Você está na página 1de 70

Assistência de Enfermagem no

Trauma - Aula 01
Prof. Gabriel Aquino
Referência Bibliográfica
DEFINIÇÃO
Atendimento Pré-Hospitalar (APH) é o atendimento emergencial proporcionado em
ambiente extra-hospitalar a vítimas de traumas (acidentes de trânsito, industriais,
aéreos), da violência nas cidades (FAF/FAB), de males súbitos (cardiológicos,
neurológicos) ou de distúrbios psiquiátricos, objetivando-se sua estabilização clínica
no local do acidente e, em seguida, sua remoção para uma unidade hospitalar
compatível e condizente com o quadro apresentado pela vítima.
Sua estruturação deve atender ao preceito básico de salvar vidas, buscando:
a) Melhor resposta às necessidades do paciente crítico.
b) Melhor resposta às demandas encontradas no local.

O APH é realizado por profissionais treinados, como técnicos de enfermagem,


enfermeiros, médicos e militares do Corpo de Bombeiros, que estão subdivididos em
Equipe de Salvamento, Equipe de Suporte Básico à Vida (SBV) e Equipe de Suporte
Avançado (SAV).
O TRAUMA E TODO O SEU ENVOLVIMENTO

Entendemos por trauma qualquer lesão caracterizada por uma alteração estrutural
fisiológica resultante da ação de um agente externo que causou a exposição da vítima a
determinadas energias, sejam mecânicas, térmicas ou elétricas.

As mortes por traumas destacam-se nos índices de morbidade do país, ocupando a


segunda posição geral no ranking, perdendo apenas para as mortes causadas por
doenças cardiovasculares e neoplasias. No entanto, é possível que os traumas sejam a
maior causa de morte de indivíduos entre 30 e 40 anos.
A cinemática do trauma tem como objetivo estabelecer a identificação precoce de
possíveis lesões, com base na avaliação e análise da cena para direcionar e qualificar o
atendimento dos profissionais de emergência à vítima de trauma (COSTA et 01., 2020).

Classificação usual:

• Fechado - colisão de moto ou carro, atropelamento, queda, violência interpessoal.


• Aberto ou penetrante - FAF e FAB
Vejamos algumas orientações importantes sobre a avaliação da cena, de acordo com o PHTLS (2021):

Avaliação da cena
Assegurar-se de que a cena é segura para a equipe e o paciente, bem como considerar cuidadosamente
a natureza exata da situação.

Avaliação de cada doente


Inclui uma forma inicial de triagem, de modo que os doentes mais graves sejam avaliados primeiro, com
ênfase em: condições que possam resultar em perdas de vida e/ou de membros.

Situações de catástrofe ou incidente com múltiplas vítimas


A decisão sempre é salvar o máximo de vidas. Porém, quando os recursos disponíveis não são suficientes
para as necessidades de todas as vítimas presentes, esses recursos devem ser usados para as vítimas
que têm mais chances de sobreviver.
Atendimento inicial ao traumatizado:

Objetivos:
Avaliar as condições do paciente
Reanimar e estabilizar as prioridades

Condições que levam a morte rapidamente:


Hipóxia
Hemorragia
Hipotermia
Politraumatizado
Indivíduo que apresenta mais de uma lesão decorrente de trauma, em
diferentes segmentos corporais.
Abordagem primária

Engloba a identificação e o manejo das situações de ameaça à vida.


