Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Trauma - Aula 01
Prof. Gabriel Aquino
Referência Bibliográfica
DEFINIÇÃO
Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é o atendimento emergencial proporcionado em
ambiente extra-hospitalar a vítimas de traumas (acidentes de trânsito, industriais,
aéreos), da violência nas cidades (FAF/FAB), de males súbitos (cardiológicos,
neurológicos) ou de distúrbios psiquiátricos, objetivando-se sua estabilização clínica
no local do acidente e, em seguida, sua remoção para uma unidade hospitalar
compatível e condizente com o quadro apresentado pela vítima.
Sua estruturação deve atender ao preceito básico de salvar vidas, buscando:
a) Melhor resposta às necessidades do paciente crítico.
b) Melhor resposta às demandas encontradas no local.
Entendemos por trauma qualquer lesão caracterizada por uma alteração estrutural
fisiológica resultante da ação de um agente externo que causou a exposição da vítima a
determinadas energias, sejam mecânicas, térmicas ou elétricas.
Classificação usual:
Avaliação da cena
Assegurar-se de que a cena é segura para a equipe e o paciente, bem como considerar cuidadosamente
a natureza exata da situação.
Objetivos:
Avaliar as condições do paciente
Reanimar e estabilizar as prioridades
Passagem Livre
Obstrução Total
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
• Inclinação da cabeça / elevação do mento (Head tilt/Chin lift): é um procedimento usado para
evitar que a língua obstrua as vias aéreas superiores. posicionar uma das mãos na testa da
pessoa e a outra abaixo do queixo, fazendo ligeira hiperextensão do pescoço e elevação do
mento. É indicada em situações de emergências clínicas na ausência de trauma.
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
a) 1 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3
c) 2 – 3 – 1
d) 3 – 2 – 1
Cânula orofaríngea (cânula de guedel)
Estabelecer medidas para permeabilidade
A – Vias Aéreas e Coluna cervical Quando há disponível, o tratamento pode ser por
meios mecânicos (cânula oro ou nasofaríngea, dispositivo supraglótico, intubação
endotraqueal, entre outros).
A cânula orofaríngea (Guedel) é um dispositivo utilizado para o manejo das vias aéreas. Ela evita que a base da língua
de pacientes inconscientes obstrua a orofaringe, permitindo uma melhor oxigenação. Sobre esse dispositivo, analise
as afirmativas a seguir.
I. Esse dispositivo não deve ser usado em vítimas conscientes, pois pode induzir vômitos e aspiração de líquidos
gástricos.
II. A cânula de Guedel deve ser inserida invertida em crianças, a fim de evitar possíveis danos ao palato.
III. A seleção do tamanho adequado para a vítima deve ser estimada pela distância entre a rima labial e o lobo da
orelha ou o ângulo da mandíbula.
a) I e III.
b) II.
c) I.
d) III
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
• Princípios : Considerar TRM em todo traumatizado, (principalmente nos TCE e nas lesões
acima da clavícula.)
• Checar responsividade : Sim? Não? = Risco a vida? = ABC
• Risco a vida = intervenção imediata *
• Estabelecer medidas para permeabilidade Procedimentos de Suporte Básico
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
• Todo paciente traumatizado deve receber suporte ventilatório apropriado
com oxigênio suplementar para garantir que a hipóxia seja corrigida ou
completamente prevenida.
• Inspecionar a região cervical verificando se há desvio da traqueia, turgência
jugular, crepitação e escoriações.
• Colocar o colar cervical, prancha e os coxins laterais.
B – Respiração (Ventilação E Oxigenação)
Princípios:
Controle de sangramentos;
Avaliação do estado hemodinâmico;
Reposição de volume (SAV).
P P – PULSOS
PERIFÉRICOS
CHEIOS; FILIFORMES; AUSENTES; RÍTMICOS; ARRÍTMICOS;
TAQUICÁRDICOS; BRADICÁRDICOS
(__)Quando o sangue é vermelho vivo, claro (com bastante oxigênio) e flui em jatos rápidos e fortes, é sinal de que
uma veia foi rompida.
