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MÓDULO:

III
PROFESSOR (A): ESP/ Enfº Alvaro Wilssen
DISCIPLINA:
Prestação de Primeiros Socorros em Situações de Urgências e
Emergências

TEMA DE AULA:
ABCDE do trauma
INTRODUÇÃO
A sistematização do atendimento é feita seguindo os passos da
avaliação primária: o ABCDE. Cada letra corresponde à um sistema,
em ordem do que causa morte do paciente mais rapidamente.
As justificativas para que o ABCDE do trauma seja aplicado em todo
o mundo são várias. Dentre elas, a abordagem
sistemática proporciona clareza, e garante que toda a avaliação seja
realizada.
O protocolo ABCDE é pensado para ser rápido. Assim, as lesões mais
graves podem ser tratadas imediatamente, maximizando as chances de
recuperação.

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INTRODUÇÃO

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Antes de
ANÁLISE qualquer
INICIAL coisa, éCOMO
DO TRAUMA: necessário
AVALIARavaliar a IDENTIFICAR
A CENA E cena para afastar possíveis
POSSÍVEIS RISCOS

causas de risco. A segurança do socorrista e da equipe deve ser


preservada.
Deve-se sinalizar a rodovia da cena, afastar possíveis fios de alta tensão.
Após garantir a segurança da cena, toda a equipe deve estar devidamente
paramentada, e só então, aproximar-se para manejo do paciente.
A avaliação da cena também é importante para identificar os mecanismos
de lesão. Observe o cenário e procure por pistas que possam indicar o
mecanismo de lesão. Por exemplo, se houve um acidente de carro, procure
por evidências de impacto ou colisão. Isso pode ajudar a identificar
possíveis lesões.

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AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS

Antes de começar a avaliação, devemos estabilizar a cervical do


paciente com suspeita de trauma com alta energia cinética, em
que há risco de lesão de coluna.
Inicialmente, faça a estabilização manual, em posição neutra.
Em seguida, a colocação do colar cervical deve ser feita,
estimando o tamanho adequado.

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AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS
 Após essa etapa devemos nos apresentar ao paciente e fazer alguma pergunta.
Caso o paciente responda, já consideramos que as vias aéreas estão pérvias.
Em caso de ausência de respostas devemos realizar as manobras Jaw-
Thrust (projeção da mandíbula) e Chin Lift (elevação do mento) para
avaliar presença de corpo estranho.

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AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS
Após analisar a via aérea com as manobras acima, devemos usar a cânula de Guedel (ou cânula
orofaríngea) para manter a via aérea pérvia.

Em alguns casos também pode ser feito ventilação com bolsa-vávula-máscara (AMBU) ou
máscara de O2 não inalante.

Por fim, antes de passar o colar cervical, devemos avaliar o pescoço através da inspeção e
palpação para afastar pneumotórax hipertensivo:

Traqueia centralizada;
Lesões;
Enfisema subcutâneo;
Estase de jugular;
Dor a palpação cervical.

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A RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO DO
PACIENTE
 Nessa etapa da avaliação, devemos avaliar a qualidade ou presença da
respiração do paciente. Nesse momento, não objetivamos contabilizar
incursões, mas simplesmente qualificá-las.
 Exponha e observe o tórax do paciente, avaliando se ele respira ou não.
Perceba se o tórax se expande de forma simétrica ou se apenas um lado.
 Caso tenha dificuldade para essa observação, vale a pena escutar ou sentir a
respiração do paciente. Para isso, apoie sua cabeça no tórax do paciente.
Assim, será possível sentir o fluxo de ar saindo da boca ou nariz.
 Observe a cor da pele do paciente, especialmente ao redor dos lábios e das
unhas. A falta de oxigênio pode levar a uma coloração azulada (cianose) da
pele.

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A RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO DO PACIENTE

 Caso o paciente não esteja respirando, é o momento de ofertar oxigênio à ele.


 A escalação da escolha de suporte ventilatório varia a depender das condições clínicas e
distância do paciente ao hospital, sendo o caso. Assim, em casos mais graves é necessária
uma intervenção mais invasiva, como a intubação endotraqueal, para garantir que o paciente
esteja recebendo oxigênio suficiente.

