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Conceitos de carie.

A cárie dentária é uma doença infecciosa que progride de forma muito lenta na
maioria dos indivíduos, raramente é autolimitante e, na ausência de tratamento,
progride até destruir totalmente a estrutura dentária (FEJERSKOV; KIDD, 2005).
Fatores etiológicos Para que possamos instituir medidas efetivas para o controle da
doença cárie, se faz necessária a compreensão dos seus fatores etiológicos. O primeiro
modelo proposto por Keyes (1960) para explicar a doença era um modelo
essencialmente ecológico, no qual a cárie seria o produto da interação entre os fatores
determinantes: hospedeiro, substrato (dieta cariogênica) e microrganismos (BRAGA et
al., 2008). Newbrun (1978) acrescentou o fator tempo (figura 1) nessa interação, mas
ambos os modelos não foram capazes de explicar a ocorrência da doença na
população humana. A doença cárie é muito mais complexa e com um caráter
comportamental, podendo ser influenciada por fatores modificadores
A cárie dentária é uma doença complexa causada pelo desequilíbrio no balanço entre
o mineral do dente e o fluido do biofilme.1 O microecossistema bacteriano do biofilme
dental apresenta uma série de características fisiológicas. (Birkeland)

Agentes Etiológicos.

Streptococcus mutans é o principal agente etiológico da cárie dentária, especialmente


devido à sua habilidade de adesão à superfície dentária. Esta bactéria produz
glicosiltransferases, que sintetizam polímeros de glicano solúveis e insolúveis a partir
da sacarose, que aumentam a colonização de bactérias cariogênicas e promovem a
formação de biofilme dental na superfície dos dentes. (Silva Andréa Cristina Barbosa)

Actinomicetos , estão associadas à cárie na superfície da raiz. Actinomyces viscosus ,


uma bactéria acidogênica, quase sempre é isolada de placas que recobrem lesões
radiculares. O papel de A. viscosus na iniciação de lesões radiculares é difícil de avaliar
porque eles são frequentemente predominantes nas superfícies radiculares saudáveis
em indivíduos que experimentam e resistem à cárie radicular. ( MS Duggal )

Sintomas de cárie.
 Dor que piora ao comer ou beber algo doce, frio ou quente;
 Presença de furinhos em um ou mais dentes;
 Manchas marrom ou brancas na superfície do dente;
 Sensibilidade ao tocar num dente;
 Gengiva inchada e dolorida.
Principais causas.
A principal causa de cárie é a falta de higienização bucal adequada, pois nesses casos o
excesso de bactérias presente na boca e o resto de alimentos não são devidamente
removidos, o que favorece o desenvolvimento de placas e cáries. Além disso, o
consumo exagerado de alimentos com açúcar, como bolos, doces ou biscoitos, são
fatores que facilitam o desenvolvimento de bactérias nos dentes.
A principal bactéria relacionada com a cárie é a Streptococcus mutans, que está
presente no esmalte dos dentes e que se desenvolve quando há grandes quantidades
de açúcar na boca. Assim, para captar maior quantidades de açúcar possível, essas
bactérias unem-se em grupos, dando origem às placas bacterianas. Além disso,
produzem ácido que corrói o esmalte do dente e destrói os minerais presentes, o que
pode favorecer a quebra desse dente. ( Cassiano Scapini )

Modo de transmissão.
Apesar de ser causada por uma bactéria, a cárie não é transmitida de pessoa para
pessoa por meio de beijos ou compartilhamento de objetos, isso porque está
diretamente relacionada com os hábitos alimentares e de higiene de cada pessoa. (
Cassiano Scapini )

Nos seus estágios iniciais, a cárie não é considerada uma infecção e não é facilmente
transmissível. Há quem acredite que é possível espalhar a doença com um beijo ou ao
dividir um copo porque pensam que apenas as bactérias são responsáveis. 

De fato, quando a Cárie atinge seus estágios de complicação, a quantidade desses


seres na boca é tão grande que algumas podem ser transmitidas por um beijo, por
exemplo, e causar (ou não) um desequilíbrio na boca da outra pessoa. (Redação
Beduka)

Diagnóstico clinico.
A cárie dentária é uma doença crônica e infecciosa que provoca a destruição dos
tecidos dentários, podendo ser diagnosticada clinicamente em seus estágios iniciais
(lesões em esmalte) ou estágios mais tardios (cavitação em dentina e/ou necrose da
polpa dentária, órgão onde se localizam terminações nervosas e capilares sanguíneos).
Além da detecção da doença, é de extrema importância avaliar a atividade dela: ativa
ou inativa. A doença ativa significa que o indivíduo está experimentando um momento
ativo da doença, enquanto as lesões inativas apontam para a ocorrência de um
episódio da doença. Vale ressaltar que, para a realização do diagnóstico das lesões de
cárie, é imprescindível que o dente esteja limpo, seco e bem iluminado.
4a- lesão de mancha branca ativa em esmalte (caracterizada por um esmalte opaco,
rugoso e poroso); 4b* lesão de mancha branca inativa em esmalte (caracterizada por
um esmalte brilhante branco ou escurecido, liso e polido); 4c- lesão cavitada em
dentina ativa (presença de tecido amolecido com cor amarelada ou castanho claro,
aspecto úmido e opacidade no esmalte adjacente), gerando sensibilidade dolorosa; 4d-
lesão cavitada em dentina inativa (presença de tecido endurecido no fundo da lesão
com cor marrom escura ou negra, aspecto seco e brilhante, e opacidade no esmalte
adjacente com aspecto inativo); 4e- lesão cavitada ativa que atingiu o órgão pulpar,
gerando grande sensibilidade dolorosa. * Fonte: BRAGA, M. M.; MENDES, F. M.;
IMPARATO, J. C. P. A doença Cárie Dentária. In: IMPARATO, J. C. P.; RAGGIO, D. P.;
MENDES, F. M. Selantes de fossas e fissuras: quando, como e por quê? 1. ed. São
Paulo: Livraria Santos Editora, 2008.

