Você está na página 1de 3

Trauma de Abdômen

O trauma é a terceira maior causa de morte atrás apenas de doenças


cardiovasculares e do câncer é a principal causa de morte até 40 anos de
idade e segundo a TLS os Estados Unidos gasta cerca de 400 bilhões anuais
direta e indiretamente ligados ao trauma.

O trauma abdominal fechado representa 80% das lesões abdominais do


departamento de emergência, sendo os principais órgãos afetados o baço e o
fígado. Já no trauma abdominal aberto, os traumas por ferimento por arma de
fogo estão associados a maior taxa de mortalidade, quando relacionado aos
ferimentos por armas brancas os órgãos mais afetados são intestino delgado,
cólon e fígado. Nos traumas por armas brancas os órgãos mais afetados são
vísceras ocas grandes vasos, diafragma e o fígado.

Avaliação primária:

O atendimento inicial para vítimas de trauma é sistematizado igual a


todos a princípio a prioridade para todo paciente que entra no setor de
emergência é a estabilização hemodinâmica e diagnosticar e tratar lesões que
ameaçam a vida o atendimento inicial é dividido em exame primário,
secundário e exames radiológicos e laboratoriais. o exame primário segue a
regra mnemônicas do ABCDE.

No A, a prioridade é a manutenção das vias aéreas e proteção da coluna


cervical com colar cervical, deve-se procurar sinais de obstrução como corpos
estranhos, identificação de fraturas de face, mandibulares e/ou laringe e
traqueia (ou outras lesões que possam resultar na impermeabilidade das vias
aéreas). Deve-se iniciar medidas para estabelecer uma via aérea permanente,
seja ela via intubação oro traqueal ou cricotireoidostomia, caso necessário, ao
mesmo tempo em que restringe o movimento da coluna cervical.

A simples observação do doente pode fornecer informações sobre a


probabilidade da via aérea, doente que fala sem disfonia estridor, qualquer
ruído respiratório provavelmente tem a via aérea protegida, doente
inconsciente pode ter obstrução da via aérea por perda do tônus da
musculatura e queda da língua, vale ressaltar que o Glasgow menor que 8
indica a necessidade do estabelecimento de uma via aérea definitiva.

Vendo as vias aéreas e a coluna cervical protegido, devemos avaliar no


B, a respiração e ventilação, é importante observar a simetria da
expansibilidade torácica se a desvio da traqueia presença de enfisema
subcutâneo, escoriações e lesões torácicas e alterações do ausculta na
procura de sinais de pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço, hemotórax
volumoso, tórax instável, pneumotórax aberto, lesões que ameaçam a vida do
paciente de forma bruta, sendo identificadas devem ser tratadas de imediato
para garantir uma ventilação eficaz, Todo paciente de trauma deve receber
oxigênio suplementar. Se não houver intubação, ele deve ser fornecido via
BVM (bolsa válvula máscara – o conhecido ambu) para oxigenação ideal, o uso
da oximetria de pulso pode ser benéfico na monitorização.

No C realizamos a avaliação da circulação com controle da hemorragia, a


hemorragia a principal causa de morte evitável no trauma. Rápida identificação
e controle hemorrágico são passos de extrema importância na prevenção
dessas mortes. Os elementos de observação clínica mais importantes aqui são:

Nível de consciência: Quando o volume de sangue circulante é


reduzido, a perfusão cerebral pode ser prejudicada, resultando em nível de
consciência alterado.
Perfusão cutânea: Um paciente com volume circulante prejudicado
pode apresentar extremidades pálidas e demora no retorno da circulação
capilar (tempo de reperfusão capilar aumentado ou “sinal da unha branca”).

Pulso: Um pulso rápido e filiforme tipicamente é um sinal de


hipovolemia. Avalie um pulso central (femoral ou carotídeo) bilateralmente em
sua qualidade, tempo e regularidade. Ausência de pulsos centrais que não
podem ser atribuídos a fatores locais significam necessidade de ação
ressuscitativa imediata.

Se há sinais de hemorragia, identifique se ela é interna ou externa. Caso seja


externa, deve ser estancado imediatamente com pressão manual ou,
dependendo do local, torniquete (que vem com o risco de isquemia do membro
caso seja mantido por muito tempo – avaliar se há risco de vida caso não
realizado).
As principais áreas de hemorragia interna são tórax, abdome, retroperitônio,
pelve e ossos longos. A fonte de sangramento é geralmente identificada por
exame físico e imagem (por exemplo, Rx de tórax, Rx de pélvis, avaliação
focada com ultrassonografia para trauma – o FAST – ou lavagem peritoneal
diagnóstica).

O manejo pode incluir drenagem torácica e aplicação de um dispositivo


estabilizador pélvico e/ou talas nas extremidades. O manejo definitivo pode
exigir tratamento cirúrgico ou radiológico intervencionista, estabilização pélvica
e de ossos longos. Inicie precocemente a avaliação cirúrgica ou procedimentos
de transferência desses pacientes.

No D realizamos a avaliação neurológica, uma avaliação rápida que


estabelece o nível de consciência do paciente e a reação pupilar, identifica a
presença de sinais lateralizantes e determina o nível de lesão da medula
espinhal (se presente). Ela é realizada através da escala de Glasgow um
método rápido, simples e objetivo de determinar o nível de consciência. A
diminuição no nível de consciência de um paciente pode indicar diminuição da
oxigenação e/ou perfusão cerebral ou lesão cerebral direta, um nível de
consciência alterado indica a necessidade de reavaliação imediata do estado
de oxigenação, ventilação e perfusão do paciente. Vale lembrar que a
intoxicação por álcool e drogas e a hipoglicemia são causas de diminuição do
nível de consciência sem relação direta com o trauma.

No E nesse momento deve-se tirar toda a roupa do doente examiná-lo


de forma completa da cabeça aos pés e após realizar prevenção para
hipotermia.

Avaliação secundária:

O exame secundário consiste na avaliação detalhada da cabeça aos


pés e a coleta da história para acolher a história pode-se usar a regra
mnemónica ampla na qual questiona sobre alergias medicações em uso,
passado médico como comorbidades prévias ou gestação atual hora da última
refeição realizada em ambientes, eventos relacionados ao trauma.

Após terminar o exame primário e secundário e o paciente estando


estável pensamos em exames complementares como radiografia, pode-se
pedir a radiografias da coluna cervical em perfil tórax em AP e da pelve em AP,
exames laboratoriais auxiliam, esses exames podem pedir tipagem sanguínea,
hemograma, coágulo grama, beta h CG, mulheres em idade fértil eletrólitos,
ureia, creatinina gasometria arterial e o tgo, tgp amilase lipase, pode ser úteis
em casos selecionados como no trauma de abdômen.

Você também pode gostar