(__)Quando ocorre o rompimento de um capilar, há pouca perda de sangue. Isso porque os capilares são pequenos
vasos sanguíneos.
(__)Quando o sangue é escuro, quase roxo (com pouco oxigênio) e flui de forma lenta e contínua, com uma
intensidade geralmente menor, é sinal de que uma artéria foi rompida.
(__)Nesse tipo de hemorragia, o sangue que sai dos vasos extravasa a pele e, assim, pode ser visto. Na maioria dos
casos, deve ser interrompido em um período de 5 a 10 minutos, aplicando-se os procedimentos corretos de primeiros
socorros.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA dos itens acima, de cima para baixo:
A) F, F, V, V.
B) F, V, V, F.
C) F, V, F, V.
D) V, F, V, F.
E) V, V, F, F.
No atendimento a um paciente com sangramento importante ocasionado por ferimento no membro
inferior direito, a primeira conduta recomendada é:
A) compressão direta no local;
B) aplicação de torniquete;
C) elevação do membro;
D) pressão de pontos arteriais;
E) aplicação de gelo no local.
Hemorragia é a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca, etc;
ela pode ser também, interna, resultante de um traumatismo. “O sangramento mais comum, que acontece
no dia-a-dia, geralmente, devido a pequenos cortes ou escoriações, em que apenas os pequenos vasos
que chegam até a superfície do corpo” é chamado de:
A) Hemorragia Arterial.
B) Hemorragia Capilar.
C) Hemorragia Venosa.
D) Hemorragia Externa.
E) Hemorragia Interna.
C – Circulação
Quando se refere à perda sanguínea por quantidade, o choque hemorrágico pode ser
dividido em quatro classes:
D - Exame neurológico - DISABILITY - INCAPACIDADES
Princípios:
Rebaixamento de consciência = < Perfusão cerebral ou trauma direto =
Reavaliação ventilatória e circulatória.
Avaliação do estado neurológico:
a) Anisocóricas são aquelas que possuem o mesmo diâmetro e reagem igualmente à luz.
b) Isocóricas uma pupila maior do que a outra provável lesão no cérebro.
c) Midríase – dilatadas, pouca luz, anóxia ou hipóxia severa, inconsciência, estado de choque, parada
cardíaca, hemorragia e TCE.
d) Miose - contraídas e reagem com a luz lesão no SNC ou uso de drogas.
Escore de Trauma Revisado (RTS)
• Escala Revisada de Trauma - RTS - Avalia a gravidade do trauma através da repercussão sobre a função
circulatória, respiratória e neurológica. Método mundialmente aceito (ATLS, PHTLS).
• Utilizada no APH com a finalidade de auxiliar na triagem para o hospital de destino
• No RTS são analisados três parâmetros: avaliação neurológica pela Escala de Coma de Glasgow (ECG),
avaliação hemodinâmica pela pressão arterial sistólica (PAS) e frequência respiratória (FR)
• São 3 indicadores:
0 - 4 pontos pressão arterial sistólica
0 - 4 pontos frequência respiratória
0 - 4 pontos escala de coma de Glasgow
sobre a pontuação:
Executar a checagem dos sinais vitais e pontuar
Pontuar indicadores em separado e somar Total : 0 a 12 pontos.
Queda dos 3 indicadores = sinal de alerta
VAMOS A PRÁTICA
• Para exemplificar a utilização do RTS, um paciente vítima de atropelamento que dá entrada no serviço de
emergência, consciente, orientado (E.C.G = 15), com PA = 150x100 mmHg, FC = 110 bpm e FR = 34 ipm,
tem atribuído a essas variáveis, pela Tabela
os seguintes valores:
• E.C.Gv = 4
• PASv =4
• FRv = 3
Sobre a decisão de triagem:
RTS = 12:
• Parâmetros próximos da normalidade.
