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Genética Comportamental

Aula 1

Fenótipo Cognitivo: fenótipo relacionado com o pensamento de um


individuo como resposta aos diversos estímulos do ambiente, da sua
genética e do seu complexo neuronal.

a) Este esquema demonstra alterações nos genes dos filhos devido a


dependencia de alcool dos pais:

1ª: O que é suposto se TAC tornou-se TGC

2ª: Existe alteração da proteina (aquela que é produzida pelo gene que
teem a informação genética)
3º: A proteina resultante da dependecia de alcool expressou-se num
cérebro com deformações.

4ª: Mostra-se que existiram alterações na memória deste individuo. Isto é


o fenótipo cognitivo do individuo.

Um gene é uma parte de uma molécula de DNA que contém informação


que por sua vez vai produzir uma proteína que vai conter essa mesma
informação.
Célula:

-Máquina Quimica:
A célula vai gerar energia e moléculas para se sustentar ou enviar para
outras células. A energia vai servir para por exemplo formar moléculas
necessárias ao funcionamento do organismo ou enviar para outras
células de forma a estas formarem as suas moléculas.

-Central de informação:
As células comunicam-se entre si e o meio podendo assim, por exemplo,
criar sistemas multicelulares como o cérebro. A célula é uma central de
informação pois contem a nossa informação genética(DNA) e
consequentemente quando nos reproduzimos esta informação genética
vai ser passada dando assim continuidade genética

Macromoléculas biológicas - Ácidos nucleicos(DNA e RNA)


O DNA e RNA que são ácidos nucleicos suportam a informação genética,
e consequentemente a direção da síntese de proteínas. Esta direção da
síntese de proteínas consiste na ordem que o DNA vai transmitir ao RNA
que por sua vez transmite ao ribossoma que vai construir as proteínas,
por exemplo, o DNA diz que a ordem vai ser ATTAGC ao RNA e o
ribossoma vai construir as proteínas nessa ordem, se a ordem das
proteínas for mal feita vai resultar numa mutação estrutural, como um pé
deformado.

A diferença no nome parte do facto de que o DNA tem um átomo de


oxigénio a menos que o RNA.

O RNA é o intermediário na passagem de informação pq é uma molécula


mais pequena então é mai fácil de viajar e sair do núcleo, isto porque os
ribossomas estão fora do núcleo.

Constituição do DNA
● ácido fosfórico um
● glícido com 5 C (pentose)
● uma base azotada – Adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina
(T).

O que é um gene?
Unidade individual de informação com a função de dirigir a formação de
produtos químicos – as proteínas Unidade de hereditariedade
A informação encontra-se codificada em tripletos de bases (A, C, G, T),
correspondendo cada tripleto a um determinado aminoácido (unidade
básica que constitui as proteínas).
Código genético é: Universal Degenerado (Redundante)

O que é um alelo?
Alelo são as diferentes versões de um gene isto numa mesma região do
cromossoma chamada locus.

Hemizigotia é quando existe apenas uma cópia de um crossoma neste


caso só temos um X e um Y. Se existirem mais é uma mutação genética.

O que é um cromossoma? filamento de DNA empacotado e associado a


proteínas; conjunto de genes

Genoma: conjunto de toda a informação genética de um indivíduo

Processo de Exppressão e Regulação Génica:


1ª O DNA replica-se, está sempre a produzir mais dele proprio.
2ª Transcrição- A info do DNA passa para RNA pela ação da polimerase
de RNA. A polimerase de RNA é uma enzima que junta nucleotidos de
RNA ao DNA para formar o RNA.
3ª Tradução- O RNA sai do nucleo para o citoplasma(liquido da celula) e
vai para o ribossoma onde a info do RNA é convertida numa proteina.
4ª Proteina está feita
No caso de alguns virus:
No caso de alguns virus eles conseguem fzr este processo ao contrario,
ou seja, passam de RNA para DNA

Aula 2
Padrão Mendeliano

Lei Mendeliana: Existe um recessivo e um dominante, em que o


dominante prevalece
Características recessivas só se expressam quando ocorre homozigotia (2
alelos iguais)

legenda do Gráfico:
-A mãe é portadora de um gene saudável e de um n saudavel. O gene
saudavel é o Dominante.E por isto o dominante elimina os efeitos do
recessivo. Neste caso o saudavel elimina os efeitos do n saudavel.

