Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Perícia Médica
3. Doença Preexistente
4. Carência
4.1. Independe de carência
5. Início do Benefício
6. Exame Médico
7. Renda Mensal do Benefício
7.1. Salário-de-benefício
8. Assistência Permanente
9. Retorno ao Trabalho
10. Cancelamento do Benefício
11. Recuperação da Capacidade
12. Suspensão do Contrato de Trabalho
13. Documentos Solicitados pela Previdência Social para Requerer o Benefício
Histórico Cenofisco:
- Aposentadoria por Invalidez - Considerações Gerais (F nº 10/2008)
- Aposentadoria por Invalidez (F nº 11/2004)
1. Introdução
Neste trabalho iremos tratar sobre procedimentos para requerimento da aposentadoria por invalidez pelo
segurado, bem como, quando da concessão desse benefício, pelo empregador.
Antes de abordarmos o assunto, esclarecemos que a concessão da aposentadoria por invalidez está
disciplinada, entre outras normas previdenciárias, nos arts. 43 a 50 do Regulamento da Previdência Social, aprovado
pelo Decreto nº 3.048/99, e suas alterações posteriores.
A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência exigida, quando for o caso, é um benefício
concedido aos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência
Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento, sendo-lhe
pago enquanto permanecerem nessa condição.
Vejamos, a seguir, cada um desses requisitos e procedimentos.
2. Perícia Médica
3. Doença Preexistente
Observa-se que não terá direito à aposentadoria por invalidez o segurado que já era portador da doença ou
lesão ao filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo
de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
4. Carência
De acordo com o inciso I do art. 29 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, a concessão de aposentadoria
por invalidez, nos casos de doença, depende do cumprimento da carência de 12 contribuições mensais.
Salientamos que, carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício.
Observa-se que, para efeito de carência, nos termos do § 4º do art. 26 do citado Decreto, considera-se
presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado, do trabalhador avulso e, relativamente ao
contribuinte individual, a partir da competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela empresa na
forma estabelecida em lei.
O período de carência é contado:
a) para o segurado empregado e trabalhador avulso, da data de filiação ao Regime Geral de Previdência
Social;
b) para o segurado empregado doméstico, contribuinte individual, observada a presunção de recolhimento
das contribuições inclusive para o segurado especial, este enquanto contribuinte individual e o segurado
facultativo, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas
para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores.
Ressalvamos que a filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, gerando efeito somente
a partir da inscrição e primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições
relativas às competências anteriores à data da inscrição.
Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver
ocorrido perda da qualidade de segurado.
O segurado facultativo mantém a qualidade de segurado até seis meses após a cessação das contribuições.
Nos termos do inciso III do art. 152 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, independerá de carência a
concessão de aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos
casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral da Previdência Social, for acometido de alguma das doenças
ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social.
As doenças ou afecções que independem de carência são:
a) tuberculose ativa;
b) hanseníase;
c) alienação mental;
d) neoplasia maligna;
e) cegueira;
f) paralisia irreversível e incapacitante;
g) cardiopatia grave;
h) doença de Parkinson;
I) espondiloartrose anquilosante;
j) nefropatia grave;
k) estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
l) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS);
m) contaminação por radiação com base em conclusão da medicina especializada;
n) hepatopatia grave.
Page 3 of 8
5. Início do Benefício
O art. 43 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 estabelece que, aposentadoria por invalidez, uma vez
cumprida a carência exigida, quando for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-
doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nessa condição, a contar:
a) do 16º dia do afastamento da atividade ou data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a
entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias para o segurado empregado;
b) da data do início da incapacidade ou data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem
mais de 30 dias para o segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial
ou facultativo.
Lembramos que durante os primeiros 15 dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de invalidez,
caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário.
6. Exame Médico
De acordo com o art. 46, do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, o segurado aposentado por invalidez está
obrigado, a qualquer tempo e independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-
se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e
tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.
Observado o anteriormente disposto, o aposentado por invalidez fica obrigado, sob pena de sustação do
pagamento do benefício, a submeter-se a exames médico-periciais, a realizarem-se bienalmente.
Por sua vez, o art. 210 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10 estabelece que a Perícia Médica do INSS
deverá rever o benefício de aposentadoria por invalidez, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, a cada dois
anos, contados da data de seu início, para avaliar a persistência, atenuação ou o agravamento da incapacidade para
o trabalho, alegada como causa de sua concessão
Constatada a capacidade para o trabalho, o segurado ou seu representante legal deverá ser notificado por
escrito para, se não concordar com a decisão, requerer novo exame médico-pericial no prazo de 30 dias, que será
realizado por profissional diferente daquele que efetuou o último exame.