• Discretas alterações fisiológicas
• 99,5% de probabilidade de sobreviver => Hospital Secundário
RTS = 11:
• Moderadas alterações fisiológicas
• 96,9% de probabilidade de sobreviver
• alta sensibilidade à vítimas com lesões fechadas e com parâmetros em compensação
⇒ Hospital secundário ? Hospital terciário ?
RTS < ou = 10:
• importantes alterações fisiológicas
• mais de 10% de probabilidade de morrer
• alta especificidade à vítimas com lesões graves
=> Hospital terciário
Exposição e exame físico – com controle de hipotermia
Só é realizado se o exame dos ABC estiver completo e a vítima reanimada.
Avaliação Secundária
Consiste no processo organizado e sistematizado para identificar outras lesões
que não foram visualizadas na avaliação primária e tratar as condições que não
ameaçam a vida.
É realizado o exame físico minucioso, no sentido cefalopodal, e a aferição dos
sinais vitais, além de outros parâmetros obtidos por monitoramento.
O tempo de realização da avaliação secundária varia conforme a situação. Em
APH, pacientes graves devem ser transportados rapidamente para o hospital e,
nessas situações, para não retardar a saída do local da ocorrência, a avaliação
secundária poderá ser realizada na ambulância ou no hospital.
Histórico
São informações obtidas rapidamente com a vítima, familiares e/ou testemunhas por meio
do método mnemônico
SAMPLA:
S – sintomas: “O que está sentindo?” ou “Como se sente?”
A – alergias: “Tem alergia a algum medicamento ou substância?”
M – medicamentos: “Faz uso de algum medicamento?”
P – passado médico: “Tem alguma doença? Cirurgias pregressas? Gravidez?”
L – líquidos e alimentos ingeridos: “Em qual horário se alimentou pela última vez?”
A – ambiente e acontecimentos do evento: “Lembra-se do que aconteceu?”
Exame físico
Proceder à exposição parcial de cada segmento corporal para identificar lesões, prevenindo a
hipotermia e preservando a privacidade do paciente.
Aferição quantitativa e qualitativa dos sinais vitais
Os parâmetros vitais variam rapidamente e, por isso, requerem avaliação contínua.
São aferidos manualmente ou por monitoramento quanto a:
Pulso: verificar frequência, ritmo e amplitude
Respiração: verificar frequência, ritmo, amplitude, simetria e ruídos, por meio da ausculta pulmonar.
A oximetria ≥ 94% é importante indicador da patência das vias respiratórias, da boa respiração e
circulação.
Pressão arterial: utilizar aparelhos com manguito adequado para faixa etária e circunferência do braço.
Pele: verificar temperatura, cor, perfusão e umidade. No APH é possível verificar rapidamente e estimar a
temperatura relativa somente ao tocar a pele do paciente, sem utilizar o termômetro para precisar o
valor, em caso de normotermia. Quanto à coloração e umidade, a pele é considerada normal se rosada e
seca; palidez, cianose e umidade podem indicar má circulação/oxigenação. Considera-se boa perfusão se
o tempo de reenchimento capilar for < 2 s e hipoperfusão, se > 2 s
Dor: aplicar a escala adequada à condição da pessoa, para orientar indicação de analgesia e sedação,
quando possível, conforme protocolo institucional.
Exposição e Exame físico
Cabeça e couro cabeludo: lacerações, contusões, fraturas, sangramentos, lesões penetrantes, etc FAB
encravamento
Face : lacerações, contusões, fraturas, sangramentos, lesões penetrantes e nos olhos, etc.
Coluna cervical e pescoço: Ênfase para a detecção de enfisema SC, desvio ou fratura de traquéia
Avaliar o dorso Tórax : lacerações, contusões, fraturas de costelas e clavícula, sangramentos, lesões
penetrantes, etc. Ausculta.
Abdome: busca de lesões aparentes e/ou presença de dor. Fraturas de pelve e das últimas costelas.
Atenção para o períneo. Sangue?
MMII e MMSS: lesões de tecido abertas ou fechadas, deformidades, fraturas,
dor.
Obrigado e Forte abraço!
Prof. Gabriel Aquino