- Os filhos: A rapariga como tem dois dominantes é saudavel. O rapaz só


tem um cromossoma X e calhou-lhe o n saudavel n tendo o saudavel para
equilibrar.
Hereditariedade ligada aos cromossomas autossómicos
Autossómicas recessivas:

- Se a doença é recessiva então o saudável é dominante e ganha sempre.


Ou seja, só se a pessoa tiver os dois recessivos c a doença é q existe a
possibilidade de ter a doença.

Homozigotia: 2 alelos iguais.

A Homozigotia neste caso vem explicar que como os alelos da doença


são recessivos, só se pode ter a doença se os 2 alelos a tiverem

A Penetrancia reflete a proporção ou quantidade de pessoas que num


dado grupo teem os mesmos genes.

Ex: Se em 5 pessoas 3 delas teem olhos azuis então o gene do olho azul
tem uma penetrancia acima de 50%

No caso deste exemplo, a penetrancia é incompleta pois não é de 100%


Penetrãncia é absoluta
Expressividade é subjetiva

Ou seja, a pessoa 1 e 2 teem penetrância do gene dos diabetes, no


entanto a pessoa 1 tem 100% de expressividade dos sintomas e a pessoa 2
apenas tem 50%.

A expressividade vai depender de fatores próprios do individuo( ex:


idade, genoma, ambiente etc)

Nas mutações:
O que acontece quando uma proteina é alterada?
Alteração na função
Perda de função

Mutações:

Pequena escala:
● Pontuais Mutação genética num ponto específico do cromossoma.
Por exemplo, quando se está a replicar o DNA e temos um
conjunto de nucleotidos(estao dentro do gne) ou letras termos em
vez de um A que é essencial temos um G. Isto tb acontece por meio
de epigenética.
● Substituição Quando um nucleotido substitui o outro
● Inserção Quando um ou mais pares(é obrigatoria, eles veem
sempre aos pares) de nucleotidos são inseridos no genes, ou seja
estão a mais
● Deleção Qundo um nucleotido é eliminado

Larga escala:
● Nº de cópias de um gene emos um gene a mais ou a menos
● Duplicação de genes Quando temos 2 genes iguais no mesmo
cromossoma
● Deleção de genes Um gene é eliminado
● Ordem de leitura (frameshift) O gene está da esquerda para a
direita por exemplo ATTG mas agora c esta mutação vai se ler
GTTA. Ou seja fica igual mas agora lê se ao contrário. Isto é mau
pq a partir do momento q está ao contrario é descontinuado.
● Adição cromossomal Quando se adiciona mais um cromossoma a
célula
● Inversão: É quando o cromossoma rompe se vira ao contrário e
une-se novamente ficando a parte de cima e a de baixo em sentidos
difrentes

Alterações do material genético -


Ex Mutações Numéricas:
● Trissomia 21 (47, XY; 47, XX): Síndrome de Down – Pequena
estatura, face redonda, olhos oblíquos, prega cutânea sobre os
olhos; mãos curtas com prega única transversal na palma.
Comprometimento imunitário.
● Monossomia XO (45, XO): Síndrome de Turner – Pequena estatura;
esterilidade; Frequência elevada de daltonismo; Caracteres sexuais
secundários pouco desenvolvidos
● Trissomia XXY (47, XXY): Síndrome de Klinefelter –
Intersexualidade; aspecto masculino; Grande estatura; Ancas e
seios desenvolvidos; Esterilidade
● Trissomia XYY (47, XYY): Estatura superior à média, quociente de
inteligência inferio

Aula 3

Padrão não mendeliano


Lei não Mendeliana: Não segue a lei do gene recessivo ou dominante, um
exemplo disto é a cor da pele( n temos apenas dois tons, pele clara e pele
escura existe um mix também)

Segregação: Cada característica herdade depende dos pais. Vai se herdar


um A da mãe e um A do pai, seja este dominante ou recessivo. As células
sexuais (oócito e espermatozóide) só podem carregar um dos A 's(seja
recessivo ou dominante).

