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Seção 4.

4
Parada Cardíaca
Profª Ms. Ludmilla L. Miranda
Doutoranda UEL
Situação Inicial

Uma central de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebeu um


chamado referente a um motociclista que trafegava em uma avenida de uma
grande cidade quando foi fechado por um carro e acabou colidindo com um
poste. Assustado, Alexandre, que andava bem próximo ao local no momento do
acidente, foi até a vítima e, ao examiná-la, percebeu que não havia presença de
pulso nem de movimentos respiratórios. Imediatamente ligou para o serviço
especializado.
Parada Cardiorrespiratória

 Conhecida como PCR.


 Definida como a interrupção brusca dos batimentos cardíacos e da respiração,
em que, consequentemente, ocorre a cessação da circulação sanguínea no
organismo.
 Após este episódio, o indivíduo leva de 10 a 15 segundos para perder a
consciência.
 A rapidez e a eficácia do atendimento na PCR são essenciais para a chance de
sobrevivência de qualquer vítima.
 Segundo a American Heart Association − AHA (2015), o processo de
atendimento é estruturado em uma sequência de intervenções de forma
contínua e integrada, em que uma falha pode comprometer todo o elo,
chamado de cadeia de sobrevivência no atendimento cardiovascular de
emergência.
Elos

1. Deve-se reconhecer o quanto antes a PCR e acionar rapidamente o serviço


especializado.
2. Atendimento de suporte básico de vida,
3. Desfibrilação.
4. Emprego do suporte avançado de vida
5. Quinto e último elo corresponde à importância dos cuidados aos sobreviventes
de uma PCR.
1. Avaliação da cena

Para que a equipe possa atuar de maneira segura, ela deve avaliar:
 Se o local é seguro.
 O que aconteceu e como.
 Quantas vítimas estão envolvidas.
2. Avaliação do nível de consciência

Neste momento, o socorrista avalia se a vítima responde aos estímulos e observa,


ao mesmo tempo, se há movimentos respiratórios.
 Aproxime-se e tente chamá-la batendo com a mão em seu ombro; fale seu
nome, se souber, ou pergunte algo, por exemplo, “O senhor está me
ouvindo?”.
 Verifique se há ausência de pulso, isto ocorre quando cessa o batimento
cardíaco.
 Verifique se há presença de apneia ou respiração agônica, chamada de
gasping.
Apneia

Apneia: Ausência da função da respiração ou movimentos respiratórios.


Para observar a vítima com detalhes,
temos de observar:
1. Se ela está alerta:
 Neste caso, significa que a pessoa encontra-se com os olhos abertos, acompanhando tudo o
que está acontecendo e até mesmo se está responsiva. Se assim ela estiver, questione-a sobre
o que ocorreu, se pode ajudá-la e se faz uso de algum tipo de medicamento.

2. Se há resposta verbal:
 Quanto ao estímulo verbal, tente encostar na pessoa e ver como ela reage ou responde
verbalmente.

3. Se a vítima está inconsciente:


 Se a vítima estiver inconsciente, deve-se priorizar o acionamento da equipe do serviço
especializado o quanto antes. Logo após, inicie o C-A-B, conforme estudado na seção anterior.
O que significa C-A-B?

 Cada uma dessas letras corresponde a uma avaliação de determinada função,


por ordem de prioridade.

 A ordem para exame da vítima é: Circulação (Circulation), Via aérea (Airway),


Respiração (Breathing). Nenhuma destas etapas pode ser negligenciada.

 Confirmando a ausência de resposta, chame o socorro imediatamente e inicie


as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP).
Qual é a técnica correta para a
realização de compressões torácicas?
 Para que a manobra seja efetiva e não cause lesões internas é essencial o correto
posicionamento das mãos sobre o tórax da vítima.
 O socorrista deve colocar suas mãos sobre a extremidade inferior do osso esterno,
traçando uma linha imaginária entre os mamilos.
 O local das compressões é o ponto médio, onde o esterno encontra-se mais
flexível, sem que possa fraturá-lo.
 Depois de localizar o ponto de compressão, o socorrista deve posicionar a palma
de uma das mãos (regiões tênar e hipotênar da mão) no ponto de compressão
localizado e, em seguida, sobrepor a outra mão sobre a primeira, entrelaçando os
dedos e mantendo os braços esticados.
 Os ombros devem estar na mesma linha dos punhos, perpendicular ao tórax da
vítima.
 Assim, os braços com as mãos formam um ângulo de 90°.
 As compressões só podem ser interrompidas no caso em que houver a
execução da ventilação, o que deve ser feito somente pelo socorrista apto e
com os dispositivos adequados;

 Caso contrário, realize as 100 compressões por minuto com afundamento de 5


centímetros do tórax.

