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1. EXAMES SOLICITADOS:
1.1.Tomografia computadorizada:
Melhor exame para avaliar trauma contuso
Classifica as lesões e avalia o retroperitônio
Não avalia bem vísceras ocas (delgado) e diafragma
NÃO FAZER SE INSTABILIDADE HEMODINÂMICA
Presença de líquido livre em cavidade + envolvimento de vísceras sólidas (fígado e baço) imaginar que seja
sangue conduta nem sempre cirúrgica
Líquido em mais de um quadrante: principal hipótese de comprometimento intestinal laparotomia
1.3.FAST:
Trauma contuso
Procurar líquido livre
Locais onde procurar:
1- Saco pericárdico (subxifóide apontando para o coração)
2- Espaço hepatorrenal
3- Espaço esplenorrenal
4- Hipogástrio / fundo de saco / suprapúbica
1.4.Videolaparoscopia:
Lesões na transição toracoabdominal
Dúvidas diagnósticas
NÃO FAZER SE INSTABILIDADE HEMODINÂMICA
2.2.Arma branca:
Exploração digital: botão anestésico ao redor da lesão e explora a ferida com o dedo
o Negativa: não violou o peritônio (aponeurose do músculo reto do abdome íntegra)
Sutura + antitetânica + alta
o Positiva ou duvidosa:
Observação 24h (exame físico + hemograma de 8/8h)
Não houve alteração: dieta + alta
Alteração = virou abdome cirúrgico (choque; peritonite; evisceração) laparotomia
Leucocitose ou queda da Hb > 3 pts: TC; LPD; laparotomia
Arma branca no dorso (lesão de retroperitônio): TC de triplo contraste (EV, VO e VR)
o Se paciente estável
4.1.Conduta:
Indicações de conduta conservadora:
o Estabilidade hemodinâmica
o Exame abdominal negativo para irritação peritoneal
o Ausência de indicações precisas de laparotomia ou de lesões associadas que necessitem de intervenção
cirúrgica
o Ausência de condições clínicas que aumentem o risco de sangramento (coagulopatias, uso de
anticoagulantes orais e insuficiência hepatocelular crônica)
o Lesões esplênicas grau I a III
Conduta conservadora: internação em UTI por 48h – 72h em repouso absoluto + cateter nasogástrico
o Medidas seriadas do hematócrito e avaliação clínica
Queda no hematócrito: nova TC de abdome
o Caso não tenha alterações nesse período: transferir para unidade intermediária, iniciar deambulação e
dieta
Indicações para laparotomia exploratória:
o Estabilidade hemodinâmica com sinais de irritação peritoneal
o Instabilidade hemodinâmica com LPD ou FAST positivos
o Lesões esplênicas graus IV e V
o Presença de coagulopatia
Geralmente ressecção de todo o órgão (esplenectomia)
Vacinação após 14º PO: prevenção de infecções pneumocócicas, meningocócicas e por Haemophilus influenzar
do tipo B
5.1.Tratamento conservador:
Em trauma fechado em pacientes estáveis
Repouso absoluto por 5 dias (primeiras 48h em UTI) + sinais vitais + hematócritos seriados queda no Ht = TC
de abdome
5.2.Tratamento cirúrgico:
Pode-se abordar as lacerações hepáticas utilizando várias técnicas, dependendo da localização e gravidade
6. TRAUMA DE DUODENO
Comprimento aprox.. 20 cm maior porção no retroperitônio
75% decorrentes de traumatismo penetrante
Traumatismo fechado: colisões automobilísticas sem uso de cinto de segurança impacto da região epigástrica
sobre o volante, com ruptura da alça
Pesquisar sinais e sintomas de retropneumoperitônio: dor lombar e em flancos com irradiação até escroto e
crepitação ao toque retal
Sinais Rx:
o Discreta escoliose
o Apagamento da sombra do psoas
o Ausência de ar no bulbo duodenal
o Ar no retroperitôneo delineando os rins
o Incomum mas característico: hematoma duodenal imagem de mola em espiral (acúmulo de sangue
na parede) ou empilhamento de moedas (contraste)
7.1.Clínica:
Sinal do cinto de segurança: elevada correlação com lesões de órgãos intra-abdominais
Irritação peritoneal
Inespecífico
7.2.Diagnóstico:
Rx de abdome: ar fora da alça
TC de abdome: presença de líquido livre em mais de um quadrante na ausência de lesão a vísceras maciças
altamente sugestivo de lesão intestinal
7.3.Tratamento:
Irritação peritoneal e/ou instabilidade hemodinâmica = laparotomia exploradora
Cirurgia: rafia simples das lacerações
o Enterectomia (ressecção de segmentos do delgado): se lesões que acometam mais de 50% da
circunferência da alça ou na presença de várias lesões próximas umas das outras
8.1.Tratamento:
Ideal: cirurgia deve ser realizada nas primeiras 2h do acidente redução das complicações infecciosas
Laparotomia
9. TRAUMA DO TRATO URINÁRIO
9.1.Uretra
Associada mais frequentemente a fraturas pélvicas ou a “queda a cavaleiro”
Maior frequência em uretra masculina (mais longa e exposta)
Retenção vesical
9.2.Renal
Localização retroperitoneal, protegido pelos arcos costais e musculatura dorsal (posteriormente), e pelos
rebordos costais (anteriormente)
Causas: acidentes automobilísticos, quedas, contusão direta e fraturas de arcos costais inferiores
9.2.1. Clínica:
Hematúria + história de lesão em flanco abdominal ou região lombar
Equimose em flanco abdominal e região lombar
Fraturas em segmentos posteriores de arcos costais
9.2.2. Diagnóstico:
TC de abdome com contraste em 3 fases (arterial, venosa e excretora):
o Pacientes estáveis
o Extensão do hematoma em loja renal
o Presença de extravasamento de contraste (representa urina ou sangue)
o Presença de áreas de parênquima sem captação de contraste (sugere trauma vascular)
o Função renal pode ser avaliada através da excreção do contraste pelo sistema coletor
o Estadiamento das lesões renais:
Lesões menores: graus I, II e III
Lesões maiores: graus IV e V
Pacientes estáveis sem comprometimento grave em outros órgãos ou sistemas: arteriografia (confirmação do
diagnóstico)
o Endoprótese para tentar salvar o rim
Politrauma + instabilidade hemod.: diagnóstico intraoperatório
9.2.3. Tratamento:
Lesões menores: conservador repouso por 7 dias e ATB + TC após 1 mês
Lesões maiores:
o Grau IV: tendência de conduta conservadora
o Grau V: nefrectomia
9.3.Ureteral
Incomum
Penetrante
Inicialmente: silencioso
Tardiamente: fístulas, urinomas e abscessos intra-abdominais
TC de abdome
Tratamento: desbridamento, anastomose adequada sem tensão (uretero-ureterostomia) e proteção da
anastomose com a colocação de cateter “duplo J” na luz ureteral
9.4.Bexiga
Traumatismo fechado
Geralmente associado à fratura de bacia ou contusão acometendo o andar inferior do abdome
Ruptura:
o Extraperitoneal: perfurações por fragmentos ósseos adjacentes oriundos de ossos fraturados da pelve
o Intraperitoneal: traumatismo fechado em andar inferior do abdome, principalmente quando a bexiga
está cheia de urina
Hematúria franca: principal sinal
Diagnóstico: cistografia
Tratamento:
o Extraperitoneal: conservador cateter vesical de Foley
Cura espontânea em 10 – 14 dias
o Intraperitoneal: sutura por planos através de acesso abdominal com colocação de cistostomia para
derivação