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Direito Previdenciário

Material Teórico
Benefícios da Previdência Social

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Claudio Alves da Silva
Profa. Ms. Fernanda Garcez Lopes de Souza

Revisão Textual:
Profa. Dra. Patrícia Silvestre
Benefícios da Previdência Social

• Introdução

• Aposentadoria

• Auxílio

• Benefícios do plano simplificado


da Previdência Social (PSPS)

• Acidente de trabalho

Prosseguindo nosso estudo, nesta unidade serão estudados os


benefícios da Previdência Social, entre os quais os devidos por
acidente de trabalho.
Especial atenção há de ser emprestada às peculiaridades de
cada benefício e à caracterização do acidente de trabalho e a
sua natureza jurídica. Trata-se de tema abrangente e será muito
útil para a vida de todos vocês.
Estudem o material disponibilizado, aprofundando os
conhecimentos com a realização das atividades de sistematização
e a participação no nosso Fórum.

Para melhor estruturar os estudos, recomendo a leitura do texto teórico; a apresentação


em PowerPoint da Unidade; o aprofundamento do tema mediante a leitura de quaisquer
das obras indicadas na bibliografia (observe a indicação de capítulos de livros e leituras
sugeridas) e a participação no fórum de estudos.
O estudo do tema “Benefícios da Previdência Social” deve ser complementado com a leitura
da bibliografia indicada no Plano de Ensino, além da leitura da bibliografia complementar
e de uma pesquisa nas bibliotecas virtual e do campus, além da Internet. Existem diversos
textos e vídeos disponíveis que poderão ser úteis ao aprofundamento do tema.

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Contextualização

O aumento do consumismo e o curto ciclo de vida dos produtos referentes à sua durabilidade
fizeram com que o aumento do descarte de produtos se tornasse um problema mundial.
A Logística Reversa de Pós-Consumo viabiliza o retorno de produtos, ao quais, por algum
motivo, não se deseja utilizar, ou não podem ser mais utilizados, e necessitam de um destino
adequado, sendo ela a matriz estratégica, tática e operacional para a viabilização adequada
do retorno.

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Introdução

Os benefícios da previdência social são prestações pecuniárias devidas pelo Regime Geral da
Previdência Social aos segurados, destinadas a prover-lhes a subsistência, nas eventualidades
que os impossibilitem de, por seu esforço, auferir recursos para isto, ou a reforçar-lhes os ganhos
para enfrentar encargos de família, ou ampara, em caso de morte ou prisão, os que dele
dependiam economicamente.

Classificação dos benefícios


Os benefícios podem ser classificados da seguinte forma:
1. Quanto ao tempo:
a) de prestação instantânea: quando pagos em cota única (atualmente inexistente no
Regime Geral da Previdência Social);
b) de prestação periódica: são os pagos por um número previamente determinado de
competências (ex: salário maternidade);
c) de prestação continuada: são os mantidos por prazo que não se pode determinar em
princípio (ex: aposentadoria por idade).

2. Quanto aos destinatários:


a) devidos aos segurados: aposentadoria; auxílio-doença; auxílio-acidente; auxílio-
maternidade e o salário-família;
b) devidos aos dependentes: pensão por morte e auxílio-reclusão.

3. Quanto ao risco:
a) benefícios acidentários: auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez
e pensão por morte;
b) benefícios comuns: denominados previdenciários propriamente ditos.

4. Quanto à natureza:
a) remuneratórios: visam à substituição da remuneração percebida pelo segurado e destinado
ao sustento da família, não podendo ser inferior ao salário-mínimo (ex: aposentadorias,
auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão).
b) indenizatórios: destinam-se a trazer algum tipo de compensação ao trabalhador,
podendo ser inferior ao salário mínimo (ex: auxílio-acidente e salário-família).

Adiante, estudaremos cada um dos benefícios da Previdência Social:

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Aposentadoria

Aposentadoria por invalidez


É o benefício devido ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade
que lhe garanta a subsistência, e lhe será paga enquanto permanecer nessa situação.