A abordagem primária é realizada em duas fases: abordagem primária rápida e
abordagem primária completa.
a) Abordagem primária rápida: é a avaliação sucinta da respiração, circulação e
nível de consciência. Deve ser completada em no máximo 30 segundos, realizando-se
uma rápida identificação do risco de morte, o início do suporte básico de vida (SBV) e
o desencadeamento de recursos de apoio, tais como médico no local e condições para
o transporte.
b) Abordagem primária completa: observa-se uma sequência fixa de passos
estabelecida cientificamente. Para facilitar a memorização, convencionou-se usar o
termo “XABCDE do trauma" para designar essa sequência de passos. O acrônimo
contém as primeiras letras das palavras (em inglês) que definem cada um dos passos.
Qual o primeiro passo ao se deparar com uma situação de emergência?
Verifique a segurança do local e sinalize o local do
acidente.
A segurança do socorrista vem sempre em primeiro
lugar, afinal sem socorrista não há socorro. Além
disso, o socorrista deve estar corretamente
paramentado.
Posto isso, inicia-se o protocolo sistematizado para
abordagem do paciente, que foi disposta de modo a
averiguar-se primeiro o que tem maior chance de
matar o paciente.
O XABCDE é um mnemônico que padroniza o atendimento inicial ao paciente
politraumatizado e define prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de
padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os
passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma.
ANÁLISE PRIMÁRIA

Empregar o método XABCDE, derivado do conceito de avaliação:


X – Controle de Hemorragia Externa Grave
A – airway (vias aéreas) + estabilização de coluna cervical;
B – breathing (respiração);
C – circulation (circulação);
D – disability (alteração neurológica);
E – exposition (exposição do paciente para a análise secundária).
Hemorragias Exsanguinolentas

No X, há a contenção de hemorragia externa grave, a abordagem a esta, deve ser antes


mesmo do manejo das vias aéreas uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução
das vias áreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais
mata no trauma são as hemorragias graves.
Constata-se que o atendimento inicial ao paciente vítima de trauma requer uma avaliação
rápida das lesões, bem como a instituição de medidas terapêuticas de vida, sendo desejável
uma abordagem de forma sistematizada. Sendo assim, de acordo com o PHTLS, assinale a
alternativa CORRETA que representa o ABCDE da avaliação primária:
A) A: Manutenção das vias aéreas com proteção da coluna cervical; B: Respiração e ventilação;
C: Circulação com controle de hemorragia; D: Disfunção neurológica; E: Exposição e controle
do ambiente.
B) A: Alergias; B: Respiração e ventilação; C: Condições cardiorrespiratórias; D: Disfunção
neurológica; E: Exposição e controle do ambiente.
C) A: Manutenção das vias aéreas; B: Boa comunicação; C: Controle de cervical; D: Disfunção
neurológica; E: Exposição e controle do ambiente.
D) A: Manutenção das vias aéreas com proteção da coluna cervical; B: Respiração e ventilação;
C: Presença de choque; D: Disfunção neurológica; E: Exame físico completo.
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
Objetivo: manter a permeabilidade das vias aéreas.

• Pacientes gravemente feridos podem apresentar obstrução de vias aéreas ou


ventilação inadequada levando à hipóxia e a morte em minutos.
• Deve-se estabelecer uma via aérea permeável, considerando a possibilidade
de lesão na coluna cervical, um movimento agressivo pode ocasionar ou
agravar o dano neurológico deste paciente.
• Deve-se também manter a cabeça e o pescoço na posição neutra durante
todo o processo de avaliação.
A – Vias Aéreas e Coluna cervical

Atendimento inicial das vias aéreas:


Controle da coluna cervical: imobilização manual, alinhamento
Correção da queda da língua: manobras manuais
Visualização da cavidade oral: próteses, alimentos
Aspiração: preferência para sonda rígida
Manutenção: cânula de Guedel
Oxigênio suplementar
Via aérea definitiva?
GARANTIR PERVIEDADE DAS VIAS AÉREAS
ABERTURA MANUAL DISPOSITIVOS BÁSICOS DISPOSITIVOS AVANÇADOS

JAW THRUST VIA AÉREA EXTRAGLÓTICA


ASPIRAÇÃO
CHIN LIFT MÁSCARA LARÍNGEA
CÂNULA
HEAD TILT & CHIN LIFT OROFARÍNGEA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL
CÂNULA DE GUEDEL
TÉCNICAS TRANSTRAQUEAIS
CÂNULA NASOFARÍNGEA
CRICO POR PUNÇÃO
CRICO CIRÚRGICA
A – Vias Aéreas e Coluna cervical