Segregação independente: As características herdadas são independentes


entre si. Eu herdar o A não implica que vá herdar o B. (N dependem
umas das outras)( Isto de acordo com a lei Mendeliana)
A Mitocôndria:

- Isto é um padrão de hereditariedade não mendeliana porque na altura


das teorias de mendel ainda não se conhecia a existência de DNA dentro
das mitocôndrias que afeta os padrões de hereditariedade

Mitocôndria:
- A mitocôndria é o organelo da célula eucariótica(animal e vegetal) que
produz a energia química (ATP que é uma molécula que armazena essa
energia)
- Tem uma estrutura membranar dupla fosfolipídica que está presente
no citoplasma( líquido dentro da célula)
- É um Organelo(órgão da célula)
- Altamente especializado porque possui diversas estruturas específicas
que tratam de cada etapa da produção de ATP
- A mitocôndria tem o seu próprio DNA que se chama mtDNA

Outras funções das mitocôndrias:


- intervém e ajuda nos mecanismos de comunicação da própria célula e
outras células por meio de cálcio.
- Síntese de esteróides
-Intervenção nos mecanismos de morte celular.
- Oxidação de nutrientes de forma a estes poderem ser utilizados pela
célula
- Consumo de oxigênio para produzir a ATP

Como se produz ATP(energia)?

1º Fonte de matéria orgânica, normalmente glucose.


2º Conversão celular através da respiração celular utilizando o oxigênio
para oxidar compostos orgânicos. Esta oxidação (um tipo de reação
química) vai transformar a glucose noutros produtos orgânicos.
3º Então, a ATP é produzida (uma molécula orgânica) e dióxido de
carbono inorgânico (CO2) que expiramos.

Função da ATP:
vai agir como uma pilha sendo distribuída e utilizada universalmente por
todas as células.

mtDNA - DNA mitocondrial:

Características do mtdna:

● O DNA mitocondrial(mtDNA) é constituído por uma molécula


circular de DNA de cadeia dupla ao contrário do DNA presente no
núcleo que é uma molécula linear.
● O comprimento do DNA mitocondrial(mtDNA) pode variar entre
15 e 16,6 kpb (kilo pares de bases) ou 15000 e 17000 pb (pares de
bases/ pares de nucleotídeos)
● Cada célula contém entre 100 e 1000 cópias de DNA
mitocondrial(mtDNA).
● O DNA mitocondrial(mtDNA) tem elevada taxa mutacional porque
a mitocôndria é um organelo muito ativo na utilização do mtDNA
ficando este sujeito a alterações/mutações. No entanto, a
mitocôndria possui mecanismos de reparação de DNA.

O mtDNA possui 37 genes:


- 13 são proteínas da cadeia respiratória responsável pela produção
de atp presente na membrana da mitocôndria
- 24 genes são produtos constituintes de RNA, em que 22 deles são
tRNA (RNA de transferência) e 2 rRNA(RNA ribossomal).

Função do mtDNA:
DNA mitocondrial(mtDNA) codifica e produz proteínas essenciais à
célula.

Doenças associadas às mitocôndrias:


● doenças metabólicas
● degenerativas
● cancro
● envelhecimento.
Aspetos de mtDNA que podem contribuir para doenças:

● Heteroplasmia que consiste no mesmo indivíduo ter diferentes


populações/tipos de mtDNA (o ambiente dentro da célula não é
homogêneo). Isto significa que um tecido pode ter diferentes tipos
de mtDNA e que diferentes tipos de mtDNA podem estar em
diferentes tecidos.