Beneficiários Todos os segurados da Previdência Social


Isenta para os casos do inciso II do art. 26 da Lei 8.213/91 ou 12 meses, na
Carência
hipótese de aposentadoria por invalidez comum.
1. Verificação da condição de incapacidade por exame médico-pericial, a
cargo da Previdência, podendo o segurado ser acompanhado por médico de
sua confiança.
Pressupostos para
concessão
2. A doença ou lesão adquirida antes da filiação ao RGPS, mas que torne
o segurado incapaz em razão de agravamento ou progressão decorrente do
exercício da atividade.
100% do salário-de-benefício ou 100% do salário-de-benefício + 25% se o
Renda mensal inicial
segurado necessitar da assistência de outra pessoa.

1. Retorno voluntário à atividade;

2. Recuperação total para a atividade que exercia o segurado, comprovada em


perícia médica no período de cinco anos a partir do afastamento, podendo ser
Cessação do benefício
o retorno imediato (se o segurado estiver empregado, com direito a retornar à
função na empresa em que trabalhava) ou após tantos meses quantos forem
os anos de duração dos benefícios por incapacidade para os segurados que
tiveram o contrato rescindido, mediante indenização.

Durante os primeiros 15 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de


invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.
Concluída a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva para o
trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida:
a) ao segurado empregado, a contar do 16º dia do afastamento da atividade ou da data da
entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrer
mais de 30 dias;
b) ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso,
especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias;
c) no caso de o segurado encontrar-se em gozo de auxílio-doença, o benefício será devido
a contar do dia imediato da cessação do auxílio-doença.

A concessão da aposentadoria por invalidez está condicionada ao afastamento de todas


as atividades.

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Situações em que o aposentado terá direito à majoração de 25% do valor do benefício: cegueira
total; perda de nove dedos das mãos ou quantidade superior a esta; paralisia dos dois membros
superiores ou inferiores; perda dos membros inferiores acima dos pés, quando a prótese for
impossível; perda de uma das mãos e dois pés, ainda que a prótese seja possível; alteração das
faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social ou em caso de doença que
exija permanência contínua no leito e incapacidade para as atividades da vida diária.
A majoração de 25% do valor do benefício, antes referida, cessa com a morte do aposentado,
ou seja, não se incorpora na pensão eventualmente deixada por ele.
No caso de recuperação parcial ou total após cinco anos ou sendo o segurado apto para
serviço diverso é mantida a aposentadoria no seu valor integral por seis meses a partir da
recuperação; nos seis meses seguintes será devida à razão de 50%; nos próximos seis meses, à
razão de 25%, findo os quais a aposentadoria será cancelada.
Caso o beneficiário não compareça à perícia médica periódica ou quando convocado pelo
INSS, o benefício é suspenso.

Aposentadoria por idade


É o benefício previdenciário pago mensalmente ao segurado que completar 65 anos de
idade, se homem, 60 anos se trabalhador rural ou mulher e 55 anos para trabalhadora rural.

Beneficiários Todos os segurados da Previdência Social


Carência 180 contribuições.
Completar 65 anos se homem e 60 anos se mulher. Esse limite será
Pressupostos para a reduzido em 05 anos nos casos de trabalhador rural (empregados rurais,
concessão avulsos rurais, contribuintes individuais rurais e o garimpeiro); avulso;
segurado especial e segurado garimpeiro.

70% do salário-de-benefício + 1% a cada grupo de 12 contribuições


Renda mensal de benefício
mensais até o máximo de 30%.

1. Para o segurado empregado e doméstico: a partir da data


do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias do
desligamento; ou a partir do requerimento, se não houver desligamento
Início do benefício
ou se o requerimento for feito após 90 dias do desligamento.

