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MECANISMO DE INJÚRIA: diz respeito ao que aconteceu. Existe a chamada Regra dos 3
“S”, que inclui: Scene (cena)/cinemática do trauma, Security (segurança) e Situation
(situação). Na situação, a equipe deve analisar o contexto para tentar descobrir o que
aconteceu, o motivo do trauma, informações de quantas vítimas são, qual a idade e sexo das
mesmas, se é necessário mais viaturas ou equipamentos, como as vítimas serão transportadas
etc.
Nesse primeiro momento, as condutas são: obter o máximo de informações antes de
chegar no local, isolar o local, buscar informações no cenário, utilizar os EPIs adequados à
situação, solicitar apoio quando necessário, minimizar riscos aos socorristas, e então iniciar o
atendimento às vítimas.
X: CONTROLE DE HEMORRAGIA SEVERAS: esse passo pode ser realizado logo após o
controle cervical, ou então junto à avaliação da circulação, porém, sempre dentro da avaliação
primária. Ao observa uma grande hemorragia ou sangramento, o método de contenção é a
compressão direta, e, se não funcionar, deve realizar o torniquete. Caso observem-se sinais de
hemorragia interna, o paciente deve ser transportado para o hospital imediatamente.
A hemorragia externa é aquela que ocorre fora do corpo, e na qual o socorrista deverá
avaliar se é uma hemorragia arterial ou venosa. A hemorragia arterial tem um fluxo contínuo
e não muito intenso, e a arterial corresponde aos batimentos cardíacos e tem um esguicho
intermitente. Para realizar a compressão de uma hemorragia externa, o socorrista deve estar
com os equipamentos de segurança adequados, podendo comprimir a artéria que irriga o
membro afetado. Em seguida, realiza um curativo compressivo, que diminui o fluxo
sanguíneo no local. Quando possível, o socorrista deverá elevar o membro afetado em um
nível superior ao do coração. O torniquete só deverá ser realizado caso a compressão direta e
a elevação do membro não funcionarem, em casos de amputações traumáticas ou
esmagamentos, pois limita a circulação sanguínea no local afetado e pode causar amputação
se não houver monitoramento constante.
A hemorragia interna não é visível, mas se deduz pelos sintomas: pulso rápido e fraco,
pele fria, palidez, suor, sede, náuseas e vômitos, sensação de frio, tremores, respiração curta
rápida e irregular, tontura ou inconsciência. As condutas exigidas dos socorristas são:
afrouxar as roupas da vítima, retirar prótese dentária ou qualquer objeto na boca da vítima,
manter a vítima agasalhada, elevar os membros, monitorar pulso e respiração, fornecer
oxigênio (15 L/min), não fornecer líquidos, prevenir o estado de choque e transportar para o
hospital.
A: VIAS AÉREAS. Depois de estabilizar a coluna cervical, o socorrista pede para que a
vítima abra a boca e verifica visualmente se a respiração está ocorrendo ou se tem algo
obstruindo as vias áreas (como algum chiclete, um alimento, sangue, vômito), para proceder
com a desobstrução. Na vítima inconsciente, realiza-se a cânula orofaríngea, que é um
equipamento que precisa ser o tamanho equivalente da distância entre a fenda labial e o lóbulo
da orelha da vítima – por isso o socorrista precisa medir o tamanho certo da cânula e a
introduzir pela boca da vítima até atingir o palato (céu da boca), projetando a língua para
frente e liberando as vias aéreas. Quando não há aceitação da cânula orofaríngea, o socorrista
pode utilizar as manobras de elevação da mandíbula (Chin Lift) ou de tração da mandíbula
(Jaw Thrust), ou então a manobra de Heimlich.
No atendimento pré-hospitalar, a oferta de oxigênio e prevenção da hipóxia tecidual
são passos críticos, que devem ser realizados pela oxigenação dos tecidos e remoção do
dióxido de carbono, por meio da ventilação pulmonar e regulação da ventilação. O manejo
das vias respiratórias pode ser dividido em básico e avançado. O manejo básico consiste na
desobstrução manual das vias aéreas superiores, fazendo uso de cânulas orofarígeas ou
nasofaríngeas e/ou do respirador manual com reservatório e máscara facial (ambu). As
técnicas de manejo avançadas incluem a inserção de dispositivo supraglótico (máscara
laríngea, cânulas de duplo lúmen/combitube), intubação traqueal e cricotireoidotomia
(laringostomia).