Inspeção prévia da cavidade oral:


Antes de efetuar a abertura das vias aéreas inspecione a cavidade oral, pois se houver
presença de vômitos, secreções ou corpos estranhos estes poderão obstruí-las após a
manobra aplicada.
Remoção de corpos estranhos visíveis:
Visualizar rapidamente a cavidade oral e retirar corpos estranhos, quando visíveis e
alcançáveis, manualmente ou com auxílio de pinça longa. Remover secreções, sangue, resíduos
de conteúdo gástrico e restos alimentares da via respiratória com sonda de aspiração do tipo
flexível, em emergências clínicas, ou de ponta rígida, principalmente em situações de trauma
de face ou trauma cranioencefálico (TCE).
Para abrir as vias aéreas, no atendimento pré-hospitalar, é correto afirmar:

a) Hiperextensão da cabeça quando houver evidências de trauma;


b) Inspecionar cavidade oral, retirar corpo estranho, prótese.
c) Pacientes inconscientes NÃO utilizar cânula de guedel.
d) Aspirar todos os pacientes vítimas de trauma.
A – Vias Aéreas e Coluna cervical

• Se a vítima estiver INCONSCIENTE terá, naturalmente, um problema de vias aéreas. A língua


pode ser um fator de obstrução respiratória que figura dentre as principais causas de morte.
Será necessário efetuar manobras que permitam o afastamento da língua da laringe
• Deve fazer a liberação das vias aéreas e estabilização da coluna cervical
• Procedimentos de Suporte Básico Fonte: PHTLS manobra de inclinação de cabeça e elevação
do queixo (Chin lift) e estabilização da coluna cervical (Jaw trust).

Passagem Livre

Obstrução Total
A – Vias Aéreas e Coluna cervical

• Inclinação da cabeça / elevação do mento (Head tilt/Chin lift): é um procedimento usado para
evitar que a língua obstrua as vias aéreas superiores. posicionar uma das mãos na testa da
pessoa e a outra abaixo do queixo, fazendo ligeira hiperextensão do pescoço e elevação do
mento. É indicada em situações de emergências clínicas na ausência de trauma.
A – Vias Aéreas e Coluna cervical

• Manobra de propulsão da mandíbula (jaw-thrust): permite ao socorrista abrir as vias aéreas


com pouco ou nenhum movimento da cabeça e da coluna cervical. posicionar os dedos
médios e indicadores no ângulo da mandíbula, projetando-a para frente, enquanto os
polegares deprimem o lábio inferior, abrindo a boca para verificar a presença de corpos
estranhos, próteses dentárias, sangramento e outros, que podem obstruir as vias
respiratórias superiores. É indicada em situações de trauma, para evitar lesão
vertebromedular, ao manter a estabilização da cabeça e o controle da coluna cervical.
Chin-Lift, Jaw-Trust e manobra de Heimlich são técnicas elementares para a liberação das vias aéreas, sem uso de
equipamentos. Correlacione as colunas e assinale a alternativa correta.
1- Chin-Lift
2- Jaw-Trust
3- Manobra de Heimlich
( ) subluxação da mandíbula. É utilizada com eficácia nos clientes com suspeita de lesão de coluna cervical.
( ) método que estimula a tosse artificialmente por meio de compressões abdominais.
( ) inclinação da cabeça para trás com elevação do queixo.

a) 1 – 3 – 2
b) 2 – 1 – 3
c) 2 – 3 – 1
d) 3 – 2 – 1
Cânula orofaríngea (cânula de guedel)
Estabelecer medidas para permeabilidade
A – Vias Aéreas e Coluna cervical Quando há disponível, o tratamento pode ser por
meios mecânicos (cânula oro ou nasofaríngea, dispositivo supraglótico, intubação
endotraqueal, entre outros).
A cânula orofaríngea (Guedel) é um dispositivo utilizado para o manejo das vias aéreas. Ela evita que a base da língua
de pacientes inconscientes obstrua a orofaringe, permitindo uma melhor oxigenação. Sobre esse dispositivo, analise
as afirmativas a seguir.