2. Para os demais segurados, a partir da data do requerimento.

Cabe observar que a empresa pode requerer a aposentadoria do empregado desde que este
tenha cumprido o período de carência e completado 70 anos se homem e 65 se mulher.
Essa aposentadoria é facultativa para a empresa, mas uma vez requerida é compulsória
para o empregado, garantida a indenização trabalhista pela rescisão do contrato de trabalho,
considerada a data imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Aposentadoria especial
É devida ao segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso,
sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Segurado empregado, avulso, contribuinte individual filiado a


Beneficiários
cooperativa de produção ou de trabalho.
Carência 180 contribuições.
Depende de comprovação, pelo segurado, perante o INSS, do tempo
de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física
Pressupostos para a durante o período mínimo de 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade
concessão laborativa. O segurado deverá comprovar a efetiva exposição aos agentes
nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais
à saúde ou integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a
concessão do benefício.
Renda mensal inicial 100% do salário-de-benefício.
1. Para o segurado empregado: a partir da data do desligamento do
emprego, quando requerida até 90 dias do desligamento; ou a partir do
Início do benefício requerimento, se não houver desligamento ou se o requerimento for feito
após 90 dias do desligamento. 2. Para os demais segurados, a partir da
data do requerimento.

A cessação da aposentadoria se dá pelo retorno do segurado ao exercício de atividade ou


operações que o sujeitem aos agentes nocivos ou nele permanecer voluntariamente. Mas a
partir do momento em que o segurado afastar-se dessas atividades nocivas o benefício volta a
ser pago por se tratar de direito adquirido.

Caso a empresa forneça equipamentos de proteção individual e coletiva que minimizem


ou controlem a exposição a agentes nocivos não será devida a aposentadoria especial, desde
que esta informação conste do Perfil Profissiográfico Previdenciário (Instrução Normativa nº
20/INSS-Pres).
Todavia a jurisprudência entende que o simples uso de equipamento de proteção individual,
no caso de exposição a ruído, por si só não descaracteriza o tempo de serviço especial (Súmula
09 da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs).

Aposentadoria por tempo de contribuição


É o benefício pago aos segurados, homem e mulher, que completarem, respectivamente, 35
e 30 anos de contribuição para o Regime Geral da Previdência Social.

Todos os segurados, exceto o especial, quando não contribui como


Beneficiários individual, e o segurado que opta pelo Sistema Especial de Inclusão
Previdenciária.

Carência 180 contribuições.

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Pressupostos para a
Qualidade de segurado e tempo mínimo de contribuição exigido.
concessão

1. 100% do salário-de-benefício aos 35 anos de contribuição, se homem,


e 30 anos, se mulher.
Renda mensal inicial
2. Para filiados ao RGPS antes de 16/12/98, 70% do salário-de-benefício
aos 25 anos de contribuição para mulher e 30 para o homem, acrescendo
5% para cada grupo de contribuições, até o limite de 100%.
1. Para o segurado empregado e doméstico: a partir da data do
desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias do desligamento;
ou a partir do requerimento, se não houver desligamento ou se o
Início do benefício
requerimento for feito após 90 dias do desligamento.

2. Para os demais segurados, a partir da data do requerimento.

Para professores que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício em função de


magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio, o requisito é 30
anos para homem e 25 para mulher.
Função de magistério abrange as atividades exercidas por professores especialistas em
educação no desempenho de atividades educativas em estabelecimento de educação básica,
incluídas o exercício da docência, a direção escolar e a coordenação e assessoramento
pedagógico exercidos por professores. Logo, diretores, coordenadores e professores que jamais
tenham exercido docência não têm direito à redução. Professor universitário não tem direito à
redução de tempo de contribuição.

Não há limite de idade para a aposentadoria por tempo de contribuição.

Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição


na Administração Pública e na atividade privada, rural ou urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência compensar-se-ão financeiramente.
Regras para a contagem recíproca: a) não se admite a contagem em dobro ou em outras
condições especiais; b) é vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público
e na atividade privada quando concomitantes; c) não será contado por um regime o tempo
de contribuição utilizado para a concessão de aposentadoria em outro regime; d) o tempo de
serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à previdência social só será contado
mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de
juntos de 0,5% ao mês, capitalizados anualmente, e multa de 10%.

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Auxílio

Auxílio-doença
É o benefício recebido pelo segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua
atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.