 A relação entre compressão e ventilação deve ser de 30 compressões para


duas ventilações (30:2) por 5 vezes (ciclos) em aproximadamente 2 minutos.

 No caso de haver dois socorristas realizando o procedimento, um comprimindo


e outro ventilando, a cada dois minutos as funções devem ser trocadas.
As compressões devem ser realizadas até que
chegue o socorro especializado ou até que a
vítima esboce sinais claros de que suas
funções vitais estejam reestabelecidas.
Utilização do Desfibrilador Externo
Automático (DEA).
 Ele é usado para aplicar um choque elétrico no tórax da vítima que apresenta
fibrilação ventricular (taquicardia ventricular), decorrente de uma
desorganização na condução dos estímulos elétricos gerados no coração.
 Este procedimento é chamado de desfibrilação.
 O uso do DEA pode ser feito por qualquer pessoa com um treinamento de
poucas horas em razão da simplicidade deste tipo de aparelho.
 O DEA é um aparelho computadorizado que realiza uma análise automática do
ritmo cardíaco e verifica se existe a necessidade ou não da aplicação do
choque elétrico por meio de um sistema de voz.
 Por ser um aparelho simples e rápido, aumenta muito as chances de sobrevida
da vítima.
Utilização do DEA

 Não cessar as manobras de reanimação.


 Cada aparelho tem seu modo de funcionamento, por isso é importante que o
socorrista o conheça, mesmo que todos eles possuam o mesmo princípio de
funcionamento.
 Instale na vítima as duas pás adesivas: uma do lado direito do tórax (acima do
mamilo direito e abaixo da clavícula direita) e a outra do lado esquerdo (um
dedo abaixo do mamilo esquerdo, com metade na parte anterior do tórax e a
outra metade na parte lateral do tórax).
 Logo após, conecte os fios das pás ao desfibrilador.
 Lembre-se de que as pessoas devem se afastar enquanto o aparelho estiver
ligado.
 Depois do primeiro choque, o socorrista deverá seguir rigorosamente as
instruções, realizando os 5 ciclos de RCP imediatamente após cada choque.
 Logo após dois minutos, ele entrará no modo de análise do ritmo cardíaco outra
vez e sinalizará a necessidade de novo choque.
Situação Inicial

Uma central de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebeu um


chamado referente a um caso de um motociclista que trafegava na avenida de
uma grande cidade quando foi fechado por um carro e acabou colidindo com um
poste. Assustado, Alexandre, que andava bem próximo ao local do acidente, foi
até a vítima e ao examiná-la percebeu que não havia presença de pulso nem de
movimentos respiratórios. Imediatamente ligou para o serviço especializado.
A rapidez e a eficácia do atendimento são essenciais
para o sucesso do atendimento de qualquer vítima,
principalmente no caso de uma PCR.
Resolução

Neste caso, a primeira coisa que deve ser feita por Alexandre é confirmar se a
vítima realmente se encontra em parada cardiorrespiratória. De que maneira?
Primeiramente, ele deve checar se o local do acidente não oferece riscos, como
risco de explosão envolvendo vazamento de combustível da moto. Em seguida,
deve avaliar o nível de consciência do acidentado. Deve tentar chamá-lo ou fazer
perguntas: “O senhor está bem? O senhor está me ouvindo?”. Se de fato ele não
responder, Alexandre deve fazer uma checagem do seu pulso, isto é, verificar se
há batimentos cardíacos. Se não os tiver, Alexandre deve chamar imediatamente
o SAMU e realizar as compressões torácicas até que chegue a equipe
especializada, conforme já explicitado.
Nunca esqueça!

Para que a manobra seja efetiva e não cause lesões


internas é essencial o correto posicionamento das
mãos sobre o tórax da vítima.

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