● Homoplasmia (mtDNA idênticos)


● A heteroplasmia e a homoplasmia podem ocorrer simultaneamente
em tecidos diferentes.
● Disfunção mitocondrial, por exemplo o LHON, que significa leber
hereditary optic neuropathy.
● As doenças mitocondriais estão relacionadas com um desequilíbrio
energético celular e com outras diversas condições associadas.

Influência das Mitocôndrias Maternas nas Doenças:

As nossas mitocôndrias( e o mTDNA) são herdadas da nossa mãe. As


cópias de mtdna da parte do pai são eliminadas do citoplasma após a
fertilização (quando o esperma entra no oócito) Qualquer doença
mitocondrial pode ser herdada através da linhagem materna. Em
ocorrências raras, doenças mitocondriais podem ser herdadas da mãe e
do pai, isto porque no núcleo do pai existiam sequências de mtdna.

Fenômenos que explicam a transmissão das doenças

● Genetic Bottleneck: A proporção de um dado tipo de mtDNA.


Variação significativa da proporção de alelos mutantes dentro de
uma dada descendência da mesma geração. Exemplo: Se aumenta
ou diminui muito de uma geração para outra.
● Mosaicismo: Na fertilização quando existe heteroplasmia a
distribuição de mutações vai diferir pela geração, quando os pais
têm mutações 1, 2 e 3, cada filho vai ter ou a mutação 1, ou a 2, ou a
1 e a 2, ou a 3 etc...

Potenciais intervenções terapêuticas:


Herança complexa e multifatorial:
● Conjunto de caracteristicas ligadas ao sexo no qual ocorre a
interação de fatores genéticos e ambientais.
● Exemplos deste tipo de herança: esclerose múltipla, diabetes, asma,
câncro, defeitos congênitos.
● Herança complexa não é a mesma coisa que padrões de
hereditariedade mendeliano ou hereditariedade.

Epigenética

Gêmeos idênticos nem sempre possuem quadros clínicos idênticos. Isto


é uma gêmea A pode ter uma doença q a gêmea b n tem. Isto acontece
devido a fatores como a epigenética

O que é a epigenética:
● A epigenética não é mendeliana
● Alteração das características hereditárias sem alteração das
sequências dos genes(não ocorre mutações) estas alterações podem
ser hereditárias ou podem ser alterações estáveis que não são
hereditárias.
● O genoma no qual atentamos as alterações epigenéticas chama se
epigenoma.
● A epigenética pode alterar: Aparência, Fisiologia, Capacidade
cognitiva e Comportamento
● Estudo dos efeitos do ambiente nas alterações a nível molecular e
que modificam os eventos cerebrais.
● Neste caso, o genoma pode ser alterado pelo ambiente (exs:
experiência social, nutrição, endocrinologia e a exposição a
tóxicos).
Mecanismos epigenéticos:
● Os mecanismos epigenéticos contribuem para os processos
normas de desenvolvimento do organismo. Por vezes podem gerar
alterações observáveis durante processos ontológicos e
patológicos. Neste caso ocorre ou silêncio de genes supressores de
tumores ou silenciamento de reparadores do dna

Mecanismos epigenéticos mais comuns:


● A metilação é a alteração mais comum. Consiste na adição de um
grupo químico chamado metilo CH3 ao DNA. Dentro da metilação
existem os fenômenos de hipometilação e hipermetilação:
- Hipometilação: Reduz a metilação. Reduz o número de
mutações dos genes oncológicos, aumenta a
transcrição/expressão de genes oncológicos e faz com que a
estrutura da cromatina seja menos compacta(o genoma fica
mais instável).
- Hipermetilação: Aumenta a metilação. o número de
metilações, silencia genes supressores de tumores e pode
alterar a sua transcrição/ expressão

● Alteração das histonas (proteínas associadas ao dna) a alteração


destas proteínas levam a um maior empacotamento da cromatina( o
dna fica mais compacto) e assim os genes ficam menos acessíveis