I. Esse dispositivo não deve ser usado em vítimas conscientes, pois pode induzir vômitos e aspiração de líquidos
gástricos.
II. A cânula de Guedel deve ser inserida invertida em crianças, a fim de evitar possíveis danos ao palato.
III. A seleção do tamanho adequado para a vítima deve ser estimada pela distância entre a rima labial e o lobo da
orelha ou o ângulo da mandíbula.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I e III.
b) II.
c) I.
d) III
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
• Princípios : Considerar TRM em todo traumatizado, (principalmente nos TCE e nas lesões
acima da clavícula.)
• Checar responsividade : Sim? Não? = Risco a vida? = ABC
• Risco a vida = intervenção imediata *
• Estabelecer medidas para permeabilidade Procedimentos de Suporte Básico
A – Vias Aéreas e Coluna cervical
• Todo paciente traumatizado deve receber suporte ventilatório apropriado
com oxigênio suplementar para garantir que a hipóxia seja corrigida ou
completamente prevenida.
• Inspecionar a região cervical verificando se há desvio da traqueia, turgência
jugular, crepitação e escoriações.
• Colocar o colar cervical, prancha e os coxins laterais.
B – Respiração (Ventilação E Oxigenação)

Nessa etapa, sua preocupação deve ser a ventilação e a respiração do seu


paciente, pois, caso algo esteja afetando esses dois processos, pode acontecer,
por exemplo, um quadro severo de hipoxemia e acidose metabólica, os quais
podem ser negativos para a sobrevida da pessoa.
A frequência da ventilação pode variar, gerando quadros desde apneicos até
taquipneicos.
Avaliação do estado respiratório:
INSPEÇÃO: expansibilidade e simetria, presença de lesões, hematomas,
fraturas...
AUSCULTA: fluxo de ar (pneumotórax, hemotórax)
PERCUSSÃO: ar? Sangue?
PALPAÇÃO: lesões de parede? Tórax instável?
Isso é importante, porque permite que você encontre achados capazes de
indicar problemas, como: pneumotórax hipertensivo, tórax instável, hemotórax
maciço e pneumotórax aberto, todos com grande potencial de prejudicar a
ventilação e a respiração do seu paciente.
B – Respiração (Ventilação E Oxigenação)

Manutenção do controle da coluna cervical


Vias aéreas pérveas
Oxigênio suplementar *
Oximetria : “é reflexo de vias aéreas pérveas e de boa respiração e circulação.”
SPO2 >95% = paO2 70mmHg
Correção do pneumotórax aberto

CURATIVO DE 3 PONTAS :https://www.instagram.com/p/Cd5ckBaLSvl/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==


Outros procedimentos:
Circulação com Controle de Hemorragias

No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros


de análise. A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do
foco. A Hemorragia é a principal causa de morte no trauma.
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas,
grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se
investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais
pontos de hemorragia interna no trauma (pelve, abdomem e membros
inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia como tempo de enchimento
capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento do nível e
qualidade de consciência.
Circulação com Controle de Hemorragias

Princípios:
Controle de sangramentos;
Avaliação do estado hemodinâmico;
Reposição de volume (SAV).