Diagnóstico radiográfico

Inspeção direta
Eventualmente, uso de radiografias ou instrumentos especiais de exame.
Cárie (na radiografia)

A avaliação clínica de rotina frequente (a cada 3 a 12 meses dependendo do risco de


cáries do paciente segundo o dentista) identifica cáries iniciais em um momento em
que uma intervenção mínima evita sua progressão. Usar sonda fina, algumas vezes
corantes específicos e a transiluminação por fibra ótica, embora raramente estes
sejam complementados por novos dispositivos que detetam as cáries por alterações na
condutividade elétrica ou refletividade do laser. Entretanto, as radiografias ainda são
importantes para deteção das cáries, a determinação da profundidade do
comprometimento do dente e a identificação das cáries subjacentes às restaurações
existentes. (Bernard J. Hennessy)
Manifestação clínica.

 Dor que piora ao comer ou beber algo doce, frio ou quente;


 Presença de furinhos em um ou mais dentes;
 Manchas marrom ou brancas na superfície do dente;
 Sensibilidade ao tocar num dente;
 Gengiva inchada e dolorida.

Complicações possíveis.
Cáries não tratadas provocam destruição dental, infeções e necessidade de extração e
adaptação de próteses. A perda prematura de dentes decíduos pode desalinhar os
dentes adjacentes, retardando a erupção dos sucessores permanentes. (Bernard J.
Hennessy)

Uma cárie detectada em fase inicial, com a formação de placas, pode ser revertida sem
problemas. Contudo, aquela que já destruiu o esmalte, ou seja, que causou buracos,
não pode. Alguns procedimentos específicos devem ser feitos pelo dentista, que
veremos no tópico Tratamento.

Se não for feito a tempo, surgem complicações:


Com o tempo, o dente pode se decompor até a atingir raiz e a polpa (o nervo). Isso
resulta em um quadro infeccioso que gera muita dor, podendo resultar em um
abcesso. A infecção pode se alastrar para vários dentes e, se não tratada, a pessoa
perde os dentes e fica “banguela”. (Redação Beduka)

Tratamento.
A cárie precisa ser retirada, para isso o dentista remove o tecido cariado preenchendo
a cavidade (o pequeno “buraco”) com uma resina composta ou algum material como o
amálgama de prata, o dente cariado pode ser perdido se não tratado a tempo.
(Universidade de dentistas de NY, USA)

A única forma de tratar uma cárie dentária é numa consulta com o dentista, não
existindo um tratamento caseiro capaz de eliminá-la. Por vezes, basta apenas 1 sessão
para eliminar a cárie, com uma restauração do dente, em que é feita a remoção da
cárie e de todo o tecido infectado, seguida da aplicação de resina.
Quando a cárie é identificada em muitos dentes, o tratamento pode ser mais
prolongado, podendo ser preciso recorrer ao tratamento de canal, também conhecido
por obturação, ou até mesmo à retirada do dente, que depois precisa ser substituído
por uma prótese. ( Cassiano Scapini )
Prevenção
- Usar o fio dental após qualquer refeição, principalmente antes de dormir. O fio dental
consegue retirar restos de comida e placas bacterianas onde a escova de dente muitas
vezes não chega;
- Escove os dentes após qualquer refeição, massageando a gengiva. Use cremes
dentais com flúor;
- Coma alimentos ricos em fibras, como cenoura, maçã, pepino, rabanete e verduras
em geral, pois elas estimulam a salivação e contribuem para a diminuição da acidez da
boca.
- Evite escovar os dentes após o consumo de refrigerantes, a maioria dos refrigerantes
amolecem os dentes, espere no mínimo 15 minutos para poder escová-los.
- Não beba muito refrigerante, pois eles agridem os dentes.
- Visite seu dentista regularmente, o recomendável é visitá-lo a cada seis meses.

 Diminuir o consumo de açúcar e de alimentos que grudam nos dentes;

 Preferir um creme dental com flúor sempre que escovar os dentes;

 Comer 1 maçã depois da refeição para limpar os dentes;

 Comer 1 fatia de queijo amarelo como cheddar, por exemplo para normalizar o


pH da boca, protegendo os dentes das bactérias que causam cáries;

 Ter sempre um chiclete sem açúcar por perto porque a mastigação estimula a


salivação e esta protege os dentes porque não permite que as bactérias
produzam o ácido que corroem os dentes. 

 Passar o fio dental e enxaguante bucal, principalmente antes de dormir, e se


usar aparelho, sempre depois de comer.
Referencias bibliografia.

 https://beduka.com
 https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-odontol
%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-dentais-comuns/c%C3%A1rie
 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4327636/
 https://www.tuasaude.com/carie-dentaria/
 https://www.portaldoaluno.bdodonto.com.br/atualiza/portalaluno/aulas/
cariedental.pdf
 https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/1/
unidades_casos_complexos/unidade27/unidade27_ft_etiologia.pdf

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