Caso o segurado, inclusive o representado por curador, não apresente solicitação de novo exame médico
pericial dentro de 30 dias ou, após o novo exame, não seja reconhecida a incapacidade para o trabalho, o seu
benefício deverá ser cessado, independentemente da interdição judicial, observando-se, no que couber, o item 11
deste trabalho.
A aposentadoria por invalidez consiste em uma renda mensal de 100% do salário-de-benefício, não podendo ser
inferior a um salário mínimo e nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, e será devida a contar do dia
imediato ao da cessação do auxílio-doença.
7.1. Salário-de-benefício
O art. 31 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, determina que salário-de-beneficio é o valor básico
utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas
especiais, exceto salário-família, pensão por morte, salário-maternidade e demais benefícios de legislação especial.
De acordo com os arts. 174 e 175 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, dispõe que o salário-de-
benefício consiste:
a) para segurados filiados até 28/11/1999, será calculado considerando-se a média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição corrigidos mês a mês, correspondente a, no mínimo, 80% de todo o período
contributivo, desde a competência julho/94.
b) para os segurados inscritos a partir de 29/11/1999, será calculado considerando-se a média aritmética
simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo,
corrigidos mês a mês.
Salientamos que serão considerados, para cálculo do salário-de-benefício, os ganhos habituais do segurado
empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuição
previdenciária.
Não será considerado, no cálculo do salário-de-benefício, o aumento dos salários-de-contribuição que exceder o
limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 meses imediatamente anteriores ao início do benefício,
salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa,
Page 4 of 8
admitida pela legislação do trabalho, de sentença normativa ou reajustamento salarial obtido pela categoria
respectiva.
Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefício por incapacidade, considerar-se-á como
salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal,
reajustado nas mesmas épocas e nas mesmas bases dos benefícios em geral.
Para os segurados contribuinte individual e facultativo, optantes pelo recolhimento trimestral, que tenham
solicitado qualquer benefício previdenciário, o salário-de-benefício consistirá na média aritmética simples de todos os
salários-de-contribuição integrantes da contribuição trimestral, desde que efetivamente recolhidos.
8. Assistência Permanente
O art. 45 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, determina que o valor da aposentadoria por invalidez do
segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, e:
a) devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; e
b) recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado.
Lembramos que esse acréscimo cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor da
pensão por morte.
9. Retorno ao Trabalho
O art. 48 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, estabelece que o aposentado por invalidez que retornar
voluntariamente à atividade terá a sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno.
O segurado aposentado por invalidez que se julgar apto a retornar à atividade deverá solicitar a realização de
nova avaliação médico-pericial e, se a perícia médica concluir pela recuperação da capacidade laborativa, a
aposentadoria será cancelada.
Outra situação que ocasionará o cancelamento do benefício é quando o aposentado por invalidez recuperar a
capacidade para o trabalho.
O art. 49, inciso I, do Decreto nº 3.048/99 estabelece que, quando a recuperação for total e ocorrer dentro de
cinco anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem
interrupção, o benefício cessará:
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na
empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o
certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez,
para os demais segurados.
De acordo com o art. 206 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 45/10, verificada a recuperação da capacidade
de trabalho do aposentado por invalidez, excetuando-se a situação prevista no item 9 deste trabalho, serão
observadas as seguintes normas:
I - quando a recuperação for total e ocorrer dentro de cinco anos contados da data do início da aposentadoria
por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará:
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na
empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o
certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez,
para os demais segurados;
II - quando a recuperação for parcial ou ocorrer após cinco anos contados da data do início da aposentadoria
por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, ou ainda quando o segurado for declarado apto
para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da
volta à atividade:
a) pelo seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da
capacidade;
Page 5 of 8
O art. 475 da CLT determina que o empregado aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de
trabalho durante o prazo fixado pelas leis de Previdência Social para efetivação do benefício.
O § 1º do mesmo artigo dispõe que, recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a
aposentadoria cancelada, será assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado,
porém, ao empregador, o direito a indenizá-lo por rescisão do contrato, nos termos da legislação, salvo na hipótese
de ser ele portador de estabilidade.