● Non-coding rnas( ncrna) que é rna não codificante, estes servem de


de silenciadores de genes ao ligarem se por complementaridade ao
mRNA deste gene

Importância do epigenoma:
● O genoma possui mais rigidez porque tem uma taxa de mutação
que varia pouco. O epigenoma possui mais flexibilidade porque se
altera e responde a alterações ambientais.
Doenças e Marcadores epigenéticos:
● Na presença de certas doenças as alterações epigenéticas
determinam quando e como ocorre a expressão gênica.
● As alterações epigenéticas são transmitidas de geração em geração
através da transmissão de marcadores epigenéticos associados ao
genoma(dna). Os marcadores epigenéticos transmitem-se através
de um tipo de hereditariedade transgeracional(em várias gerações)
e intergeracional(através da interação entre gerações).
● Com isso, certas pessoas podem estar mais predispostas a certas
doenças. Se o epigenoma estiver associado com uma doença pode
ser proposta terapia.

Alteração epigenética:
● Com a experiência individual do organismo vem também
diferentes respostas à alteração ambiental, isto leva a uma melhor
capacidade de sobrevivência da descendência(maior flexibilidade
filogenética).
● Os diferentes tipos de alterações epigenéticas ocorrem durante
toda vida do indivíduo, com alteração imediata da expressão
gênica, que leva a uma cascata de efeitos adaptativos e de correção.

Heterocromatina e Eucromatina:
● No organismo existe um balanço(equilíbrio) da cromatina (DNA
ligado a proteínas) entre as formas de heterocromatina e
eucromatina.
● A heterocromatina é a forma mais condensada e pronta para
replicar.
● A eucromatina é a forma menos condensada e acessível para
expressão de genes.
Alterações Epigenéticas In utero
● Uma mae fumadora terá um filho com alterações na proporção de
metilaçoes dos genes, isto poderá levar a uma serie de alteraçoes
fisiologicas e por sua vez descolamento da placenta, aborto ou
parto prematuro ou entao desordens neurocomportamentais como
autismo, tourette, poc etc…
● exposição gestacional a álcool. Certos genes do feto são alvos mais
suscetíveis. As alterações epigenéticas destes genes podem levar a
variações fenotípicas no feto como por exemplo: Déficit de atenção
e memória, Malformação cranioencefálica, Disfunção motora,
Disfunção de audição e fala.
● défice nutricional por parte da mãe, isto leva a um défice de
moléculas dadores de grupo metilo para a metilação. Isto pode
levar a Desenvolvimento uterino anormal e malformações
congénitas, Alteração do desenvolvimento cerebral, Alteração de
vias metabólicas essenciais.
● alterações do metabolismo da mãe como por exemplo, diabetes
gestacional, obesidade materna, hipotiroidismo materno. Isto leva
a um desequilíbrio epigenético do feto na forma de stress
oxidativo( acumulação de moléculas radicais livres), resposta
inflamatória e alterações do nível de genes metabólicos

Em geral, fatores maternos, como o estilo de vida(nutrição, exercício etc),


metabolismo(doenças, substâncias tóxicas) e infecções por parte da mãe,
levam a uma desregulação dos mecanismos epigenéticos e estes levam à
alteração da expressão dos genes do desenvolvimento fetal. Exemplo
disto é Síndrome de Down, Síndrome Prader-Willi, Síndrome do X-frágil,
Autismo, Epilepsia, Esquizofrenia, Tourette, etc.
Imprinting Genético:

● Mecanismo epigenético que implica a expressão exclusiva de genes


específicos de um só progenitor.
● Este tipo de processo ocorre para apenas 1% do genoma, o que leva
a uma maior vulnerabilidade a efeitos negativos por parte de
mutações.
● O sítio onde ocorre mais imprinting é na placenta.
● Uma desregulação do imprinting genômico durante o
desenvolvimento embrionário pode levar a diferentes fenótipos
clínicos (ex: síndromes e perturbações).
● o imprinting nas células somáticas do cérebro afeta a
sobrevivência das células nervosas, redes neuronais e função
cerebral do feto.