Deve-se manter a saturação em 94-98% e o fluxo de até 15 L/minuto. Além disso,
observar complicações como: pacientes em choque, portador de doença crônica, asma,
gravidez, transtorno de ansiedade, obesidade mórbida, doenças neuromusculares e
deformidades da caixa torácica, hemorragias ou traumas crânio-encefálicos.
Nas crianças, também há particularidades. Até os três anos de idade, a língua é maior,
o que favorece o engasgamento (obstrução da via aérea por corpos estranhos) ou, quando
inconsciente, pode ocorrer a obstrução com a própria língua, o que mostra a necessidade de
usar a cânula orofaríngea (Guedel), que deve ser introduzida diretamente sobre a língua, sem
a rotação de 180º, para prevenir lesões nas partes moles da orofaringe.
B: RESPIRAÇÃO. Utiliza-se o método “VOS”: ver, ouvir, sentir, que permite avaliar a
qualidade da respiração, sua velocidade, profundidade, ritmo e som. A respiração lenta é
aquela com menos de 12 repetições por minuto, o que pode indicar a necessidade de
reanimação respiratória e verificação do pulso carotídeo para evitar a parada
cardiorrespiratória. A respiração rápida, que também pode gerar parada, é aquela acima de 30
repetições por minuto. Em ambos os casos, deve-se administrar oxigênio, auscultar o pulmão
para tentar encontrar o motivo da alteração respiratória, e avaliar a necessidade de ventilação
assistida.
Os seguintes itens permitem analisar a qualidade da respiração:
1 FREQUÊNCIA: se está lenta (menos de 12 repetições por min) ou rápida (acima de 30
rep./min.) indicam possibilidade de parada cardiorrespiratória. A frequência normal pode ser
inferida pela observação da elevação do tórax e se o paciente é capaz de falar uma frase
inteira sem dificuldade.
2 RITIMO: pode ser regular ou irregular
3 QUALIDADE: é avaliada também pela observação do paciente, se ele está se
movimentando quando respira, a entrada e a saída de ar suficiente, se a respiração é
SUPERFICIAL ou PROFUNDA. O socorrista deve ainda aproximar-se da boca e nariz da
vítima para avaliar se a respiração é SILENCIOSA ou RUIDOSA.
Nos casos em que a respiração não está adequada, o socorrista deverá OFERTAR
OXIGÊNIO de 12 a 15 litros para os casos em que observar trauma, e entre 02 a 08 litros para
os casos clínicos. Se o doente não estiver respirando (apnéia), deve-se iniciar a ventilação
assistida com ambú enriquecido com oxigênio a 100%.
C: CIRCULAÇÃO. A verificação a circulação se faz pela presença dos pulsos distais, sendo
que na vítima consciente, verifica-se a quantidade e regularidade do PULSO RADIAL, e na
vítima inconsciente verifica-se quantidade e regularidade do PULSO CAROTIDEO. Quando
o pulso carotídeo está ausente, deve-se iniciar o procedimento de reanimação cardíaca.
Quanto ao pulso, o socorrista deve avaliar: a presença, a qualidade e a regularidade. Verifica
inicialmente o pulso radial, se não está presente, pode tentar o pulso carotídeo ou femoral – e
caso estes não estejam presentes, provavelmente o paciente está em parada cardiorrespiratória.
A FREQUÊNCIA pode ser lenta, normal, rápida. O RITIMO pode ser regular ou irregular.
Por fim, a QUALIDADE pode ser de circulação forte e cheio ou fina e fraca.
T – TEMPERATURA: avalia-se a temperatura tocando o dorso da mão do paciente. A
temperatura normal é aquela considera “morna”. A pele fria indica perfusão diminuída,
independentemente da causa. Em pacientes pediátricos, há maior vulnerabilidade à
hipotermia, visto que as crianças estão mais sujeitas à troca de calor com o ambiente.
U – UMIDADE: pele seca indica boa perfusão; já a pele úmida está associada a
choque e à perfusão diminuída. A queda na perfusão é devida ao desvio do sangue por meio
da vasoconstrição periférica para outros órgãos do corpo.
C – COLORAÇÃO: Observa-se ainda a coloração (C) da pele, das unhas e dos lábios,
que indicam se há má oxigenação dos tecidos caso estejam esbranquiçados. A pele torna-se
pálida quando o sangue é desviado de alguma área. A coloração azulada indica oxigenação
incompleta.
P – PERFUSÃO PERIFÉRICA: Após a verificação do pulso, checa-se a perfusão
capilar periférica, sendo que acima de 2 segundos de perfusão capilar significa que não há
oxigenação e circulação adequada. Para essa avaliação, pressiona-se o leito ungueal. A
perfusão adequada produz coloração rosada na pele.