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Objetivos
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Anatomia do abdome
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Anatomia do abdome
■ Abdome anterior: área entre os rebordos costais superiormente, entre os ligamentos inguinais e a
sínfise púbica inferiormente e a linha axilar anterior lateralmente.
■ Região tóraco-abdominal: área inferior à linha dos mamilos anteriormente, à linha infra-escapular
posteriormente e superior aos rebordos costais.
■ Flanco: área entre a linha axilar anterior e posterior do 6° espaço intercostal até a crista ilíaca.
■ Dorso: área localizada na região posterior e tem como limites as linhas axilares posteriores, as pontas
das escápulas e as cristas ilíacas. Isso representa a região tóraco-abdominal posterior.
Flanco + dorso contêm o espaço retroperitoneal.
Ele contém a aorta abdominal; veia cava inferior, a maior parte do duodeno, pâncreas, rins e ureteres; a
porção posterior do cólon ascendente e descendente; e os componentes retroperitoneais da cavidade
pélvica
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■ Cavidade pélvica:
É limitada pelos ossos pélvicos, consistindo essencialmente na parte inferior dos espaços
retro e intraperitoneal. Ela contém o reto, a bexiga e os vasos ilíacos e, nas mulheres, os
órgãos reprodutores internos.
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Mecanismo de trauma –
contuso/fechado
■ Epidemiologia: baço (40-55%), fígado (35-45%) e o intestino delgado (5-10%).
■ Impacto direto: volante, guidão, intrusão da porta durante uma colisão de veículos etc.
■ Essas forças podem deformar órgãos sólidos e vísceras ocas, gerando rupturas, hemorragia
secundária, contaminação por conteúdo intestinal e peritonite.
■ Lesão por desaceleração: há um movimento diferente das porções fixas e móveis do corpo. Ex:
lacerações de baço, fígado e mesentério do intestino delgado.
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Fonte: ATLS 10ªed. Pag 85.
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Mecanismo de trauma – penetrante
■ Epidemiologia: fígado (40%), intestino delgado (30%), diafragma (20%) e cólon (15%).
■ FAF: maior dano tecidual, cavitação temporária. Mais comum: delgado (50%), cólon (40%), fígado
(30%) e estruturas vasculares abdominais (25%).
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Mecanismo de trauma – explosão
■ Considerar lesões nas membranas timpânicas, pulmões e lesões de vísceras ocas relacionadas a
onda de pressão de choque.
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Avaliação e atendimento inicial - história
■ Vítimas de trauma penetrante: tempo da lesão, tipo de arma, distância do agressor, número de
facadas ou tiros e volume de sangue perdido na cena.
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Exame físico – abdome
Sequência:
■ inspeção – despir o paciente e procurar abrasões, contusões, lacerações etc; ausculta, percussão
e palpação do abdome – defesa involuntária é um sinal confiável de irritação peritoneal; exame
da pelve e das nádegas, uretra, períneo e, quando indicados, retal e vaginal. Lacerações de
estruturas da pelve podem sugerir fratura pélvica aberta em caso de trauma contuso.
■ Para avaliar o dorso, realizar uma manobra de rolamento. Cobrir o paciente para evitar
hipotermia após o exame.
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Exame físico – pelve
O diagnóstico de hemorragia pélvica deve ser realizado imediatamente. Hipotensão inexplicável pode ser
devido à uma ruptura pélvica grave – instabilidade do anel. Achados sugestivos de ruptura: hematoma no
escroto ou sangue no meato uretral, discrepância entre o comprimento dos membros, deformidade
rotacional da perna sem fratura óbvia.
■ Exame da uretra: sangue no meato uretral, no escroto e hematoma no períneo sugerem lesão uretral.
Não realizar cateterismo vesical mediante suspeita.
■ Exame retal: avaliação do tônus, integridade da mucosa e identificar fraturas pélvicas. A presença de
sangue na luz do reto pode indicar perfuração intestinal.
■ Exame vaginal: fragmentos pélvicos ou ferimentos penetrantes podem lacerar a vagina. Mulheres
menstruadas devem ser examinadas em busca de absorventes internos, que podem ser foco tardio de
sepse.
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Medidas auxiliares ao exame físico
Sondagem gástrica:
■ Aliviar uma possível dilatação gástrica aguda
■ Descomprimir o estômago antes de realizar uma LPD quando indicada
■ A presença de sangue pode indicar lesão do TGI superior
■ Inserir pela boca se fratura de base de crânio
Sondagem vesical:
■ Aliviar retenções
■ Identificar sangramentos
■ Descomprimir a bexiga antes de realizar LPD
■ Monitorar débito urinário
■ Realizar uretrografia retrógrada para avaliar a integridade da uretra
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Fonte: ATLS 10ªed. Pag 91.
