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Apresentação
Para o aprendizado e a melhor compreensão, estudaremos nesta aula os requisitos para a concessão dos benefícios
previdenciários por incapacidade, compreendidos pelo auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, além das
modalidades de aposentadoria previstas no ordenamento legal, destacando-se a aposentadoria por contribuição, idade e
aposentadoria especial.
Entre as principais peculiaridades de cada prestação, estudaremos os requisitos essenciais de carência, idade e influência
do meio de trabalho.
Objetivos
Identificar as modalidades de prestações previdenciárias de aposentaria;
Noções introdutórias
Dentre os benefícios da previdência social, a prestação mais desejada por qualquer contribuinte é, sem dúvida, a de
aposentadoria. Veremos que há várias possibilidades para que o segurado consiga chegar até o seu tão desejado momento de
cidadão aposentado.
APOSENTADORIA x AUXÍLIO-DOENÇA
Fonte: Freepik
Além das hipóteses de aposentadoria, veremos que incidentes podem lesionar e até incapacitar o segurado no percurso até o
cumprimento de todos os requisitos das prestações previdenciárias. Para essas hipóteses foram criados benefícios que
garantirão uma segurança ao contribuinte pelo período em que estiver incapacitado para o trabalho habitual, portanto veremos
que os benefícios por incapacidade são uma importante ferramenta para impedir qualquer injustiça ao trabalhador.
Dessa forma, nosso estudo será iniciado com a apresentação das prestações de auxílio-doença e da aposentadoria por
invalidez, benefícios que serão o suporte não só para a garantia da cobertura sobre o sinistro da incapacidade, como também
uma fonte de recursos para a reabilitação do trabalhador temporariamente incapacitado.
Auxílio-doença
Conforme já mencionado, o caminho que o contribuinte percorrerá entre o início de suas atividades laborais e a aposentadoria
será bem longo e cheio de obstáculos, dos quais um pode ser a ocorrência de um acidente de trabalho ou o surgimento de uma
doença incapacitante. Sem a previsão de uma prestação previdenciária, que assegurasse o trabalhador nesses momentos,
estaríamos diante de uma situação de completa injustiça.
O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido na Lei
8.213/91, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por 15 (quinze) dias consecutivos. Conforme
previsão legal do art. 25, inciso I da referida lei, a carência exigida para esse benefício é de 12 contribuições mensais.
Conforme redação do art. 25, no texto do art. 26 estão previstas as situações em que o período de carência será dispensado,
existindo uma previsão para o auxílio-doença quando a incapacidade resultar de acidente de trabalho ou doenças crônicas
como tuberculose ativa, hanseníase, neoplasia maligna, mal de Parkinson, cegueira entre outras.
Fonte: Freepik
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aos segurados incapacitados destinada ao contribuinte segurado que
considerados recuperáveis ou sujeitos à esteja considerado pela perícia médica
reabilitação para o exercício da atividade como incapaz para o trabalho e não
que lhe garanta a sua subsistência; sujeito de reabilitação ou recuperação.
A previsão legal da aposentadoria por invalidez encontra-se nos arts. 42 a 47 da Lei 8.213/91; trata-se de benefício de trato
continuado, devido mensal e sucessivamente em face da incapacidade total e definitiva. Assim como o auxílio-doença, também
é destinado a todos os segurados da previdência social, sejam facultativos ou obrigatórios.
O art. 45 da lei 8.213/91 também previu os casos de grande invalidez, garantindo ao segurado que necessitar de assistência
permanente de outra pessoa a possibilidade de majorar seu benefício em 25% (vinte e cinco) por cento, podendo inclusive
superar o teto previdenciário. Esse direito já foi estendido aos demais aposentados em decisão proferida pelo STJ (Superior
Tribunal de Justiça), todavia, em virtude da repercussão geral, o STF (Supremo tribunal Federal) decidiu suspender os efeitos de
todas as ações que versam sobre o tema até decisão pela corte suprema.
A aposentadoria por tempo de contribuição, prevista no art. 201, § 7º, I, da CF, é garantida ao segurado que completar 35 (trinta
e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos, se mulher. Trata-se de benefício requerido voluntariamente pelo
segurado, resultado do planejamento previdenciário que fez ao longo de toda a sua atividade laboral.
Atenção
Uma observação muito importante sobre esse benefício é que a perda da qualidade de segurado perante a previdência social
não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a
legislação em vigor à época em que tais requisitos foram atendidos.
Apesar de não existir uma idade mínima para a concessão da aposentadoria por contribuição, quando o segurado
completa a carência exigida muito jovem a aplicação do fator previdenciário pode reduzir o valor de seu benefício,
todavia o fator será aplicado facultativamente quando o segurado se encaixar na regra do 86/96.
Fonte: Wikipedia
Também deve ser mencionada a aposentadoria proporcional extinta pela Emenda Constitucional 20/98. Todavia foram criadas
regras de transição, nas quais os segurados filiados ao RGPS até 16/12/98 (somente estes) ainda têm direito à aposentadoria
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Entretanto, devem cumprir um pedágio, ou seja, um período adicional
de contribuição equivalente a 40% do tempo que faltava para atingir o tempo: 25 anos de contribuição, se mulher, e de 30 anos
de contribuição, se homem.