Assim, o empregado aposentado por invalidez, inclusive em decorrência de acidente de trabalho, terá suspenso
o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis previdenciárias para a efetivação do benefício, não
podendo a empresa rescindi-lo.
Cumpre-nos esclarecer que, durante a suspensão, o contrato de trabalho não estará gerando nenhum encargo
trabalhista. Ou seja, durante esse período não será depositado FGTS e, não deverá ser recolhido os encargos
previdenciários.
O empregador deverá, na hipótese de concessão da aposentadoria em questão, anotar na Carteira de Trabalho
e Previdência Social (CTPS) e na ficha ou Livro de Registro de Empregados a data de início do período de suspensão
do contrato de trabalho, com base em documento fornecido pelo INSS, que comprove o referido benefício.
Não é necessário, a partir de então, que conste o nome do empregado aposentado na folha mensal de
pagamento, uma vez que não é devido pelo empregador o pagamento dos salários.
Embora o contrato de trabalho esteja suspenso o empregado terá direito, por ocasião do afastamento em virtude
da aposentadoria por invalidez, ao saque do saldo da conta vinculada do FGTS, sem a multa rescisória, bem como
levantamento das cotas do PIS.
O contrato de trabalho do empregado aposentado por invalidez poderá ser rescindido, independentemente do
prazo de afastamento, quando:
a) o segurado recuperar sua capacidade de trabalho com o cancelamento de sua aposentadoria;
b) retornar voluntariamente à atividade;
c) o benefício for transformado em aposentadoria por tempo de contribuição;
d) falecimento do segurado.
A aposentadoria por invalidez é um benefício mantido pela Previdência Social enquanto o segurado for
considerado incapaz para qualquer trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência. A sua manutenção está condicionada à realização de exames médicos a qualquer tempo a
cargo da Previdência Social.
1. Contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural (registrados ou com firmas reconhecidas pelo cartório);
2. Comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA);
3. Blocos de notas do produtor rural;
4. Notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 24 do art. 225 do RPS, emitidas pela empresa
adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;
5. Documentos fiscais relativos à entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou
outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;
6. Comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da
produção;
7. Cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de
produção rural;
8. Licença de ocupação ou permissão outorgada pelo INCRA;
9. Certidão fornecida pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), certificando a condição do índio como
trabalhador rural, desde que homologada pelo INSS;
Nota Cenofisco:
Os documentos de que tratam os itens 1 a 8 devem ser considerados para todos os membros do grupo familiar,
para o período que se quer comprovar, mesmo que de forma descontínua, quando corroborados com outros que
confirmem o vínculo familiar. Tais documentos serão considerados para a concessão dos benefícios de
aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão, de pensão e de salário-
maternidade.
10. Declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de
sindicato ou colônia de pescadores, desde que acompanhada por documentos nos quais conste a atividade a ser
comprovada, podendo ser, dentre outros:
- Declaração de Imposto de Renda do segurado;
- Escritura de compra e venda de imóvel rural;
- Carteira de Vacinação;
- Certidão de casamento civil ou religioso;
- Certidão de nascimento dos filhos;
- Certidão de tutela ou curatela;
- Certificado de alistamento ou quitação com o serviço militar;
- Comprovante de empréstimo bancário para fins de atividade rural;
- Comprovante de matrícula ou ficha de inscrição própria ou dos filhos em escolas;
- Comprovante de participação como beneficiário de programas governamentais para a área rural nos
estados ou municípios;
- Comprovante de recebimento de assistência ou acompanhamento pela empresa de assistência técnica e
extensão rural;
- Contribuição social ao Sindicato de Trabalhadores Rurais, à colônia ou à associação de pescadores,
produtores rurais ou a outras entidades congêneres;
- Declaração Anual de Produtor (DAP);
- Escritura pública de imóvel;
- Ficha de associado em cooperativa;
- Ficha de crediário em estabelecimentos comerciais;
- Ficha de inscrição ou registro sindical ou associativo junto ao sindicato de trabalhadores rurais, colônia ou
associação de pescadores, produtores ou outras entidades congêneres;
- Fichas ou registros em livros de casas de saúde, hospitais ou postos de saúde;
- Procuração;
- Publicação na imprensa ou em informativo de circulação pública;
- Recibo de compra de implementos ou insumos agrícolas;
- Recibo de pagamento de contribuição federativa ou confederativa;
Page 8 of 8