Beneficiários Todos os segurados

12 contribuições ou nenhuma, consoante se trate, respectivamente, de


auxílio doença comum (de origem não-ocupacional) ou acidentário
Carência
(decorrente de acidente de trabalho, doença profissional ou doença
do trabalho).

Qualidade de segurado; incapacidade verificada por exame médico


Pressupostos para a pericial; ocorrência de acidente de qualquer natureza; progressão ou
concessão agravamento de doença preexistente à filiação do RGPS, em decorrência
da atividade laboral.
Renda mensal inicial 91% do salário-de-benefício
1. A contar do 16º dia de afastamento da atividade para o segurado
empregado (exceto doméstico);

Início do benefício 2. A contar da data do início da incapacidade para os demais segurados;

3. A contar da data da entrada do requerimento, quando requerido após


o 30º dia do afastamento da atividade, para todos os segurados.

Caso o segurado empregado afastar-se por 15 dias e retornar no 16º e, posteriormente,


no decorrer de 60 dias desse retorno, voltar a afastar-se da atividade, fará jus ao auxílio-
doença a partir da data do afastamento. Impende observar que, quando o segurado exercer
mais de uma atividade e incapacitar-se definitivamente para uma delas, receberá o auxílio-
doença indefinidamente, não cabendo sua transformação em auxílio-invalidez enquanto esta
incapacidade não se estender às demais atividades.

Informação

O segurado é obrigado, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo
da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento
dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue que são facultativos.

O segurado insuscetível de recuperação para a atividade habitual deverá submeter-se a


processo de reabilitação profissional para exercício de outra atividade, não cessando o benefício
até que seja dado como habilitado para nova atividade ou, se considerado não-recuperável,
seja aposentado por invalidez.

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Salário família
É o benefício pago aos trabalhadores e aposentados de baixa renda, para ajudar na
manutenção dos dependentes menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. É devido
mensalmente na proporção do respectivo número de dependentes. O pagamento é realizado
pela empresa ao segurado em atividade; pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra ao
trabalhador avulso em atividade e pelo INSS ao empregado e trabalhador avulso em gozo de
auxílio-doença ou aposentadoria.
O benefício é direito do pai e da mãe segurados. Ambos recebem o benefício. Havendo
divórcio, separação judicial ou de fatos dos pais, caso de abandono legalmente caracterizado
ou perda de pátrio poder, o salário família será pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o
sustento do menor, respeitada determinação judicial de que seja pago a outra pessoa.
O salário-família é suspenso se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória
e a comprovação de freqüência escolar do filho nas datas definidas pelo INSS.
Este benefício cessa por morte do dependente, bem assim quando o dependente completar
14 anos ou quando cessar a incapacidade; e cessa também por desemprego do segurado.

Beneficiários Empregado (exceto o doméstico) e o trabalhador avulso


Carência Nenhuma contribuição é exigida.
Pressupostos para a Qualidade de segurado; ter filho ou equiparado até 14 anos de idade ou
concessão inválido; ser segurado de baixa renda.
O valor do salário família é fixado pelo Ministério da Previdência Social e
Ministério da Fazenda, sendo periodicamente reajustado. O mesmo ocorre
Renda mensal inicial
com a estipulação do valor limite da renda da família para a concessão
do benefício.
A partir da data da apresentação da documentação necessária à obtenção
do benefício (certidão de nascimento, atestados de vacinação anual até
Início do benefício
os 6 anos, e de freqüência escolar semestral dos filhos entre 7 e 13 anos,
e termo de responsabilidade).

Salário maternidade
É o benefício devido à segurada durante 120 dias, destinado ao descanso da mulher
trabalhadora, em virtude de nascimento de seu filho.

Beneficiários Todas as seguradas

1. Sem carência para segurada empregada, avulsa e empregada doméstica;

2. 10 meses para a segurada contribuinte individual e facultativa;


Carência
3. Para a segurada especial: comprovação de exercício de atividade rural nos
últimos 10 meses anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de
forma descontínua.