Total resultante da soma da idade e do tempo de contribuição deve ser de 86 pontos para as mulheres e de 96
pontos para os homens;
Tempo total de contribuição de 25 anos + o tempo adicional de “pedágio” (mulher) e de 30 anos + o tempo adicional
de “pedágio” (homem);
Fonte: Pixabay
A aposentadoria por idade, prevista no art. 201, § 7º, II, da CF e arts. 48 a 51 da Lei 8.213/91, é devida ao segurado que,
cumprida a carência exigida, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, ou 60 (sessenta) anos de idade, se
mulher.
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A carência atualmente exigida para a concessão desse benefício é de 180 (cento e oitenta) meses, todavia pode ser diferente
para quem começou a contribuir para o INSS antes de 25/07/1991, sendo reduzida até o valor de 60 (sessenta) contribuições.
Atenção
Outro fato importante para o estudo dessa modalidade de prestação previdenciário é que o fator previdenciário somente será
aplicado se for mais vantajoso ao segurado, ao contrário do que ocorre na aposentadoria por tempo de contribuição.
Aposentadoria especial
Essa modalidade é melhor definida como aposentadoria especial por tempo de contribuição, prevista nos arts. 57 e 58 da lei
8.213/91. É um benefício concedido ao segurado que trabalha exposto a agentes nocivos à saúde. Tais agentes podem ser
físicos, químicos, biológicos, ou até mesmo uma combinação deles, quando acima dos limites de tolerância aceitos, o que se
presume produzir a perda da integridade física e mental em ritmo acelerado.
A carência para a aposentadoria especial poderá variar entre 25 (vinte e cinco), 20 (vinte) ou 15 (quinze) anos de contribuição, a
depender do grau de risco e prejuízo à saúde que o agente nocivo poderá causar ao trabalhador exposto. Um exemplo clássico
no Direito Previdenciário é o do trabalhador em minas, que se aposenta com este benefício excepcional após 15 (quinze) anos
de atividade, um segurado exposto a ruído excessivo se aposentará com 25 (vinte e cinco) anos de atividade exposto ao agente
nocivo.
Nessa modalidade, não incide a aplicação do fator previdenciário. Ademais, segurado que exercer mais de uma atividade
especial durante seu período contributivo, mas sem completar o período mínimo (15, 20 ou 25 anos), poderá converter o
período total de cada atividade ou também para o período comum, quando deixa de laborar em atividade insalubre. Contudo, no
último caso (conversão para tempo comum), não será concedida a aposentadoria especial, e sim a aposentadoria comum por
contribuição, com aplicação do fator previdenciário.
Veja como realizar a conversão do tempo especial para outras modalidades de aposentadoria especial ou para o tempo
comum:
A diferença dos requisitos para recebimento do auxílio doença e da aposentadoria por invalidez, considerando a gravidade da
lesão ou doença, bem como a sua possibilidade de recuperação.
As diferentes hipóteses de incidência do fator previdenciário, lembrando que não será aplicado na aposentadoria por invalidez,
ou na especial, e somente será aplicado na aposentadoria por idade se for benéfico ao segurado.
Atividade
1. (CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município) Joana, filiada ao Regime Geral de Previdência Social e
contribuinte há dez meses, sofreu um acidente de carro, que lhe causou incapacidade para o trabalho pelo período de quinze
dias. Nesse caso, Joana:
a) Receberá auxílio-acidente.
b) Receberá auxílio-doença, independentemente do preenchimento do período de carência.
c) Não receberá auxílio-doença porque não cumpriu o período de carência correspondente a doze contribuições mensais.
d) Receberá aposentadoria por invalidez caso a incapacidade seja constatada por exame médico a cargo da previdência social.
e) Não receberá benefício nenhum da previdência social.
2. (FCC - 2018 - PGE-AP - Procurador do Estado) Conforme regras contidas na Lei nº 8.213/1991, quanto ao benefício de
aposentadoria:
a) A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao regime geral não lhe conferirá direito à aposentadoria por
invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
b) O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de trinta
por cento.
c) A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida em lei, completar sessenta anos de idade, se
homem, e cinquenta e cinco, se mulher.
d) A aposentadoria especial será devida ao segurado que tiver trabalhado durante dez, quinze ou vinte anos, conforme a atividade
profissional, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
e) A aposentadoria especial consistirá numa renda mensal de oitenta e cinco por cento do salário de benefício, mais um por cento deste,
por grupo de doze contribuições, até atingir o teto de cem por cento.
3. (CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo) O RGPS garante aos segurados os benefícios:
BRASIL. Casa Civil. Lei federal nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e
dá outras providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em: 5 set. 2019.
GOUVEIA, C. A. V. Benefício por incapacidade e perícia médica - manual prático. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2015.
IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. 14. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015.
KRAVCHYCHYN, J. L.; KRAVCHYCHYN, G. L; CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Prática processual previdenciária administrativa
e judicial. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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Auxílio-acidente.
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