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RECOMBINAÇÃO

Charcot Marie Tooth Disease

 História: mulher, 18a, perda progressiva de força e resistência muscular, incapacidade de correr
e andar. Câimbras nas pernas, agravadas pelo frio, dificuldade recente em pisar em objetos e
subir em escadas. Não se recorda de doença pregressa, processos infecciosos ou inflamatórios.
Sem história familiar semelhante ou de doença neuromuscular
 Exame físico: magra, hipotrofia de membros inferiores, fraqueza moderada de extensão e flexão
do tornozelo, ausência de reflexos do tornozelo, reflexo patelar diminuído, marcha equina,
nervos peroneais aumentados. Deambulação difícil e incapacidade de andar nos calcanhares
 Propedêutica: eletroneuromiografia: NCV=25m/s (normal > 43m/s). biópsia de nervo:
desmielinização segmentar, hipertrofia de bainha de mielina (envolvimento redundante das
células de Schwann ao redor das fibras nervosas). Sem evidência de inflamação
 HD: evidências de neuropatia desmielinizante. HD: Neuropatia Hereditária Motora e Sensorial
Tipo 1 ---- Charcot Marie Tooth Disease
 Causa genética: duplicação PMP22 (peripheral myelin protein 22)
 Teste de DNA: positivo para duplicação
 é uma neuropatia desmielinizante autossômica dominante. Tem uma prevalência de cerca de 15
em 100.000, também é geneticamente heterogênea. É mais comumente causada pelo aumento
da dosagem de PMP22 secundária a uma duplicação do gene PMP22 no cromossomo 17 em
90% dos casos. Esta duplicação contribui com 70% da CMT1
 Patogenia: a PMP22 é uma glicoproteína integrante da membrana. Dentro do sistema nervoso
periférico, a PMP22 é encontrada na mielina compacta, mas não na não-compacta, com
provável função de compactação da mielina. A hiperexpressão de PMP22 resulta na
incapacidade de formar mielina compacta. O aumento ou diminuição da função causam
desmielinização da bainha de mielina e polineuropatia sensorial
 >90% das duplicações  meiose paterna
 Fraqueza e atrofia: decorrentes da degeneração axonal e desnervação muscular
 Sintomas: antes da segunda década, raramente depois da terceira
 Progride: com fraqueza nos pés, pernas, deformidades de pés e mãos, dificuldade progressiva
de deambular e executar tarefas rotineiras, calçar sapatos ou sandálias fechadas
 Achados associados: reflexos diminuídos ou ausentes, tremor, ataxia, escoliose, nervos
superficiais palpáveis
 CONDUTA: (1) análise de DNA  duplicação; (2) terapia visando manutenção da qualidade de
vida (deambulação e atividades rotineiras), incluindo fisioterapia, alongamento, fortalecimento
muscular, cirurgia ortopédica, andadores, cadeiras, etc; (3) evitar substâncias neurotóxicas; (4)
aposentadoria pelo INSS
Tipos de recombinação

 Homóloga: A recombinação homóloga ocorre entre quaisquer duas sequências de DNA que
sejam iguais ou muito semelhantes. Usualmente envolve a quebra de duas moléculas de DNA na
mesma região, onde as sequências são muito semelhantes, e a junção de um DNA ao outro, o
que resulta num processo de "cross-over". Este processo, dependente da existência de
homologia genética, pode ocorrer entre regiões homólogas tão curtas quantas 23 pares de
bases, ainda que homologias superiores a 50 ou 100 pares de base levem a frequências de
recombinação maiores
 Não homóloga: ocorre entre sequências de DNA sem qualquer similaridade entre si
 Transposição: movimentos de pedaços específicos de DNA no genoma. Transposição direta:
sequência é movida de um local do genoma para outro. Transposição replicativa: uma cópia da
sequência é inserida em outro local do genoma, sem que a original seja perdida. Ocorre por
meio de enzimas transposases