Imprinting diferencial:
● Em cada célula sexual (espermatozóide e óvulo) são apagados os
genes com padrões epigenéticos dos respectivos pais, que se
chamam genes imprinted. Quando esta célula sexual estiver em
tábua rasa vão ser acrescentados os padrões epigenéticos do dono
dessa célula sexual, substituindo assim os genes imprinted dos seus
pais.
Conflito entre genes maternos e paternos:
● A placenta é um órgão transitório onde ocorre crescimento e
sobrevivência total.
● É na placenta que ocorre a produção de hormonas, transporte de
nutrientes, excreção de resíduos e proteção imunitária.
● Esta medeia os processos metabólicos entre os tecidos maternos e
o embrião.
● Na placenta dá-se o conflito entre os genes maternos e paternos.
Os genes maternos querem equilibrar a distribuição dos recursos
para o feto e fetos futuros. Os genes paternos querem usar os
recursos todos para um feto.

Conflito feto e mãe:


● O conflito entre feto e a mãe dá-se por microquimerismo. O
microquimerismo é a troca bidimensional de células entre o feto e
a mãe.
● Os tecidos envolvidos na distribuição de recursos da mãe para o
feto são por exemplo o cérebro, a tiróide e a mama. Estes tecidos
são provavelmente reservatórios das células fetais. Nestes tecidos,
a negociação entre mãe e feto será determinante para a saúde
materna.
● Uma desregulação nesta negociação pode levar a doenças como
pré-eclampsia, cancro, doenças autoimunes.
● O sistema imunitário tem um papel importante nas interações mãe
e feto.

Como se dá a nutrição do Feto:


● O espongiotrofoblasto é uma estrutura do feto. Este consiste num
conjunto de células associadas ao blastocisto que promovem a
nutrição do embrião.
● O blastocisto sendo uma fase do desenvolvimento do embrião.

Microbioma:
● O microbioma é a totalidade de genes da microbiota.

Microbiota:
● Conjunto de microrganismos que habitam o ser humano nas suas
diferentes cavidades( pele, mucosas, trato intestinal, trato urinário).

Eixo intestino- cérebro:


● As alterações epigenéticas podem ser influenciadas pela nutrição e
pela alteração no microbioma.
● No estado saudável o comportamento, cognição, nocicepção e
emoções estão normais. O estado saudável também apresenta
estado inflamatório baixo e microbiota intestinal normal.
● Já num estado de doença existem alterações de comportamento,
cognição, nocicepção e emoção desreguladas. No estado de doença
também estamos num estado inflamatório elevado e a população de
microbiota intestinal está desregulada, isto chama-se disbiose
intestinal. A disbiose intestinal é quando uma população da
microbiota, neste caso, o intestino está desregulada.
● A interação entre a microbiota, intestino e cérebro consiste numa
rede de distribuição de sinais e metabolitos do cérebro para o resto
do corpo e vice-versa.Esta rede de distribuição influencia as
funções motora, sensorial e secretora, o desenvolvimento do
organismo, a bioquímica do corpo e função e comportamento
cerebral.

Disbiose:
● A disbiose é um desequilíbrio nas populações da microbiota.
● A disbiose pode induzir inflamação, o que altera a função cerebral
e comportamento.
● Uma dieta desequilibrada e a exposição a stress são fatores que
podem provocar a disbiose da microbiota intestinal. Isto resulta
numa transportação desequilibrada de produtos orgânicos que vai
hiperativar e acumular microglia.
● Esta hiperativação e acumulação da microglia vai ativar demais e
de menos certos genes. Estes genes desequilibrados vão induzir a
atrofia dos astrócitos, stress neuronal, apoptose e reduzida
neurogênese, isto tudo pode levar a perda de função neuronal,
depressão, SCZ (Síndrome de infecção congênita pelo vírus Zika) e
Autismo.

