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TRAUMA II - ABD E TCE

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024 21:18

TRAUMA ABDOMINAL
CONCEITOS INICIAIS
- Lesões mais comuns
○ Penetrante
 Arma de fogo (PAF) -> delgado >cólon>fígado
 Arma branca -> figado > delgado >diafragma
○ Contuso -> baço > fígado
 Sinal de cinto de segurança (equimose) -> delgado e mesentério
- Exames utilizados
○ TC: melhor exame para avaliar trauma contuso em pcts estáveis
 Classifica as lesões e avalia o retroperitôneo
 Não avalia bem delgado, víscera ocas e diafragma
 TC de corpo inteiro
 Exige ESTABILIDADE
○ FAST - Focused Assessment Sonography in Trauma
 Trauma contuso e paciente instável
 Procura líquido livre, e não lesão
 E-FAST: Fast estendido -> hemo/pneumo tórax
 Onde procurar?
□ Saco pericárdico: sub-xifóide
□ Espaço hepatorrenal
□ Espaço esplenorrenal
□ Pelve/fundo de saco/suprapúbica: não é capaz de ver sangramento de fratura
de pelve
○ Videolaparoscopia
 Lesões de trauma penetrante na transição toracoabdominal
 Exige ESTABILIDADE
 Dúvidas diagnósticas

QUANDO INDICAR LAPAROTOMIA?


- Abdome cirúrgico: lesão óbvia
○ Penetrante: choque / peritonite / evisceração
○ Contuso: peritonite / retro ou pneumoperitônio
- Penetrante não cirúrgico
○ Arma de fogo: sempre laparotomia se abdome
 Se flanco e dorso + pct estável: TC
○ Arma branca: depende
 Exploração digital
□ Negativa: se não violou peritônio -> alta
□ Positiva ou duvidosa: observação 24h - exame físico + hemograma de 8/8h
 Sem alteração: dieta + alta
 Abdome cirúrgico: laparotomia
 Leucocitose ou queda de Hb >3g/dl: VLP ou TC
□ No dorso: TC de triplo contraste
- Contuso não cirúrgico
○ Avaliar estabilidade hemodinâmica
 Estável: TC para avaliar grau das lesões; FAST antes da TC
 Instável
□ Não politrauma: laparotomia
□ Politrauma: FAST -> se + faz laparotomia
QUANDO INDICAR TTO CONSERVADOR
- Critérios

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- Critérios
○ Abdome não é cirúrgico
○ Estabilidade hemodinâmica
○ Condições de observação: CTI
○ Intervenção imediata: cirurgia / angioembolização (blush arterial - extravasamento de
contraste
○ Bom nível de consciência do pct

LESÕES ESPECÍFICAS
- Trauma esplênico
○ Lesão mais comum em trauma contuso
○ Fratura de arcos costais esquerdos e Sinal de Kerh E - dor em ombro esquerdo
○ Tratamento conservador: critérios
○ Tratamento cirúrgico
 lesão grau IV: desvascularização >25%
□ Se estpavel e com blush: angioembolização
 Lesão grau V: pulverizado
□ Esplenectomia
□ Vacinação: pneumococo, meningococo, haemophilus 14 dias após cx
- Trauma hepático
○ Se critérios, tentar conservador
○ Tratamento cirúrgico
 Grau V: se estável com blush, tentar angioembolização
 Manobra de Pringle: clampear hepatoduodenal -> clipa colédoco, a hepática e v
porta
□ Diminui sangramento
□ Se não parou sangramento: pensar em retro-hepática, veias hepáticas
 Empacotamento e controle de danos
 Shunt atriocaval: presta não

CONTROLE DE DANOS
- Cirurgia: evitar tríade letal -> hipotermia + coagulopatia + acidose
- Cirurgia inicial breve: controle da hemorragia e lesões grosseiras + peritoneostomia
- Reanimação breve em UTI: controle da hipotermia, DHE, distúrbios hemorrágicos
- Reabordagem de 24-72h => cirurgia definitiva
- Sindrome compartimental abdominal -> risco aumentado se não há controle de danos
○ Pressão intrabdominal normal: 5-7mmHg
 Medida através de SVD
○ Hipertensão abdominal: PIA >12mmHg
 Grau I: 12-15
 Grau II: 16-20
 Grau III: 21-25
 Grau IV: >25
○ Sindrome compartimental abdominal: PIA >21mmHg + disfunção orgânica OU HIA +
disfunção nova
○ Tratamento
 Medidas gerais: posição supina, reposição com cautela, drenagem de coleções,
analgesia e sedação
 Descompressão para os refratários
 Se grau IV, sempre descompressão

FRATURA DE PELVE
- Tipos
○ Compressão lateral (60-70%)
 Diminuição da luz pélvica
 Atropelamento
○ Compressão vertical (5-15%)
 Queda levando à instabilidade da pelve

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 Queda levando à instabilidade da pelve
○ Compressão AP (15-20%)
 Open book -> instabilidade hemodinâmica
 Sangramento venoso e ramos de arteria iíaca interna
 Hipotensão: amarrar a pelve
 Fixação externa
 Não parou de sangrar -> sangramento arterial
□ Angioembolização
□ Packing pré-peritoneal (não necessariamente arterial)

TCE
- Escala de coma de Glasgow -> avaliar o TCE
○ (COLOCAR TABELA)
○ Leve: 13-15
○ Moderado: 9-12
○ Grave: <8
○ Glasgow -P => reação pupilar
 Ambas pupilas reagem = 0
 Uma pupila reage = 1
 Nenhuma reação = 2
- Fratura de base de crânio
○ Rinorreia, ororreia, hemotímpano -> liquor
○ Sinal de Battle: hematoma pré-auricular
○ Sinal do Guaxinim: hematoma ao redor dos olhos, bilateralmente => não passa nada pelo
nariz (pode ter fratura de lâmina crivosa)
- Choque neurogênico
○ Choque hemodinâmico -> hipotensão de causa central -> perda da inervação simpática ->
parassimpático domina com vasodilatação
○ Vasodilatação, hipotensão e frequência cardíaca baixa
○ Volume não melhora
- Choque medular
○ "pancada" - neurológico
○ Flacidez e arreflexia
- Lesões cerebrais difusas
○ Concussão cerebral
 Nocaute ou KO ou convulsão -> desaceleração súbita
 Perda súbita da consciência -> até 6h, mas normalmente dura segundas
 Suporte e observação
○ Lesão axional difusa (LAD)
 Desaceleração súbita, com lesão por cisalhamento
 Perda súbita da consciência >6 horas
 TC inocente
 Suporte + observação
 Pode ser reversível, mas é raro
- Lesões cerebrais focais
○ Anatomia
 Calota craniana
 Espaço epidural -> artéria meníngea
 Dura máter
 Espaço subdural -> veias ponte
 Aracnoide
 Espaço subaracnoideo -> LCR e pode ter sangue
 Pia máter
○ Hematoma epidural
 Artéria meníngea

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Artéria meníngea
Mais raro
Pancada no temporal
Intervalo lúcido: concussão -> recupera a consciência -> sangra -> perde a
consciência
 Imagem: biconvexa
○ Hematoma subdural
 Mais comum
 Fator de risco: atrofia cortical (idoso, alcoólatra)
 Clínica progresiva
 Imagem: crescente, banana -> sangramento escorre pq não tem pontos de fixação

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