CINCO QUESTÕES SOBRE SEGURANÇA ELÉTRICA

EM LOCAIS MÉDICOS DO GRUPO 2 QUE INTERESSAM A VOCÊ

COMO PROJETISTA, PROPRIETÁRIO, RESPONSÁVEL LEGAL, MEMBRO DA EQUIPE MÉDICA OU USUÁRIO
DE UM EAS – Estabelecimento Assistencial de Saúde -

1.) O que significa LOCAL MÉDICO DO GRUPO 2?

A ANVISA na resolução RDC 50/02, 2004 para projetos de construção, reforma ou ampliação de um EAS, em seu
capítulo 7.2.1 – Elétrica - esclarece que a ABNT NBR 13534 é a norma a ser adotada para estas instalações.
Esta norma divide as instalações de emergência (quando há falta de energia elétrica por parte da concessionária) em
3 Classes (0.5, 15, >15) e em relação à segurança elétrica e garantia da manutenção dos serviços, todos os ambientes
são classificados em Grupo 0, 1 ou 2, dependendo da atividade ali realizada e equipamento eletromédico utilizado.
Para as instalações elétricas em locais médicos do Grupo 2 há exigências específicas a serem seguidas, pois são
nestes ambientes que pacientes e equipe médica estão em contato direto com equipamentos eletromédicos para
procedimentos intracardíacos, cirúrgicos e de sustentação de vida.

Locais médicos do Grupo 2, conforme RDC 50/02, 2004, capítulo 7.2.1 – Elétrica:

Urgência (alta complexidade) e emergência:

- Sala de procedimentos invasivos, de emergências
(politraumatismo, parada cardíaca)
Internação intensiva-UTI:
- Áreas e quartos de pacientes
- Posto de enfermagem: se tiver central de monitoração
do mesmo tipo dos locais dos pacientes para evitar
interferências; caso contrário Grupo 1
Imagenologia:
- Hemodinâmica
Centro cirúrgico:
- Sala de indução anestésica (principalmente se forem
utilizados gases anestésicos inflamáveis)
- Salas de cirurgia (não importando o porte)
- Sala de recuperação pós-anestésica*
Centro obstétrico cirúrgico:
- Sala de parto cirúrgico

(*) Se possuir equipamento de sustentação de vida considera-se Grupo 2.

O local onde se encontra o paciente nestes ambientes deve ser provido de instalação elétrica diferenciada das
demais e com sistema de monitoração e sinalização que permita à equipe médica ser informada quanto as suas
condições de segurança elétrica.

Rua Frei Gaspar, 804 - Jd. Piratininga - Osasco- SP - Tel: (11) 3602-6260 - Fax: (11) 3696-8906
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 2.) Quais os RISCOS ELÉTRICOS em locais médicos do Grupo 2?

Microchoque (em procedimentos intracardíacos), choque elétrico, queimaduras e paradas intempestivas de

equipamentos eletromédicos e de sustentação da vida são os principais.

Se por um lado uma sala cirúrgica ou uma UTI são os ambientes mais sofisticados em termos de equipamentos
médicos, a presença de gases medicinais, soluções fisiológicas, sangue e saneantes expõe suas instalações elétricas e
equipamentos a uma invisível , agressiva e progressiva degradação do isolamento elétrico de seus componentes.

Adicione-se a isto o fato de que nestes locais o paciente pode estar sedado, sem controle de suas reações instintivas
ou sem a pele, sua maior proteção natural contra choque elétrico,

Uma falta de isolamento nestes locais, sem uma instalação correta, permite que uma corrente de fuga passeie
livremente até encontrar sua vítima, que pode ser um paciente ou um membro da equipe médica, provocando a
interrupção de procedimentos, lesões com graves sequelas ou até a morte.

Exemplo: Choque elétrico, Queimadura

...Um recém-nascido entrou no centro cirúrgico, para uma cirurgia no
intestino e saiu com a mão direita amputada. Após passar pela operação,
a criança apresentou ainda queimaduras no peito. A família não entende
o que aconteceu e procurou a Polícia Civil para denunciar o caso.

De quem é a responsabilidade caso seja constatado que a instalação

elétrica neste local não está em conformidade com a legislação vigente?

Exemplo: Falta de continuidade elétrica

Paciente sofre três paradas cardíacas em UTI
... após desligamento automático do circuito por dispositivo de proteção elétrica,
ocasionado por falta de isolamento no respirador.

De quem é a responsabilidade caso seja constatado que a instalação elétrica

neste local não está em conformidade com a legislação vigente?

Rua Frei Gaspar, 804 - Jd. Piratininga - Osasco- SP - Tel: (11) 3602-6260 - Fax: (11) 3696-8906
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 3.) Como devem ser as instalações elétricas no AMBIENTE DO PACIENTE em locais médicos do Grupo 2?

