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Pietra Zava Lorencini – T105

ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO – TO facada tem menor energia que uma arma branca, levando a
uma menor lesão.
1. TRAUMA:
- Triagem: Classificação quanto aos recursos disponíveis e
- Problema de saúde pública. necessários. Usado em situações de tragédias, como
enchentes, etc. Deve preparar para receber a demanda.
- Fatalidade x Prevenção. Levar em considerações fatores
Quantas vítimas? Qual a gravidade? Qual a prioridade?
para saber se foi fatalidade ou falta de prevenção.

- Mais de 2 sistemas afetados com risco de óbito –


Politrauma.

- ATLS, porém ainda com 20% a 30% de óbito. O ATLS é


um sistema mecânico para saber quem deve ser atendido
primeiro, qual é a prioridade do atendimento.

- Hora de ouro (1° hora – 60 minutos).

2. MORTALIDADE:

Distribuição trimodal dos óbitos:

1° pico: Segundo a minutos do trauma. Ex: lesão de aorta,


coração, grandes vasos. Deve prevenir.

2° pico: Minutos a várias horas do trauma. Ex: ruptura do


baço, fígado e fraturas pélvicas.
Vê se a vítima esta deambulando (Verde – deixa por
3° Pico: Dias a semanas do trauma. Já fez um atendimento último), respirando (tenta abrir a via área – se não abre –
inicial, mas fez uma disfunção orgânica e foi a óbito. O preto. Se volta a respirar - vermelho), perfusão (vê se está
estado piora com o trauma. Pode gerar sepse, por exemplo, e respirando e perfundindo).
morrer.
Deve atender os pacientes com maior risco e maior chance
3. ABORDAGEM INICIAL: de sobrevida.