Avaliação do estado hemodinâmico:


Nível de consciência: alterado? Normal?
Coloração da pele: acinzentado, pálido, cianótico?
Pulso: simetria, qualidade, frequência e regularidade
Rapido e filiforme: hipovolemia provável
Irregular: deteorização cardíaca
Ausente: reanimação imediata
H H - HEMORRAGIAS
EXTERNAS E INTERNAS
HEMORRAGIAS INTERNAS:
1. TÓRAX; 2. ABDOME; 3. PELVE; 4. OSSOS LONGOS

P P – PELE QUENTE; FRIA; SECA; PEGAJOSA;


COLORAÇÃO (ROSADA; PÁLIDA; CIANÓTICA)

P P – PULSOS
PERIFÉRICOS
CHEIOS; FILIFORMES; AUSENTES; RÍTMICOS; ARRÍTMICOS;
TAQUICÁRDICOS; BRADICÁRDICOS

P P – PERFUSÃO TEMPO DE ENCHIMENTO CAPILAR (TEC)


< 2S OU >2S?
As hemorragias podem ser
classificadas como arteriais ou
venosas, e , para fins de
primeiros socorros , externa ou
interna.
Hemorragia externa: é quando ocorre
ferimento aberto, onde o sangue é
eliminado para o exterior do
organismo.
As hemorragias podem ser
classificadas como arteriais ou
venosas, e , para fins de primeiros
socorros , externa ou interna.
Hemorragia interna: é quando há lesão de um
órgão interno e sangue se acumula em uma
cavidade do organismo, como – cavidade
abdominal, pleura, pericárdio, meninges ou
difunde nos interstícios dos tecidos, geralmente
não é visível.
Com base na hemorragia externa, marque V, para verdadeiro, ou F, para falso:

(__)Quando o sangue é vermelho vivo, claro (com bastante oxigênio) e flui em jatos rápidos e fortes, é sinal de que
uma veia foi rompida.
(__)Quando ocorre o rompimento de um capilar, há pouca perda de sangue. Isso porque os capilares são pequenos
vasos sanguíneos.
(__)Quando o sangue é escuro, quase roxo (com pouco oxigênio) e flui de forma lenta e contínua, com uma
intensidade geralmente menor, é sinal de que uma artéria foi rompida.
(__)Nesse tipo de hemorragia, o sangue que sai dos vasos extravasa a pele e, assim, pode ser visto. Na maioria dos
casos, deve ser interrompido em um período de 5 a 10 minutos, aplicando-se os procedimentos corretos de primeiros
socorros.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA dos itens acima, de cima para baixo:
A) F, F, V, V.
B) F, V, V, F.
C) F, V, F, V.
D) V, F, V, F.
E) V, V, F, F.
No atendimento a um paciente com sangramento importante ocasionado por ferimento no membro
inferior direito, a primeira conduta recomendada é:
A) compressão direta no local;
B) aplicação de torniquete;
C) elevação do membro;
D) pressão de pontos arteriais;
E) aplicação de gelo no local.
Hemorragia é a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como nariz, boca, etc;
ela pode ser também, interna, resultante de um traumatismo. “O sangramento mais comum, que acontece
no dia-a-dia, geralmente, devido a pequenos cortes ou escoriações, em que apenas os pequenos vasos
que chegam até a superfície do corpo” é chamado de:
A) Hemorragia Arterial.
B) Hemorragia Capilar.
C) Hemorragia Venosa.
D) Hemorragia Externa.
E) Hemorragia Interna.
C – Circulação
Quando se refere à perda sanguínea por quantidade, o choque hemorrágico pode ser
dividido em quatro classes:
D - Exame neurológico - DISABILITY - INCAPACIDADES
Princípios:
Rebaixamento de consciência = < Perfusão cerebral ou trauma direto =
Reavaliação ventilatória e circulatória.
Avaliação do estado neurológico:

