulher, sendo exigida a carência mínima de 180 contribuições
mensais, mesmo após a entrada em vigor da EC n. 103/2019.

APOSENTADORIA ESPECIAL

A Reforma manteve, com várias alterações, a aposentadoria especial, que


possui como principal objetivo proteger o segurado que trabalha em condições
insalubres, perigosas, prejudiciais à saúde e à integridade física.
A atual aposentadoria especial, possui o requisito de idade mínima, que é
igual para homens e mulheres, mas diferente em relação ao nível da nocividade
da atividade desempenhada, assim como a sua antecessora.
Se a atividade especial estiver prevista no grau máximo de nocividade, são
necessários 15 anos de efetiva exposição e 55 anos de idade, no mínimo, para
a aposentadoria. Se, no entanto, o grau for médio, são necessários 20 anos de
efetiva exposição e 58 anos de idade, no mínimo. Em se tratando de grau leve,
são necessários 25 anos de efetiva exposição e 60 anos de idade, no mínimo.

REGRAS DE TRANSIÇÃO

Com a mudança a reforma previdenciária estabeleceu algumas regras de


transição, sendo cinco regras, são elas:

1. Idade mínima progressiva: Idade mínima subirá 6 meses a cada ano. Em


2020, pode se aposentar mulheres de 56 anos e seis meses de idade e tempo
mínimo de contribuição de 30 anos. Homens de 61 anos e seis meses de idade
e tempo mínimo de contribuição de 35 anos.
2. Sistema de pontos: Nesse sistema, a aposentadoria é concedida
considerando a soma da idade com o tempo de contribuição do trabalhador.
Assim como nas outras, é preciso ter no mínimo 30 anos de contribuição, para
mulheres, e 35 anos de contribuição, para homens.
3. Pedágio de 50%: Quem está a dois anos de completar o tempo mínimo
de contribuição pode optar pela aposentadoria sem idade mínima, mas com o
fator previdenciário. Terá de cumprir um pedágio de 50% sobre o tempo que
faltava quando as novas regras entraram em vigor (13/11/2019). Nesta regra, se
enquadram as: Mulheres com, ao menos, 28 anos de contribuição e homem com,
ao menos, 33 anos de contribuição até 12 de novembro de 2019..
4. Pedágio de 100%: Essa regra só vale para mulheres a partir de 57 anos
e homens a partir dos 60 anos. Será cobrado um pedágio de 100% do tempo
que falta para a aposentadoria pela regra antiga (30 anos de contribuição, para
mulheres, e 35 anos de contribuição, para homens). Logo, quem estiver a quatro
anos de se aposentar terá que trabalhar por oito anos, e ainda cumprir a idade
mínima desta regra. Nesta regra, se enquadram mulheres a partir de 57 anos e
homens a partir de 60 anos.
5. Transição da aposentadoria por idade: Esta regra é somente para as
mulheres. A idade exigida das mulheres pela regra anterior era de 60 anos. Ela
subirá seis meses por ano, até chegar a 62 anos, em 2023. O tempo mínimo de
contribuição continuará sendo de 15 anos.

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