Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Quadro 5.2 - Pontos avaliados pela Focused Assessment with Sonography for Trauma
5.4.4 Tomografia
Trata-se do exame mais específico e não invasivo, mas que só deve ser realizado em
pacientes hemodinamicamente estáveis, sem indicação de laparotomia de urgência.
As contraindicações são instabilidade hemodinâmica, alergia ao contraste iodado,
não colaboração do paciente e demora na disponibilidade do recurso.
#importante
A ultrassonografia FAST e o lavado peritoneal
diagnóstico são exames para pacientes instáveis
hemodinamicamente e servem para confirmar o
foco de sangramento intracavitário. Já a tomografia
é indicada para vítimas estáveis
hemodinamicamente e tem o objetivo de avaliar le
sões de vísceras ocas (pneumoperitônio) e/ou
confirmar e classificar lesões de vísceras
parenquimatosas.
#importante
A tríade letal no politraumatismo compreende
acidose metabólica, hipotermia e coagulopatia.
Didaticamente, indica-se o damage control para pacientes com pH menor que 7,2,
temperatura axilar menor que 32 °C e necessidade de transfusões múltiplas (mais
de 10 unidades de concentrado de hemácias). O juízo do cirurgião é fundamental
para eleger essa modalidade logo nos primeiros minutos da cirurgia e ele deve
contar com a colaboração do anestesista e da equipe da UTI que receberá o
paciente.
Legenda: (A) manobra de Cattell; (B) manobra de Mattox. Fonte: Claudio Van Erven Ripinskas.
Lesões da aorta e veia cava inferior necessitarão de controle distal e proximal rápido.
Suturas primárias são o tratamento preferencial. Próteses e shunts podem ser
utilizados desde que não prolonguem muito o tempo cirúrgico. Na presença de
múltiplas lesões em alças, é preferível ressecar todo o segmento quando possível. O
uso de grampeadores contribui bastante nesses procedimentos (Figura 5.9 - B).
Figura 5.9 - Condutas em lesões hepáticas e múltiplas lesões em alças
Legenda: (A) empacotamento hepático; (B) ressecção intestinal com grampeador mecânico.
Fonte: Claudio Van Erven Ripinskas.
O fechamento abdominal também deve ser rápido, por vezes, temporário, com
peritoniostomia (Figura 5.10), técnica conhecida como bolsa de Bogotá,
especialmente útil quando há grande edema de alças e compressas dentro da
cavidade abdominal. A peritoniostomia, além de facilitar a abertura na reoperação,
também é utilizada para evitar a síndrome compartimental abdominal que pode
acontecer nesses casos.
Conforme citado, o tratamento das lesões esplênicas tem melhores resultados com
a esplenectomia total. A ressecção parcial ou medidas hemostáticas costumam não
ser efetivas, com o risco de ressangramento no pós-operatório.
Figura 5.12 - Exemplos de trauma esplênico
Legenda: (A) lesão grau II – laceração do parênquima menor que 3 cm; (B) lesão grau III –
hematoma subcapsular maior que 50%; (C) lesão grau IV – desvascularização maior que 25% do
parênquima; (D) lesão grau V – laceração esplênica. Fonte: Tratamento não operatório do
trauma de vísceras abdominais parenquimatosas, 2007.
• Grau I:
• Grau II:
• Grau III:
• Grau IV:
• Grau V:
• Grau I:
• Grau II:
• Hematoma: subcapsular de 10 a 15% da superfície, intraparenquimatoso menor que
10 cm de diâmetro;
• Grau III:
• Grau IV:
• Grau V: Laceração: maior que 75% do lobo hepático ou mais de três segmentos de
Couinaud em um único lobo;
• Grau I:
• Grau II:
• Grau III: laceração – transecção distal ou lesão parenquimatosa com lesão ductal;
•Estômago:
• Grau I:
• Duodeno:
• Grau I:
•Grau II:
• Intestino delgado:
• Grau I:
O sinal “da mola em espiral” ou “do bico de pássaro”, contrastado à radiografia, faz
diagnóstico de hematoma intramural duodenal, além do quadro clínico compatível
(dor abdominal + vômitos – obstrução duodenal). Apesar de raro, é um diagnóstico a
ser pensado em trauma fechado. O tratamento inicial não é cirúrgico, e sim
conservador, com sonda nasogástrica, reposição volêmica e eletrolítica).
• Cólon:
• Grau I:
• Reto:
• Grau I:
5.7.5 Retroperitônio
• Grau I:
• Grau II:
• Grau IV:
• Laceração: com extensão pelo córtex, pela medula ou pelo sistema coletor, com
extravasamento de urina;
• Grau V:
Alguns serviços têm proposto o TNO para lesões penetrantes, principalmente por
arma branca. Essa conduta ainda é considerada experimental e só é utilizada em
protocolos de pesquisa. Como rotina, não é preconizada, e a cirurgia ainda está
indicada formalmente nesses casos.
Figura 5.17 - Lesões hepática e esplênica por trauma abdominal fechado submetidas a
tratamento não operatório
Legenda: (A) tomografia realizada no dia do acidente; (B) tomografia cinco dias após o
acidente; (C) tomografia 14 dias após o acidente, com resolução completa das lesões.
#importante
Os princípios fundamentais para estabelecer a
possibilidade de tratamento não operatório de lesão
contusa de víscera maciça são a estabilidade
hemodinâmica e a ausência de peritonite (causada
por lesões de víscera maciça). Em caso de
instabilidade hemodinâmica, desenvolvimento de
irritação peritoneal ou confirmação de
pneumoperitônio na tomografia, a conduta é
laparotomia.