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PULSOS ARTERIAIS E VENOSOS

Semiologia - Aula 4

↪ Pulsos radial, periférico e venoso


↪ Usamos mais o pulso radial na prática
↪ Pulso radial:
○ Mão do paciente no leito ou mesa, supina completa
○ Estado da parede do vaso (vaso conformação normal)
○ Ritmo
○ Frequência
○ Amplitude e magnitude → alterações do pulso
○ Déficit de pulso
○ Comparação lado homólogo
↪ Tipos de pulso radial:
○ Normal
○ Célere ou em martelo da água - aparece e some com rapidez, aumento da pressão diferencial.
Insuficiência aórtica, anemias, hipertireoidismo
○ Parvus tardus - fraco e pequeno, ascensão lenta e pico prolongado. Estenose aórtica grave, ICC
○ Filiforme - pequena amplitude e mole. Colapso circulatório periférico
○ Alternante - onda ampla, seguida de mais fraca. ICC
○ Paradoxal (Kussmaul) - queda amplitude na inspiração profunda. Doenças do coração direito (impede
enchimento adequado do coração direito, como insuficiência cardíaca direita), pericardite constritiva,
derrame pericárdico, enfisema pulmonar
↪ Outros:
○ Braquiais - decúbito dorsal, logo abaixo do deltóide
○ Artérias femorais - decúbito dorsal, logo abaixo ligamento inguinal. Utilidade em pacientes chocados,
parada cardíaca
○ Artérias poplíteas - decúbito dorsal com perna semi fletida, fossa poplítea
○ Artérias pediosas - decúbito dorsal ou sentado, dorso do pé. Vasculopatia periférica, pressão do
membro inferior
○ Tibiais posteriores - decúbito dorsal ou sentado, logo atrás de maléolo interno
○ Sempre comparar com lado contralateral

↪ Pulso carotídeo: coincide com a B1


○ Jugular interna e externa → a interna é a que vamos puncionar no acesso central. A interna não é
visível no exame clínico, geralmente é um pouco mais lateral. A externa é mais visível e está mais lateral,
região de fora do pescoço.
↪ Pulso venoso jugular:
○ Normal: jugular túrgida apenas em decúbito total
○ Turgência em 45 graus ou sentado: turgência/ingurgitamento jugular -
hipertensão venosa em cava superior. ICD, pericardite constritiva,
tamponamento cardíaco. Pressão aumentada nas câmaras direitas, sangue
não consegue fluir. DPOC faz sobrecarga do coração direito (enfisema
aumenta pressão dos vasos pulmonares)
○ Diferenciar pulso venoso do pulso carotídeo
○ A turgência jugular tem relação com alterações no coração direito.
Quando tem DPOC, por hipertensão pulmonar, pode ocorrer a turgência jugular.

Exame clínico na insuficiência cardíaca


↪ Taquicardia, ritmo de galope (B1, B2 e B3)
○ Paciente muito vasoconstrito
↪ Dispneia, intolerância aos esforços, tosse, hemoptise
↪ Estertores pulmonares (“cabelo atritando”)
↪ Cianose (perfusão periférica diminuída pois não tem a bomba funcionando)
↪ Hepatomegalia, ascite (discreta comparada a pacientes com hepatopatia)
↪ Ingurgitamento jugular, refluxo hepatojugular
↪ Edema
○ Edema compressível, bilateral
↪ Derrames cavitários
○ Derrame pleural, pericárdico, ascite
↪ Líquido em excesso em praticamente todos os órgãos
↪ Insuficiência ventricular esquerda:
○ Sintomas pulmonar e edema - não vão ter ascite, refluxo hepatojugular
○ Congestão venocapilar
○ Dispneia (ortopneia, DPN), tosse, hemoptise
■ Comprometimento pulmonar é maior
○ Estertores pulmonares - crepitações, sibilância (asma cardíaca)
○ Taquicardia
○ Irritabilidade, insônia, confusão mental, anorexia, fadiga, oligúria
○ Edema
↪ Insuficiência ventricular direita:
○ Menos comum. Valvopatia tricúspide e doenças congênitas do miocárdio
○ Cansaço, astenia, dor em HD, anorexia, dor abdominal, ascite, oligúria
○ Taquicardia, ritmo de galope
○ Ingurgitamento jugular, hepatomegalia, refluxo hepatojugular, edema
○ Isolada: sem congestão pulmonar (polpa o pulmão)
↪ Tamponamento cardíaco:
○ Pericárdio é pouco expansivo de forma rápida. Compressão acentuada do ventrículo direito
○ Trauma
○ Infeccioso (pericardite), neoplasias, doenças autoimunes, dissecção aorta (principalmente ascendente),
hemorragia, uremia
○ Aguda x crônica
■ Crônica o coração vai se adaptando, distendendo o saco pericárdico, desvia o septo. Demora
para chegar no choque obstrutivo/cardiogênico. Comum nas doenças autoimunes.
■ Aguda a evolução é muito rápida. Pode acontecer na passagem do marca-passo, angioplastia
○ Taquicardia, hipotensão, turgência jugular
○ Pulso paradoxal (redução de 10 mmHg ou mais na PAS durante a inspiração)
○ Tríade de Beck: hipotensão, turgência jugular e hipofonese das bulhas (líquido entre o coração e o
esteto)
○ Sinal de Kussmaul - ausência de descenso inspiratório da pressão jugular.
○ O tratamento é drenar o pericárdio
○ Geralmente acomete o ventrículo direito (menor massa muscular)

MEDIÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL


↪ Pressão arterial é a força do sangue na parede dos vasos
↪ Determinada pelo débito cardíaco x resistência periférica
↪ Outros fatores - elasticidade parede dos vasos, volemia, viscosidade sanguínea
↪ Sistema nervoso autônomo, rins, barorreceptores, sistema humoral → todos interferem na PA
○ Dor, desconforto, mal estar, nervosismo: pressão sobe
↪ Múltiplas causas de variação
↪ Técnica indispensável para evitar erros
↪ Técnica, Diretriz Brasileira HAS 2020:
○ Esfigmomanômetros manuais, semi automáticos ou automáticos → automáticos até são recomendados
atualmente
○ Validados e calibrados normas INMETRO
○ Ambiente calmo e confortável
○ Explicar procedimento ao paciente
○ Não falar durante a medição, dúvidas após procedimento
○ Excluir bexiga cheia, exercício 60 min anteriores, fumo 30 min anteriores, café, estimulantes, bebida
alcóolica recente
Técnica correta medição da PA:
○ Paciente sentado, pernas descruzadas, pés apoiados, dorso recostado. Braço altura do coração, apoiado.
Palma da mão para cima e sem garroteamento por roupas
○ Determinar circunferência do braço, selecionar manguito adequado
○ Posicionar manguito 3 cm acima da fossa cubital
○ Palpar pulso radial - estimativa da PAS
○ Palpar pulso braquial - posicionar diafragma estetoscópio
○ Insuflar manguito até 20 a 30 mmHg acima pressão estimada pelo pulso radial
○ Proceder a deflação lentamente
○ Determinar PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)
○ Determinar PAD no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)
■ Em alguns pacientes esse som não desaparece
○ Deflacionar lentamente mais 20 a 30 mmHg após fase V, para certificação do desaparecimento dos sons
○ Deflacionar rapidamente até o final
○ Se batimentos persistirem até nível 0, anotar quando abafamento dos sons (fase IV) e zero

↪ Fases de Korotkoff:
○ I - aparecimento dos sons, ainda sem pulso
○ II - batimentos com murmúrio
○ III - desaparecimento do murmúrio
○ IV - abafamento dos sons
○ V - desaparecimento dos sons, retorno palpação normal artéria

↪ Manguito adequado:
↪ Correção pela circunferência do braço:

↪ Proceder pelo menos 2 medições, com intervalo de 1 min


↪ Medir a pressão em ambos os braços, pelo menos na primeira consulta, mais alta será a referência
○ De 10-20 mmHg pode ter diferença, se não é patologias aórticas ou periféricas
↪ Informar ao paciente medida obtida
↪ Suspeita hipotensão ortostática - após 5 min, supina preferencial
↪ Classificação da PA:
○ Classificação da PA de acordo com a medição no consultório a partir de 18 anos
○ PA ótima: < 120 e < 80
○ PA normal: 120-129 e/ou 80-84
○ Pré-hipertensão: 130-139 e/ou 85-89
○ Estágio 1: 140-159 e/ou 90-99
○ Estágio 2: 160-179 e/ou 100-109
○ Estágio 3: > ou = 180 e/ou > ou = a 110
↪ Subtipos:
○ Efeito jaleco branco - elevação de 20 mmHg PAS e 10 mmHg PAD em consultório ou avaliação médica
○ Hipertensão mascarada - PAS ou PAD verificada por MAPA ou medição domiciliar, maior que
consultório
○ Hipertensão sistólica isolada: PAS alta e PAD normal - mais em idosos, aumento risco CV
○ Hipotensão ortostática - queda PAS maior que 20 mmHg ou PAD maior que 10 mmHg após 5 min em
pé. Medição inicial preferencialmente com paciente deitado, idosos, doenças autonômicas.
■ Diabéticos e parkinson fazem muito
↪ Crianças:
○ Manguito adequado
○ Mesma técnica adulto
○ Chorando: pode aumentar até 50 mmHg
↪ Gestantes:
○ A partir do terceiro trimestre: afetada pela posição
○ Decúbito lateral esquerdo, com braço no nível do coração
↪ Em membros inferiores, medir PA quando:
○ Impossibilidade medição MMSS (edema em membros superiores, machucado no braço que impossibilite
a aferição)
○ ausculta-se no maléolo lateral
○ Suspeita de doença arterial periférica, doenças da aorta
○ Geralmente similar ou 10 mmHg maior que MMSS
○ Coxa decúbito ventral, manguito adequado, terço inferior da coxa, ausculta poplítea
○ Perna em decúbito dorsal, terço inferior da perna, ausculta tibial posterior
○ Ideal é fazer com o sonar Doppler, mas a maioria faz normal
↪ Locais verificação PA:

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