No ambiente do paciente (vide figura ao lado), com exceção da mesa cirúrgica, de

equipamentos de raios-X, de grande porte (> 5kVA) ou elétricos não associados à
sustentação da vida a ABNT NBR 13534 exige a adoção do IT Médico, esquema de
aterramento com requisitos específicos para aplicações médicas.
Ou seja, o IT Médico é exigido para os circuitos de alimentação de equipamentos
eletromédicos, sistemas de sustentação de vida e aplicações cirúrgicas.

Componentes do IT Médico conforme norma ABNT NBR 13534 e suas funções:

TRANSFORMADOR DE SEPARAÇÃO para IT Médico

ISOLAMENTO – Paciente x Instalação Elétrica
Um nível máximo de segurança é exigido em relação ao isolamento do paciente em
procedimentos cirúrgicos e de sustentação de vida. O mesmo se aplica em relação à
qualidade da energia dos equipamentos a este conectados.
Cada um dos 6 transformadores de separação ao lado, está alimentando equipamentos de
um local médico com energia isolada da terra, de todos os outros circuitos do
estabelecimento de saúde e de todos os outros circuitos do próprio local para os quais não
é exigido. Os transformadores devem ser concebidos, testados e certificados conforme
exigências da IEC 61558-2-15 e especificações complementares da ABNT NBR 13534.

Todo transformador deve ser monofásico e ter potência máxima de 10kVA.

Isto significa que se no ambiente do paciente forem instalados, por exemplo, equipamentos 127 V e 220 V é exigido
um transformador de separação para cada tensão. Para que a potência máxima não seja ultrapassada pela conexão
de equipamentos não previstos para o local, exige-se que o transformador de separação seja provido com um
sistema de monitoração para sobrecarga e elevação de temperatura.
DSI – Dispositivo Supervisor de Isolamento
MONITORAÇÃO PERMANENTE – Paciente x Instalação Elétrica
Assim como as condições do paciente devem ser permanentemente
monitoradas em locais médicos do Grupo 2, a mesma premissa é exigida
por norma quanto às condições da instalação elétrica e dos
equipamentos a estes associados. O DSI exclusivo para IT Médico é o
dispositivo que supervisiona permanentemente a condição da instalação
quanto à segurança, em relação a risco de choque elétrico, disparando
um alarme assim que a resistência de isolamento estiver abaixo do
ajustado ou no máximo quando esta atingir 50 KΩ.
Detectada a falta de isolamento, esta deve ser
localizada e eliminada o mais breve possível pela
equipe técnica responsável para que uma segunda Monitorando sobrecarga e elevação de
falta não provoque o desligamento automático do temperatura do transformador
circuito por um dispositivo de proteção. Obedecidas as caracteríscas construtivas do
Alguns sistemas de última geração são capazes de DSI, pela norma IEC 61557-8:2007, este
indicar automaticamente em qual circuito está a dispositivo pode também supervisionar
falta de isolamento facilitando assim o trabalho da sobrecarga e elevação de temperatura do
equipe responsável. transformador de separação.

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ANUNCIADOR DE ALARME E TESTE

ALARME DAS CONDIÇÕES – Paciente x Instalação Elétrica

Em uma sala cirúrgica ou UTI uma extensa gama de parâmetros deve ser ininterruptamente monitorada para indicar
as condições físiológicas do paciente. Sofisticados sistemas de alarme informam a equipe médica em caso de
alteração do considerado normal ou aceitável.
A norma ABNT NBR 13534 prescreve que o IT Médico deve ser provido de um sistema de sinalização sonora e visual
disposto de forma a permitir a supervisão permanente pela equipe médica, indicando assim, se as condições da
segurança elétrica daquele local está normal ou fora dos parâmetros exigidos.

4.) Você faria uma operação em um EAS sem IT MÉDICO?

5.) Como obter mais informação sobre as normas e legislação vigente sobre o assunto?

RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002 - Dispõe sobre o regulamento técnico para

planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS).
RDC nº 51, de 6 de outubro de 2011 - Dispõe sobre os requisitos mínimos para a
análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e dá outras providências.

ABNT NBR 13534:2008 - Instalações elétricas de baixa tensão –

Requisitos específicos para instalação em estabelecimentos assistenciais de saúde.

A RDI BENDER é pioneira no Brasil na cooperação para a elaboração de normas para segurança elétrica em
estabelecimentos assistenciais de saúde e fornecimento de equipamentos e soluções por estas prescritas.
Nossos serviços iniciam-se com a análise dos projetos e se estendem até o treinamento adequado da equipe médica.

Em caso de dúvida não hesite em nos contatar.

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