Mudanças no ambiente e mais doenças:


● Alterações na dieta e estilo de vida nos últimos 50 a 100 anos levou
ao aparecimento de mais versões diferentes de doenças.
● Isto acontece porque estas alterações na dieta e estilo de vida
podem resultar em alterações epigenéticas prejudiciais.
● Atualmente a nossa alimentação consiste num consumo elevado de
cereais simples, açúcares refinados, ácidos gordos saturados, sódio
e ômega-6. A nossa alimentação consiste também num consumo
baixo de glícidos complexos, potássio, ácidos gordos insaturados,
ómega e acima de tudo pouca diversidade de nutrientes. Isto
resulta num aumento da inflamação e numa baixa resposta
imunitária adequada que por sua vez vai aumentar o número de
estados neurodegenerativos e doenças psicológicas .

Relação de mutualismo e antagonismo na microbiota:


● O ser humano e a microbiota têm relações de mutualismo e
antagonismo porque estas alterações no ambiente, dependendo de
serem positivas ou negativas para o ser humano, vão influenciar a
resposta que a microbiota tem.
● Estas relações podem ser verificadas através da sintomatologia e
dos diferentes estádios da doença.
● Atualmente existe um maior foco na terapia destas doenças e não
na prevenção, é necessário investir em ambos.

Aquisição e desenvolvimento do microbiota ao longo da vida:


● No humano recém nascido existe a microbiota inicial ou espécies
fundadoras,por exemplo bactérias do intestino que são herdadas da
nossa mãe.
● Durante a infância aparecem novas espécies de bactérias (estirpes).
Estas novas bactérias prevalecem sobre as bactérias iniciais.surge
maior variedade de microbiota. Esta variedade vai tornar a
microbiota instável e suscetível à dieta e doenças.
● Na fase adulta, existe uma microbiota distinta da fase criança pois
esta é ainda mais variada entre si e mais estável. É mais variada
porque as células evoluíram para ter funções diferentes.
● Na fase idosa existem comunidades microbiotas substancialmente
diferentes do que nas fases anteriores. Isto porque, consoante
estamos a viver, estamos sujeitos a diferentes influências
ambientais o que altera a nossa microbiota.

A microbiota influência:
● O comportamento, temos a influência da microbiota na atividade
sináptica, ansiedade e percepção da dor. Esta interação do sistema
nervoso e do trato intestinal modela o sistema imunitário quanto á
sua composição e diversidade. O stress social pode levar a
alterações na microbiota. Isto é especialmente visível no autismo,
esquizofrenia, esclerose múltipla, síndrome do cólon irritável,
obesidade, desordens neurodegenerativas e depressão.
● No metabolismo, temos a influência da microbiota nos gastos
energéticos e na acessibilidade aos nutrientes.
● Na função intestinal, temos influência da microbiota na maturação
do tecido linfático associado ao intestino (galt). a microbiota
também influencia a regeneração dos tecidos, maturação intestinal
e permeabilidade.
● A vascularização é a formação de novos vasos sanguíneos no
intestino.

Comunicação sistema nervoso- trato gastrointestinal:


● Dá-se através do Sistema nervoso central, Sistema nervoso
autónomo (neurovegetativo), Sistema nervoso entérico, Eixo
hipotálamo-pituitária-adrenal, Sistema imunitário e Sistema
endócrino.

Abordagem Terapêutica do sistema Nervoso:


● A prevalência de perturbações psicológicas que perduram no
tempo e a evolução dos tratamentos farmacológicos resultam numa
necessidade de novas opções terapêuticas.
● O tratamento de perturbações e sintomas psicológicos incide
principalmente no sistema nervoso central. Em que, acerca do
tratamento farmacológico e psicoterapia o cérebro é o alvo
principal.
● No entanto, são necessários mais estudos acerca do tratamento no
sistema nervoso periférico. Estes teriam que incluir uma avaliação
de todos os fatores de predisposição, rapidez com que se agrava
(precipitação), perpetuação e proteção.