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Pressupostos para a
Qualidade de segurado; nascimento do filho, abordo, adoção ou guarda judicial.
concessão

1. Segurada empregada: renda igual à remuneração integral, pago pelo INSS


até o limite do subsídio mensal dos Ministros do STF;

2. Trabalhadora avulsa: remuneração integral equivalente a 01 mês de trabalho,


pago pelo INSS até o limite do subsídio mensal dos Ministros do STF;
Renda mensal inicial
3. Doméstica: valor do último salário de contribuição;

4. Segurada especial: 01 salário mínimo;

5. Contribuinte individual e facultativa: 1/12 avos das somas dos últimos 12


salários de contribuição apurados no período de até 15 meses.

A partir do 28º dia antes do parto e término após 91 dias do parto, determinado
Início do benefício
em atestado médico.

Algumas peculiaridades:
1 - Em caso de parto antecipado, a segurada conserva o direito aos 120 dias e o período
de carência é reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses
em que o parto foi antecipado.
2 - Em caso de aborto não-criminoso, salário-maternidade corresponde a 2 semanas.
3 - Caso de natimorto a partir do 6º mês a segurada terá direito a 120 dias.
4 - No caso de empregos concomitantes, fará jus ao benefício relativo a cada emprego.
5 - Caso a empregada receba mais que o valor do subsídio mensal dos Ministros do STF,
deverá a empresa arcar com o custo adicional do salário-maternidade, evitando, desse
modo, prejuízo à empregada.

Em caso de adoção temos as seguintes regras:


··Adotado contando até 1 ano: 120 dias;
·· Adotado entre 1 e 4 anos: 60 dias;
··Adotado entre 4 e 8 anos: 30 dias.

Auxílio-acidente
É a indenização a que tem direito o segurado quando, após a consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva que implique redução
da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
Algumas peculiaridades do auxílio-acidente:
1 - o segurado tem direito à estabilidade no emprego em que tenha ocorrido o acidente
de trabalho;
2 - Pelo decreto 6.722/08 passou-se a reconhecer ao desempregado que tenha qualidade
de segurado, direito ao auxílio-acidente, desde que preenchidos os requisitos da lei;

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3 - A perda da audição somente dá causa à percepção do benefício se houver nexo causal
entre a atividade e a doença;
4 - o benefício é suspenso em caso de concessão ou abertura de auxílio-doença decorrente
do mesmo acidente que lhe tenha dado origem;
5 - o benefício cessa no momento da aposentadoria ou morte do segurado.

Beneficiários Segurado empregado; segurado especial e trabalhador avulso


Carência Sem carência.

1. Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia o segurado;

2. Redução de capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija


Pressupostos para a
maior esforço para o desempenho da mesma atividade de antes;
concessão
3. Impossibilidade de desempenho da atividade que exercia à época do acidente,
porém, permita o desempenho de outra após reabilitação profissional.

Renda mensal inicial 50% do salário-de-benefício.


A contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente
Início do benefício
de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado.

Pensão por morte


É o benefício concedido aos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não. É
vedado acumular mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge.
O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de
alimentos, receberá pensão em igualdade de condições com os demais dependentes da 1º
classe. Cônjuge ausente somente faz jus ao benefício a partir do momento em que se habilitar
e provar dependência econômica. A mulher que, na separação, renunciou aos alimentos,
tem direito à pensão por morte de ex-marido, se comprovada a necessidade econômica
superveniente (STJ, Súmula 336).
Os filhos nascidos dentre 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal por
morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento são considerados filhos concebidos
na constância do casamento.

Beneficiários Os dependentes de qualquer segurado


Carência Nenhuma contribuição é exigida.
Pressupostos para a Óbito do segurado; qualidade de segurado do falecido e a qualidade de
concessão dependente do beneficiário.
100% da renda mensal da aposentadoria que o segurado recebia ou teria
Renda mensal inicial direito se estivesse aposentado por invalidez na data do falecimento, rateada
em partes iguais entre os dependentes.
Início do benefício A partir da data do óbito.