Preparação, triagem, exame primário, reanimação, medidas - Exame primário: Sistematização – ABCDE do trauma.
auxiliares ao exame primário e reanimação, exame
secundário, medidas auxiliares ao exame secundário e A: Vias aéreas com controle da coluna cervical. Avaliação
reanimação, reavaliação e monitorização continua, cuidados da via área e controle da coluna cervical. Se o paciente está
definitivos. consciente e falando – via aérea patente. Procurar sinais de
lesão de via aérea (hematoma cervical, respiração alterada).
- Preparação: No cenário pré-hospitalar, usa o PHTLS. É Via aérea definitiva ocorre quando o nível de consciência
importante sinalizar a cena para proteção (usar galho, cone, está mais baixo, o paciente não responde. Pesquisa se tem
etc). Também deve solicitar ajuda - SAMU 192 – unidade corpos estranhos e deve retirar para melhorara a via aérea.
avançada (médico) e básica (enfermeiro e técnico de Manobras simples também auxiliam, como elevação da
enfermagem). No trauma tem que ter pelo menos uma mandíbula, tração do mastoide. A intubação orotraqueal é
unidade avançada. Deve fazer o controle da via aérea, usada para criar a via aérea patente, deve passar o tubo até a
controle de hemorragia externa (apenas externa – traqueia, deve ver a corda vocal para estar correto.
compressão para evitar sangramento) e transferência para
atendimento hospitalar (deve encaminhar para hospital porta A cricotireoidostomia é usada quando tem incapacidade de
aberta para trauma). IOT em até 5 min. Usada quando tem lesões maxilofaciais
importante, angioedema de língua e trauma oral importante.
No cenário hospitalar, deve usar o ATLS. Deve entender o Não deve ser usado em crianças menores de 12 anos. É feito
mecanismo do trauma, além de preparar e proteger a equipe na membrana entre a cartilagem cricóide e tireóide.
(goro, capote, mascara, luvas).
A traqueostomia é usada em crianças abaixo dos 12 anos.
Mecanismos: Trauma direto (uma superfície rígida contra o Indicada no trauma laríngeo e laceração traqueal extensa. É
corpo), trauma por compressão (duas estruturas rígidas feito no anel traqueal.
contra o corpo), trauma por desaceleração (trauma e rebote
em seguida), trauma penetrante (arma branca, facada, etc.) A
Pietra Zava Lorencini – T105
B: Ventilação. Deve expor bem o tórax do paciente. Deve causado por ferimentos penetrantes e trauma contuso. É
ser feito a inspeção, palpação, ausculta e percussão. O caracterizado pela tríade de Beck: elevação PVC (estase
objetivo é manter uma respiração e oxigenação eficaz. Não jugular), hipotensão arterial e abafamento das bulhas
precisa fazer raio X nessa fase. A via aérea prévia é cardíacas. O diagnóstico é feito por punção Marfan, janela
diferente de ventilação adequada. pericárdica e FAST (ultrassom portátil usado no trauma). O
tratamento é feito com pericardiocentese, janela pericárdica
O pneumotórax é o acúmulo de ar no espaço pleural. Caso e pericardiotomia via toracotomia. Retirar 30-60 ml já
tenha pneumotórax, deve tratar imediatamente. Na inspeção promove melhoria do paciente.
e palpação, observa-se expansibilidade reduzida. Na
percussão, observa-se hipertimpanismo. Na ausculta, C: Circulação com controle de hemorragia.
observa-se MV reduzido ou abolido. Quando tem essa
avaliação clínica, deve fazer drenagem do tórax. A hemorragia é uma importante causa do óbito no trauma. A
avaliação engloba o nível de consciência (menor perfusão
Um “pneumotórax fechado” é quando a parede torácica fica cerebral), cor da pele (cianose – queda 30% da volemia),
intacta. Isso dito, um pneumotórax fechado pode ser causado PA (diminuição – perda 30% volemia) e pulso (taquicardia,
por inúmeras razões, mas mais frequente por trauma filiformes, ausentes). Os 3 parâmetros rápidos são nível de
resultando em uma fratura da costela que perfura o pulmão, consciência, palidez cutâneo mucosa e pulso.
liberando ar para dentro da cavidade pleural.
A circulação é obtida por meio do acesso venoso calibroso,
Um “pneumotórax aberto” ocorre quando há uma abertura pelo menos 2 acessos. O diagnóstico precoce é feito pelo
na parede torácica, que pode ser resultado de um trauma controle da hemorragia para parar o sangramento. Deve ser
penetrante como um ferimento por arma de fogo ou uma feito compressão externa, alinhar e imobilizar as fraturas,
facada. Essa abertura permite que o ar entre no corpo, estabilizar a bacia, tamponamento e cirurgia.
passando pela abertura na parede torácica, diretamente no
espaço pleural. As hemorragias extensas são coibidas por compressão
externa. O emprego de pinças hemostáticas às cegas, de
No pneumotórax hipertensivo, tem tanto ar que o mediastino garrotes e torniquetes agrava lesões isquêmicas e é
é empurrado, inverte o coração, diminuindo o DC. Não deve desaconselhável.
fazer raio-X nessa situação também. Se tem quadro clínico
de pneumotórax associado a turgência jugular e hipotensão O tratamento da circulação deve ser feito com reposição
arterial, deve fazer alivio instantâneo com descompressão volêmica. O ringer lactato é a solução isotônica de escolha.
com agulha e drenagem torácica. Menor sobrecarga clorídrica. Evita o desenvolvimento de
acidose hiperclorêmica. Fonte potencial de bicarbonato.
O hemotórax é o acúmulo de sangue no espaço pleural. É Segundo as normas do ATLS, a reposição deve ser iniciada
causado por lesão de vasos da base, lesão cardíaca, lesão da com uma etapa rápida RL (2L no adulto e 20 ml/kg em
artéria intercostal ou mamária (torácica interna), lesão dos crianças), com objetivo diagnóstico e terapêutico.
vasos do hilo pulmonar. Na clínica, há sinais de choque
hipovolêmico, MV reduzido ou ausente, e macicez a A transfusão de hemoderivados é indicada quando as perdas
percussão. sanguíneas são superiores a 25 a 30% da volemia, e quando
apresentam resposta transitória ou ausente à etapa inicial de
No hemotórax maciço há acumulo de mais de 1.500 ml de reposição volêmica. Preferencialmente os concentrados de
sangue. Deve fazer drenagem do tórax no 5 EIC e reposição hemácias devem ser submetidos a todas as provas cruzadas
volêmica (cristaloides e sangue). Caso não resolver, deve antes de sua infecção. Esse procedimento demanda
fazer toracotomia (abertura da caixa torácica). É indicada aproximadamente 1 hora, só pode ser empregado em
quando a drenagem é maior que 1,5L, tem uma drenagem de paciente estáveis.
200ml/h por 4h, PCR com ferimento torácico.
Quais possíveis locais de sangramento? Geralmente tórax e
Tórax instável ocorre quando há fratura de 3 ou mais arcos abdome.
costais consecutivos em dois locais diferentes. Forma uma
ilha de musculo e costela desconectada da caixa torácica. O Indicar tratamento definitivo/cirúrgico imediato se houver
paciente tem dispneia progressiva, respiração paradoxal e instabilidade hemodinâmica.
contusão pulmonar. O tratamento é feito por intubação
D: Incapacidade, estado neurológico.
orotraqueal e suporte ventilatório (provavelmente o paciente
tem dificuldade para respirar). Se o paciente está falando Nas pupilas, avalia o tamanho e a reação a luz (isocoricas e
deve fazer uma analgesia. Ou seja, o tratamento se baseia na fotorreagentes).
clínica do paciente.
Nível de consciência: Escala de Glasgow: Avalia abertura
O tamponamento cardíaco ocorre quando acumula sangue ocular, resposta verbal e resposta motora.
no espaço pericárdico, causando restrição ao coração. É
Pietra Zava Lorencini – T105
7. REAVALIAÇÃO E MONITORIZAÇÃO