Homóloga

 Quebra em uma fita de cada duplex homólogo


 Ocorre a troca das fitas quebradas entre os duplexes
 O ponto de crossing migra ao longo dos duplexes
 Pode ser feito um segundo corte na mesma fita, seguido da selagem delas no filamento, assim
como pode ser feito um segundo corte na outra fita, realizando-se uma “segunda recombinação
homóloga” entre as fitas antes não cortadas
 Possibilidades de gerar heteroduplex não recombinante e heteroduplex recombinante
 Junção de Holiday
 Migração da junção
 Resolução, por meio da quebra na mesma fita, ou quebra na outra fita (originando
heteroduplex recombinante)

RecBCD

 É um complexo enzimático com função de helicase e nucleasse


 RecBCD desenrola o DNA e o degrada como exonuclease
 RecBCD pausa na sequência chi, e a endonuclease quebra uma única fita do heteroduplex
 RecD dissocia na sequência chi
 RecBC continua como helicase
 Forma extensões de DNA de fita simples

Modo de início 2

 Quebra na dupla-fita de um homólogo


 A quebra é “alargada” com terminações 3’, por meio da ressecção por nucleases que digerem o
DNA no sentido 5’-3’
 As pontas 3’ da quebra migram para o outro duplex
 Ocorre síntese de nucleotídeos a partir da ponta 3’, enquanto a fita do duplex movida desloca-
se para uma região gap
 A fita do duplex não clivado deslocada move-se para o outro duplex (que foi cortado)
 Ocorre síntese de DNA da ponta 3’ da outra fita
 O gap é restaurado por sequência doadora

RecA

 Promove a troca de fitas entre DNA’s homólogos, levando a formação de um heteroduplex


 RecA se liga ao DNA de fita simples, recobrindo e formando um filamento de proteína com o
DNA
 RecA ligada a fita simples se liga a um segundo DNA de fita dupla, formando um complexo entre
dois DNA’s
 Segue um pareamento específico, seguindo a complementaridade de bases, da fita simples do
DNA com seu complemento, originando um heteroduplex

RuvAB

 É um complexo assimétrico que promove migração de segmentos da junção de Holliday


 Após a formação da junção de holliday, um complexo com três outras proteínas se envolve no
processo de recombinação
 RuvA reconhece a junção e recruta RuvB
 RuvB age como um motor, direcionando a migração do sítio da junção no qual as fitas se
entrecruzam, onde serão cortadas e reunidas
 A RuvC resolve o sítio da junção por meio da clivagem das fitas entrecruzadas

Pós-resolução
 Geração de heteroduplexes
 Resolução dos heteroduplexes
 Na formação de heteroduplex, pode ocorrer um mau pareamento. Dessa maneira, para
restaurar o pareamento bom, ocorre conversão gênica, escolhendo uma das fitas como
referência, e a outra modifica-se para parear com seu complemento
 Herança não-mendeliana após conversão gênica  com a conversão gênica, a proporção
mendeliana muda

Crossing-Over

Recombinação sítio-específica

 Ocorre entre sequências de DNA específicas, homólogas somente em uma pequena região
 Exemplo: bacteriófago lamba recombina com E. coli
 Interage com o cromossomo bacteriano, formando um pró-fago que é mantido no cromossomo
bacteriano (chamado lisogenia)
 DNA de E. coli e bacteriófago sobrem recombinação em sítio chamato att (attachment)
 Recombinação do sítio attP (fago) e attB (bactéria)
 O processo ocorre por meio da enzima integrase, do fago, que se liga aos sítios attP e attB.
Forma o complexo Int-attP, que se liga ao attB. O IHF também se liga no sítio do fago
 O fago e a bactéria trocam as fitas compartilhadas entre os dois sítios
 Também é essencial o IHF: fator de Integração do Hospedeiro
 Mg2+
 A integração ocorre por meio de cortes em sequências comuns do DNA do fago e bacteriano

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