Você está na página 1de 2

HARDTOPICS TRAUMA: AVALIAÇÃO INICIAL

O QUE CAI?
Casos com várias informações, perguntando sobre conduta e priorização do atendimento.

TRIAGEM
Trauma é a principal causa de óbito no Brasil de 1-40 anos com distribuição trimodal
1º em segundos a minutos após o trauma. 50% dos óbitos; relacionados a lesões no coração, aorta,
medula e sistema respiratório. Só conseguimos prevenir.
2º em minutos a horas após o trauma. 30% dos óbitos; relacionados a lesões no abdome, tórax e TCE.
Aqui conseguimos atuar! É o foco do ATLS – fazer a diferença na “golden hour”.
3º após 24h do trauma. Relacionados a complicações como infecções e embolia pulmonar

MÚLTIPLAS VÍTIMAS

QUAL DOENTE TEM PRIORIDADE NO ATENDIMENTO?


hospital com capacidade de atender todos os doentes. Devemos começar com os mais graves (risco
iminente de óbito)
hospital sem capacidade de atender todos os doentes. Devemos começar com o menos grave, com
maior chance de sobreviver

ABCDE
Sempre manter o foco no ABCDE, pois avaliaremos inicialmente o que leva o paciente ao óbito primeiro.
Nunca esquecer a regra: diagnosticar e tratar! Na dúvida começaremos novamente o ABCDE

A - VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL.


como avaliar. Se o paciente fala, as vias aéreas estão pérvias, passaremos para o B.
Se não fala, usaremos o ver, ouvir e sentir como avalia. Manobras “chin lift” e “jaw thrust”.
indicações de via aérea definitiva. Apneia, insuficiência respiratória com dificuldade de manutenção de
saturação, glasgow ≤ 8, risco de broncoaspiração, iminência de obstrução de via aérea (queimadura de face
e hematoma cervical em expansão).
forma via aérea inicial. Intubação orotraqueal (IOT).
indicação de via aérea cirúrgica. Se IOT impossível: trauma maxilofacial, distorção anatômica do
pescoço, visualização de prega vocal impossibilitada por sangue ou edema.
via aérea cirúrgica mais indicada. Cricotireoidostomia cirúrgica

01
HARDTOPICS TRAUMA: AVALIAÇÃO INICIAL

O QUE CAI?
cuidado. Crico cirúrgica não deve ser realizada em crianças – realizamos a crico por punção de forma transitória
até a realização da traqueostomia. A traqueostomia não deve ser utilizada na emergência como primeira opção;
mesmo na fratura de laringe podemos tentar a IOT com cuidado, e na impossibilidade realizamos a traqueostomia.
B – RESPIRAÇÃO
como avaliar. Exame físico do tórax – inspeção, palpação, percussão e ausculta.
armadilhas. Pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto e hemotórax maciço

C– CIRCULAÇÃO
como avaliar. Coloração da pele, frequência cardíaca, pressão arterial, enchimento capilar periférico,
avaliar grau de choque.
causa do choque. Pensar inicialmente em choque hipovolêmico por hemorragia.
local do sangue. Tórax, abdome, pelve (fratura de bacia), fratura de ossos longos bilaterais ou na cena do
trauma (sangramento externo).
conduta. Acesso periférico de grosso calibre, infusão de 1L de ringer lactato aquecido. Localizar o
sangramento para “fechar a torneira”
choque grau 1. Sem sintomas = apenas cristaloide.
choque grau 2. Taquicardia, pode ter hipotensão postural = apenas cristaloide.
choque grau 3. Hipotensão mantida = cristaloide + hemotransfusão.
choque grau 4. Regra dos 4 (perdeu mais de 40% da volemia, FC>140, FR>40) = cristaloide +
hemotransfusão (iniciar com O negativo), utilizar o ácido tranexâmico até 3h após o trauma.

avaliação da resposta. Melhora dos parâmetros clínicos e débito urinário por sondagem vesical -
>0,5ml/kg/h no adulto e 1ml/kg/h na criança.

D – NEUROLÓGICO
como avaliar. Escala de glasgow + avaliação de pupilas (glasgow-p).

E– EXPOSIÇÃO E PREVENÇÃO DE HIPOTERMIA.


como avaliar. Cortar a roupa, rodar em bloco para avaliar o dorso, aquecimento ativo com cobertores e
infusão de soro aquecido.
cuidado. Evitar a tríade letal: hipotermia + acidose + coagulopatia

EXAME SECUNDÁRIO

Avaliação completa e detalhada, “tubos e dedos em todos os orifícios”, sondagens, exames laboratoriais e de
imagem.
RX do trauma. Tórax AP, bacia AP, cervical AP e perfil
reavaliações. Na dúvida, reiniciamos o ABCDE.

02

Você também pode gostar