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Auxílio-reclusão
É o benefício concedido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão, que
não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de benefício previdenciário

Beneficiários Os dependentes de qualquer segurado de baixa renda que for preso


Carência Nenhuma contribuição é exigida.
Pressupostos para a Ser segurado de baixa renda (assim definido pela Previdência Social) e estar
concessão o segurado preso.
100% da renda mensal da aposentadoria por invalidez que o segurado teria
Renda mensal inicial
direito, rateada em partes iguais entre os dependentes.

A partir do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerida até 30


Início do benefício
dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior.

1. O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o


segurado permanece retido ou recluso;

2. No caso de fuga do segurado, o benefício é suspenso até a captura;

3. Falecido o segurado, o auxílio reclusão é convertido em pensão por morte;


Observações
4. Ainda que o recluso exerça atividade remunerada e contribua como
contribuinte individual ou facultativo, permanece o direito ao auxílio reclusão.

5. É cabível para o condenado a regime fechado ou semi-aberto, mas não em


caso de livramento condicional ou pena em regime aberto.

Benefícios do Plano Simplificado da Previdência Social (PSPS)

O contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
ou equiparada e o segurado facultativo que optarem pelo Plano Simplificado de Previdência
Social (previsto na Lei Complementar nº. 123/2006) terão por benefícios: aposentadoria por
idade; auxílio-doença; salário-maternidade; pensão por morte; auxílio-reclusão e aposentadoria
por invalidez.
O optante pelo PSPS contribui com alíquota de 11% sobre o salário mínimo.
O optante pelo PSPS poderá obter a aposentadoria por tempo de contribuição complementar
a contribuição mensal, mediante o recolhimento de mais 9%, incidente sobre o salário mínimo,
acrescido de juros moratórios.

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Acidente de trabalho

Histórico
A questão do acidente de trabalho começou a surgir com a Revolução industrial, em que
foi substituído o trabalho manual pelo uso de máquinas, o trabalho doméstico pelo fabril. Em
consequência, avolumaram-se os acidentes de trabalho.
As primeiras preocupações surgiram na legislação a partir de 06/07/1884, na Alemanha,
por intermédio de Bismarck, que introduziu ampla definição de acidente de trabalho. Previa-se
assistência médica e farmacêutica e o pagamento de um valor pecuniário para compensar o fato
de que o empregado ficaria sem receber salário.
Na Inglaterra, a primeira norma veio somente em 1897, mas não previa assistência médica,
nem pensão.
Na França, em 1894, surge lei sobre acidente de trabalho, mas aplicada somente a
atividades perigosas.
No Brasil, o Código Comercial de 1850 foi o primeiro diploma legal a dar a orientação geral
sobre acidente de trabalho, ao prever a manutenção dos salários por três meses contínuos por
acidentes imprevistos e inculpados.
Em 1919, surge Lei nº. 3.724, primeira a tratar de acidente de trabalho, adotando a teoria
do risco profissional: Havendo acidente de trabalho, a responsabilidade pela indenização era do
empregador. Os acidentes de trabalho deveriam ser comunicados à autoridade policial.
Em 1934, com o Decreto 24.637, passou-se a conceder benefício de acidente do trabalho
aos industriários e trabalhadores agrícolas, independentemente de usarem máquinas motoras.
Também era concedido o benefício aos comerciários e empregados domésticos. Os herdeiros ou
beneficiários poderiam ingressar com ação contra terceiro responsável pelo acidente.
Por intermédio do Decreto 7.036/44, o acidente passou a ser conceituado como o que
provoca lesão corporal, indicando sua causa e não mais o efeito. Deixou claro o princípio
da concausalidade, pois não mais exigia que acidente fosse a única causa do evento. Foi
estendido o conceito de acidente do trabalho para abranger aquele que ocorresse durante o
intervalo para refeições ou destinado a satisfazer necessidades fisiológicas ou para descanso
no local de trabalho. O seguro contra acidentes ainda ficava a cargo do empregador. A
comunicação do acidente passou a ser feita a autoridade judicial. O acidente in itinere
passou a ser melhor delineado.
Em 1967, surge o Decreto 293, a par da forma de seguro privada, admitiu que o INPS
continuasse a operar na área mediante concorrência.
Por intermédio da Lei nº. 5.316/67, a Previdência Social passou a ficar incumbida do seguro
contra acidente do trabalho. Os trabalhadores rurais passaram a integrar o sistema. Domésticos
perderam os benefícios de acidente do trabalho. A comunicação de acidente deveria ser feita à
Previdência Social.