Funções da microbiota:
● A microbiota tem como principais funções a comunicação dentro
do organismo
● regulação do metabolismo
● secreção de neurotransmissores
● e secreção de compostos neuroativos como por exemplo os ácidos
gordos de cadeia curta (scfa) como acetato, propionato e butirato.

Slide 12
Quando consumimos carboidratos complexos, parte deles são utilizados
pela microbiota intestinal. Estes carboidratos complexos vão ser
transformados noutros produtos orgânicos como acetato propionato e
butirato. Estes produtos orgânicos são absorvidos pelo lúmen do
intestino (espaço interno do intestino). No lúmen do intestino existem
células com microvilosidades e vários transportadores. Estas células com
transportadores vão transportar estes produtos orgânicos para o sangue.
Já no sangue, através do processo de translocação, estes produtos
orgânicos vão ser transportados para o sistema imunitário. No sangue,
através da veia porta estes produtos orgânicos vão ser também
transportados para o fígado, pâncreas e tecido adiposo. No sangue
através do sistema de circulação nervo vago estes produtos orgânicos vão
ser transportados para o sistema nervoso central. O sistema nervoso
central é constituído por vários tipos de células neuronais: os neurônios
funcionais que possuem uma maior neurogênese, desenvolvimento
cognitivo, memória e fator antienvelhecimento; microglia que tem como
funções o desenvolvimento e função do sistema nervoso, induzir perfil
homeostático e reduzir sinais inflamatórios; astrócitos que reduzem os
sinais inflamatórios. Uma estrutura também importante do sistema
nervoso central é a barreira hematoencefálica responsável pela proteção
do cérebro, impedindo a entrada de substâncias tóxicas.
Ao longo de todos os destinos anteriormente abordados, estes produtos
orgânicos podem ser transformados em outros compostos e distribuídos
para outros órgãos.

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Regulação epigenética através da modelação da microbiota. A
microbiota produz substâncias que influenciam a plasticidade da
cromatina, ou seja, a interação das histonas com o DNA. Esta influência
leva a alterações transcricionais. A microbiota serve como mediador das
interações entre o gene e o ambiente, servindo como entidade
epigenética. No caso de disbiose é observada redução da
neuroplasticidade, limitações na memória e aumento de ansiedade. No
caso de probiose (contrário de disbiose) é observada maior plasticidade,
menor ansiedade e depressão e maior resiliência a stress. Em situações
que não existe microbiota, é observada alteração de sinais de
neurotransmissão, ansiedade reduzida, aumento de atividade do eixo
HPA e reduzida atividade do fator BDNF. O eixo HPA é o eixo
hipotálamo hipófise adrenal, o factor BDNF é o fator neurotrófico
derivado do cérebro.

A microbiota como entidade epigenética:


A microbiota pode mediar mecanismos epigenéticos clássicos. Estes
podem ser adquiridos através de uma herança transgeracional. Estes
mecanismos epigenéticos respondem a fatores ambientais através da
interação entre o gene e o ambiente. Estes mecanismos epigenéticos
podem também regular o desenvolvimento e são reversíveis.

A modelação do microbioma leva a alterações epigenéticas:


● O microbioma pode ser modelado através de psicobióticos. Dentro
dos psicobióticos temos os probióticos e os prebióticos.
● Os probióticos são microrganismos que modulam o sistema
imunitário, produzem compostos antimicrobianos, vitaminas,
ácidos orgânicos, etc.
● Os prebióticos são substratos selectivamente utilizados pela
microbiota que conferem vantagens ao hospedeiro.
Estudo e aplicação de terapia de psicobioticos:
● O estudo de psicobioticos é um campo promissor.
● A identificação de psicbioticos dá-se através da sequência de
genoma bacteriano e análise da resposta imune, pró e
anti-inflamatória.
● Seguidamente é testada a permeabilidade intestinal e analisados os
ácidos gordos de cadeia curta através do metabolismo do
triptofano.
● Por fim, são feitos estudos comportamentais e analisados os
ensaios clínicos.

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