Responsividade: método AVDI


Nível de consciência: Escala de Coma de Glasgow
Pupilas : reatividade a luz, tamanho e simetria
Força motora : simetria
D - Exame neurológico - DISABILITY - INCAPACIDADES
Incapacidades análise da responsividade
- AVDI
A: Alerta
V: responde a estímulo Verbal
D: responde a estímulo Doloroso
I: Inconsciente
D - Exame neurológico - DISABILITY - INCAPACIDADES
Incapacidades análise da responsividade
- AVDI
A: Alerta
V: responde a estímulo Verbal
D: responde a estímulo Doloroso
I: Inconsciente
D - Exame neurológico
A escala de coma de Glasgow é utilizada frequentemente para avaliação do estado
neurológico, baseada em três parâmetros:
Melhor abertura ocular: 1 a 4 pontos
Melhor resposta verbal: 1 a 5 pontos
Melhor resposta motora: 1 a 6 pontos
A somatória dos parâmetros varia de 3 a 15 pontos, onde a maior pontuação indica melhor
integridade neurológica e o decréscimo, gradativa deterioração. Com base na somatória da
pontuação, a alteração neurológica é considerada:
Leve: de 13 a 15 pontos
Moderada: de 9 a 12 pontos
Grave: de 3 a 8 pontos.
Para avaliação neurológica mais pormenorizada, aplica-se a Escala de Coma de Glasgow,
utilizando três variáveis, sendo elas:
a) abertura ocular, estímulo doloroso e resposta verbal.
b) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora.
c) orientação, estímulo doloroso e abertura ocular.
d) Resposta motora, orientação e abertura ocular.
Avaliação das pupilas:
Reatividade a luz = fotoreagentes
Tamanho = isocóricas / anisocóricas
Simetria
O nível de consciência de uma pessoa é um fator essencial para que sejam determinadas as
necessidades assistenciais, principalmente daqueles que apresente traumas neurológicos. No contexto
da avaliação neurológica referente as pupilas, em relação ao seu diâmetro, a reatividade e possíveis
diagnósticos, marque a alternativa CORRETA:

a) Anisocóricas são aquelas que possuem o mesmo diâmetro e reagem igualmente à luz.
b) Isocóricas uma pupila maior do que a outra provável lesão no cérebro.
c) Midríase – dilatadas, pouca luz, anóxia ou hipóxia severa, inconsciência, estado de choque, parada
cardíaca, hemorragia e TCE.
d) Miose - contraídas e reagem com a luz lesão no SNC ou uso de drogas.
Escore de Trauma Revisado (RTS)
• Escala Revisada de Trauma - RTS - Avalia a gravidade do trauma através da repercussão sobre a função
circulatória, respiratória e neurológica. Método mundialmente aceito (ATLS, PHTLS).
• Utilizada no APH com a finalidade de auxiliar na triagem para o hospital de destino
• No RTS são analisados três parâmetros: avaliação neurológica pela Escala de Coma de Glasgow (ECG),
avaliação hemodinâmica pela pressão arterial sistólica (PAS) e frequência respiratória (FR)
• São 3 indicadores:
0 - 4 pontos pressão arterial sistólica
0 - 4 pontos frequência respiratória
0 - 4 pontos escala de coma de Glasgow
sobre a pontuação:
Executar a checagem dos sinais vitais e pontuar
Pontuar indicadores em separado e somar Total : 0 a 12 pontos.
Queda dos 3 indicadores = sinal de alerta
VAMOS A PRÁTICA
• Para exemplificar a utilização do RTS, um paciente vítima de atropelamento que dá entrada no serviço de
emergência, consciente, orientado (E.C.G = 15), com PA = 150x100 mmHg, FC = 110 bpm e FR = 34 ipm,
tem atribuído a essas variáveis, pela Tabela