Deve haver reavaliações constantes do paciente.


Monitorização continua dos sinais vitais, débito urinário, e
da resposta do doente ao tratamento.

8. CUIDADOS DEFINITIVOS

Irão depender das lesões encontradas. Podem ser iniciados


Quando desconfiar de lesão neurológica: Otorreia, rinorreia, na avaliação primária ou secundária. Sistematização é
sinal de Battle (equimose região Mastoidea) e sinal de importante para atendimento adequado ao politraumatizado
guaxinim (equimose periorbitária). (deve transferir se necessário).

Exames complementares: RX crânio tem pouca utilidade e


TC crânio é o exame de escolha.

E: Exposição.

Despir totalmente o paciente. Cobrir o paciente: Prevenir


hipotermia. Cobertores aquecidos. Fluidos aquecidos.
Ambiente aquecido.

Tríade: Acidose, hipotermia, coagulopatia – morte.

4. REANIMAÇÃO

Adoção de medidas agressivas de reanimação e o tratamento


de todas as lesões potencialmente fatais.

5. MEDIDAS AUXILIARES

- Sondas urinárias e gástricas: Reduz distenção e riscos de


aspiração, e quantifica o debito urinário. Contraindicado em
sinais de lesão de uretra, sangue no meato peniano,
equimose perineal, sangue escroto, deslocamento cranial da
próstata, fratura pélvica.

A sonda gástrica deve ser evitada nos casos de suspeita de


fratura de base de crânio (fratura da placa crivosa).

- Monitorização: Oximetria de pulso, PA, gasometria


arterial, monitorização eletrocardiográfica.

- Transferência: lesões específicas.

- FAST: Ultrassom. Feito beira leito e identifica liquido nas


regiões estudadas.

6. EXAME SECUNDÁRIO

Exame de cabeça aos pés. Avaliação de todas as regiões do


corpo. História clínica, exame físico completos. Exame
neurológico completo.

História: A (Alergia), M (Medicação), P (Passado médico),


L (Líquidos e alimentos ingeridos) e A (Ambientes e
eventos relacionado ao trauma).

Exames complementares: Radiografias adicionais da coluna,


TC, urografia excretora, Angiografia, estudo radiológico das
extremidades, USG, broncoscopia e esofagoscopia.

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