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

A Lei nº. 6.195/74 tratava do regime rural de acidente de trabalho. O Funrural custearia o
regime. Com a Lei 6.367/76, as ações acidentárias passaram a correr pela Justiça Comum.
Manteve-se a concausalidade.

Teorias que fundamentam a proteção ao acidentado


Culpa Aquiliana – também chamada de teoria extracontratual ou de culpa delitual. O dano
decorre da demonstração da culpa. Havia a necessidade de se estabelecer a prova do dano,
quem o tinha cometido, se havia nexo entre o dano e falta. Por essa teoria, o ônus da prova
era incumbência da vítima, caso pretendessem receber indenizações tendo por base a culpa do
empregador, comprovada a negligência, imprudência ou imperícia.
Teoria do Contrato – entende que o empregador tinha a obrigação de proteger o operário
do acidente do trabalho em razão de cláusula que estaria implícita no contrato de trabalho: o
empregador deve zelar pela segurança do trabalhador. O empregador deveria restituir, ao fim
da jornada, o trabalhador da mesma forma como havia recebido. A teoria invertia o do ônus
da prova, sendo que a existência do acidente importava em presunção relativa de culpa do
empregador. Todavia, se esse demonstrasse ter cumprido as normas legais e técnicas, nada teria
a indenizar.
Teoria da responsabilidade pelo fato da coisa – o dano causado ao empregado deveria
ser reparado pelo proprietário do objeto que o causou, ou seja, o proprietário da máquina, o
empregador deveria ser responsabilizado pelo acidente. Quem fosse o proprietário da máquina
deveria reparar o dano causado. Não se cogita culpa do empregador. Essa teoria é incompleta,
pois muitas contingências não estavam contempladas, tal como o acidente in itinere.
Teoria do risco profissional – introduziu definitivamente a teoria da responsabilidade objetiva
ao empregador, afastando a discussão em torna da culpa. Mas essa teoria somente amparava os
que trabalhassem em atividades perigosas, não se estendendo aos demais trabalhadores.
Teoria do risco de autoridade – era baseada na relação jurídica de subordinação entre
o empregado e o empregador, ou do poder de direção do empregador sobre empregado,
proveniente do contrato de trabalho. Pelo fato de o empregador admitir e dirigir atividade do
empregado, deveria repará-lo pela existência de qualquer acidente dentro do local de trabalho,
tanto direta quanto indiretamente, mas inerente à atividade do empregador. A responsabilidade
decorreria do contrato de trabalho.
Teoria do Seguro Social – baseada na solidariedade que informa a Seguridade Social,
Todos os membros da sociedade têm de se solidarizar na proteção de contingências sociais que
possam ocorrer em relação ao trabalhador, como as que decorrem de desemprego, invalidez,
velhice, morte e inerentes ao acidente do trabalho são socializados, repartidos entre todos os
membros da sociedade. A responsabilidade é, portanto, Estatal. O trabalhador acidentado tem
as mesmas necessidades do que se estivesse desempregado, inválido, na velhice. É necessário
pagar um valor ao segurado em decorrência do infortúnio até que ele possa voltar a trabalhar. A
proteção, também, deveria ser estendida a outras pessoas que nem mesmo vínculo empregatício
possuem, tal como como o avulso e o autônomo.

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Conceito e natureza jurídica
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou
pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal, perturbação
funcional que cause morte ou perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade
para o trabalho.
Para configuração do acidente de trabalho deve haver uma relação entre o trabalho e o
infortúnio. Se a existência de uma contingência decorrente do trabalho (causa) influir de forma
negativa na capacidade de trabalho (efeito), estará configurado o acidente.
A natureza jurídica da prestação de acidente de trabalho é, sem dúvida, uma prestação previdenciária!