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■ Contraindicações relativas ao LPD:
■ - Cirurgias abdominais prévias
■ - Obesidade mórbida
■ - Cirrose avançada
■ - Coagulopatia preexistente
Técnica: aberta – pct com fratura pélvica
ou gravidez
operador disseca até a cavidade
abdominal para visualizar
diretamente o peritônio e incisá-lo para
inserir o cateter de maneira mais
direcionada
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■ fechada (Seldinger)
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LPD com indicação de laparotomia: aspiração de conteúdo GTI, fibras vegetais ou de bile,
10 ml ou mais de sangue em pacientes hemodinamicamente instáveis.
Situações que requerem avaliação adicional:
■ Sensório rebaixado
■ Sensibilidade alterada
■ Lesões a estruturas adjacentes, como arcos costais inferiores, pelve e coluna lombar
■ Exame físico não confiável
■ Perda prolongada de contato com o paciente como anestesia geral para tratamento de
lesões extra-abdominais ou estudos radiológicos demorados
■ Sinal do cinto de segurança com suspeita de lesão intestinal
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Laparoscopia diagnóstica ou Toracoscopia:
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Exames contrastados
Uretrografia: é realizada com uma sonda vesical
número 8 French fixada no meato uretral pelo
balonete inflado com 1,5 a 2 mL. Cerca de 30 a 35
mL de contraste sem diluição são instilados com
uma leve pressão.
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Exames contrastados
Cistografia / cistografia por TC: diagnóstico de
rotura intra ou extraperitoneal da bexiga. Um
recipiente com 350 mL de contraste hidrossolúvel
é conectado à sonda vesical e elevada a cerca de
40 cm acima do paciente. A solução é infundida
na bexiga até que o fluxo pare, que o paciente
urine espontaneamente ou que o paciente sinta
desconforto. Isto é seguido pela instilação de 50
mL adicionais de contraste para assegurar a
distensão da bexiga.
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AVALIAÇÃO DE LESÕES PENETRANTES
ESPECÍFICAS
Indicações de laparotomia em pacientes com ferimentos abdominais penetrantes:
■ Instabilidade hemodinâmica
■ FAF com trajetória transfixante
■ Sinais de irritação peritoneal
■ Sinais de penetração peritoneal (ex: evisceração)
Indicação de tratamento não operatório em FAB:
■ Paciente estável + ausência de sinais de irritação peritoneal + ausência de evisceração
■ Considerar FAST/LPD/TC/LAPAROSCOPIA. A critério do cirurgião.
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INDICAÇÕES DE LAPAROTOMIA
■ Trauma abdominal fechado, com hipotensão, ■ Pneumoperitôneo, ar retroperitoneal ou
com FAST positivo ou evidência clínica de ruptura do diafragma
sangramento intraperitoneal, ou sem outra
fonte de hemorragia ■ TC com contraste que demonstre ruptura do
trato gastrointestinal, lesão intraperitoneal da
■ Hipotensão com ferida abdominal penetrante bexiga, lesão de pedículo renal ou lesão
parenquimatosa visceral severa após
■ Ferimentos por projéteis de arma de fogo que traumatismo fechado ou penetrante
transfixam a cavidade peritoneal
■ Trauma abdominal fechado ou penetrante com
■ Evisceração aspiração de conteúdo gastrointestinal, fibras
■ Hemorragias do estômago, reto ou trato vegetais ou bile no LPD, ou aspiração de 10 mL
geniturinário em traumas penetrantes ou mais de sangue em pacientes
hemodinamicamente instáveis.
■ Peritonite
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■ Lesões do Diafragma: mais comum
na hemicúpula esquerda. Rx:
elevação ou “borramento” do
hemidiafragma.
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Lesões duodenais: motoristas sem cinto de segurança ou mal posicionado, guidão de bicicleta.
Lesões pancreáticas: golpe no epigastro direto comprimindo o pâncreas contra a coluna. Amilase não
é um exame fidedigno. A TC pode não identificar lesões nas primeiras 8h.
Trombose de artéria renal e ruptura do pedículo renal: podem não apresentar hematúria.
Lesão de uretra:
■ Posterior: trauma multissistêmico, fraturas pélvicas;
■ Anterior: trauma a cavaleiro, lesão isolada.
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Fraturas pélvicas:
• Lesão por compressão AP:
Geralmente associada a acidentes automobilísticos
Rotação externa da hemipelve, com separação da
sínfise púbica e ruptura do complexo ligamentar
posterior
Alargamento do anel pélvio, ruptura do sistema venoso
posterior e os ramos do sistema arterial ilíaco interno
Hemorragia grave com risco a vida
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• Lesão por compressão lateral:
Comum em colisões
A hemipelve gira internamente, reduzindo o volume pélvico e
a tensão nas estruturas vasculares
Maior risco de lesões vesicais e uretrais
Raramente causa hemorragia que leva a morte
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Obrigado!
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