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AVALIAR O ESTADO CIRCULATÓRIO DO PACIENTE
 Nessa etapa devemos identificar choque e manter a circulação avaliando 4 parâmetros: pele,
pulso, perfusão e hemorragias (sangramentos externos).
 Ainda, deve-se identificar principais locais de sangramento: tórax, pelve, abdome e ossos
longos. Em caso de sangramento externo devemos imediatamente pará-lo com compressão
direta.

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AVALIAR O ESTADO CIRCULATÓRIO DO
PACIENTE
 Avalie o tempo de enchimento capilar pressionando o leito ungueal do
paciente e observe quanto tempo leva para que a cor volte ao normal. Se
demorar mais de 2 segundos, pode indicar má circulação. É importante que
seja considerado a condição clínica de base do paciente, como idade
avançada ou gestação. Assim, você terá uma avaliação mais fidedigna.
 Para avaliar sangramentos abdominais é utilizado o USG FAST observando
a janela subxifóide, hepatorrenal, esplenorrenal e pélvica.
 Em caso de identificação de choque devemos realizar reposição volêmica
com Ringer Lactato ou Soro Fisiológico. Devem ser instalados dois acesso
periféricos calibrosos, e administrar de 500/500mL com SF a 0,9%.

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AVALIAR A FUNÇÃO NEUROLÓGICA DO
PACIENTE
 Antes mesmo de chegar a essa etapa da avaliação inicial, o avaliador terá uma ideia da
função neurológica do paciente. A partir de uma avaliação sistematizada, é possível definir a
escala de coma de Glasgow, avaliando:

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AVALIAR A FUNÇÃO NEUROLÓGICA DO
PACIENTE

 É importante, ainda, que seja verificada a resposta pupilar do paciente.


Use uma luz brilhante para avaliar as pupilas do paciente. As pupilas
devem estar simétricas em tamanho e responder adequadamente à luz. Se
houver uma assimetria ou falta de resposta pupilar, pode ser um sinal
de lesão cerebral.

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EXPOR O PACIENTE PARA AVALIAÇÃO
COMPLETA E EVITAR HIPOTERMIA
 Essa é a etapa da “exposição” do paciente. Nela, buscaremos lesões ocultas,
antes não visualizadas. Nessa etapa, focaremos em uma exploração rápida e
objetiva do paciente.
 Inicialmente, devemos remover as roupas do paciente. É importante se atentar
para a privacidade do paciente, cobrindo-o com um lençol e não deixando
regiões íntimas.
 Verifique se há objetos presos ou alojados no corpo do paciente. Esses objetos
podem incluir cintos, joias, capacetes ou pedaços de vidro ou metal. Avalie a
pele do paciente em busca de lesões adicionais, como lacerações, hematomas,
queimaduras ou fraturas expostas.
 Ainda nessa etapa é importante manter o paciente aquecido. A depender da
condição do trauma, o paciente pode sentir frio devido a perda sanguínea e a
exposição.
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EXPOR O PACIENTE PARA AVALIAÇÃO
COMPLETA E EVITAR HIPOTERMIA
 A monitorização do paciente também deve ser feita.
 Basicamente, os sinais vitais são as medidas corporais básicas do corpo humano,
como: frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura, essenciais
para que ele funcione corretamente.
 Essas medidas devem ser aferidas, regularmente, por um profissional da saúde.

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PERGUNTAS ?
1. Quais são os principais sinais vitais avaliados durante a avaliação do
trauma?
Os principais sinais vitais avaliados são a frequência cardíaca, a pressão
arterial, a respiração e a temperatura.
2. Qual é a importância da avaliação primária no atendimento ao trauma?
A avaliação primária é importante para identificar e tratar rapidamente as
condições que ameaçam a vida do paciente, como a obstrução da via aérea ou
a perda de sangue significativa.
3. Qual é a primeira coisa a avaliar em um paciente traumatizado?
A primeira coisa a avaliar é a via aérea do paciente, para garantir que esteja
permeável e o paciente possa respirar adequadamente.

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REFERÊNCIA

1. Advanced Trauma Life Support (ATLS). 10ª edição. 2018.

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