Espécies de acidente do trabalho


Ao lado do acidente-tipo, originado de um acontecimento súbito, inesperado e violento,
há doenças ocupacionais, que agem aos poucos sobre a saúde do trabalhador, podendo
deflagrar morte, perda ou redução da capacidade de trabalho. Essas doenças são divididas em
profissionais e do trabalho.
Doença profissional é a entidade mórbida produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante de relação elaborada pelo Ministério da
Previdência Social (MPS).
Doença do trabalho é a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais
em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, segundo relação elaborada
pelo MPS.
A doença profissional atinge de modo peculiar determinada atividade ao passo que a doença
do trabalho pode atingir qualquer pessoa, mas somente será considerada acidentária em razão
das condições especiais em que o trabalho é exercido.

Acidente de trabalho por equiparação


São equiparados a acidente de trabalho:
1 - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.
2 - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência
de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro
de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro
ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento,
inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
3 - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de
sua atividade;

19
Unidade: Benefícios da Previdência Social

4 - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Comunicação do acidente
A empresa é obrigada a comunicar o acidente até o 1º dia útil seguinte ao da sua ocorrência
e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa. A comunicação é feita mediante
Comunicação de Acidente de trabalho (CAT).
Na falta de comunicação pela empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública.

Beneficiários e prestações em caso de acidente de trabalho


São beneficiários das prestações por acidente do trabalho apenas empregados, trabalhadores
avulsos e segurados especiais (CF/88, art. 7º, XXVIII e XXXIV).
São prestações decorrentes de acidente de trabalho: aposentadoria por invalidez, auxílio-
doença, auxílio acidente e reabilitação profissional. Para os dependentes: pensão por morte.
O abono anual será devido ao segurado que receber durante o ano civil prestações de auxílio-
doença acidentário, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez acidentária e pensão por morte
decorrente de acidente de trabalho. É calculado da mesma forma que a gratificação de Natal,
tendo por base o valor da renda mensal do benefício de dezembro.
Independentemente de se tratar de prestação acidentária ou comum, o valor corresponde a
91% do salário-de-benefício.
Impende destacar, por derradeiro, que o segurado que sofreu acidente do trabalho
tem garantido, por 12 meses, no mínimo, a manutenção de seu contrato de trabalho na
empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção
do auxílio-acidente.

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Material Complementar

Para o aprofundamento dos temas debatidos na presente Unidade, sugiro a análise da


seguinte bibliografia complementar:

Explore

BALERA, Wr. Noções preliminares de direito previdenciário. São Paulo: Quartier, 2004.
BRAGANÇA, K. H. Direito previdenciário. Rio de Janeiro: 5 ed. São Pualo: Lumem
Júris, 2009.
HORVATH JUNIOR, M. Direito previdenciário. São Paulo: 7 ed. São Paulo: Quartier
Latin, 2008
KERTZMAN, I. Curso Prático de direito previdenciário. Salvador: 7 ed. São Paulo:
JusPodivm, 2010.

Além disso, seguem abaixo sites com materiais interessantes para nosso estudo:

Explore

www.mpas.gov.br
www.ibdp.org.br
http://www.iape.com.br/artigos.asp
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/doutrina.asp?id=23

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Unidade: Benefícios da Previdência Social

Referências

IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. 15 ed. Rio de Janeiro. Impethus, 2010.

MARTINS, S. P. Direito da seguridade social. 29 ed. São Paulo. Atlas, 2010.

VIANA, J. E. A. Curso de direito previdenciário. 3 ed. Editora Atlas, 2010.

CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de direito previdenciário. 11 ed. São Paulo.


Conceito Editorial 2009.

DIAS, E R; MACÊDO, J. L. M. Curso de direito previdenciário. São Paulo. Editora


Método 2009.

22
Anotações

23
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000

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