os seguintes valores:
• E.C.Gv = 4
• PASv =4
• FRv = 3
Sobre a decisão de triagem:
RTS = 12:
• Parâmetros próximos da normalidade.
• Discretas alterações fisiológicas
• 99,5% de probabilidade de sobreviver => Hospital Secundário
RTS = 11:
• Moderadas alterações fisiológicas
• 96,9% de probabilidade de sobreviver
• alta sensibilidade à vítimas com lesões fechadas e com parâmetros em compensação
⇒ Hospital secundário ? Hospital terciário ?
RTS < ou = 10:
• importantes alterações fisiológicas
• mais de 10% de probabilidade de morrer
• alta especificidade à vítimas com lesões graves
=> Hospital terciário
Exposição e exame físico – com controle de hipotermia
Só é realizado se o exame dos ABC estiver completo e a vítima reanimada.
Avaliação Secundária
Consiste no processo organizado e sistematizado para identificar outras lesões
que não foram visualizadas na avaliação primária e tratar as condições que não
ameaçam a vida.
É realizado o exame físico minucioso, no sentido cefalopodal, e a aferição dos
sinais vitais, além de outros parâmetros obtidos por monitoramento.
O tempo de realização da avaliação secundária varia conforme a situação. Em
APH, pacientes graves devem ser transportados rapidamente para o hospital e,
nessas situações, para não retardar a saída do local da ocorrência, a avaliação
secundária poderá ser realizada na ambulância ou no hospital.
Histórico
São informações obtidas rapidamente com a vítima, familiares e/ou testemunhas por meio
do método mnemônico
SAMPLA:
S – sintomas: “O que está sentindo?” ou “Como se sente?”
A – alergias: “Tem alergia a algum medicamento ou substância?”
M – medicamentos: “Faz uso de algum medicamento?”
P – passado médico: “Tem alguma doença? Cirurgias pregressas? Gravidez?”
L – líquidos e alimentos ingeridos: “Em qual horário se alimentou pela última vez?”
A – ambiente e acontecimentos do evento: “Lembra-se do que aconteceu?”
Exame físico
Proceder à exposição parcial de cada segmento corporal para identificar lesões, prevenindo a
hipotermia e preservando a privacidade do paciente.
Aferição quantitativa e qualitativa dos sinais vitais
Os parâmetros vitais variam rapidamente e, por isso, requerem avaliação contínua.
São aferidos manualmente ou por monitoramento quanto a:
Pulso: verificar frequência, ritmo e amplitude
Respiração: verificar frequência, ritmo, amplitude, simetria e ruídos, por meio da ausculta pulmonar.
A oximetria ≥ 94% é importante indicador da patência das vias respiratórias, da boa respiração e
circulação.
Pressão arterial: utilizar aparelhos com manguito adequado para faixa etária e circunferência do braço.
Pele: verificar temperatura, cor, perfusão e umidade. No APH é possível verificar rapidamente e estimar a
temperatura relativa somente ao tocar a pele do paciente, sem utilizar o termômetro para precisar o
valor, em caso de normotermia. Quanto à coloração e umidade, a pele é considerada normal se rosada e
seca; palidez, cianose e umidade podem indicar má circulação/oxigenação. Considera-se boa perfusão se
o tempo de reenchimento capilar for < 2 s e hipoperfusão, se > 2 s
Dor: aplicar a escala adequada à condição da pessoa, para orientar indicação de analgesia e sedação,
quando possível, conforme protocolo institucional.
Exposição e Exame físico
Cabeça e couro cabeludo: lacerações, contusões, fraturas, sangramentos, lesões penetrantes, etc FAB
encravamento
Face : lacerações, contusões, fraturas, sangramentos, lesões penetrantes e nos olhos, etc.
Coluna cervical e pescoço: Ênfase para a detecção de enfisema SC, desvio ou fratura de traquéia
Avaliar o dorso Tórax : lacerações, contusões, fraturas de costelas e clavícula, sangramentos, lesões
penetrantes, etc. Ausculta.
Abdome: busca de lesões aparentes e/ou presença de dor. Fraturas de pelve e das últimas costelas.
Atenção para o períneo. Sangue?
MMII e MMSS: lesões de tecido abertas ou fechadas, deformidades, fraturas,
dor.
Obrigado e Forte abraço!
Prof. Gabriel Aquino

Você também pode gostar